Archive for the ‘Oitante’ Category

Herdeira do Banif que ficou com os ativos tóxicos lucrou 34,5 milhões de euros em 2019

Terça-feira, Junho 30th, 2020

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Expresso

A Oitante, veículo que ficou com os ativos tóxicos do Banif aumentou os resultados líquidos em 3,9% face a 2018. Por cada euro de receita abateu 80 cêntimos à dívida

O veiculo criado em 2015, para ficar com os imóveis e créditos problemáticos do Banif obteve em 2019 resultados líquidos positivos de 34,5 milhões de euros, um aumento de 3,9% face ao ano anterior, refere em comunicado.

Em 2019, como já tinha noticiado o Expresso a Oitante conseguiu “fazer o maior reembolso de dívida desde a sua criação, no montante de 185,5 milhões de euros”, reduzindo “em 48,2% a sua dívida relativamente ao ano de 2018”, amortizando 73,3% da sua dívida inicial que ascendia a 746 milhões de euros.

O total do empréstimo obrigacionista realizado em 2015, recorde-se, serviu para financiar os ativos tóxicos que o Santander Portugal não quis quando comprou o negócio bancário do Banif por 150 milhões de euros. Uma dívida que está por conta do Fundo de Resolução, acionista único da Oitante e conta com uma contragarantia do Estado.

Em comunicado o veículo presidido por Miguel Artiaga Barbosa adianta que “com base nos resultados alcançados o capital próprio aumentou 44,1% relativamente ao ano anterior, tendo alcançado o montante total de €113,4 milhões”.

POR CADA EURO DE RECEITA ABATEU 80 CÊNTIMOS À DIVIDA

Para esta “melhoria de eficiência “, a Oitante destaca o crescimento da proporção das receitas afetas à dívida ao longo dos últimos anos. E faz um balanço. Em 2016 pagava 47 cêntimos de divida por cada euros de receita gerada. “Em 2019 atingiu a meta de 80 cêntimos de dívida paga por cada euro de receita gerada”. refere no comunicado.

Em 2019 a Oitante registou também uma redução de 21 trabalhadores face a 2018, totalizando no final do ano 54 trabalhadores. No comunidado esta segunda-feira enviado ás redações, a Oitante sublinha que “o processo de alienação de ativos imobiliários atingiu o valor mais alto desde a criação da sociedade, alcançando o montante de 199 milhões de euros, dos quais 71 milhões de euros de ativos diretamente detidos, 14 milhões de ativos da Banif Imobiliária e 114 milhões de euros dos fundos imobiliários”.

No que diz respeito à carteira de crédito verificou-se uma diminuição face “à exposição bruta total em 51,8 milhões de euros e foram efetuadas reduções de capital dos fundos de restruturação no montante de 7,7 milhões de euros.

Empresa que ficou com ativos do Banif reembolsou 24,7 milhões de dívida

Sexta-feira, Janeiro 10th, 2020

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Notícias ao Minuto

A Oitante pagou, no final de 2019, 24,7 milhões de euros referentes ao empréstimo obrigacionista recebido em 2015, quando foi criada para gerir ativos do ex-Banif, disse hoje em comunicado.

Com esta amortização de dívida, a Oitante pagou já 546,5 milhões de euros, equivalente a 73,3% dos 746 milhões de euros inicialmente recebidos.

Apenas em 2019, a Oitante pagou 185,5 milhões de euros.

Segundo a Oitante, a redução da dívida “reflete o trabalho realizado pela sociedade com vista à prossecução do objetivo com que foi criada, a maximização do valor dos seus ativos para posterior alienação”, e considera que “não teria sido possível atingir neste período sem a extraordinária dedicação e profissionalismo de todos os seus trabalhadores”.

A sociedade-veículo Oitante foi criada pelo Banco de Portugal, em dezembro de 2015, no âmbito da resolução do Banif, gerindo os ativos que pertenciam ao Banif e que o Santander Totta não comprou e que podem, eventualmente, ser recuperados (imóveis com imparidade, crédito malparado, participações financeiras em empresas com atividade deficitária ou em processo de venda).

A empresa é liderada por Miguel Barbosa.

Esta empresa é detida pelo Fundo de Resolução bancário, entidade na esfera do Estado financiada pelas contribuições dos bancos e gerida pelo Banco de Portugal.

A emissão obrigacionista de 746 milhões de euros que a Oitante emitiu aquando da sua criação, para se financiar, tem o seu vencimento em dezembro de 2025.

