Archive for the ‘CMVM’ Category

Se CMVM delcarar que houve praticas incorretas no Banif os lesados serão tratados como os do BES

Segunda-feira, Maio 21st, 2018

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Diário de Notícias da Madeira

O primeiro-ministro disse hoje que, se a Comissão de Mercado de Valores Imobiliários (CMVM) declarar que houve práticas incorretas no caso do Banif, o Governo vai tratar a situação dos lesados como fez no BES.

“Se houver apreciação no mesmo sentido relativamente aos lesados do BES, trataremos as pessoas com o mesmo princípio de igualdade, que deve ser respeitado”, declarou António Costa, numa conferência de imprensa após a reunião com o presidente do Governo Regional da Madeira.

À chegada e à saída da presidência do Governo da Madeira, a Quinta Vigia, estavam cerca de meia centena de lesados do Banif que se manifestaram, mas António Costa não chegou a contactar as pessoas.

António Costa deslocou-se hoje à Madeira para participar na sessão de encerramento do Dia do Empresário, promovida pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF

“A situação dos lesados do Banif é distinta dos lesados do BES, porque relativamente aos do BES houve por parte das entidades competentes (Banco de Portugal e CMVM) o reconhecimento de que tinha havido práticas erradas de mercado fraudulentas e misselling’ [venda abusiva]”, o que ainda não aconteceu em relação ao Banif, declarou

António Costa acrescentou que também “havia uma deliberação da Assembleia da República”, o que permitiu ao Governo desenvolver “um mecanismo para chegar a acordo com as associações de lesados do BES” .

Esta situação também viabilizou a possibilidade de “muito brevemente começar a fazer pagamentos, através de uma entidade de recuperação de créditos que foi constituída pelos próprios lesados”

Relativamente à situação do Banif, Costa disse que “é bastante distinta porque só recentemente houve uma deliberação da Assembleia da República, alias duas”, apontou.

O governante complementou que, “em segundo lugar, a CMVM não fez uma declaração generalizada de ‘misselling’, assegurando que o Governo tem estado a “trabalhar em conjunto com a Associação de Lesados, a ALBOA e a CMVM”.

António Costa mencionou que na passada sexta-feira teve lugar uma reunião de trabalho sobre esta situação, “tendo em vista a identificar as soluções”, anunciando que “ficou acordado que a ALBOA iria fornecer à CMVM uma caracterização individualizada das diferentes operações e produtos, de forma a que a CMVM se possa vir a pronunciar sobre essa situação”.

O governante sublinhou que “até haver uma pronúncia por parte da CMVM, o que o Governo fará é apoiar a ALBOA”, no sentido de que sejam desenvolvidos todos os esforços e as partes “se possam sentar à mesa e encontrar uma solução”.

“O Governo não se pode substituir à CMVM nessa declaração”, afirmou.

O relatório final da Comissão de Inquérito ao Banif foi apresentado no passado dia 18 de abril na Assembleia Legislativa da Madeira, após ter sido aprovado na comissão em 21 de março deste ano pelos deputados do PSD e do CDS-PP, com os votos contra do Bloco de Esquerda, JPP e PS.

A votação aconteceu após quase dois anos de audições, onde foram ouvidas diversas entidades e onde se assinalou que a região autónoma é “completamente alheia” ao processo de recapitalização e ruína do banco e à sua posterior venda ao Santander, em 2015, por 150 milhões de euros.

A Comissão Eventual de Inquérito ao Banif da Assembleia Legislativa da Madeira foi constituída em fevereiro de 2016 por iniciativa do PS, na sequência do colapso do banco, sendo que o objetivo era analisar a sua gestão e apurar o grau de exposição à dívida da Região Autónoma da Madeira.

Os trabalhos foram concluídos em novembro de 2017 e os representantes do Santander e do Banco de Portugal (BdP), responsável pela resolução que culminou na venda, recusaram sempre comparecer perante os deputados madeirenses.

