Archive for the ‘Venda de ativos’ Category

Fundo imobiliário do Banif já dá dinheiro à Oitante

Terça-feira, Outubro 22nd, 2019

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Negócios

As vendas de imóveis “limparam” toda a dívida do fundo Imopredial, gerido pelo ex-Banif Gestão de Ativos e que conta com a Oitante como participante. A partir de agora, a liquidez gerada será usada para amortizar o empréstimo garantido pelo Fundo de Resolução.

A Oitante, o veículo que herdou os ativos tóxicos do Banif, vai começar a ver os frutos das vendas de imóveis do Imopredial, dono do Retail Park do Carregado e do Centro Empresarial de Alverca. Depois de ter conseguido “limpar” toda a dívida, o fundo imobiliário passa a ficar com todo o capital gerado com a alienação de ativos, entregando-o na totalidade à entidade liderada por Miguel Artiaga Barbosa e aos restantes participantes. Dinheiro esse que vai ser usado para continuar a amortizar o empréstimo obrigacionista, subscrito pelo Santander Totta e garantido pelo Fundo de Resolução, e aliviar o risco da banca.

“Deliberar sobre a proposta de redução do capital do fundo, e sobre as consequentes alterações ao regulamento de gestão do fundo.” Este é o único ponto que vai ser analisado, no final do mês, na assembleia de participantes do Imopredial, um fundo de investimento imobiliário fechado gerido pela Profile (ex-Banif Gestão de Ativos). A sociedade gestora tem no seu portefólio o Banif Property, em liquidação, mas também o Banif Renda Habitação, dedicado ao investimento em imóveis para arrendamento habitacional.

Na prática, “a assembleia de participantes do Imopredial, convocada para 31.10.2019, tem como principal objetivo deliberar sobre a distribuição de liquidez do fundo Imopredial, que se encontra em desinvestimento, à semelhança do que acontece com os restantes ativos da Oitante”, explica fonte oficial da Oitante ao Negócios. Isto porque a “liquidez gerada pela venda dos ativos do fundo não é reinvestida, mas sim distribuída pelos participantes”, acrescenta, notando ainda que a “redução de capital que vai ser decidida na próxima assembleia de participantes tem subjacente vendas de ativos já realizadas”.

Capital para amortizar empréstimo obrigacionista
Esta distribuição só é possível depois de a Oitante ter conseguido chegar a este ano sem registar qualquer dívida nas contas do fundo. Em 2017, este montante era ainda de 25 milhões, recuando depois para 12,6 milhões no ano passado. Uma evolução para a qual contribuíram as vendas de imóveis, nomeadamente do Retail Park da Guarda, em 2018, por perto de 9 milhões de euros, num momento em que o mercado imobiliário nacional está a beneficiar da forte procura por parte de entidades internacionais.

Agora que “limpou” a dívida, o montante a receber por cada venda irá ser usado para ajudar a Oitante a cumprir o seu objetivo: amortizar o empréstimo obrigacionista emitido em 2015 e subscrito pelo Santander Totta. A Oitante ficou com créditos problemáticos, imóveis e participações financeiras que pertenciam ao Banif e que o banco liderado à data por António Vieira Monteiro não quis. Para compensar, a entidade teve de emitir 746 milhões de euros em obrigações. Um empréstimo que foi garantido, na sua totalidade, pelo Fundo de Resolução que, por sua vez, foi contragarantido pelo Estado.

Até agora, metade dos 746 milhões de euros emitidos já foi saldada. E o objetivo é amortizar na totalidade até 2021.

Mais vendas na calha
Para isso, as operações de venda vão continuar. De acordo com o relatório e contas de 2018 do fundo imobiliário, “ao longo do exercício de 2019, o Imopredial prosseguirá uma estratégia de desinvestimento em imóveis e sociedades imobiliárias”. Esta será implementada “de forma seletiva”, de maneira a “permitir, entre outros, reduzir o passivo bancário”. Nesse sentido, “serão lançados alguns processos competitivos na venda de alguns ativos imobiliários”.

