Archive for the ‘Vieira Monteiro’ Category

Totta sobre lesados do Banif: “Porque seremos nós a pagar o que não fizemos?”

Terça-feira, Agosto 1st, 2017

Citamos

Negócios

Vieira Monteiro recuou a 2015 para defender que não é o responsável por reembolsar os credores subordinados. Na altura, argumenta, o banco era maioritariamente público e tinha administradores públicos.

Vieira Monteiro recuou a 2015 para defender que não é o responsável por reembolsar os credores subordinados. Na altura, argumenta, o banco era maioritariamente público e tinha administradores públicos.

O Santander Totta recusa que seja sua responsabilidade encontrar uma solução para os obrigacionistas subordinados do Banif, banco que adquiriu, no âmbito da medida de resolução aplicada a 20 de Dezembro de 2015.

“Porque seremos nós a ter de pagar aquilo que não fizemos?”, lançou António Vieira Monteiro na conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais, período em que o lucro aumentou 17% para 229 milhões de euros.

O presidente do Santander Totta recuou a 2015 para referir a proposta de compra pelo Banif que apresentou ainda antes de ter sido decidida a medida de resolução. “Na primeira proposta, que significava comprar a totalidade, nós assumíamos o pagamento dessas obrigações subordinadas”, relembrou.

“Por decisão pública, foi decidido que os obrigacionistas subordinados fossem retirados e ficassem no Banif”, acrescentou Vieira Monteiro, referindo-se à resolução aplicada pelo Banco de Portugal. Numa resolução bancária, os obrigacionistas subordinados seguem-se aos accionistas na absorção de perdas.

Para referir que o Totta não tem responsabilidades em encontrar uma solução para os credores subordinados, o presidente afirmou que o “Estado tinha 60% do banco”, além de ter administrador nomeados pelo Estado. “O Santander não vendeu nenhuma situação”, frisou.

Sobre se está disponível para encontrar uma solução para os investidores, como o representante do Estado Diogo Lacerda Machado defendeu, Vieira Monteiro foi indirecto: “Eu nunca digo não”. “Sempre estivemos disponíveis para negociar os ‘swap’”.

Santander tem direito a compensação se Fisco não autorizar crédito fiscal do Banif

Quarta-feira, Maio 11th, 2016

Citamos

Observador Vieira Monteiro em directo Comissão de Inquérito

Santander Totta tem direito a ser compensado pelo Estado se o Fisco não permitir utilizar o crédito fiscal recebido na compra do Banif. Em causa estão 273 milhões. Se não tiver lucros, não beneficia.

 

Onde foram parar os mil milhões que fugiram do Banif numa semana

Quarta-feira, Maio 11th, 2016

Citamos

Observador

Caixa foi a principal destinatária dos depósitos que saíram do Banif, seguida do BCP. Santander surge em terceiro lugar com 14%, valor que subiu na semana que antecedeu resolução e compra do Banif.

Dados enviados pelo Santander Totta à comissão de inquérito parlamentar ao Banif revelam qual foi o destino da fuga de depósitos que o banco sofreu no último ano antes da resolução. A Caixa Geral de Depósitos foi a principal destinatária da ordem de transferências, com 21% do total, seguida do BCP, que recebeu 18% do dinheiro que saiu do Banif. Em terceiro lugar surge o Santander Totta com 14% das transferências totais realizadas entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015 e que totalizaram cerca de 1.764 milhões de euros.

Os números agora remetidos pelo banco que comprou Banif mostram contudo que na semana fatal para o banco, a tal que levou à fuga de cerca de mil milhões de euros de recursos de clientes, o Santander Totta recebeu um quinhão superior das transferências em relação à percentagem registada até então e que rondava os 11%.

Cerca de 162 milhões de euros, o equivalente a 16% do total das saídas, foram parar ao Santander Totta. Esta percentagem é um pouco superior à quota de mercado do banco de capitais espanhóis que veio a comprar o Banif já em fase de resolução. Números que deverão ser usados para questionar o presidente do banco, António Vieira Monteiro, na audição desta quarta-feira na comissão parlamentar de inquérito.

