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Vieira Monteiro deixou um enigma sobre a corrida ao Novo Banco: “Estamos atentos ao que se passa no mercado e já vimos o caderno de encargos”. Sobre Gamma, sociedade de titularização de crédito, confessou o interesse, mas já quanto ao Banif Banco de Investimento, não tem interesse na sua aquisição.
Depois da compra dos activos e passivos do Banif, no final do ano passado, o Santander Totta, braço do espanhol Santander em Portugal, entrou definitivamente na rota das fusões e aquisições bancárias que se antevêem para os próximos anos. O BCE o quer e a fraca rentabilidade em Portugal a isso convida.
Por isso hoje é inevitável que em cada conferência de imprensa surja a pergunta “o Santander Totta vai comprar o Novo Banco?” António Vieira Monteiro, presidente em Portugal, disse a este propósito em tom enigmático: “Estamos atentos ao que se passa no mercado e já vimos o caderno de encargos”.
António Vieira Monteiro, à margem da conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, não quis responder à pergunta, se depois de olhar para o caderno de encargos tinha escolhido uma das três opções que lá são dadas para investir no ex-BES. Como se sabe são: através do concurso no Procedimento de Venda Estratégica; no Procedimento de Venda em Mercado como ‘Cornerstone Investors’ [investidores de referência]; ou como investidores institucionais no IPO (Oferta Pública Inicial).
O presidente do Santander Totta disse apenas que “estamos atentos a essa ou a outras operações”.
Depois, questionado pelo Económico se estaria interessado na compra do Banif Banco de Investimento que está a ser conduzido pela Oitante com a assessoria da N+1, respondeu peremptoriamente “Não”.
Já em relação à Gamma, outra sociedade à venda pela Oitante, Vieira Monteiro admitiu o interesse, mas diz que é uma sociedade instrumental que essencialmente titulariza créditos que eram do Banif. Mas realçou que tinha sido aberto um concurso para a venda, pelo que deverá esperar pelo resultado para saber se adquire ou não a Gamma.
Por fim mostrou-se confiante das decisões judiciais que venham a ser tomadas em relação aos swaps com as empresas públicas, que, tudo indica serão julgados pelos tribunais ingleses. Embora possam ir também à barra do Tribunal de Justiça Europeu. “Estamos confiantes”, disse.