Até dezembro do ano passado, o fundo tinha vários ativos em carteira, nomeadamente o Retail Park do Carregado, mas também o edifício Malhoa, que prestava apoio à sede do Banif, vendida no final do ano passado. Contava ainda com o Centro Empresarial de Alverca, avaliado no balanço em quase 23 milhões de euros, e com o Arquiparque 7, edifício onde se situa a sede da Parvalorem.

Outros imóveis em carteira

O Imopredial inclui na sua carteira o Centro Empresarial de Alfragide I e II, avaliados, no total, em mais de 5 milhões de euros.

O City Park de Penafiel e o Guimarães Retail Park, com um valor no balanço de quase 6 milhões, também se incluem no portefólio do fundo gerido pelo ex-Banif Gestão de Ativos.

Entre os ativos com uma avaliação mais elevada (mais de 8 milhões de euros) encontra-se ainda o edifício Minerva, no Porto.

O Imopredial também é dono de vários centros empresariais e armazéns e parques de estacionamento, incluindo dois edifícios comerciais em São João da Madeira e Santarém, um centro empresarial na Madeira e um parqueamento no edifício Visconde da Luz, em Cascais.

Oitante sai do Banif Brasil com venda de posição a investidor

Sábado, Agosto 3rd, 2019

A Banif International Holdings vendeu a opção de compra da sua participação no Banif Brasil. Oitante e Banif Imobiliário eram as únicas credores do banco.

A Oitante “libertou-se” do Banif Brasil, um dos ativos do grupo fundado por Horácio Roque em maiores dificuldades. Não através da alienação do banco, como o Banif tentava há alguns anos, mas da venda de uma participação que ainda ligava o veículo liderado por Miguel Artiaga Barbosa a esta instituição financeira.

“A respeito do Banif Brasil, a Banif International Holdings celebrou um contrato em que vendeu a opção a um investidor para comprar a sua posição junto do Banif Brasil”, lê-se no relatório de gestão e contas de 2018 divulgado pela Oitante. Esta opção, adianta ainda, foi vendida por cerca de 6 mil dólares. Quanto ao investidor, cuja entidade não é revelada, este não pretende vender o banco. O objetivo é ficar a controlá-lo, conforme informações obtidas pelo Negócios.

O veículo que ficou com os ativos do Banif que o Santander Totta não quis comprar era um dos únicos credores da Banif International Holdings, em conjunto com a Banif Imobiliário. Neste sentido, “o valor de venda dessa opção reverteu a favor da Oitante e da Banif Imobiliária, recebendo cada uma delas 3,5 mil dólares e 2,5 mil dólares, respetivamente”, adianta a empresa liderada por Miguel Artiaga Barbosa. “Consequentemente, em 2019 a Oitante e a Banif Imobiliária deram por encerrados os seus créditos junto do Banif Brasil e da Banif International Holdings”, refere ainda.

A Oitante fechou, assim, a sua exposição ao Brasil, algo que já tentava concretizar há alguns anos. Fonte da Oitante explica que a “exposição da Oitante ao Brasil era composta por algumas operações creditícias de diferentes graus de subordinação a diferentes entidades relacionadas com o Banif Brasil. No final do ano passado as últimas exposições foram eliminadas”.

Esta foi a solução encontrada depois das várias tentativas de venda do Banif Brasil, ao mesmo tempo que a unidade estava em liquidação. “Paralelamente a este processo [de liquidação], mantiveram-se os esforços no sentido de poder vender a instituição, num processo assessorado pela KPMG Brasil, que efetuou igualmente uma ‘seller’s due diligence’ [auditoria para facilitar a venda], embora sem sucesso até agora”, lia-se no relatório e contas do Banif relativo a 2016. Tendo em conta a falta de sucesso, a estratégia passou por “vender um conjunto de ativos e passivos que permita acelerar materialmente o processo de liquidação, embora não excluindo a possibilidade de venda do banco a médio prazo”, indicava o mesmo documento.