Entre 14 de dezembro e 18 de dezembro, ou seja nos dias que se seguiram à notícia da TVI e até à resolução do banco, o Banif perdeu cerca de 1.030 milhões de euros em fundos, entre cheques e transferências, para outros bancos. O valor é ligeiramente superior aos 960 milhões que já tinham sido revelados pelo Banco de Portugal, uma fuga atribuída sobretudo ao impacto da notícia dada pela TVI no domingo à noite (13 de dezembro) que na sua primeira versão admitia o encerramento do banco, a sua integração na Caixa e perdas para depositantes acima de 100 mil euros.

m que as transferências recebidas por este banco de clientes do Banif no ano de 2015, ascenderam a 243 milhões de euros, o que equivale a cerca de 14% dos fundos saídos, uma percentagem que é próxima da quota de mercado do banco de capitais espanhóis. Ainda assim, esta fatia coloca o Santander à frente do BPI, que recebeu 13% do total, e do Novo Banco, que apenas recebeu 6% dos fundos saídos do Banif.

Saída de fundos acelerou na última semana de vida do Banif

Os números revelam também que o ritmo de saída de fundos para o Santander subiu na última semana do Banif. Por esta altura, e segundo testemunhos do ex-presidente Jorge Tomé, alguns clientes do banco na Madeira terão sido “convidados” por gestores do Santander Totta a transferir o seu dinheiro para este banco. Esta informação foi já desmentida pelo banco, mas será certamente levantada durante a audição a António Vieira Monteiro.

Mas a mesma tendência aconteceu com a Caixa Geral de Depósitos, o banco público que é visto tradicionalmente como um banco de refúgio em crises bancárias. Também se poderá argumentar que o Santander Totta, pelos resultados positivos dos últimos anos e a solidez do seu acionista, é visto como um destino seguro.

A CGD recebeu 25% das transferências na semana decisiva para o Banif, acima do valor global de 21%, mas ainda assim abaixo daquela que será a sua quota de mercado nos depósitos. O BCP manteve a percentagem de 18% dos fundos que saíram do Banif.

Estes dados têm por base informação remetida ao Santander Totta pela Oitante, veículo que ficou com os ativos que o banco de capitais espanhóis não quis comprar. Ao longo de 2015, “fugiram” 1.764 milhões de euros do Banif, mas o grosso destas transferências, mais de 50%, concentra-se nas últimas semanas de dezembro: 1.030 milhões de euros entre 14 e 18 de dezembro e 421 milhões de euros depois da resolução.

Os números diferem dos já entregues à comissão de inquérito e que se reportavam apenas à tal semana de dezembro de 2015, o que reflete os diferentes momentos em que foram registadas as transferências. Segundo a resposta do Santander Totta à comissão de inquérito, a quota das transferências recebidas do Banif corresponde à expressão natural da sua quota de mercado na banca portuguesa.

Na lista dos destinatários dos fundos que saíram do Banif estão ainda o Montepio, com 5% do total, o Crédito Agrícola, com 4%, o BIC e o IGCP (Agência que gere a dívida pública), com 3% cada. Já o Popular, o outro banco espanhol que apresentou proposta de compra do Banif, na fase da venda voluntária, recebeu apenas 2% do total, valor que foi de 3% na semana decisiva de 14 a 18 de dezembro.

Santander aceitou obrigações do tesouro em troca dos activos que saíram do Banif

Quarta-feira, Maio 11th, 2016

Citamos

Económico

António Vieira Monteiro revelou que antes da resolução do Banif, nas condições de venda do banco estava, como forma de compensar os activos excluídos pela oferta, a possibilidade de ser pago em obrigações da República Portuguesa. O montante da dívida do Estado é igual ao Montante injectado pelo Estado no Banif (1.766 milhões de euros).