Estas obrigações beneficiam de garantia do Fundo de Resolução e da contra garantia do Estado português.

Oitante teve lucros de 33,2 milhões de euros em 2018, acima dos 11,5 milhões de euros de 2017.

Oitante tem vindo a reduzir pessoal e, no final de 2019, tinha 54 trabalhadores.

Oitante reclama créditos de 2,4 milhões ao Banif

Terça-feira, Dezembro 24th, 2019

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Negócios

O Banif apropriou-se de créditos que o BdP determinou que deveriam ser transferidos para a Oitante. Este veículo vem agora reclamá-los no processo de insolvência.

A Oitante, veículo que gere os ativos do Banif que não passaram para o Santander no âmbito da resolução aplicada em 2015, é uma das credoras do banco madeirense. A sociedade reclama 2,4 milhões de euros no processo de insolvência, relativos a créditos de subsidiárias do Banif que deveriam ter sido transferidos para a Oitante, mas dos quais o banco falido se apropriou.

Em causa estão três empresas, todas denominadas Banif & Açores, com sede nos Estados Unidos, nas cidades de San José, Fall River e Newark. O Banif controlava estas empresas e era titular de créditos sobre as mesmas. Aquando da resolução, o Banco de Portugal (BdP) determinou que esses créditos seriam transferidos para a Oitante.

“Não obstante a referida medida de resolução e a transferência desses créditos, certo é que o Banif promoveu a liquidação daquelas participadas e, no quadro dessa mesma liquidação, arrecadou as importâncias correspondentes aos créditos que tinham sido transferidos para a Oitante”, pode ler-se na reclamação de crédito que deu entrada no Tribunal do Comércio de Lisboa, onde decorre o processo de insolvência do Banif.

Ao contrário do que seria exigível no âmbito destas liquidações, a Oitante não só não foi notificada destes processos, como “não recebeu qualquer um dos montantes de que se tornara credora em virtude da transferência patrimonial determinada pela medida de resolução”.

Estes créditos, que ultrapassam os 2,25 milhões de euros mantêm-se, desde então, na massa insolvente do Banif.

Desde que soube que o Banif tinha liquidado estas empresas, relata a Oitante, “têm sido diversas as iniciativas tomadas com vista à restituição desses valores que o Banif indevidamente recebeu e que pertencem à Oitante”.

Mas sem sucesso. Segundo consta da reclamação de crédito, o Banif recusa transferir os montantes que recebeu “indevidamente”, mesmo depois de o BdP ter voltado a esclarecer que os créditos pertencem à Oitante.

A Oitante reclama, assim, a totalidade do valor destes créditos, mais juros. Ao valor total de 2,25 milhões de euros, acrescem 157 mil euros, pelo que o valor reclamado totaliza 2,4 milhões.

A comissão liquidatária do Banif já recebeu 6 mil reclamações de crédito, mas o número poderá aumentar, já que falta notificar clientes a viver fora da União Europeia.

Fundo imobiliário do Banif já dá dinheiro à Oitante

Terça-feira, Outubro 22nd, 2019

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Negócios

As vendas de imóveis “limparam” toda a dívida do fundo Imopredial, gerido pelo ex-Banif Gestão de Ativos e que conta com a Oitante como participante. A partir de agora, a liquidez gerada será usada para amortizar o empréstimo garantido pelo Fundo de Resolução.

A Oitante, o veículo que herdou os ativos tóxicos do Banif, vai começar a ver os frutos das vendas de imóveis do Imopredial, dono do Retail Park do Carregado e do Centro Empresarial de Alverca. Depois de ter conseguido “limpar” toda a dívida, o fundo imobiliário passa a ficar com todo o capital gerado com a alienação de ativos, entregando-o na totalidade à entidade liderada por Miguel Artiaga Barbosa e aos restantes participantes. Dinheiro esse que vai ser usado para continuar a amortizar o empréstimo obrigacionista, subscrito pelo Santander Totta e garantido pelo Fundo de Resolução, e aliviar o risco da banca.

“Deliberar sobre a proposta de redução do capital do fundo, e sobre as consequentes alterações ao regulamento de gestão do fundo.” Este é o único ponto que vai ser analisado, no final do mês, na assembleia de participantes do Imopredial, um fundo de investimento imobiliário fechado gerido pela Profile (ex-Banif Gestão de Ativos). A sociedade gestora tem no seu portefólio o Banif Property, em liquidação, mas também o Banif Renda Habitação, dedicado ao investimento em imóveis para arrendamento habitacional.