A liquidação ordinária do Banif Brasil foi decidida em maio do ano passado pelo Banco Central do Brasil. Isto na sequência de um pedido do Banif, dono de 100% da entidade.

Oitante falha meta para venda de imóveis em 2018

Sexta-feira, Julho 5th, 2019

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Negócios

O relatório da Conta Geral do Estado de 2018 indica que a empresa liderada por Miguel Artiaga Barbosa “não atingiu” o objetivo para a venda de imóveis no ano passado. Já a Oitante garante ter cumprido perto de 80% do que estava previsto.

A Oitante, o veículo que herdou os ativos do Banif que o Santander Totta não quis, não cumpriu o objetivo de venda de ativos imobiliários definido para o ano passado. A conclusão consta do relatório da Conta Geral do Estado de 2018, divulgado esta terça-feira.

“Não foi atingido o montante do objetivo estabelecido referente a desinvestimento de ativos imobiliários” por parte da empresa liderada por Miguel Artiaga Barbosa, refere o documento, sem detalhar qual a meta anual definida. Isto “na sequência de contrato de prestação de serviços com uma entidade — Altamira — para as áreas da gestão de ativos imobiliários e de recuperação de crédito em incumprimento”, acrescenta.

Contactada pelo Negócios, a empresa não adiantou qual foi o objetivo que a Conta Geral do Estado de 2018 diz não ter sido alcançado. Fonte da Oitante explica, contudo, que a “informação que foi prestada respeita apenas aos ativos detidos diretamente pela Oitante, com características e necessidades muito particulares, não agregando informação consolidada do universo Oitante (Oitante, Banif Imobiliária e Fundos Imobiliários), onde o grau de cumprimento de objetivos, em termos globais, atingiu cerca de 80%”.

A empresa refere ainda que “os objetivos definidos inicialmente foram ambiciosos para uma mudança de paradigma”. A expectativa, continua, é de “que a Altamira possa vir a recuperar rapidamente o desinvestimento de ativos imobiliários que não foram atingidos em 2018”.

A Oitante assinou um contrato com a gestora espanhola de fundos Altamira, no final de 2017, para gerir uma carteira de imóveis de cerca de mil milhões de euros. Isto além de um portefólio de crédito malparado. Este contrato permitiu à empresa acelerar as vendas dos ativos herdados do Banif.

No final do ano passado, a entidade acabou por concluir a venda da antiga sede do Banif na Avenida José Malhoa por 24 milhões. Saiu também do mercado espanhol depois de vender a imobiliária Vegas Altas e uma participação de 33% no banco de retalho Banca Pueyo.

Como já assumiu o seu presidente, a Oitante espera amortizar até 2021 a totalidade dos 746 milhões em obrigações emitidas em 2015 para financiar a queda do Banif.

A Oitante foi criada no final de 2015 (inicialmente designada de Naviget), para ficar com os despojos do Banif que o Santander Totta não quis adquirir e que poderia ser alvo de recuperação. Os ativos são sobretudo imóveis com imparidades associadas , mas também créditos na sua maioria em incumprimento. O objetivo é conseguir preparar as condições para alienar ou liquidar aqueles ativos.

Oitante quer as receitas da venda de empresas nos EUA

Sexta-feira, Janeiro 25th, 2019

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Negócios

A Oitante quer que lhe sejam pagas as receitas obtidas pelo Banif na liquidação de sociedades sediadas nos Estados Unidos, o que diminuiria o dinheiro do banco a distribuir pelos credores. A comissão liquidatária contestou.

A Oitante, entidade que foi criada para ficar com os imóveis e créditos problemáticos mas recuperáveis do Banif que o Santander não quis adquirir, colocou uma ação contra o banco em liquidação. O Banif contestou.