O tema tem dominado as questões dos deputados da direita. O facto de o Santander Totta ter comprado o Banif por 150 milhões excluindo activos indesejados, e de em compensação o Estado ter posto no banco, para compensar esses activos que sairam, e no âmbito da Resolução, 1.766 milhões de euros, e de passado uns meses (em Fevereiro) o Santander ter subscrito obrigações do tesouro de longo prazo no mesmo montante, tem levado os deputados do PSD-CDS a confrontarem os vários intervenientes. A suspeita de que há uma troca de favores, está subjacente ao teor das questões que são feitas na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif.

Hoje o presidente do banco que comprou os activos e passivos do Banif disse na Comissão que antes da Resolução ao Banif, portanto, ainda durante o processo de venda voluntária, o Santander Totta acordou com Estado que o valor a compensar os activos excluídos pela oferta teria de ser pago ao Banco, em numerário ou em obrigações da República Portuguesa aceites para desconto junto do Banco Central Europeu.

Nesta comissão o Ministro das Finanças, Mário Centeno, tinha sido confrontado com o mesmo assunto: as emissão de dívida pública subscrita pelo Santander Totta no montante de 1.766 milhões de euros. O Ministro garantiu que a operação de emissão de dívida comprada pelo Santander no valor de 1.766 milhões não foi negociada juntamente com a alienação do Banif. “Houve uma operação de colocação de dívida que ocorreu posteriormente com o Santander que não tem a ver com o contexto de resolução”, disse Mário Centeno no Parlamento em audição na comissão de inquérito ao Banif.

O deputado socialista João Galamba explicou que, o que o Ministro disse foi que as condições de subscrição desse empréstimo, por parte do Santander Totta, não foram acordadas naquela data, mas sim em Fevereiro, altura da subscrição e que teve como referencial o valor do mercado. Vieira Monteiro confirmou que as condições de subscrição só foram estipuladas em Fevereiro.

A operação em causa é uma emissão de medium term notes (MTN), um instrumento que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) usa quando pretende colocar divida directamente junto de uma única entidade. A colocação, segundo Mário Centeno, foi realizada “às condições de mercado vigentes”. De acordo com o IGCP, a emissão tem um prazo de 10 anos e uma taxa de cupão de 3,3%.

A questão é que quando se passa uma empresa, retirando os activos, têm de se lhe lá por activos em substituição, pois tem de haver um equilíbrio no Balanço. Se tiraram 1.766 milhões de euros de activos, tiveram que lá pôr 1.766 milhões de euros, ou em dinheiro ou em obrigações do tesouro.

António Vieira Monteiro disse que no dia 12 de Dezembro de 2015, o Banco Santander Totta recebeu a carta de procedimentos, a Process Letter do concurso, por parte da consultora N+1, informando da abertura de um processo competitivo, que expressamente qualificava como transparente, objectivo e não discriminatório, para a selecção de um comprador.

Na referida carta, o Banco Santander Totta foi formalmente convidado a participar no processo, tendo sido advertido de que deveria apresentar uma oferta vinculativa sobre o perímetro do denominado «Clean Bank», o que poderia efectuar até às 20:00 horas do dia 18 de Dezembro de 2015.

Os trabalhos de análise do data room ao Banif continuaram, destacando que só a partir da noite do dia 15 de Dezembro de 2015 – três dias antes do final do prazo – é que foram disponibilizadas ao Banco Santander Totta versões não finais e muito incompletas dos ‘vendor’s due diligence reports’, isto é, dos relatórios de auditoria elaborados a pedido do vendedor.

Apesar da incompletude da informação disponibilizada, o Banco Santander Totta preparou uma proposta de aquisição do capital social do Banif, tendo apresentado a mesma por volta das 19 horas do dia 18 de Dezembro de 2015.

Na sua proposta, o Banco Santander Totta excluiu um conjunto adicional de activos da sua proposta e propunha-se adquirir a totalidade do capital social emitido do Banif pelo preço de 150 milhões de euros. O Banco Santander Totta fez depender a sua proposta – caso a mesma viesse a ser aceite – de diversos pressupostos e garantias, destacando aqui os principais: O Banco Santander Totta teria de fazer um processo posterior de due diligence à carteira de crédito a empresas, durante um período mínimo de 90 dias. Com base nesta verificação, o Banco podia escolher um montante de até 800 milhões de euros de créditos, e revendê-los ao vendedor ao seu valor nominal.