Na prática, “a assembleia de participantes do Imopredial, convocada para 31.10.2019, tem como principal objetivo deliberar sobre a distribuição de liquidez do fundo Imopredial, que se encontra em desinvestimento, à semelhança do que acontece com os restantes ativos da Oitante”, explica fonte oficial da Oitante ao Negócios. Isto porque a “liquidez gerada pela venda dos ativos do fundo não é reinvestida, mas sim distribuída pelos participantes”, acrescenta, notando ainda que a “redução de capital que vai ser decidida na próxima assembleia de participantes tem subjacente vendas de ativos já realizadas”.

Capital para amortizar empréstimo obrigacionista
Esta distribuição só é possível depois de a Oitante ter conseguido chegar a este ano sem registar qualquer dívida nas contas do fundo. Em 2017, este montante era ainda de 25 milhões, recuando depois para 12,6 milhões no ano passado. Uma evolução para a qual contribuíram as vendas de imóveis, nomeadamente do Retail Park da Guarda, em 2018, por perto de 9 milhões de euros, num momento em que o mercado imobiliário nacional está a beneficiar da forte procura por parte de entidades internacionais.

Agora que “limpou” a dívida, o montante a receber por cada venda irá ser usado para ajudar a Oitante a cumprir o seu objetivo: amortizar o empréstimo obrigacionista emitido em 2015 e subscrito pelo Santander Totta. A Oitante ficou com créditos problemáticos, imóveis e participações financeiras que pertenciam ao Banif e que o banco liderado à data por António Vieira Monteiro não quis. Para compensar, a entidade teve de emitir 746 milhões de euros em obrigações. Um empréstimo que foi garantido, na sua totalidade, pelo Fundo de Resolução que, por sua vez, foi contragarantido pelo Estado.

Até agora, metade dos 746 milhões de euros emitidos já foi saldada. E o objetivo é amortizar na totalidade até 2021.

Mais vendas na calha
Para isso, as operações de venda vão continuar. De acordo com o relatório e contas de 2018 do fundo imobiliário, “ao longo do exercício de 2019, o Imopredial prosseguirá uma estratégia de desinvestimento em imóveis e sociedades imobiliárias”. Esta será implementada “de forma seletiva”, de maneira a “permitir, entre outros, reduzir o passivo bancário”. Nesse sentido, “serão lançados alguns processos competitivos na venda de alguns ativos imobiliários”.

Até dezembro do ano passado, o fundo tinha vários ativos em carteira, nomeadamente o Retail Park do Carregado, mas também o edifício Malhoa, que prestava apoio à sede do Banif, vendida no final do ano passado. Contava ainda com o Centro Empresarial de Alverca, avaliado no balanço em quase 23 milhões de euros, e com o Arquiparque 7, edifício onde se situa a sede da Parvalorem.

Outros imóveis em carteira

O Imopredial inclui na sua carteira o Centro Empresarial de Alfragide I e II, avaliados, no total, em mais de 5 milhões de euros.

O City Park de Penafiel e o Guimarães Retail Park, com um valor no balanço de quase 6 milhões, também se incluem no portefólio do fundo gerido pelo ex-Banif Gestão de Ativos.

Entre os ativos com uma avaliação mais elevada (mais de 8 milhões de euros) encontra-se ainda o edifício Minerva, no Porto.

O Imopredial também é dono de vários centros empresariais e armazéns e parques de estacionamento, incluindo dois edifícios comerciais em São João da Madeira e Santarém, um centro empresarial na Madeira e um parqueamento no edifício Visconde da Luz, em Cascais.

Oitante sai do Banif Brasil com venda de posição a investidor

Sábado, Agosto 3rd, 2019

A Banif International Holdings vendeu a opção de compra da sua participação no Banif Brasil. Oitante e Banif Imobiliário eram as únicas credores do banco.

A Oitante “libertou-se” do Banif Brasil, um dos ativos do grupo fundado por Horácio Roque em maiores dificuldades. Não através da alienação do banco, como o Banif tentava há alguns anos, mas da venda de uma participação que ainda ligava o veículo liderado por Miguel Artiaga Barbosa a esta instituição financeira.