O objetivo do veículo, que é detido na totalidade pelo Fundo de Resolução, é ficar com as receitas das vendas de subsidiárias do Banif nos Estados Unidos da América.

Esta é uma reclamação para a divisão de bens “com vista a obter a separação (e também a sua restituição) do universo da massa insolvente do Banif, do património correspondente às quantias recebidas no contexto da liquidação das subsidiárias Banif & Açores (San José), Banif & Açores Inc (Fall River) e Banif & Açores (Newark)”, de acordo com os documentos consultados pelo Negócios no juízo do Comércio da Comarca de Lisboa.
A Oitante pretende ficar com aquelas receitas, o que, a ser aceite, reduziria a dimensão dos montantes a serem distribuídos pelos credores do Banif.

As unidades “foram constituídas para, entre outras atividades, estabelecer e gerir escritórios locais dedicados a promover remessas de dinheiro de clientes Banif residentes nos EUA para contas que os mesmos tinham abertas junto do banco em Portugal”, segundo o Relatório e Contas do Banif. A liquidação ficou concluída em 2017.

Só que a Oitante, que é credora destas entidades, considera que as receitas devem ser para os credores e não para o acionista. Nas contas de 2017, coloca aliás estas entidades na rubrica de créditos a receber.

Antigos ativos imobiliários do Banif vendidos a grupo italiano

Terça-feira, Janeiro 8th, 2019

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Dinheiro Vivo

Espanhóis da Altamira, que tinham comprado esta unidade de negócio à Oitante em 2017, venderam 85% da empresa ao grupo DoBank.

Em abril de 2017, a Oitante, a entidade que ficou a gerir os ativos tóxicos do Banif – no âmbito da resolução do banco – vendeu a unidade de negócio que geria os ativos imobiliários e a carteira de crédito malparado aos espanhóis da Altamira Asset Management. Mais de ano e meio depois, a Altamira foi vendida ao grupo financeiro italiano DoBank, de acordo com informação publicada na segunda-feira pela imprensa espanhola.

Para já, os italianos adquiriram 85% da Altamira, que pertencia aos norte-americanos da Apollo – os detentores da seguradora Tranquilidade em Portugal. Nas próximas semanas, os italianos poderão ficar com toda a empresa de ativos se o banco Santander decidiu vender a sua posição. No total, a compra da Altamira poderá valorizar a empresa em 412 milhões de euros, segundo a agência de notícias Efe.

A empresa espanhola, além de Portugal, gere atualmente ativos avaliados em cerca de 55 mil milhões de euros em Espanha, Grécia e Chipre. Após a formalização da fusão com os italianos DoBank, em maio, as duas empresas passarão a gerir ativos avaliados em mais de 140 mil milhões de euros e terão mais de 2200 trabalhadores nos seus quadros.

Oitante vende sede do Banif por cerca de 24 milhões de euros

Segunda-feira, Dezembro 3rd, 2018

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Económico

O veículo que ficou com os ativos problemáticos do Banif na sequência da resolução do banco, no final de 2015, concluiu no início deste mês a venda do edifício que era a antiga sede do banco na Avenida José Malhoa. O imóvel foi posto à venda com o valor mínimo de 24 milhões de euros, e a venda foi fechada por um valor que não atinge este montante. Não foi divulgado o nome do comprador.

A Oitante, veículo que ficou com os ativos problemáticos do Banif na sequência da resolução do banco, no final de 2015, concluiu no início deste mês a venda do edifício que era a antiga sede do banco na Avenida José Malhoa. O Jornal Económico sabe que a Oitante recebeu 15 propostas pelo imóvel e vendeu à oferta mais alta, que supera em 10% o valor contabilístico do ativo.