 

Acionistas pedem ao Tribunal de Braga devolução de 118 mil euros investidos no Banif

Quarta-feira, Abril 4th, 2018

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O Minho

Dois cidadãos, um de Barcelos, outro de Forjães, Esposende, recorreram ao Tribunal Cível de Braga para tentarem reaver o dinheiro investido em ações do Banif- Banco Internacional do Funchal, que foi intervencionado, em dezembro de 2015, pelo Estado (Ministério das Finanças), pelo Banco de Portugal, e pelo Fundo de Resolução, e entretanto, vendido ao Banco Santander Totta. No total, as duas ações cíveis somam 118.925 euros.

José Augusto Ribeiro, de Barcelos, pede 58.925 euros e Jorge Oliveira Gomes, de Forjães, (e mulher) quer 60 mil.

Demandam, ainda, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e a Oitante, a empresa que foi criada para ficar com o passivo do Banif.

O primeiro explica que investiu 52.925 euros (mais juros) na compra, em 2013, de 31.175 ações do Banco madeirense, tendo-o feito por saber que o Estado – que tinha entrado no capital do Banif – era o acionita principal, com 60,53 por cento. Ou seja, como o Estado deve ser pessoa de bem, o investimento – pensou – era seguro. Só que, não foi isto que aconteceu: com a resolução, as ações passaram a “valer zero”, tendo o Banco de Portugal (BP) “lesado os seus direitos de propriedade”. E lá se foram as poupanças que tinham estado anos a fio, em depósitos a prazo.

O casal esposendense, fez uma operação semelhante: meteu 50 mil euros de poupanças em ações do Banif, fiado na fiabilidade do acionista Estado. E ficou a “arder”.

“Não pagamos”

Na contestação à petição inicial dos queixosos, nenhuma das entidades demandadas diz que tem algo a pagar. A Oitante argumenta que a resolução do BP defendeu os direitos dos depositantes e diz que pagou 746 milhões ao Banif pelos ativos. Acrescenta que não lhe foram transmitidas quaisquer responsabilidades da atividade comercial do Banif e invoca, por isso, uma ilegitimidade substantiva na ação.

O Santander Totta contrapõe, também, que não lhe foi passada qualquer responsabilidade, nem pode ser culpada por qualquer eventual irregularidade que possa ter sido praticada pelo Banif. Diz que quem investe em ações deve saber o risco que corre e recorda que o Tribunal de Lisboa já rejeitou ações semelhantes.

Já o Ministério Público, que representa o Estado, diz que o Ministério das Finanças atuou no quadro legal, através do Fundo de Resolução, nada tendo a ver com o pagamento de ações.

De seguida, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários veio dizer ao processo que apenas de limitou a validar o prospeto de aumento de capital do Banif. Sustenta que existe, por isso, “uma ilegitimidade passiva” na sua demanda em Tribunal, e julga que as dívidas estatais são julgadas nos tribunais administrativos e não nos cíveis.
“A CMVM não oimitiu nenhum dos seus deveres de supervisão”, diz, frisando que, não pode ser acusada de qualquer facto ilícito.

Por último, o Banco de Portugal considera que o tribunal competente é o administrativo, diz que atuou legalmente e no quadro das suas atribuições, não tendo a medida de resolução do Banif violado qualquer direito de propriedade.

Deputado do PSD lamenta demora na resolução dos problemas dos lesados do Banif

Quarta-feira, Janeiro 17th, 2018

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Diário de Notícias

O deputado do PSD na Madeira José Prada lamenta que 3.500 obrigacionistas do Banif continuem à espera de justiça, dois anos após o Governo da República e o Banco de Portugal terem decidido a resolução do banco.

Ao intervir hoje na sessão plenária no período antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), José Prada, também representante dos lesados na ALBOA – Associação dos Lesados do Banif, Obrigacionistas e Acionistas, criticou a “inação de um Estado autista, desonesto e desleal” para com os depositantes que disse terem sido “aldrabados” por produtos bancários de um banco cujo capital social, na altura, era 61% detido pelo Estado, onde tinha dois administradores.

“Não foi apenas o sistema que aldrabou os milhares de portugueses, foi o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Imobiliários, o Governo Central, o Santander e a Oitante”, disse, salientando que “até à data, nada foi feito” e reivindicando “uma intervenção célere do Estado”, salvaguardando os interesses dos depositantes, tal como o fez em relação ao Banco Espírito Santo (BES).