A segunda condição era na data da concretização da operação, o Banif não podia estar a beneficiar de liquidez de emergência (ELA) por parte do Banco de Portugal/Eurosistema.

A terceira condição seria que o Vendedor teria de prestar um conjunto adicional de garantias sobre a qualidade dos activos do Banif, dos seus processos de venda, da qualidade da sua informação financeira e prudencial, e outras garantias usuais em negócios desta natureza, que permitiriam ao Banco Santander Totta ser ressarcido de quaisquer perdas que viessem a ocorrer no futuro, que não se encontrassem já reconhecidas nas contas do Banif.

A quarta condição era a que se refere ao pagamento com dívida pública “o valor a compensar os activos excluídos pela oferta teria de ser pago ao Banco, em numerário ou em obrigações da República Portuguesa aceites para desconto junto do Banco Central Europeu”, disse o banqueiro.

O banco exigia a existência de uma cláusula genérica de “material adverse conditions” que, no essencial, permitia ao Banco Santander Totta pôr termo à operação em caso de qualquer evento com impacto material negativo no Banif desde o período da assinatura de qualquer contrato até à concretização da operação.

E ainda que todas as autorizações regulatórias e decisões fiscais teriam de estar confirmadas antes da venda e o Banco Santander Totta teria de ter a confirmação da DGCOM de que o Banco Santander Totta não era beneficiário de qualquer ajuda de Estado que colocasse qualquer entrave ou limitação à sua actividade.

Nesse mesmo dia da apresentação da proposta (o dia 18 de Dezembro de 2015), o Banco Santander Totta foi avisado pela N+1, tendo-lhe sido solicitada a presença numa reunião, a realizar nessa noite nas instalações do Banco de Portugal.

“Após as 22 horas do dia 18 de Dezembro de 2015, a nossa equipa, chefiada por mim e pelo Dr. Manuel Preto, chegou ao Banco de Portugal, onde estavam presentes elementos do Fundo de Resolução, do Banco de Portugal e do Ministério das Finanças, bem como um conjunto de assessores financeiros e legais, entre os quais a Oliver Wyman, a Allen & Overy e a Cuatrecasas, num total de cerca de 20 pessoas”, disse Vieira Monteiro.

“Fomos então informados que o processo voluntário de venda do capital do Banif tinha sido dado como terminado, e que o Banco de Portugal tinha iniciado um processo imediato de alienação de parte dos activos e passivos do Banif, já não segundo um procedimento de venda privada, mas ao abrigo de uma medida de resolução, a ser tomada pelo Banco de Portugal, e que teria de estar concluída nesse mesmo fim-de-semana, pelo que qualquer proposta deveria ser apresentada até domingo, dia 20 de Dezembro”.

O haircut dos activos (66%) que passaram para a Oitante não foi pedido pelo Santander Totta disse ainda o banqueiro.

 

Os telefonemas em alta voz do Santander com Bruxelas sobre o Banif

Quarta-feira, Maio 11th, 2016

Citamos

Público

Banco admite abrir processo de rescisões amigáveis para trabalhadores que sejam afectados pela fusão de agências bancárias no continente.

O presidente executivo do Santander Totta, António Vieira Monteiro, garante que o banco não teve qualquer envolvimento na decisão de comprar o Banif no âmbito do processo de resolução e revelou que esteve perto de desistir do banco durante um telefonema com a Direcção-Geral de Concorrência (DG-Comp), dois dias antes da resolução.

Ouvido nesta quarta-feira na comissão parlamentar de inquérito ao Banif, Vieira Monteiro disse que o banco, que concorria à compra do Banif num processo de venda voluntária, foi chamado para uma reunião no Banco de Portugal (BdP) na noite de 18 de Dezembro, sexta-feira, onde foi informado que a venda voluntária tinha sido dada como terminada e que se iniciava um processo de alienação “ao abrigo de uma medida de resolução”.

