A economia portuguesa está parada por falta de recursos.
Isso nunca aconteceu na História de Portugal, pela simples razão que nunca, como hoje, o Estado esteve impedido de emitir moeda.
Vistos os números da receita fiscal, da divida pública e privada e das perspetivas de crescimento, é forçosa a conclusão de que o mega empréstimo que está a ser negociado não só não tapará o buraco como agravará, porque, em recessão, o país não terá recursos para suportar o serviço da dívida.
As obrigações com taxas de 10% duplicam a dívida em dez anos. Com taxas de 5%, duplicam-na em 20 anos.
Para pagar quaisquer desses encargos só temos um caminho que é o de incentivar a produção e isso é impossivel se não dispusermos de capital para dinamizar o funcionamento da economia.
Vivemos um problema idêntico em 1822.
O Estado tinha uma dívida de milhões para com Henrique Teixeira de Sampaio, afilhado de batismo do Marquês de Pombal, que foi o intermediário dos fornecimentos de géneros ao exército anglo luso, durante a Guerra Peninsular.
Regressado do Brasil sem dinheiro, D. João VI nomeou-o 1º conde da Póvoa de Santo Adrião e outorgou ao Banco de Lisboa, de que ele era o maior accionista, uma licença para emitir as notas com que o Estado pagou a sua própria dívida e reativou a economia.
Falecido o conde, com 59 anos de idade, no seu palacete da Rua da Escola Politécnica, passaram a emitir notas o Banco Comercial de Braga, o Banco União do Porto e o Banco do Minho.
Por mais fortes que sejam os compromissos, esta questão não é uma questão de economia. É uma questão política.
Francamente, não vejo que seja possivel ao pais sobreviver, sem ter, o mais rapidamente possivel, a sua moeda própria, sem prejuizo de se manter no clube do euro, se dele não o expulsarem.
Miguel Reis
Sobre a mesma questão ver http://portugalglobal.blogspot.com/2011/04/porque-e-que-portugal-nao-relanca-o.html