Das 15 ofertas, uma dezena foi acima dos 20 milhões de euros. O imóvel foi posto à venda – por via do fundo property – com o valor mínimo de 24 milhões de euros, e a venda foi fechada por um valor que não atinge este montante, de acordo com a informação avançada ao jornal. Não foi divulgado o nome do comprador.

A Oitante pôs à venda a histórica sede do Banif, em setembro, e este era um dos ativos que fazia parte da carteira que a sociedade liderada por Miguel Barbosa previa alienar até ao final do ano para pagar 40% da dívida (cerca de 117 milhões de euros), assumida há três anos. Numa entrevista ao “Expresso”, em setembro, Miguel Barbosa dizia que o “objetivo é maximizar o bom ritmo de vendas de participações e imóveis para pagar já este ano 40% da dívida e não ser preciso, como ainda não foi, pedir um cêntimo ao Fundo de Resolução”.

A Oitante assinou um contrato de servicer, no final de 2017, com a gestora espanhola de fundos Altamira para gerir um conjunto de imóveis (uma carteira de cerca de 1000 milhões de euros) e uma carteira de crédito malparado. Este contrato permite à Oitante acelerar as vendas de alguns ativos que herdaram do Banif, o que inclui imóveis residenciais e industriais.

Recorde-se que a Altamira, detida maioritariamente pelo fundo norte-americano Apollo (85%) e em 15% pelo banco Santander, tem um contrato de cinco anos com a Oitante no final do qual, a Oitante, deverá ter fechado a maioria das vendas dos imóveis.

Banif Investimento muda de nome: passa a ser Bison Bank

Quarta-feira, Novembro 28th, 2018

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Eco

Banif Investimento muda de nome: passa a ser Bison Bank

“É com base na ligação privilegiada ao mercado asiático que o Bison Bank irá distinguir-se das restantes entidades financeiras no nosso país”, refere a instituição.

Bison Bank é a nova designação do Banif – Banco de Investimento que é lançada nesta segunda-feira em Portugal, estando focado nos segmentos de ‘wealth management’, gestão de ativos e banca de investimento, anunciou o Bison Capital Financial Holdings.

Em comunicado, os chineses da Bison Capital Financial Holdings (Hong Kong) Limited, que adquiriram a parte do Banif que estava na Oitante, destacam que “é com base na ligação privilegiada ao mercado asiático que o Bison Bank irá distinguir-se das restantes entidades financeiras no nosso país”, em “especial neste atual contexto em que Portugal se posiciona como o segundo país europeu que mais investimento chinês recebe, quando ponderado pela sua dimensão económica”.

Segundo adianta, o banco irá “servir ainda como ponte financeira entre a Ásia, Europa e vice-versa: “Os nossos objetivos passam por criar uma ligação intercontinental sólida entre os continentes asiático e europeu apoiando um fluxo constante de ligações que aproximam os mercados de investidores em todo o mundo”.

“Com esta aquisição e o lançamento do Bison Bank iremos apoiar clientes asiáticos interessados em investir e expandir a atividade internacionalmente, bem como investidores internacionais interessados na China”, refere a presidente não-executiva do Bison Bank, Lijun (Lily) Yang, citada no comunicado.

A proposta dos chineses, cujo valor não foi divulgado, foi apresentada como “aquela queapresentava as condições mais favoráveis à maximização da venda” da instituição.

No final de junho deste ano, o Banco de Portugal anunciou que pediu o início da liquidação judicial do Banif, na sequência da revogação pelo Banco Central Europeu da autorização para o exercício da atividade de instituição de crédito.

Em dezembro de 2014, o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal, o que levou a que muitos clientes se viessem a afirmar como lesados por aquela instituição bancária.

Entre os lesados estão cerca de 3.500 obrigacionistas, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, mas também das comunidades portuguesas na África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, que perderam 263 milhões de euros.

Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.

Parte da atividade do Banif foi adquirida pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que este comprador não adquiriu.