José Prada lembrou que o primeiro-ministro, António Costa, “já prometeu resolver a situação, mas não passa de intenções e, até hoje, nada fez”.

Devido ao colapso da instituição bancária, o Banif foi adquirido pelo Santander Totta em dezembro de 2015 por 150 milhões de euros, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não quis.

Neste processo há cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, na maioria madeirenses, muitos dos quais emigrantes, que perderam 263 milhões de euros. Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são também oriundos da Madeira.

No sábado, a deputada Rubina Berardo, eleita pelo círculo da Madeira, anunciou que o grupo parlamentar do PSD na Assembleia da República vai viabilizar uma proposta de resolução sobre os lesados do Banif e do BES-GES que será discutida na sexta-feira na Assembleia da República.

A este propósito, José Prada apelou aos deputados na Assembleia Legislativa da Madeira do PS, BE e do PCP para que intercedam junto dos respetivos diretórios nacionais para que apoiem, no parlamento nacional, a resolução social-democrata.

O deputado do CDS/PP a esta assembleia Rui Barreto revelou também que o partido vai igualmente apresentar no parlamento nacional uma proposta de resolução para a criação de uma Comissão Arbitral sobre esta matéria.

PS quer que seja criado mecanismo extrajudicial para os lesados do BANIF

Sábado, Janeiro 13th, 2018

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Notícias ao Minuto

O PS entregou hoje no parlamento uma resolução em que recomenda ao Governo que “diligencie” junto da CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) para que seja criado um mecanismo extrajudicial para os lesados do BANIF.

Este projeto de resolução, ao qual a agência Lusa teve acesso, tem como primeiros subscritores o líder parlamentar do PS, Carlos César, e os vice-presidentes da bancada João Paulo Correia e Lara Martinho (eleita pelos Açores).

No diploma, o PS recomenda ao Governo que “diligencie junto da CMVM para que seja criado um mecanismo extrajudicial que permita aferir sobre a verificação de situações concretas em que possam ter ocorrido práticas ilícitas na emissão ou na comercialização de títulos de dívida emitidos ou comercializados pelo BANIF”.

Atos que, em linhas gerais, segundo os socialistas, “possam consubstanciar práticas vulgarmente designadas como mis-selling”.

Para o Grupo Parlamentar do PS, caso se confirme a ocorrência de tais práticas ilícitas, o Governo, o Banco de Portugal, a CMVM “e estruturas associativas que sejam reconhecidos como representativas dos lesados” devem promover “possíveis soluções que, salvaguardando o erário público, procurem mitigar os prejuízos relativos a casos concretos ocorridos após o banco se ter tornado maioritariamente público”.

Segundo a bancada socialista, ao contrário do que aconteceu com o caso dos “lesados” do Banco Espírito Santos (BES), “em que foi possível encontrar um modelo de solução para minorar as perdas dos investidores não qualificados que adquiriram títulos de papel comercial emitidos pela ESI e pela Rio Forte”, o mesmo não se passou com o BANIF.

No caso do BANIF, aponta o PS, “inexiste um enquadramento análogo que permita encontrar uma solução para o conjunto de lesados”.

“Também no caso do BANIF, está em causa um conjunto de investidores não qualificados, alguns em situação económica muito difícil, podendo eventualmente a comercialização efetuada configurar, em alguns casos, práticas de mis-selling”, é referido no projeto de resolução do PS.

No diploma lê-se ainda que, “ao contrário do que ocorreu no caso dos lesados do papel comercial do BES”, no que respeita ao conjunto de situações do BANIF, “atenta a variedade e heterogeneidade das situações, a CMVM não consegue atestar, com caráter generalizado, quanto a eventuais vícios de comercialização comuns ou transversais a todos os investidores em causa”.

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CMVM assegurou a lesados do Banif que procura soluções “com todos os meios”

Sexta-feira, Novembro 17th, 2017

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Jornal de Notícias

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários assegurou à Associação de Lesados do Banif que está a trabalhar “com todos os meios que tem” para encontrar soluções que minimizem as perdas sofridas.

