O Ceará está na moda…
É perto da Europa, tem um clima excelente e preços muito aliciantes tanto para a habitação como para a implementação de negócios.
Os cearenses são extremamente afáveis e gostam dos portugueses de uma forma muito especial. Mas… negócios são negócios. E o sentido comercial deste povo é muito diferente do nosso.
Se lhe puderem vender por 2.000 o que só vale 1.000, fazem-no com a maior frieza e ainda lhe dizem, se vier a invocar um engano, que a culpa é sua.
O primeiro cuidado que um europeu deve ter quando pretenda fazer um qualquer negócio no Ceará é o de mandar avaliar criteriosamente o bem que é objecto do negócio.
Depois disso, é indispensável, conferir criteriosamente toda a documentação, pois que há uma série de ratoeiras, que não nos passam pela cabeça e que podem destruir completamente, o sentido com que se encarou o negócio.
Uma das «ratoeiras» clássicas consiste em a sociedade comercial cujas quotas se vendem poder não ter nada, por o arrendamento e os bens que integram a empresa serem da titularidade de outra pessoa.
Se fez um mau negócio e agora se quiser desfazer do bem que adquiriu, também deve adoptar especiais cuidados.
Não se admire se lhe propuserem um contrato-promessa que parece vantajoso, com um pequeno pagamento de sinal e o remanescente em prestações, mas com um valor contratual muito superior ao real.
Por exemplo: o valor da venda é de 150.000 e o sinal de 10.000 e podem propor-lhe que se consigne que o valor da venda é de 250.000 e o sinal recebido de 110.000, pagando-lhe na realidade apenas 10.000 e sendo o remanescente (ou seja 140.000) titulado por cheques. Recebe apenas 10.000 mas declara que recebeu 110.000… E o que parece ser uma coisa inofensiva pode transformar-se em fundamento para não pagar os cheques e para lhe exigirem os 110.000, se algum pormenor que possa conduzir ao incumprimento do contrato lhe escapou…
Nas últimas três semanas fomos confrontados com diversos casos que são exemplares destes tipos de prática.
Muito cuidado… Consulte um advogado antes de celebrar qualquer contrato e não assine nenhum documento antes de eliminar todas as dúvidas. Mesmo aquelas que não são visíveis.