Desde a resolução do Banif, investidores do banco têm andado em ‘luta’ por uma solução que os compense pelas perdas.

Oitante acaba com presença do Banif em Espanha

Domingo, Novembro 25th, 2018

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Negócios

O veículo do Fundo de Resolução Oitante vendeu a participação de 33% no espanhol Banca Pueyo. O comprador é um dos outros accionistas, que exerceu o direito de preferência para tirar a posição a outros interessados.

A Oitante deu por concluída a saída de Espanha. Depois de vender a imobiliária Vegas Altas, o veículo herdeiro do Banif alienou a participação de 33% no banco de retalho Banca Pueyo. O comprador é o mesmo: um dos outros accionistas do banco, não identificado.

“A Oitante, S.A. (“Oitante”) informa sobre a conclusão do processo de alienação da participação na Banca Pueyo, S.A. (“Banca Pueyo”) a um dos actuais accionistas, que exerceu o direito de preferência”, aponta um comunicado enviado às redacções pelo veículo.

O direito de preferência foi utilizado por um dos accionistas porque havia outros interessados na participação de 33,32% da Oitante na Banca Pueyo. Segundo o relatório e contas de 2017, são sete os restantes accionistas (a Hornileza 2 e a Smart Business Operating têm, cada uma, participações de 14%, as mais relevantes após a Oitante).

Certo é que o mesmo accionista também comprou o outro activo que o veículo presidido por Miguel Artiaga Barbosa tem em Espanha, a imobiliária Vegas Altas que detém algumas das agências do banco.

“A conclusão desta operação ocorre após a submissão e respectivas autorizações das entidades competentes, nomeadamente o Banco de Portugal, Direção Geral da Concorrência da Comissão Europeia, Banco de Espanha e Banco Central Europeu, verificando-se as condições estabelecidas no Shares Sale and Purchase Agreement, assinado em 28 de Agosto de 2018”, aponta o comunicado.

A participação de 33,32% da Oitante na instituição financeira, que conta com 300 funcionários, estava avaliada pela Oitante em 11,2 milhões de euros, de acordo com dados de fecho de contas de 2017.

A Oitante deixa de estar assim presente em Espanha. O veículo, detido a 100% pelo Fundo de Resolução, ficou com os activos a vender e com o crédito malparado do antigo Banif que o Banco Santander Totta não quis adquirir, na resolução de 20 de Dezembro de 2015. Tem alienado activos para conseguir recuperar algum do valor.

Como já assumiu o seu presidente, a Oitante espera amortizar até 2021 a totalidade dos 746 milhões em obrigações emitidas em 2015 para financiar a queda do Banif. O que livra a activação da garantia prestada pelo Fundo de Resolução, que está contragarantida pelo Tesouro.

 

Banco do Banif no Brasil está em liquidação mas há tentativas de venda

Segunda-feira, Novembro 19th, 2018

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Negócios

O Banif Brasil entrou em liquidação, como a casa-mãe, em Portugal. Contudo, ainda há tentativas para vender o seu negócio.

O Banif Brasil está em liquidação mas, em Portugal, o accionista – que se encontra num processo idêntico – está a tentar encontrar compradores para os seus activos.

A liquidação ordinária do Banif Brasil foi decidida a 2 de Maio pelo Banco Central do Brasil (Bacen), a pedido do Banif, seu dono a 100%. Isto depois de ter sido acordado um plano de resgate à instituição financeira para extinguir o seu passivo bancário. Houve, antes disso, duas tentativas de venda falhadas.

De qualquer forma, a comissão liquidatária do Banif em Portugal está a tentar encontrar comprador para aquela operação. “Paralelamente a este processo [de liquidação], mantiveram-se os esforços no sentido de poder vender a instituição, num processo assessorado pela KPMG Brasil, que efectuou igualmente uma ‘seller’s due diligence’ [auditoria para facilitar venda], embora sem sucesso até agora”, aponta o relatório e contas do Banif, relativo a 2016, mas que tem dados sobre factos posteriores.