Em declarações à agência Lusa após o encontro, o presidente da Associação de Lesados do Banif (ALBOA), Jacinto Silva, disse que se tratou de uma reunião de trabalho com o conselho de administração do regulador dos mercados.

Segundo o responsável, a CMVM admitiu tratar-se de “um processo complexo, moroso, mas que de forma nenhuma está esquecido”.

“Estão a trabalhar com todos os meios disponíveis que têm. Compreendem a nossa posição e a ansiedade das pessoas, mas de facto este é um processo extremamente complexo”, admitiu Jacinto Silva.

Para o presidente da ALBOA, o processo tem que ser feito “passo a passo e caminhando no sentido que haja uma solução”.

“É uma maratona e, como tal, prazos e tudo isso não conseguimos dizer. Há muita gente envolvida, esperamos chegar a bom porto, mas temos consciência que vai ser demorado”, disse.

A análise que a CMVM está a fazer “não se cinge apenas a verificar se a documentação foi assinada ou não, abrange também o desenvolvimento de ações de supervisão presencial com vista ao apuramento do cumprimento pelo responsável pela comercialização dos deveres legais a que está sujeito”, afirmou, na altura, fonte oficial do regulador dos mercados financeiros à Lusa.

A investigação da CMVM relaciona-se com as mais de mil reclamações que obrigacionistas do Banif lhe fizeram chegar a dar conta do modo como lhes foram vendidos esses títulos.

O objetivo desses clientes é que se prove que houve vendas fraudulentas (‘misseling’) no Banif (mesmo quando era já maioritariamente detido pelo Estado) e que lhes seja dada uma solução que os compense pelas perdas monetárias sofridas.

Contudo, este processo tem-se arrastado, até pelas dificuldades da CMVM em aceder a toda a informação necessária, pelo que a associação que representa os lesados do Banif tem estado a trabalhar para acelerar este processo, que deverá passar pela criação de uma comissão arbitral mediada pela Ordem dos Advogados.

CMVM espera analisar toda a documentação do Banif nas próximas semanas

Domingo, Setembro 10th, 2017

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Observador

CMVM espera analisar toda a documentação do Banif nas próximas semanas

 

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários espera analisar a documentação relativa ao Banif nas próximas semanas. A CMVM garante estão a ser superados os constrangimentos de acesso à informação.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) diz que estão a ser resolvidos os problemas no acesso ao acervo documental do Banif e que espera avançar com a sua análise nas próximas semanas, como os clientes lesados têm pedido.

Os constrangimentos relacionados com o acesso à informação estão a ser, com a colaboração de todos, progressivamente superados“, afirmou à Lusa fonte oficial do regulador dos mercados financeiros, acrescentando que “conta poder ter a possibilidade de aceder à totalidade da documentação relevante e progredir na respetiva análise nas próximas semanas”.

A necessidade de a CMVM aceder ao acervo documental do Banif prende-se, nomeadamente, com as mais de mil reclamações que os obrigacionistas do Banif fizeram chegar ao regulador a dar conta de como lhes foram vendidos esses títulos. O objetivo desses investidores é que se prove que houve vendas fraudulentas (misseling) no Banif.

Contudo, nos últimos meses a CMVM assumiu dificuldades em encontrar a documentação que os clientes assinaram (boletins de inscrição ou fichas de adequação do produto ao perfil do cliente), para saber se houve ou não vendas fraudulentas. “Aceder à documentação é decisivo, mas não sei como vai ser feito”, afirmou a presidente da CMVM, Gabriela Dias, em julho no parlamento, informando que já então tinha feito contacto para isso quer com ao Banif ‘ banco mau’ (entidade que continua a existir após a resolução do banco, à espera de entrar em liquidação) e com o Fundo de Resolução (entidade gerida pelo Banco de Portugal, que determinou a resolução do Banif).

Fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que o regulador também contactou o Santander Totta, que comprou parte da atividade do Banif, para saber se terá essa documentação entre o espólio com que ficou do Banco fundado no Funchal.

