Archive for the ‘Resolução’ Category

Tribunal do Funchal dá razão a Banco de Portugal na resolução do Banif

Quinta-feira, Janeiro 14th, 2021

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Expresso

Ação visava declarar a ilegalidade e inconstitucionalidade da intervenção no Banif, em 2015. Ainda é possível recurso.

Numa altura em que tem recebido más notícias na frente judicial, como a anulação do processo de contraordenação que lançou contra a KPMG na auditoria ao BES, o Banco de Portugal conseguiu uma vitória no que diz respeito aos processos sobre o Banif.

Segundo um comunicado emitido pelo supervisor esta terça-feira, 12 de janeiro, o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal “julgou totalmente improcedente uma ação judicial envolvendo vários litígios relacionados com a aplicação das medidas de resolução ao Banif”.

A ação, colocada por lesados pela intervenção, visava anular as deliberações da administração do Banco de Portugal em que foram decididas as medidas de resolução aplicadas ao banco que tinha o Estado e a Rentipar, dos herdeiros de Horácio Roque, como principais acionistas. O Banif tinha sede na Madeira.

“Na sua decisão, o Tribunal pronunciou-se expressamente sobre todos os pontos relativamente aos quais os autores invocavam a existência de ilegalidades e inconstitucionalidades e, consequentemente, determinou a legalidade e manutenção das referidas deliberações do Banco de Portugal”, indica a mesma nota. A decisão é passível de recurso.

O Banif foi alvo de uma medida de resolução a 20 de dezembro de 2015. Era, considerou então o supervisor na altura comandado por Carlos Costa, “a única solução capaz de proteger os depositantes e de assegurar a continuidade dos serviços financeiros essenciais para a economia que eram prestados pelo Banif, salvaguardando a estabilidade do sistema financeiro com menos custos para o erário público”.

A resolução consubstanciou-se na sua divisão em três entidades: a principal parte da carteira de ativos e passivos foi adquirida pelo Santander (que a comprou já devidamente capitalizada pelo Estado); uma parcela de imóveis e participações – que o banco de capitais espanhóis não quis – transitou para a Oitante, detida pelo Fundo de Resolução; o resto, ativos residuais, ficou no Banif, deixando os acionistas sem nada.

Tal como acontecera no BES (que também já viu no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, em março de 2019, a confirmação de que a resolução ditada pelo Banco de Portugal em agosto de 2014 respeitou a legislação), o Banif motivou vários processos em tribunal.

Segundo informações da autoridade comandada por Mário Centeno (ministro das Finanças quando foi determinada a resolução), havia 17 ações administrativas que visavam a impugnação das deliberações no fim de 2019.

Banif: A resolução que evitou uma liquidação milionária

Sexta-feira, Julho 17th, 2020

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Negócios

O BdP anuncia a resolução a 20 de dezembro de 2016. A atividade bancária do Banif foi vendida ao Santander por 150 milhões de euros e os ativos que este não quis foram transferidos para um veículo detido pelo Fundo de Resolução.

O Governo de António Costa ainda não estava em exercício há um mês e o Ministério das Finanças já se deparava com uma prova de fogo: a tentativa de vender o Banif, então detido em 60,5% pelo Estado, chegava ao fim sem ter sido encontrado comprador. A 16 de dezembro de 2016, segundo as atas do BdP, Centeno comunica ao regulador que, perante a dificuldade em vender o banco e em encontrar uma solução viável, “não parecia restar uma alternativa que não passasse pela resolução”.

O BdP anuncia a resolução a 20 de dezembro. A atividade bancária do Banif foi vendida ao Santander por 150 milhões de euros e os ativos que este não quis foram transferidos para um veículo detido pelo Fundo de Resolução. A fatura totalizou 2,25 mil milhões de euros de apoios públicos para cobrir o financiamento da resolução, a que se somaram 422 milhões para cobrir a transferência dos ativos que o Santander não quis.