Tendo em conta a falta de sucesso, “a estratégia reorientou-se no sentido de vender um conjunto de activos e passivos que permita acelerar materialmente o processo de liquidação, embora não excluindo a possibilidade de venda do banco a médio prazo”, adianta.

Segundo informações obtidas pelo Negócios, há a possibilidade de a venda do Banif Brasil ocorrer ainda este ano. O Banif em Portugal antecipa a perda total do investimento nesta entidade.

O Banif Brasil foi um dos activos do grupo fundado por Horácio Roque que se encontrava em maiores dificuldades, até por contingências legais que chegaram a ser alvo de auditoria pelo supervisor. Jorge Tomé, na comissão de inquérito ao Banif, chegou a dizer que a instituição brasileira merecia “quase outra comissão de inquérito”.

Ex-banco do Banif passa a Bison e muda-se para antiga sede do CaixaBI

Terça-feira, Novembro 13th, 2018

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Negócios

Banco Bison: é esta a marca que os chineses pediram para registar em Portugal. O banco de investimento está em mudanças. Falta chegar a nova presidência, mas a sede já foi alterada.

Os chineses do grupo Bison vão alterar a marca da unidade de investimento do Banif, que adquiriram em Julho. Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o pedido de registo aponta para a absorção do nome do accionista.

Foi em Agosto que foi feito o pedido, por parte da Bison Capital Holding Company Limited, para o registo de uma marca nacional: Banco Bison. Neste momento, aguarda eventuais oposições ao pedido, com data prevista para o fim deste período em 4 de Dezembro.

Até aqui, os chineses da Bison Capital têm-se referido ao Banif – Banco de Investimento pelas suas iniciais: BBI. O banco não esteve disponível para responder às questões sobre a marca.

Neste momento, a entidade aguarda ainda a chegada do novo presidente executivo. O Jornal Económico noticiou que Pedro Cardoso, ex-líder do Banco Nacional Ultramarino, banco da CGD em Macau, é o presidente executivo proposto. Entretanto, o Eco noticiou, na semana passada, que o Banco de Portugal fez pedidos de esclarecimentos adicionais sobre os nomes propostos para o conselho de administração. Nem o supervisor nem a instituição financeira fizeram comentários sobre o tema.

Neste momento, o conselho de administração do BBI, que tem quatro membros, é presidido por Lijun Yang. O mandato compreende-se entre 2018 e 2021.

Quanto ao conselho fiscal, o órgão responsável por vigiar a gestão executiva do banco, conta com três elementos, sendo liderado por Issuf Ahmad. Este foi o gestor escolhido, em 2014, pelo governo de Passos Coelho para liderar o conselho fiscal do Banif, na sequência da injecção estatal.

O banco foi intervencionado em Dezembro de 2015 e a maioria dos activos transmitidos para o Santander Totta, com uma parcela a passar para a Oitante e ainda uma parte residual a ficar no Banif SA. O banco de investimento ficou no veículo Oitante, que chegou a acordo para a venda aos chineses em 2016, mas que só em 2018 obteve autorização do Banco Central Europeu para fechar a transacção.

Mudam-se para antiga sede do CaixaBI
Desde que assumiu o controlo do BBI, o grupo Bison tem feito várias mudanças. Desde logo, procedeu a um aumento de capital de 41 milhões de euros.

A sede também mudou: agora é na Rua Barata Salgueiro, n.º 33, piso 0, Lisboa, segundo o Portal de Justiça. Este é o imóvel que, no início do ano, foi vendido pela Caixa Geral de Depósitos por um montante em torno de 20 milhões de euros. Era aqui que estava instalada a unidade de investimento do banco público, que, no âmbito do plano de reestruturação, passou para a sede da Caixa Geral, na Avenida João XXI, também na capital.