Consumam, em vez de pôr o dinheiro nos bancos – é a síntese da mensagem do Presidente Lula da Silva, do Brasil, como se essa fosse a sua fórmula mágica para evitar a desaceleração da economia.
Durante uma entrevista coletiva concedida após o encontro com a ex-candidata à presidência colombiana, Ingrid Betancourt, que passou mais de seis anos sequestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso “movimentar a economia”.
Segundo o presidente, se as pessoas deixarem de consumir, por medo de perder o emprego e não ter como pagar prestações, a economia do País sofrerá uma desaceleração. “Se a sociedade brasileira, induzida por parte do noticiário, resolve entender que não deve comprar as coisas que queria comprar, com medo de perder o emprego, é preciso dizer que ela [a sociedade] pode perder o emprego porque não comprou”, disse o presidente.
Na avaliação de Lula, o Estado precisa ser o “impulsor” da economia neste momento. “Estamos vivendo um problema de crédito. O dinheiro encurtou e nós não sabemos onde ele está. […] Entre o governo tomar medidas e o dinheiro chegar na ponta está demorando mais do que o esperado”, afirmou. “O governo está tomando as decisões para que o crédito chegue à ponta”, garantiu o presidente.
Sobre a crise económica mundial, que considerou séria e profunda, o presidente Lula garantiu que “o Brasil é o país mais preparado” para enfrentá-la. Segundo Lula, a crise afeta indiretamente os países em desenvolvimento que dependem economicamente das exportações. “A nossa balança comercial não depende apenas dos Estados Unidos e da Europa. Ela está pulverizada em muitos países”, afirmou o presidente.
Lula presidente justificou sua tese informando que a exportações brasileiras representam 13% do PIB, enquanto na China, 40% provem da venda para o exterior de bens e serviços.
Fonte: JC Online