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Governo pede ao Santander soluções para lesados do Banif

Quinta-feira, Dezembro 29th, 2016

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Negócios

Diogo Lacerda Machado, negociador de António Costa para os lesados do BES, revela que o Governo pediu ao Santander uma solução para os lesados do Banif. O assessor está disponível para continuar a trabalho para o Governo.

Perante o falhanço da primeira proposta apresentada pelo Santander para os investidores lesados pela resolução do Banif, o Governo pediu ao banco espanhol que ficou com o antigo Banco Internacional do Funchal que pondere uma nova proposta. A revelação foi feita em entrevista ao Público por Diogo Lacerda Machado, assessor do Governo, e o homem que tem conduzido algumas negociações do Executivo, em nome de António Costa, incluindo o recente acordo para os lesados do BES.

“Houve expressão desta vontade e de que seria certamente um gesto muito apreciado, se houvesse uma nova oportunidade mais adequada para estes lesados” do Banif, responde ao Público, acrescentando que o pedido decorreu numa “conversa exploratória que correu bem” e que embora nenhuma porta se tenha a aberto, também não terá fechado: “Não senti que não viesse a haver uma possibilidade adiante”, diz.

Lacerda Machado sublinha que há diferenças significativas entre lesados do BES e lesados do Banif. É que no segundo caso, ao contrário do que se passou no BES, a CMVM nunca defendeu que os investidores tinham sido enganados. Ainda assim, entende que seria positivo o Santander procurar uma solução que pudesse ir ao encontro das expectativas dos lesados do Banif, visto que a primeiro proposta comercial do banco espanhol “foi aceite por muito poucos”.

“Objectivamente não era uma solução que desse resposta aos anseios dos lesados. Pode ser que o banco Santander tendo percebido que a solução não funcionou para a larguíssima maioria destes lesados, desenhe uma outra solução”, acrescenta, o assessor governativo.

Na entrevista, Lacerda Machado revela ainda que está disponível para continuar a trabalhar para o Governo em 2017. O contrato que firmou com o Governo para prestação de serviços de assessoria termina no final do ano, e diz que está “completamente disponível para” continuar. Embora não tenha sido contactado para o efeito, não crê “que seja um problema”.

PSD acusa Costa de se colocar entre accionistas “de vários bancos”

Quinta-feira, Abril 21st, 2016

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Negócios

O deputado António Leitão Amaro considera que o Governo legislou à medida do BPI com o diploma que facilita o fim de limites aos direitos de voto em bancos. E mesmo nesse objectivo pode ter falhado, segundo o PSD.

O Partido Social Democrata (PSD) defende que o Governo fez um decreto-lei para resolver um problema no Banco BPI. Mas pode nem conseguir cumprir o objectivo pretendido com essa aprovação. Mas o essencial, segundo António Leitão Amaro, é que o primeiro-ministro se colocou entre accionistas privados com essa actuação.

 

“Todos sabemos que, aqui há umas semanas, o país teve conhecimento de que o primeiro-ministro e o Governo se envolveram com interferências na relação entre accionistas de vários bancos portugueses”, disse, em conferência de imprensa no Parlamento, o deputado social-democrata Leitão Amaro. “Relações privadas entre accionistas privados de vários [bancos] e não apenas um”.

 

Em causa está o BPI, em que o Executivo mediou, através de Diogo Lacerda Machado, o conflito accionista entre o CaixaBank e a Santoro mas também outras entidades, segundo Leitão Amaro. O Expresso relacionou a solução no BPI com uma autorização dada a Isabel dos Santos para entrar no BCP (algo em que os analistas da bolsa também acreditavam).

 

Sobre o decreto-lei publicado esta quarta-feira, em que facilita o fim dos limites de direitos de voto em oito bancos, o deputado social-democrata reforçou as “dúvidas” (palavra que repetiu várias vezes): “É duvidoso o método de legislar uma lei, que é suposto ser geral e abstracta, para resolver um caso concreto”.

 

“Como se já não fosse preocupante um Governo que intervém [em assuntos privados], além disso, nem sequer os temas que procura resolver o faz de forma adequada”, adiantou ainda o deputado, defendendo que o diploma poderá não ser suficiente para resolver o impasse accionista no BPI. Contudo, Leitão Amaro não explicou em quê efectivamente. O decreto-lei, que foi promulgado pelo Presidente da República, dá a possibilidade às administrações de bancos de convocarem uma assembleia-geral que vote o fim de direitos de voto mas continua a ser necessária uma maioria qualificada para o conseguir(dois terços dos direitos de voto). 