Em dezembro de 2015, o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal. Parte da atividade bancária do Banif foi então vendida ao Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou.

Continua a existir ainda o Banif, o designado ‘banco mau’, no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido. Desde então, sobretudo os obrigacionistas têm andado em ‘luta’ por uma solução. Em causa estão cerca de 3.500 investidores, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores e das comunidades portuguesas na África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, que perderam 263 milhões de euros.

A associação de lesados do Banif ALBOA tem vindo a reunir-se com representantes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para tentar uma solução pela via negocial, isto depois de, em julho, o primeiro-ministro, António Costa, ter dito que havia “vontade política de responder a uma situação gravíssima”, considerando que é “evidente” que essas pessoas [lesados do Banif] “fizeram confiança num sistema que as aldrabou”.

Os obrigacionistas do Banif queixam-se das vendas destes títulos pelo banco, já quando este era maioritariamente detido pelo Estado, considerando que houve “vendas extremamente agressivas e ardilosas por parte dos comerciais bancários” e que há “documentos internos a provarem estas práticas”.

A ALBOA tem por várias vezes referido que em causa estão muitos clientes de poucas habilitações que, persuadidos pelos comerciais do Banif, transferiram poupanças de depósitos para obrigações e dá mesmo exemplo de “situações vividas nos Açores, onde testemunhas referem que os comerciais bancários se deslocaram com frequência até aos campos de pastorícia de gado” para venderem as obrigações.

Advogados de lesados do Banif juntam-se em fórum para concertar estratégia jurídica

Quarta-feira, Setembro 6th, 2017

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Sapo 24

A associação de lesados do Banif (ALBOA) promove esta quarta-feira um fórum entre advogados que representam clientes lesados pelo banco para definirem a estratégia jurídica a adotarem, quando se aproximam os dois anos da resolução.

“A intenção é que haja concertação relativamente à estratégia a adotar e verificar quais os caminhos que os advogados devem seguir atendendo que estamos a chegar ao fim de dois anos [da resolução do Banif] e temos de colocar ações judiciais”, afirmou à Lusa Jacinto Silva, presidente da Alboa.

O porta-voz dos lesados do Banif afirmou que estão confirmados 12 escritórios de advogados para o encontro que decorre esta quarta-feira às 15:00, no Hotel Barcelona, em Lisboa.

Em dezembro, faz dois anos que o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal.

Parte da atividade bancária do Banif foi então vendida ao Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou.

Continua a existir ainda o Banif, o designado ‘banco mau’, no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido.

Desde então, sobretudo os obrigacionistas têm andado em ‘luta’ por uma solução.

Em causa estão cerca de 3.500 investidores, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores e das comunidades portuguesas na África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, que perderam 263 milhões de euros.

A Alboa diz que representa 1.500 desses obrigacionistas.

A associação tem vindo a reunir-se com representantes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para tentar uma solução pela via negocial, isto depois de, em julho, o primeiro-ministro, António Costa, ter dito que havia “vontade política de responder a uma situação gravíssima”, considerando que é “evidente” que essas pessoas [lesados do Banif] “fizeram confiança num sistema que as aldrabou”.

Os obrigacionistas do Banif queixam-se das vendas destes títulos pelo banco, já quando este era maioritariamente detido pelo Estado, considerando que houve “vendas extremamente agressivas e ardilosas por parte dos comerciais bancários” e que há “documentos internos a provarem estas práticas”.

Os lesados do Banif querem o reconhecimento pela CMVM de que houve vendas fraudulentas (‘misseling’) no Banif, pelo que já chegaram ao regulador dos mercados financeiros mais de 1.000 reclamações nesse sentido.

Contudo, a CMVM tem dado conta da dificuldade de encontrar a documentação que os clientes assinaram (boletins de inscrição ou fichas de adequação do produto ao perfil do cliente), que poderia provar se houve ou não vendas fraudulentas.