Na comissão parlamentar, Vieira Monteiro apresentou a sua versão dos factos que decorreram até à apresentação da proposta vinculativa, no domingo seguinte, e depois ao longo desse dia até ao culminar da venda. Nessa primeira reunião, que aconteceu por volta das 22h, estavam cerca de 20 pessoas – equipas do BdP, Fundo de Resolução, Ministério das Finanças e assessores legais e financeiros. Aos deputados, Vieira Monteiro fez questão de dizer que o Santander não esteve presente em qualquer reunião onde foi tomada “a decisão de adoptar a medida de resolução do Banif”.

João Almeida, deputado do CDS-PP, quis saber a que horas foi convocado o Santander para essa reunião. O gestor começou por admitir que possa ter sido por volta das 20h. Mas foi confirmar aos papéis e corrigiu para cerca das 21h. “Era mais útil que tivesse sido perto das nove…”, comentou o deputado do CDS. Mais tarde, Manuel Preto, administrador com o pelouro financeiro do Santander, descreveu: “Recebemos uma indicação durante a tarde de que, durante o fim-de-semana, poderia ser necessário falar connosco [no âmbito do processo de venda voluntária]”. Mas só perto das nove da noite houve um contacto para a saber se poderia haver uma reunião nessa mesma noite, esclareceu o administrador.

Foi nessa noite de sexta-feira que houve o “primeiro contacto” entre o Santander e a DG-Comp, que queria colocar questões sobre a proposta que o banco apresentara no processo de venda voluntária, disse Vieira Monteiro. Na presença dos interlocutores do BdP, Fundo de Resolução e Ministério das Finanças realizou-se então um telefonema para a DG-Comp, serviço da Comissão Europeia. “Puseram-nos um telemóvel na frente”, contou o presidente do Santander, frisando que a conversa decorreu em alta voz e que “nunca antes houve qualquer contacto” com as autoridades europeias.

A conversa decorria em inglês, com todos na mesa a ouvirem. E a determinada altura, no decorrer do telefonema, o Santander esteve para desistir, porque, contou Vieira Monteiro, não participaria num processo em que fossem impostas restrições de actividade, se estivesse em causa o envolvimento de ajuda de Estado. “A DG-Comp começou por analisar a nossa proposta no âmbito da venda privada e questionou-nos sobre a nossa proposta”. Depois, a discussão avançou “sobre o que era considerado auxílio de Estado”. E “nós dissemos desde o início que não aceitávamos que fosse considerada ajuda de Estado. Não autorizaríamos que no futuro a DG-Comp tivesse qualquer controlo sobre a nossa actividade”.

Se assim fosse, o Santander “levantava-se e saía da reunião. Aliás, esteve para acontecer. A conversa ia nesse sentido e nós fechámos os papéis e preparámo-nos para ir embora”. Algo que acabou por ser ultrapassado. O relato dos acontecimentos levou o deputado do PCP Miguel Tiago a ironizar: “Ameaça levantar-se da sala e a DG-Comp acede…”

Depois de falhado o processo de venda voluntário, avançou-se para um modelo de venda em contexto de resolução, tendo sido convidados a apresentar propostas o Banco Popular e o Santander, que, segundo o BdP, tinham “manifestado interesse e tido participação efectiva” no processo de compra.

Ao longo do fim-de-semana, houve mais dois telefonemas. Segundo Manuel Preto, houve uma “segunda conversa” por volta da hora de almoço de sábado, de “dez a 15 minutos”, em que o banco tentava ir ao encontro das balizas definidas pela DG-Comp, para que os termos da proposta (entregue às primeiras horas da manhã de domingo) não representassem ajudas de Estado.