“A respeito do Banif Brasil, a Banif International Holdings celebrou um contrato em que vendeu a opção a um investidor para comprar a sua posição junto do Banif Brasil”, lê-se no relatório de gestão e contas de 2018 divulgado pela Oitante. Esta opção, adianta ainda, foi vendida por cerca de 6 mil dólares. Quanto ao investidor, cuja entidade não é revelada, este não pretende vender o banco. O objetivo é ficar a controlá-lo, conforme informações obtidas pelo Negócios.

O veículo que ficou com os ativos do Banif que o Santander Totta não quis comprar era um dos únicos credores da Banif International Holdings, em conjunto com a Banif Imobiliário. Neste sentido, “o valor de venda dessa opção reverteu a favor da Oitante e da Banif Imobiliária, recebendo cada uma delas 3,5 mil dólares e 2,5 mil dólares, respetivamente”, adianta a empresa liderada por Miguel Artiaga Barbosa. “Consequentemente, em 2019 a Oitante e a Banif Imobiliária deram por encerrados os seus créditos junto do Banif Brasil e da Banif International Holdings”, refere ainda.

A Oitante fechou, assim, a sua exposição ao Brasil, algo que já tentava concretizar há alguns anos. Fonte da Oitante explica que a “exposição da Oitante ao Brasil era composta por algumas operações creditícias de diferentes graus de subordinação a diferentes entidades relacionadas com o Banif Brasil. No final do ano passado as últimas exposições foram eliminadas”.

Esta foi a solução encontrada depois das várias tentativas de venda do Banif Brasil, ao mesmo tempo que a unidade estava em liquidação. “Paralelamente a este processo [de liquidação], mantiveram-se os esforços no sentido de poder vender a instituição, num processo assessorado pela KPMG Brasil, que efetuou igualmente uma ‘seller’s due diligence’ [auditoria para facilitar a venda], embora sem sucesso até agora”, lia-se no relatório e contas do Banif relativo a 2016. Tendo em conta a falta de sucesso, a estratégia passou por “vender um conjunto de ativos e passivos que permita acelerar materialmente o processo de liquidação, embora não excluindo a possibilidade de venda do banco a médio prazo”, indicava o mesmo documento.

A liquidação ordinária do Banif Brasil foi decidida em maio do ano passado pelo Banco Central do Brasil. Isto na sequência de um pedido do Banif, dono de 100% da entidade.

Oitante aumenta lucros. Já reembolsou metade da dívida

Quarta-feira, Julho 17th, 2019

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Eco

Oitante aumenta lucros. Já reembolsou metade da dívida

Sociedade criada para gerir ativos do ex-Banif já reembolsou 48,4% do montante inicial de dívida. Até ao final do mês, dívida paga chegará a 57,7%.

A Oitante, sociedade criada para gerir ativos do ex-Banif, lucrou 33,2 milhões de euros em 2018, um aumento de 10% face aos 30,1 milhões de 2017.

De acordo com um comunicado da empresa, ao qual a Lusa teve acesso, a Oitante adianta ainda que reembolsou 181 milhões de euros da sua dívida, que desceu 32% face a 2017.

“O valor de redução da dívida em 2018 iguala a redução atingida nos exercícios conjuntos de 2016 e 2017. A Oitante reembolsou assim, desde a sua constituição em dezembro de 2015, até ao final de 2018, 361 milhões de euros, isto é, 48,4% do montante inicial de dívida“, indica o comunicado da sociedade.

Segundo a Oitante, no final deste mês “o volume total da dívida já reembolsada desde a sua constituição chegará aos 57,7%”.

Os capitais próprios da empresa também aumentaram, tendo subido 88% para 78,7 milhões de euros face a 2017, enquanto os impostos pagos foram de 2,8 milhões de euros, indica o comunicado.

Em termos de reduções de carteiras, a de imóveis, detida diretamente pela sociedade, reduziu-se em 12%, e a carteira de crédito em 11% em termos nominais, segundo a Oitante.

Para isto terá contribuído “o processo transformacional da plataforma da Oitante que foi vendida à Altamira”, que gerou “melhorias significativas nos resultados na área da recuperação de créditos e uma transformação profunda na área da gestão de ativos imobiliários”.

O número de trabalhadores da empresa diminuiu 20% para os atuais 75 através de rescisões por mútuo acordo, o que contribuiu para uma redução de gastos com pessoal em 55%, de acordo com a sociedade.

Oitante falha meta para venda de imóveis em 2018

Sexta-feira, Julho 5th, 2019

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Negócios

O relatório da Conta Geral do Estado de 2018 indica que a empresa liderada por Miguel Artiaga Barbosa “não atingiu” o objetivo para a venda de imóveis no ano passado. Já a Oitante garante ter cumprido perto de 80% do que estava previsto.