Centeno defendeu a decisão de aplicar a medida de resolução, argumentando que a liquidação do banco teria custado 10 mil milhões de euros, valor equivalente à totalidade dos ativos do Banif.

Depois de deixar o cargo de ministro, lembrou este caso como o maior desafio do seu mandato. “O momento mais difícil foi o da resolução do Banif. Era o único documento que estava no cofre do Ministério das Finanças. Havia uma carta que relatava de forma muito sintética a dificílima situação em que se encontrava o Banif e, por arrasto, todo o sistema financeiro português”, disse no podcast do PS “Política com Palavra”, em junho.

 

Há 5.900 reclamações de crédito no Banif mas podem ser mais

Terça-feira, Julho 2nd, 2019

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Expresso

Notificação de credores do Banif no estrangeiro está por fazer, o que pode elevar número de reclamações

Já chegaram 5900 reclamações de crédito ao Banif. Contudo, ainda não foram notificados os credores que têm domicílio fora da União Europeia. O número pode crescer. A liquidação do banco que foi alvo de intervenção pelo Banco de Portugal no final de 2015 está para durar.

É à comissão liquidatária do Banif que chegam as reclamações dos clientes que consideram ter sido lesados na resolução do banco fundado por Horácio Roque. Estas 5900 reclamações comparam com as 32.500 reclamações (de 23.960 reclamantes) que foram feitas relativamente ao Banco Espírito Santo.

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Centeno diz ao FT que resgate do Banif foi o “mais caro” da banca europeia

Sexta-feira, Abril 12th, 2019

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Eco

Centeno diz ao FT que resgate do Banif foi o “mais caro” da banca europeia

O ministro das Finanças diz ao Financial Times que o resgate do Banif foi “provavelmente o mais caro da Europa” e sublinha que as políticas de reversão da austeridade não foram “dramáticas”.

O resgate do Banco Internacional do Funchal (Banif)  foi “provavelmente o mais caro” da banca europeia. Quem o diz é o ministro das Finanças, citado esta quarta-feira pelo Financial Times (acesso pago / conteúdo em inglês). Em declarações ao jornal britânico, Mário Centeno deixa ainda uma nota sobre as políticas adotadas para reverter a austeridade, salientando que não foi aplicada uma mudança “dramática”.

Ainda sobre o setor bancário, Mário Centeno aproveita para insistir que a nova injeção de capital solicitada pelo Novo Banco não custará “um cêntimo aos contribuintes” — uma opinião que já foi mesmo contestada pelo próprio Presidente da República — e não comprometerá a meta do défice para este ano, que deverá ficar próxima de zero.

Já sobre a austeridade, o ministro das Finanças considera que as alterações feitas por este Governo “não foram dramáticas”. Centeno explica: “Era preciso implementar uma mudança, mas não uma grande mudança. Suspeito dos visionários que pensam que sabem o suficiente para lidar com máquinas grandes. Eu receio as máquinas grandes”.

Por isso, o governante atribui a redução do défice dos últimos anos não a políticas drásticas, mas à queda acentuada dos juros da dívida portuguesa, que foram, por sua vez, fruto das pequenas mudanças que restauraram a confiança em Portugal. “O truque foi comprometermo-nos com um caminho e mantê-lo”, defende, referindo que, consequentemente, se registou “um salto tremendo na confiança e na atividade económica”, já na segunda metade de 2016.

No que diz respeito ao futuro das contas públicas e à crescente contestação social, António Costa diz que, depois de um período de crise, é normal que “toda a gente queira tudo agora”. O líder do Executivo deixa, contudo, o recado: “Um bom Governo tem de lidar com as necessidades sociais, com a capacidade orçamental e com as suas prioridades políticas”.