 

Sem mencionar as críticas de Isabel dos Santos, a segunda maior accionista do banco que acusou o Governo de parcialidade e de favorecer o CaixaBank, António Leitão Amaro diz que foi o Executivo “que se colocou nessa situação”.

Este diploma, que na prática é uma alteração ao Regime Geral de Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, causou também tensão dentro do Governo, como relata esta quarta-feira a edição do jornal Público. Aliás, esta possibilidade ficou apenas aberta aos bancos, caindo a expectativa inicial de proceder a uma modificação ao Código de Valores Mobiliários, que iria afectar todas as empresas.

Comunicação entre primeiro-ministro e Lacerda Machado fica toda por escrito

Sexta-feira, Abril 15th, 2016

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Observador

O homem escolhido por António Costa é obrigado a sigilo profissional, que dura até cinco anos depois de terminado o contrato. A relação pode terminar a qualquer momento, sem direito a indemnização.

A comunicação entre o gabinete do primeiro-ministro e Diogo Lacerda Machado, o homem que António Costa escolheu para ajudar o Governo a negociar os temas quentes, vai ficar toda registada por escrito. A obrigação consta do contrato de prestação de serviços assinado entre o advogado e o Estado.

Todas as comunicações do gabinete do primeiro-ministro dirigidas ao prestador de serviços são efetuadas por escrito e enviadas através de correio registado, ou correio eletrónico”, lê-se no contrato que já foi publicado no portal Base.

O mesmo acontece a todas as comunicações do advogado dirigidas ao gabinete de António Costa, estabelece ainda o documento.

“Isto quer dizer que não há conversas privadas nem recados pelo telefone. Fica tudo por escrito e acessível a qualquer momento”, garante o professor Monteiro Fernandes, especialista em Direito do Trabalho. “O objetivo claro dessa cláusula é exatamente a transparência”, adianta ainda, notando as diferenças face à “situação anterior, antes da existência do contrato, que era de uma relação informal”, criticada exatamente pela falta de transparência.

O contrato – que António Costa pediu esta terça-feira, 15 de abril, que fosse distribuído pelos deputados, durante o debate quinzenal – estabelece ainda que Diogo Lacerda Machado vai ficar obrigado a sigilo profissional durante a sua vigência, bem como durante os cinco anos seguintes ao momento em que a relação com o Estado terminar.

O prestador de serviços obriga-se a manter sigilo e garantir a confidencialidade, não divulgando quaisquer informações que obtenha no âmbito da formação e da execução do contrato, nem utilizar as mesmas para fins alheios àquela execução, abrangendo esta obrigação todos os seus agentes, funcionários, colaboradores ou terceiros que nela se encontrem envolvidos”, lê-se no contrato.

O contrato foi fechado pelo valor bruto de 2.000 euros mais IVA por mêse termina no final deste ano – tem por isso a duração exata de oito meses e 17 dias. Mas pode ser interrompido a qualquer momento, por qualquer das partes, sem direito a indemnizações. Exige-se apenas um aviso prévio de 60 dias.

O advogado terá de garantir total disponibilidade de tempo para apoiar António Costa, devendo comparecer “em qualquer local e prazo que lhe seja fixado” – salvo, naturalmente, “casos fortuitos ou de força maior”, determina o contrato.

Diogo Lacerda Machado compromete-se a executar as suas funções com “total autonomia técnica e funcional, não existindo qualquer relação de subordinação jurídica, funcional ou económica ao gabinete do primeiro-ministro”, estabelece o documento.

O advogado deverá emitir pareceres jurídicos relativos a assuntos escolhidos pelo gabinete de António Costa, assessorar processos negociais, incluindo mediação e conciliação, e elaborar relatórios, acordos, memorandos e outros documentos que lhe sejam pedidos no âmbito dos processos em que está envolvido.

Contudo, este contrato “não inclui o patrocínio forense em processos de contencioso”, lê-se ainda.

Lacerda Machado é responsável por “recorrer a todos os meios humanos e materiais que sejam necessários e adequados à execução do contrato”, mas não pode subcontratar sem autorização prévia do gabinete do primeiro-ministro.

Contrato de Diogo Lacerda Machado

Sexta-feira, Abril 15th, 2016

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Portal Base