A Oitante, o veículo que herdou os ativos do Banif que o Santander Totta não quis, não cumpriu o objetivo de venda de ativos imobiliários definido para o ano passado. A conclusão consta do relatório da Conta Geral do Estado de 2018, divulgado esta terça-feira.

“Não foi atingido o montante do objetivo estabelecido referente a desinvestimento de ativos imobiliários” por parte da empresa liderada por Miguel Artiaga Barbosa, refere o documento, sem detalhar qual a meta anual definida. Isto “na sequência de contrato de prestação de serviços com uma entidade — Altamira — para as áreas da gestão de ativos imobiliários e de recuperação de crédito em incumprimento”, acrescenta.

Contactada pelo Negócios, a empresa não adiantou qual foi o objetivo que a Conta Geral do Estado de 2018 diz não ter sido alcançado. Fonte da Oitante explica, contudo, que a “informação que foi prestada respeita apenas aos ativos detidos diretamente pela Oitante, com características e necessidades muito particulares, não agregando informação consolidada do universo Oitante (Oitante, Banif Imobiliária e Fundos Imobiliários), onde o grau de cumprimento de objetivos, em termos globais, atingiu cerca de 80%”.

A empresa refere ainda que “os objetivos definidos inicialmente foram ambiciosos para uma mudança de paradigma”. A expectativa, continua, é de “que a Altamira possa vir a recuperar rapidamente o desinvestimento de ativos imobiliários que não foram atingidos em 2018”.

A Oitante assinou um contrato com a gestora espanhola de fundos Altamira, no final de 2017, para gerir uma carteira de imóveis de cerca de mil milhões de euros. Isto além de um portefólio de crédito malparado. Este contrato permitiu à empresa acelerar as vendas dos ativos herdados do Banif.

No final do ano passado, a entidade acabou por concluir a venda da antiga sede do Banif na Avenida José Malhoa por 24 milhões. Saiu também do mercado espanhol depois de vender a imobiliária Vegas Altas e uma participação de 33% no banco de retalho Banca Pueyo.

Como já assumiu o seu presidente, a Oitante espera amortizar até 2021 a totalidade dos 746 milhões em obrigações emitidas em 2015 para financiar a queda do Banif.

A Oitante foi criada no final de 2015 (inicialmente designada de Naviget), para ficar com os despojos do Banif que o Santander Totta não quis adquirir e que poderia ser alvo de recuperação. Os ativos são sobretudo imóveis com imparidades associadas , mas também créditos na sua maioria em incumprimento. O objetivo é conseguir preparar as condições para alienar ou liquidar aqueles ativos.

Empresa que ficou com ativos do Banif paga mais de metade do empréstimo

Sexta-feira, Março 1st, 2019

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Negócios

A Oitante pagou hoje 15 milhões de euros referentes ao empréstimo obrigacionista recebido em 2015, quando foi criada para gerir ativos do ex-Banif, disse em comunicado.

Com este reembolso antecipado, a Oitante pagou já 376 milhões de euros, equivalente a 50,4% dos 746 milhões de euros inicialmente recebidos.

A sociedade-veículo Oitante foi criada pelo Banco de Portugal, em dezembro de 2015, no âmbito da resolução do Banif, gerindo os ativos que pertenciam ao Banif e que o Santander Totta não quis comprar e que podem, eventualmente, ser recuperados (imóveis com imparidade, crédito malparado, participações financeiras em empresas com atividade deficitária ou em processo de venda).

A empresa é liderada por Miguel Barbosa.

Esta empresa é detida pelo Fundo de Resolução bancário, entidade na esfera do Estado financiada pelas contribuições dos bancos e gerida pelo Banco de Portugal.

A emissão obrigacionista de 746 milhões de euros que a Oitante emitiu aquando da sua criação, para se financiar, tem o seu vencimento em dezembro de 2025. Estas obrigações beneficiam de garantia do Fundo de Resolução e da contra garantia do Estado português.

No comunicado hoje divulgado, a Oitante referiu que “o resultado agora alcançado não teria sido possível atingir neste período sem a extraordinária dedicação e profissionalismo de todos os seus trabalhadores” e que em breve apresentará os resultados de 2018, que – disse — “irão refletir a ‘performance’ [desempenho] positiva da sociedade”.