PSD diz que colapso do Banif foi um “golpe” preparado em Bruxelas

Quinta-feira, Abril 19th, 2018

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Diário de Notícias da Madeira

Foi “o maior golpe de sempre” ao dinheiro dos contribuintes uma vez que o governo assumiu responsabilidades, mas continua sem definir uma solução para os clientes lesados

O deputado social-democrata, João Paulo Marques, disse esta quarta-feira na Assembleia Legislativa da Madeira que o colapso do Banif resultou de um “golpe preparado a partir de Bruxelas” em que os maiores lesados foram os contribuintes portugueses.

“O que aconteceu ao Banif foi um golpe preparado a partir de Bruxelas [instituições da União Europeia] com a cumplicidade do Banco de Portugal e do Governo do PS”, afirmou, durante a apresentação do relatório final da Comissão de Inquérito ao banco, do qual é o relator.

O documento foi aprovado na comissão a 21 de março deste ano, pelos deputados do PSD e do CDS-PP. BE, JPP e PS votaram contra.

A votação aconteceu após quase dois anos de audições, onde foram ouvidas diversas entidades e onde se assinalou que a região autónoma é “completamente alheia” ao processo de recapitalização e ruína do banco e à sua posterior venda ao Santander, em 2015, por 150 milhões de euros.

João Paulo Marques destacou que este foi “o maior golpe de sempre” ao dinheiro dos contribuintes, uma vez que o governo assumiu responsabilidades no valor de 3 mil milhões de euros e continua sem definir uma solução para os clientes lesados, que perderam cerca de 263 milhões de euros.

A Comissão Eventual de Inquérito ao Banif, da Assembleia Legislativa da Madeira, foi constituída em fevereiro de 2016 por iniciativa do PS, na sequência do colapso do banco, sendo que o objetivo era analisar a sua gestão e apurar o grau de exposição à dívida da Região Autónoma da Madeira.

Os trabalhos foram concluídos em novembro de 2017 e os representantes do Santander e do Banco de Portugal (BdP), responsável pela resolução que culminou na sua venda, recusaram sempre comparecer perante os deputados madeirenses

Esta situação foi, entretanto, rotulada de “afronta à dignidade da Assembleia Legislativa” pelo presidente da comissão, o social-democrata Carlos Rodrigues.

O deputado vincou, ainda, que o relatório deverá ser usado como instrumento de “pressão política”.

Os grupos parlamentares centraram o debate na necessidade de encontrar uma solução para os lesados do Banif, bem como no grau de responsabilidade do Governo Regional e do Governo da República no processo.

Fundo de Resolução admite perda de 489 milhões no Banif

Sexta-feira, Janeiro 12th, 2018

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Eco

A entidade liderada por Luís Máximo dos Santos emprestou 489 milhões para limpar o Banif na resolução. Mas o fundo admite não vir a receber qualquer montante.

O Fundo de Resolução admite não vir a receber nada na liquidação do Banif. A entidade liderada por Luís Máximo dos Santos emprestou 489 milhões de euros para limpar o banco, para absorver as perdas associadas à medida de resolução aplicada à instituição financeira. Isto depois de o Fundo ter dado como perdido o montante que injetou no Novo Banco em 2014. O valor, que ascende a 4,9 mil milhões de euros, foi reconhecido mesmo antes de ter sido formalizada a venda do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo.

“Nos termos da deliberação do Conselho de Administração do Banco de Portugal, de 20 de dezembro de 2015, que determinou a aplicação de medidas de resolução ao BANIF, o Fundo disponibilizou o montante de 489.000 milhares de euros a título de apoio financeiro na parte relativa à absorção de prejuízos“, no relatório e contas referente a 2016 do Fundo de Resolução, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago).

“O Fundo de Resolução considera que a probabilidade de recuperação do referido direito de crédito é remota, tendo sido reconhecida uma imparidade total sobre essa exposição, por contrapartida de uma redução de recursos próprios.”

Fundo de Resolução

Um montante que a entidade admite não recuperar. “O Fundo de Resolução considera que a probabilidade de recuperação do referido direito de crédito é remota, tendo sido reconhecida uma imparidade total sobre essa exposição, por contrapartida de uma redução de recursos próprios”, refere o Fundo de Resolução no documento publicado nosite.