Em julho, a presidente da CMVM disse, no parlamento, que pediu inicialmente esses documentos ao ‘Banif mau’ (entidade que continua a existir após a resolução do banco, à espera de entrar em liquidação), que deu indicação de que não os tinha, e que, entretanto, entrou em contacto com o Fundo de Resolução (entidade gerida pelo Banco de Portugal, que determinou a resolução do Banif).

“Aceder à documentação é decisivo, mas não sei como vai ser feito”, admitiu Gabriela Dias.

A Lusa tem a informação que a CMVM também contactou o Santander Totta (que comprou parte da atividade do Banif) para saber se terá essa documentação entre o espólio com que ficou do Banif.

Jacinto Silva disse hoje à Lusa que continua sem se saber exatamente onde está a documentação, considerando mesmo que “é óbvio que o acervo não interessa que apareça”.

Clientes do ex-Banif ainda têm obstáculos pela frente

Quinta-feira, Agosto 17th, 2017

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Negócios

Há esta quarta-feira um encontro entre a CMVM e a Alboa, a associação de lesados do Banif. O regime que foi aplicado no BES pode abrir as portas ao Banif. Mas provar vendas irregulares no caso revela-se difícil.

 

CMVM não vê evidência de práticas fraudulentas no Banif

Quinta-feira, Agosto 17th, 2017

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Eco

CMVM não vê evidência de práticas fraudulentas no Banif

 

A presidente da CMVM, Gabriela Figueiredo Dias, disse no Parlamento que o regulador dos mercados “não tem evidência” de práticas fraudulentas na venda de produtos do Banif.

presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse hoje que o regulador não detetou situações de prática de vendas fraudulentas de produtos pelo Banif. “A CMVM não tem evidência de que tenha havido más práticas que pudessem violar o enquadramento legal da comercialização de instrumentos”, disse Gabriela Figueiredo Dias no Parlamento, na Comissão de Orçamento e Finanças.

Esta informação foi repetida várias vezes esta quarta-feira pela responsável pelo regulador dos mercados financeiros, que esteve a ser ouvida na Comissão de Orçamento e Finanças sobre o caso das vendas de produtos pelo Banif, que a associação de lesados ALBOA considera ter sido fraudulenta e baseada em informações falsas. “Na colocação destes produtos não há nenhum elemento que recaia no misselling ou informação falsa”, frisou Gabriela Dias.

Ainda assim, a responsável ressalvou que poderá haver “novos elementos” que alterem essa conclusão, nomeadamente das mais de 1.000 queixas enviadas por clientes do Banif que se consideram lesados, mas reiterou que até agora não pode ser tirada uma conclusão. “A CMVM tem em mãos mil e poucas reclamações e a apreciação é decisiva para se perceber o que se passou, mas terrivelmente complexa pela dificuldade para aceder à documentação”, afirmou.

A presidente da CMVM, Gabriela Figueiredo Dias, foi ouvida no Parlamento esta quarta-feira.PAULA NUNES/ECO

No passado dia 28 de março, no decorrer de uma visita que efetuou à Madeira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que ainda não havia nenhuma solução para resolver o problema dos lesados do Banif, visto que a CMVM não reconheceu a existência de “práticas indevidas” na venda de produtos do banco.

“Esta é uma situação em que, ao contrário do que aconteceu na situação do BES, ainda não houve por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários um reconhecimento de práticas indevidas na venda dos produtos, o que limita muito, da parte do Estado, a possibilidade de encontrar mecanismos como aqueles que temos relativamente aos lesados do BES”, afirmou então António Costa.

O governante fez estas declarações após uma reunião com os dirigentes da Alboa, que decorreu na Quinta Vigia, sede da presidência do Governo Regional da Madeira. “A solução ainda não existe. Temos de continuar a trabalhar para que ela possa existir”, disse na altura António Costa, vincando que se trata de uma “matéria muito difícil”, em relação à qual há registo de “situações verdadeiramente dramáticas” e casos de pessoas que “manifestamente foram enganadas”.

