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A União  Europeia acabou com as fronteiras internas em 1995, com o Tratado de Schengen.

Viviam-se tempos de relativa  prosperidade quando, em 2008, assistimos à falência do Lehman Brothers, que teve um impacto brutal nas economias europeias.

A crise financeira importada dos Estados Unidos ainda não foi superada.

Mas, entretanto, ocorreram outros eventos da maior importância.

A instabilidade do Iraque, agravada com o enforcamento de Saddam Hussein em 2006, precipitou uma série de acontecimentos no mundo árabe, que abalaram, de forma profundíssima a estabilidade europeia.

Em janeiro de 2011 grupos de guerrilheiros apoiados pelos países ocidentais abriram guerra ao regime de Assad, na Síria.

 A Libia foi completamente destruída depois da destituição de Kadhafi, em 2011.

Em 2013, os militares tomaram o poder no Egito.

O Daiexe tomou conta de boa parte do território do Iraque e do Norte de África, onde compete com estruturas da Alcaida.

Refugiados vindos de paragens tão longínquas como o Afeganistão ou a República Centro Africana acorreram às portas da Europa.

E, entretanto, aconteceram uma série de atentados terroristas em países da União Europeia, aparentemente conduzidos por militantes islâmicos nascidos e criados na União Europeia.

As leis que regulam as migrações são essencialmente as mesmas que já existiam antes destes fenómenos.

Mas é inquestionável que muita coisa mudou, a começar pelo ambiente.

Mudou, desde logo, a amplitude das liberdades de circulação de pessoas, de serviços e de capitais.

Há controlos, inclusive dos movimentos de cidadãos europeus, que não existiam antes.

Mas há,sobretudo, um novo entendimento da textura dos direitos, como se eles deixassem de ser direitos subjetivos – e direitos fundamentais – para passarem a ser direitos marcados por condicionantes de diversa natureza, em obediência a critérios de inteligência e de segurança.