A injeção de 489 milhões — utilizada para absorver perdas impostas ao Banif na resolução — foi integrada no Santander Totta que comprou a maioria da carteira do Banif. Em contrapartida, o Fundo recebeu um direito de crédito sobre o Banif.Ecohttps://eco.pt/2018/01/10/fundo-de-resolucao-admite-perda-de-489-milhoes-no-banif/

CDU organiza debate público sobre o colapso do BANIF

Sexta-feira, Novembro 24th, 2017

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Diário de Notícias da Madeira

A CDU/Madeira organiza um debate público sobre o colapso do BANIF, no próximo dia 2 de Dezembro, no qual intervirá o deputado da Assembleia da República, Miguel Tiago, o deputado que integrou as Comissões de Inquérito ao BES e ao BANIF, e é co-autor do livro ‘BANIF, uma resolução feita à medida’.

O debate público promovido pela CDU, marcado para a Universidade da Madeira, no auditório do Colégio dos Jesuítas, no Funchal, abordará as formas como se utilizou o dinheiro dos depósitos – o dinheiro dos clientes – para a especulação financeira, para financiar projectos das empresas dos “Amigos do Regime”, sem segurança de retorno desses créditos, assim também como o rol de ilegalidades cometidas impunemente, que levaram ao colapso do BANIF, deixando um rasto de destruição de tantas histórias de vidas.

Para a CDU, a descarada promiscuidade e rotatividade entre o poder político e o BANIF, a partilha de quadros e de objectivos, naquele que foi “Banco do Regime” na Região Autónoma da Madeira, as práticas ilegítimas e os negócios que atentaram contra o superior interesse público, obrigam a uma inadiável responsabilização política.

A CDU lança um apelo à mobilização cidadã à volta de um debate que é do interesse público e que contribuirá para o alargamento da corrente de exigência de uma política alternativa ao actual sistema predador e de extorsão.

Banif justifica não apresentação de contas de 2015 e 2016 com falta de recursos

Sábado, Agosto 5th, 2017

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Negócios

O Banif foi alvo de medida de resolução a 20 de Dezembro de 2015. Não há balanço de abertura nem resultados de fim de ano. A entidade, esvaziada de activos, espera apresentá-los no “mais breve prazo possível”. Já o dizia há mais de um ano.

O Banif voltou a não divulgar as suas contas no prazo definido por lei. Desta vez, a instituição, que ficou praticamente sem activos quando a operação central do banco foi vendida ao Santander Totta ou transitou para a Oitante, responsabiliza a falta de recursos.

“Relatório de gestão, as contas anuais, a certificação legal de contas e demais documentos de prestação de contas referentes ao exercício de 2016”. Todos estes documentos não foram divulgados. O mesmo acontece em relação aos mesmos dados do ano anterior. E nem há balanço às 23:30 de 20 de Dezembro de 2015, para dar conta do impacto da medida de resolução determinada pelo Banco de Portugal.

“Não obstante os esforços desenvolvidos pelo conselho de administração, pela comissão de fiscalização e pelos auditores do Banif, face à complexidade e excepcionalidade da medida aplicada ao Banif (que, destacamos, determina a coexistência de três perímetros distintos), e à consequente necessidade de articulação com duas entidades distintas (a Oitante, S.A e o Banco Santander Totta, S.A), bem como à actual redução dos meios técnicos e humanos do Banif necessários para o efeito, não estão ainda concluídos os trabalhos de validação da conformidade das contas dos exercícios de 2015 e 2016 com os termos da medida de resolução”, indica a entidade no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Na resolução, a maior parte dos activos e passivos do Banif foi vendida ao Santander Totta, numa operação que envolveu ajudas estatais que poderiam ascender a 3 mil milhões de euros, tendo sido transferidas para o veículo de gestão de activos Oitante os activos e passivos não pretendidos pelo banco de capitais espanhóis e ainda a força de trabalho dos serviços centrais. O Banif ficou esvaziado, apenas mantendo o escritório nos Estados Unidos e a operação em Cabo Verde, por exemplo. Mas sem quadro de pessoal. Os accionistas e os credores subordinados do Banif permaneceram nesta entidade.