Provas para pagar lesados estão encalhadas no Banif

Quinta-feira, Agosto 17th, 2017

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Eco

Provas para pagar lesados estão encalhadas no Banif

 

António Costa “passou a bola” para a CMVM no caso dos lesados do Banif. A instituição de Gabriela Figueiredo Dias diz ao ECO que “os documentos não estão a chegar no ritmo e no prazo desejável”.

epois de fechada a solução para os lesados do BES, António Costa viu-se confrontado com o problema dos investidores que perderam dinheiro com o Banif. O primeiro-ministro “passou a bola” para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que ainda está a analisar os processos, estando ainda em falta muita documentação. A CMVM diz que “os documentos não nos estão a chegar no ritmo e no prazo desejável”.

“Eu percebo obviamente a ansiedade das pessoas. A ansiedade dos lesados do Banif não é menor do que a ansiedade dos lesados do outro processo (BES). A situação está ainda numa fase processual distinta”, afirmou António Costa, realçando que até ao momento não há nenhuma decisão da CMVM nem qualquer recomendação da Assembleia da República sobre o caso.

No seguimento das declarações do primeiro-ministro, o ECO questionou a CMVMrelativamente à documentação que está a ser obtida junto do Banif. “Apenas é possível referir que os documentos não nos estão a chegar no ritmo e no prazo desejável”, refere o regulador do mercado. Parte dos dossiês com informação sobre os investimentos dos obrigacionistas do Banif desapareceram. Ninguém sabe onde estão.

“Estamos a desenvolver diligências no sentido das dificuldades serem ultrapassadas com o máximo de urgência e a acompanhar os esforços que o próprio Banif se encontra a fazer para, em conjunto com as restantes entidades relevantes, encontrar a forma mais eficiente e eficaz de aceder à informação necessária”, salienta. O ECO sabe que o Banif não tem recursos para tentar encontrar esses documentos — e não tem sequer para fechar as contas dos exercícios de 2015 e 2016.

Na audição na Comissão de Orçamento e Finanças sobre o caso das vendas de produtos pelo Banif, realizada no mês passado, Gabriela Figueiredo Dias salientou por várias vezes que “na colocação destes produtos não há nenhum elemento que recaia no misselling ou informação falsa”.

Ainda assim, a presidente da CMVM sublinhou que poderá haver “novos elementos” que alterem essa conclusão. Referia-se às mais de 1.000 queixas enviadas por clientes do Banif que se consideram lesados. “A CMVM tem em mãos mil e poucas reclamações e a apreciação é decisiva para se perceber o que se passou, mas terrivelmente complexa pela dificuldade para aceder à documentação”, notou.

Estamos a desenvolver diligências no sentido das dificuldades serem ultrapassadas com o máximo de urgência e a acompanhar os esforços que o próprio Banif se encontra a fazer para, em conjunto com as restantes entidades relevantes, encontrar a forma mais eficiente e eficaz de aceder à informação necessária.

CMVM

Só perante a existência de práticas indevidas na venda dos produtos é que é possível tentar uma solução semelhante à que agora foi aprovada para os lesados do BES. António Costa já tinha, aliás, salientado isso mesmo em maio, notando que enquanto não houver essa confirmação o Estado fica limitado na “possibilidade de encontrar mecanismos como aqueles que temos relativamente aos lesados do BES”.

O Parlamento aprovou recentemente a proposta do BE para incluir os lesados emigrantes do BES. Foi aprovada com a abstenção do PAN e do PSD, com a exceção de cinco deputados do PSD que também votaram a favor da inclusão destes investidores que terão, assim, acesso à mesma solução que os restantes. Do universo de lesados residentes em Portugal, cerca de 1.000 aceitaram a solução proposta pelo Governo.

A solução acordada para os investidores do BES propõe que os lesados do banco que era liderado por Ricardo Salgado recuperem 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido. No caso do Banif, estima-se que haja 3.500 clientes lesados que perderam 265 milhões de euros em investimentos.

O decreto que regula os fundos de recuperação de créditos foi publicado, na passada sexta-feira, em Diário da República, entrando em vigor no dia seguinte à sua publicação.Ao fim de três anos do colapso do BES, e com a publicação do novo regime em Diário da República, a solução encontrada pelo Governo, reguladores e associação representante dos lesados pode, finalmente, começar a ser implementada.