Santander não esteve em reuniões sobre resolução do Banif mas falou com DG-Comp

Quarta-feira, Maio 11th, 2016

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Económico

Presidente do banco garante que não esteve presente em qualquer reunião que tivesse sido decidida a resolução do Banif. Mas revela que houve um contacto telefónico com a DG-COM já depois de terminado o processo de venda voluntária do capital do Banif.

O Banco Santander Totta não esteve presente em qualquer reunião onde tenha sido tomada a decisão de adoptar a medida de resolução do Banif, esclarece o presidente da comissão executiva do Banco Santander Totta, que está a falar na comissão de inquérito parlamentar ao caso Banif. Mas houve um contacto telefónico com a Direcção Geral da Concorrência da União Europeia (DG-Comp), no fim de semana da resolução.

Segundo António Vieira Monteiro, no âmbito do processo imediato de alienação de parte dos activos e passivos do Banif, desencadeado na noite de 18 de Dezembro, e na sequência das informações prestadas que davam conta de um processo “competitivo, transparente, objectivo e não discriminatório, com um número não divulgado de concorrentes”, o Fundo de Resolução solicitou ao Banco Santander Totta que mantivesse um contacto telefónico com elementos da DG-Comp.

“Este contacto foi realizado por telefone em ‘alta-voz’, na presença de todos os presentes, nomeadamente do Fundo de Resolução, do Banco de Portugal, do Ministério das Finanças, da Oliver Wyman, da Allen & Overy e da Cuatrecasas”, revela Vieira Monteiro.

O presidente do Santander Totta dá conta que esse foi o primeiro contacto realizado com a DG-Comp sobre o tema Banif em que o Banco Santander Totta esteve presente. “Nunca antes houve qualquer contacto entre a DG-Comp e o Banco Santander Totta”, garante, adiantando que durante essa conversa, os elementos da DG-Comp questionaram o Banco Santander Totta sobre a proposta apresentada no processo voluntário de venda.

“Adicionalmente, foi discutido o tema das ajudas de Estado, tendo o Banco Santander Totta reiterado que não aceitaria participar num processo em que qualquer das condições da transacção pudesse conduzir a restrições à sua actividade”, esclareceu Vieira Monteiro aos deputados.

Concluída a reunião da noite de dia 18 de Dezembro, no dia seguinte, 19 de Dezembro de 2015, o Banco Santander Totta, segundo o seu presidente, “manteve diversos contactos com as autoridades nacionais, tendo conferenciado mais uma vez telefonicamente com a DG-Comp no final da manhã, também na presença do Fundo de Resolução, Banco de Portugal e outras entidades, para esclarecer a forma em que poderia vir a apresentar uma proposta”.

Segundo António Vieira Monteiro, os responsáveis do banco foram informados, às 22 horas da sexta-feira, 18 de Dezembro, que o processo voluntário de venda do capital do Banif tinha sido dado como terminado, e que o Banco de Portugal tinha iniciado um processo imediato de alienação de parte dos activos e passivos do Banif. Ou seja, já não segundo um procedimento de venda privada, mas ao abrigo de uma medida de resolução, a ser tomada pelo Banco de Portugal, e que teria de estar concluída nesse mesmo fim-de-semana, pelo que qualquer proposta deveria ser apresentada até Domingo, dia 20 de Dezembro

Santander Totta olha para Novo Banco e para Gamma e não quer Banif BI

Terça-feira, Maio 3rd, 2016

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Económico

Vieira Monteiro deixou um enigma sobre a corrida ao Novo Banco: “Estamos atentos ao que se passa no mercado e já vimos o caderno de encargos”. Sobre Gamma, sociedade de titularização de crédito, confessou o interesse, mas já quanto ao Banif Banco de Investimento, não tem interesse na sua aquisição.

Depois da compra dos activos e passivos do Banif, no final do ano passado, o Santander Totta, braço do espanhol Santander em Portugal, entrou definitivamente na rota das fusões e aquisições bancárias que se antevêem para os próximos anos. O BCE o quer e a fraca rentabilidade em Portugal a isso convida.