Sem prazo 

No comunicado, o Banif diz que “não está em condições de antecipar com um grau de segurança fiável a data em que serão divulgados os documentos de prestação de contas relativos aos exercícios de 2015 e 2016, sendo certo que tudo será feito para que tal ocorra no mais breve prazo possível”.

Essa mesma expressão foi utilizada em Abril do ano passado, quando a entidade anunciou que não conseguia reportar as contas de 2015. Nessa altura, contudo, o Banif não referia o problema da falta de meios. Por sua vez, a Oitante apresentou no mês passado as contas de 2015, fechando o ano com um prejuízo de 190 mil euros. 

Com a medida de resolução, o Banif é agora um banco “mau”, cujo destino passará pela retirada de autorização por parte do Banco de Portugal, o que irá desencadear a sua liquidação. Neste momento, o conselho de administração do Banif é liderado por José Bracinha Vieira, vindo do Banco de Portugal e que ocupou o lugar de Miguel Alçada, que ficou concentrado apenas na liquidação do BES “mau”.

Por conhecer está ainda a auditoria obrigatória por lei que determina se – e o que – os credores do Banif poderão receber na liquidação do Banif, já que estes nunca podem ser penalizados mais numa resolução do que seriam numa liquidação. Se a auditoria determinar que os credores têm a receber algum ressarcimento, é o Fundo de Resolução que terá de suportar o valor.

Estado já encaixou €57 milhões este ano com venda de imóveis do Banif

Terça-feira, Agosto 1st, 2017

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Expresso

Empresas do Banif que integraram o perímetro da Administração Central têm vindo a vender os seus ativos imobiliários, reduzindo a fatura que o banco deixou aos contribuintes

ainda uma parcela minoritária daquilo que a resolução do Banif custou aos contribuintes, mas, pouco a pouco, o Estado vai reduzindo a fatura deixada pelo colapso do grupo financeiro. No primeiro semestre deste ano o Estado registou um encaixe de 57,3 milhões de euros com a venda de imóveis da Oitante e da Banif Imobiliária.

A síntese de execução orçamental relativa a junho, divulgada na passada terça-feira, mostra que nos primeiros seis meses deste ano o Estado português contabilizou 38,4 milhões de euros com a venda de imóveis a cargo da Oitante (sociedade instrumental para a gestão de ativos que o Santander descartou) e 18,9 milhões de euros na venda de imóveis da Banif Imobiliária.

Até maio o Estado já tinha assegurado um encaixe de 30,9 milhões de euros na Oitante e de 16,8 milhões na Banif Imobiliária.

As duas empresas apenas em 2017 passaram a integrar o perímetro da Administração Central do Estado, como entidades públicas.

Apesar das vendas de imóveis do grupo Banif, a rubrica de venda de bens de investimento por parte do Estado teve na primeira metade do ano um decréscimo de 6,8%, fruto de uma descida nas receitas com a venda de aviões F16 à Roménia, e da não repetição de receitas extraordinárias que se verificaram em 2016 (como a venda de uma posição na Controlauto pela estatal Parups).

No total, o Estado contabilizou de janeiro a junho 107,5 milhões de euros em vendas de bens de investimento, montante que é apenas uma pequena fração de todas as receitas não fiscais e não contributivas dos cofres públicos. Até junho o Estado contabilizou receitas não fiscais e não contributivas de 5858 milhões de euros (mais 10,5% do que no ano passado). A receita fiscal, por seu lado, somou 18637 milhões de euros (menos 2,2% face ao primeiro semestre do ano passado).

