A crise, a manipulação e o futuro….

A crise está aí, ao vivo e a cores…

Conhecemos-lhes os indícios há mais de dois anos e vamos suportar os seus efeitos, porque somos governados por gente que não tem a menor noção de respeito pelos nossos direitos de cidadãos.

As origens da crise são conhecidas. Residem todas na vigarice do papel falso que alimenta a especulação financeira e na manigância de auditorias que não merecem nenhuma credibilidade.

Deveriam os estados deixar funcionar livremente os mercados, falir os bancos, deixar nascer outros bancos, em vez de, enquanto os tentam salvar, nos arruinarem a nós.

Nada se perderia se falisse o BPN, se falisse o BPP e se falissem todos os outros que estão falidos.

Era salutar, era higiénico e causaria muito menos prejuizos às gerações vindouras do que arruiná-las com o pagamento dos calotes que os financeiros provocaram.

Por mais que não tenhamos gente para a realização dos grandes projectos – como o TGV ou o novo aeroporto – por mais que a realização desses grandes projectos implique a importação de mão de obra, parece claro que com eles beneficiaríamos muito mais do que com o pagamento dos calotes dos bancos falidos aos que neles acreditaram e neles colocaram as suas fortunas.

O facto de as polícias não conseguirem evitar os homicídios não nos obriga a pagar às vítimas.

Porque havemos nós que pagar os calotes das instituições financeiras?

Usando uma figura do direito civil, apetece-me dizer que estes senhores deveriam ser interditos.

Por várias razões. Porque estão a hipotecar o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos? E porque estão a permitir que os recursos financeiros sejam, literalmente, desnatados, impedindo-se o funcionamento da economia, por falta de crédito, uma vez que os recursos são desviados para a especulação?

A manipulação continua no pior vernáculo.

Todos os dias as pitonizas (irresponsáveis) anunciam recuperações que não existem, apenas para influenciar os jogadores a jogar.

É a grande manipulação, sem nenhuma cientificidade e  também sem nenhum rigor. O abastardamento do jornalismo, depois do abastardamento da auditoria e da regulação.

E ninguém vai preso, depois de se ter criado esse bode expiatório que se chama Oliveira Costa.

Por maior que seja a sua culpa, ninguém, minimamente bem informado pode entender como é que está preso um elemento de órgão colectivo, com reduzidissimos poderes, nestes tempos de e_govenance.

É que, quem sabe alguma coisa de comunicação, sabe que os parolos engolem.

A minha homenagem, malgré tout, ao Sr. Oliveira Costa, que eu não conheço, mas de quem tenho pena.

O futuro está negro…

Miguel Reis

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