Por isso hoje é inevitável que em cada conferência de imprensa surja a pergunta “o Santander Totta vai comprar o Novo Banco?” António Vieira Monteiro, presidente em Portugal, disse a este propósito em tom enigmático: “Estamos atentos ao que se passa no mercado e já vimos o caderno de encargos”.

António Vieira Monteiro, à margem da conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, não quis responder à pergunta, se depois de olhar para o caderno de encargos tinha escolhido uma das três opções que lá são dadas para investir no ex-BES. Como se sabe são: através do concurso no Procedimento de Venda Estratégica; no Procedimento de Venda em Mercado como ‘Cornerstone Investors’ [investidores de referência]; ou como investidores institucionais no IPO (Oferta Pública Inicial).

O presidente do Santander Totta disse apenas que “estamos atentos a essa ou a outras operações”.

Depois, questionado pelo Económico se estaria interessado na compra do Banif Banco de Investimento que está a ser conduzido pela Oitante com a assessoria da N+1, respondeu peremptoriamente “Não”.

Já em relação à Gamma, outra sociedade à venda pela Oitante, Vieira Monteiro admitiu o interesse, mas diz que é uma sociedade instrumental que essencialmente titulariza créditos que eram do Banif. Mas realçou que tinha sido aberto um concurso para a venda, pelo que deverá esperar pelo resultado para saber se adquire ou não a Gamma.

Por fim mostrou-se confiante das decisões judiciais que venham a ser tomadas em relação aos swaps com as empresas públicas, que, tudo indica serão julgados pelos tribunais ingleses. Embora possam ir também à barra do Tribunal de Justiça Europeu. “Estamos confiantes”, disse.

Santander volta a contradizer o que Centeno disse no inquérito ao Banif

Segunda-feira, Maio 2nd, 2016

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Negócios

António Vieira Monteiro diz que a colocação de dívida pública de 1,8 mil milhões de euros no Santander Totta era hipótese desde a resolução. O ministro já disse que a negociação foi apenas posterior.  

O Santander e o ministro das Finanças continuam a dar respostas distintas sobre o financiamento de 1,8 mil milhões de euros que o Santander concedeu ao Estado após a resolução do Banif. Tudo por conta da origem desse financiamento.

António Vieira Monteiro, o presidente executivo do banco de capitais espanhóis, deixou claro esta segunda-feira, 2 de Maio, que esta colocação de dívida pública directamente no Santander Totta era “uma opção que estava na proposta inicial, que podia [ou não] ser concretizada”.

A proposta de financiamento estava incluída no concurso (a que o Santander concorreu mas que acabou sem sucesso) e também na resolução (onde o Santander foi o comprador), deixou claro Vieira Monteiro quando questionado pelos jornalistas.

Ora, Mário Centeno, ministro das Finanças, já disse no Parlamento, mais precisamente na comissão parlamentar de inquérito, que a colocação de dívida foi “negociada posteriormente à resolução”.

Este financiamento foi concedido porque o Estado teve de gastar 1.766 milhões de euros da sua almofada de capital para limpeza do Banif no âmbito da resolução. Havia, então, de repor esta almofada e foi aí que o Santander fez um empréstimo, exactamente no mesmo montante, ao Estado.

Assim, neste momento, mantém-se uma ideia contrária às duas partes nesta colocação privada de dívida pública: o banco diz que a compra era uma hipótese desde Dezembro, tendo sido concretizada posteriormente; o ministro defende que a negociação não era uma contrapartida inserida na resolução e que foi negociada meses depois, quando foi necessário repor o dinheiro perdido.

Santander Totta estuda situação para lesados do Banif com obrigações subordinadas

Quarta-feira, Fevereiro 17th, 2016

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Negócios

A situação dos clientes do ex-Banif que subscreveram obrigações subordinadas, no total 3.500 em todo o país com valores de 263 milhões, está a ser estudada. Uma garantia deixada pelo presidente executivo do Santander Totta.

O presidente da comissão executiva do Santander Totta disse hoje, 17 de Fevereiro, que está a ser estudada a situação dos clientes do ex-Banif que subscreveram obrigações subordinadas, que totalizam 3.500 em todo o país com valores de 263 milhões de euros.