OITANTE: QUASE 800 MILHÕES DE EUROS PARA RESOLVER

Quanto à fatura final da resolução do Banif para os contribuintes, ela apenas será apurada após um conjunto de operações em curso, em que se incluem as alienações de ativos (imobiliários e não só).

A medida de resolução aplicada em dezembro de 2015 ao Banif, recorde-se, passou por vender ao Santander a rede de balcões do banco português (em moldes semelhantes ao que sucedeu anos antes com o BPN, em que o angolano BIC assumiu a operação bancária, ficando o Estado com os restantes ativos e passivos da Sociedade Lusa de Negócios, através da Parvalorem).

O banco espanhol exigiu ficar apenas com uma parte dos ativos do Banif. O Estado português, que já controlava o Banif por via dos instrumentos de capital contingente que o banco não reembolsou, acabou por ficar responsável por uma carteira de ativos que o Santanter não quis para si.

A maior parte dessa carteira ficou agregada no veículo Oitante, que depois avançou com a alienação das participações que tinha. No final de 2015 a Oitante tinha um passivo de 794 milhões de euros, coberto, em termos contabilísticos, por uma carteira de ativos que incluía participações financeiras, crédito a clientes, inventários, contas a receber, entre outras rubricas.

Contudo, não é certo que todos estes ativos cheguem para resolver o referido passivo, já que é possível que nem todos os devedores cumpram os compromissos e que as participações afinal valham menos do que o que a Oitante estima.

Em agosto de 2016 a Oitante vendeu as posições na Açoreana Seguros e no Banif Banco de Investimento. Em outubro desse ano alienou também o Banif Malta.

Já em 2017 a Oitante desfez-se das participações nas empresas Gamma e Banif Pensões e também vendeu uma plataforma de cobrança de dívidas. Os valores de venda não foram revelados.

Espanha atira para Bruxelas indemnizações a lesados do Popular

Domingo, Julho 16th, 2017

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Negócios

O ministro da Economia espanhol acredita que o país se limitou a cumprir a legislação comunitária na resolução do Popular. Se alguém tem que pagar eventuais indemnizações a accionistas e credores é Bruxelas.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, defendeu esta segunda-feira, 10 de Julho, que caberá a Bruxelas o eventual pagamento de indemnizações a accionistas e credores do banco Popular que recorram a tribunal.

“As decisões do FROB [fundo que liquidou o Popular] foram tomadas em nome do Conselho Único de Resolução”, afirmou. Espanha acredita assim que se limitou a aplicar as regras comunitárias e que, em caso de litígio, caberá à União Europeia pagar as indemnizações, tendo em conta que os lesados avançaram para uma batalha legal.

O ministro garantiu ainda que “o contribuinte espanhol não pagará um euro pelo Popular”. “Aplicaram-se as regras, preservou-se a estabilidade financeira e não houve nenhuma injecção de dinheiro público”, acrescentou no Eurogrupo.

Visão diferente tem Bruxelas, numa fonte citada pelo El País. “Os afectados podem agir contra o mecanismo de resolução, que desenhou o plano de liquidação, ou contra o Frob, que o aplicou, ou contra a equipa de gestão do banco”, explicou.
O Popular foi vendido ao Santander por um euro, como parte de uma medida de resolução no início de Junho. O regime pretende minimizar o uso de dinheiros públicos nas soluções encontradas para os problemas bancários.

No quadro da União Bancária, é ao Conselho Único de Supervisão que cabe este tipo de decisões. Até ao final de 2015, as autoridades de resolução responsáveis eram as nacionais.

Por isso mesmo, a mão foi do Banco de Portugal nas duas medidas de resolução aplicadas no país, que não deixaram de envolver dinheiros públicos: o Banco Espírito Santo (BES) e o Banif.

Enquanto o BES foi dividido em “banco bom” [o Novo Banco] e “banco mau” [mantendo o nome e reunindo activos considerados tóxicos], o Banif acabou por ser comprado pelo Santander Totta.