A Oitante teve lucros de 30,1 milhões de euros em 2017, acima dos 11,5 milhões de euros de 2016.

A Oitante tinha 94 funcionários em 2017, último ano com dados conhecidos.

Oitante quer as receitas da venda de empresas nos EUA

Sexta-feira, Janeiro 25th, 2019

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Negócios

A Oitante quer que lhe sejam pagas as receitas obtidas pelo Banif na liquidação de sociedades sediadas nos Estados Unidos, o que diminuiria o dinheiro do banco a distribuir pelos credores. A comissão liquidatária contestou.

A Oitante, entidade que foi criada para ficar com os imóveis e créditos problemáticos mas recuperáveis do Banif que o Santander não quis adquirir, colocou uma ação contra o banco em liquidação. O Banif contestou.

O objetivo do veículo, que é detido na totalidade pelo Fundo de Resolução, é ficar com as receitas das vendas de subsidiárias do Banif nos Estados Unidos da América.

Esta é uma reclamação para a divisão de bens “com vista a obter a separação (e também a sua restituição) do universo da massa insolvente do Banif, do património correspondente às quantias recebidas no contexto da liquidação das subsidiárias Banif & Açores (San José), Banif & Açores Inc (Fall River) e Banif & Açores (Newark)”, de acordo com os documentos consultados pelo Negócios no juízo do Comércio da Comarca de Lisboa.
A Oitante pretende ficar com aquelas receitas, o que, a ser aceite, reduziria a dimensão dos montantes a serem distribuídos pelos credores do Banif.

As unidades “foram constituídas para, entre outras atividades, estabelecer e gerir escritórios locais dedicados a promover remessas de dinheiro de clientes Banif residentes nos EUA para contas que os mesmos tinham abertas junto do banco em Portugal”, segundo o Relatório e Contas do Banif. A liquidação ficou concluída em 2017.

Só que a Oitante, que é credora destas entidades, considera que as receitas devem ser para os credores e não para o acionista. Nas contas de 2017, coloca aliás estas entidades na rubrica de créditos a receber.

Oitante vende sede do Banif por cerca de 24 milhões de euros

Segunda-feira, Dezembro 3rd, 2018

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Económico

O veículo que ficou com os ativos problemáticos do Banif na sequência da resolução do banco, no final de 2015, concluiu no início deste mês a venda do edifício que era a antiga sede do banco na Avenida José Malhoa. O imóvel foi posto à venda com o valor mínimo de 24 milhões de euros, e a venda foi fechada por um valor que não atinge este montante. Não foi divulgado o nome do comprador.

A Oitante, veículo que ficou com os ativos problemáticos do Banif na sequência da resolução do banco, no final de 2015, concluiu no início deste mês a venda do edifício que era a antiga sede do banco na Avenida José Malhoa. O Jornal Económico sabe que a Oitante recebeu 15 propostas pelo imóvel e vendeu à oferta mais alta, que supera em 10% o valor contabilístico do ativo.

Das 15 ofertas, uma dezena foi acima dos 20 milhões de euros. O imóvel foi posto à venda – por via do fundo property – com o valor mínimo de 24 milhões de euros, e a venda foi fechada por um valor que não atinge este montante, de acordo com a informação avançada ao jornal. Não foi divulgado o nome do comprador.

A Oitante pôs à venda a histórica sede do Banif, em setembro, e este era um dos ativos que fazia parte da carteira que a sociedade liderada por Miguel Barbosa previa alienar até ao final do ano para pagar 40% da dívida (cerca de 117 milhões de euros), assumida há três anos. Numa entrevista ao “Expresso”, em setembro, Miguel Barbosa dizia que o “objetivo é maximizar o bom ritmo de vendas de participações e imóveis para pagar já este ano 40% da dívida e não ser preciso, como ainda não foi, pedir um cêntimo ao Fundo de Resolução”.

A Oitante assinou um contrato de servicer, no final de 2017, com a gestora espanhola de fundos Altamira para gerir um conjunto de imóveis (uma carteira de cerca de 1000 milhões de euros) e uma carteira de crédito malparado. Este contrato permite à Oitante acelerar as vendas de alguns ativos que herdaram do Banif, o que inclui imóveis residenciais e industriais.

Recorde-se que a Altamira, detida maioritariamente pelo fundo norte-americano Apollo (85%) e em 15% pelo banco Santander, tem um contrato de cinco anos com a Oitante no final do qual, a Oitante, deverá ter fechado a maioria das vendas dos imóveis.