“O banco Santander Totta não tem nenhuma obrigação relativamente a essas obrigações subordinadas. De acordo com a resolução, de acordo com tudo aquilo que ficou estipulado, o banco Santander Totta não é o titular dessas obrigações e por força de não ser o titular dessas obrigações também não é responsável por elas”, começou por dizer António Vieira Monteiro, no final de uma audiência com o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, em Ponta Delgada, Açores.

António Vieira Monteiro frisou que “o banco é responsável, sim, pelos depósitos, pelas obrigações seniores e pelas obrigações hipotecárias”, mas “não quer dizer, tendo em atenção esta realidade, que para defesa da sua franquia comercial, o banco não esteja a estudar e a ver alguma coisa sobre essa matéria”.

“Significa isto mesmo, o banco não tem nenhuma obrigação relativamente às obrigações subordinadas, mas tendo em atenção à manutenção da sua franquia comercial está, efetivamente, a olhar para o assunto”, insistiu, referindo não poder dizer, neste momento, mais nada sobre o assunto, mas garantindo que na devida altura o Santander Totta anunciará o que for conseguido.

O presidente da Comissão Executiva do Santander Totta realçou que “se não fosse essa franquia comercial, se não fosse a posição que o banco poderia vir a ter em termos daquilo que é o seu negócio nos Açores”, com certeza que não pensaria numa solução porque a ela não está obrigado.

“Nós não comprámos o ex-Banif, comprámos determinados activos e passivos do ex-Banif e nesses activos e passivos vieram determinado tipo de obrigações, quer dos depositantes, quer de determinados obrigacionistas, os seniores e hipotecários”, referiu, garantindo, que nestes casos, o Santander Totta responderá a “100 por cento”.

Ainda no caso dos antigos clientes do ex-Banif lesados com obrigações subordinadas, António Vieira Monteiro explicou que o Santander Totta tudo está “a fazer para criar as condições para poder resolver alguns dos problemas”, advertindo, contudo, que “os problemas que possam vir a ser resolvidos e a maneira como vão ser resolvidos não quer dizer que seja alguma vez de 100%”.

“Isto é claro que, tratando-se de uma entidade que não está obrigada, e dentro das regras das supervisões bancárias que nos assistem e dentro dos princípios das autorizações que temos que ter para este tipo de produtos, teremos que ter em atenção essas realidades todas”, acrescentou, explicando que no caso das obrigações subordinadas estão, sobretudo, em causa clientes particulares, havendo, por exemplo, 22 fábricas de Igreja (paroquial).

A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Oitante.

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.

O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira.

Santander acusado de aliciar clientes do Banif

Quinta-feira, Fevereiro 4th, 2016

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Sábado

Jorge Tomé, ex-presidente do banco insular, queixou-se a António Vieira Monteiro de que, em Novembro, havia clientes a serem contactados pelo Santander com o pretexto de que o Banif ia fechar. O presidente da instituição espanhola desmente

Em Novembro, um mês antes da nota de rodapé da TVI que precipitou o desfecho do Banif e a venda ao Santander por 150 milhões de euros, funcionários do banco espanhol terão contactado clientes da instituição liderada por Jorge Tomé com o pretexto de que esta iria fechar. Incrédulo, o presidente do Banif telefonou a António Vieira Monteiro a mostrar o seu desagrado com a situação.

O presidente do Santander admitiu à SÁBADO que falou com Jorge Tomé, mas nega categoricamente que os seus funcionários tenham aliciado clientes do Banif. E alega que o BCP e a CGD foram as maiores beneficiadas com a fuga de clientes. António Vieira Monteiro conta ainda como fez as duas propostas para ficar com o Banif.

Fonte oficial em Bruxelas explicou também à SÁBADO que só com auxílios estatais a venda seria facilitada “a um forte comprador”. 

Leia toda a história na edição n.º 614 da SÁBADO, nas bancas a 4 de Fevereiro.