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Apollo vai manter marca Açoreana após fusão com Tranquilidade

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

Citamos

Económico

Apollo promete replicar na Açoreana a estratégia de recapitalização, foco no cliente e valorização dos recursos da empresa, que implementou na Tranquilidade. Marca será mantida.

A Apollo pretende manter a marca Açoreana, se concretizar a compra da seguradora. Ao que o Diário Económico apurou, na proposta pela Açoreana a gestora de fundos americana propõe replicar a mesma estratégia de recapitalização, enfoque no cliente, valorização e optimização de recursos que implementou na Tranquilidade, a seguradora que comprou ao Novo Banco no ano passado.

Este processo será levado a cabo de forma concertada com os principais ‘stakeholders’ da Açoreana, como os funcionários, o supervisor, os corretores e os grandes clientes. A prioridade será assegurar a normalidade do funcionamento da Açoreana.

A região dos Açores, onde a companhia tem uma importante presença, merecerá forte atenção no âmbito deste processo, sabe o Económico.

O objectivo final da Apollo é integrar a Açoreana na Tranquilidade, mantendo a marca da companhia fundada em 1892. A proposta da Apollo não exclui eventuais rescisões, no processo de fusão, mas a terem lugar será no âmbito de uma estratégia que se assume como de valorização da companhia e não da sua destruição. Recorde-se que, nos últimos dias, a possibilidade de rescisões tem causado polémica, com o sindicato do sector a exigir a manutenção dos postos de trabalho e o PSD a pedir esclarecimentos sobre a venda, no Parlamento.

Na semana passada, a Apollo foi seleccionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, no processo de venda que está a ser conduzido pelo Citi, debaixo da alçada do supervisor dos seguros. O contrato de exclusividade prevê que a oferta vinculativa da Apollo permanece válida até ao fim de Janeiro. Se até ao dia 31 (domingo) não for possível concluir o negócio, a concorrente Caravela deverá ser chamada à mesa das negociações, substituindo a Apollo. Na quarta-feira, o presidente da Caravela, Diamantino Marques, concedeu uma entrevista ao Económico onde defendeu que a sua proposta é a única das três que assegura a continuidade da Açoreana.

A terceira concorrente, a Allianz, estava interessada apenas na carteira da Açoreana, pelo que só deverá ser chamada em último recurso.

Oferta da Apollo incide sobre a totalidade do capital
Ao contrário do que, por lapso, o Diário Económico noticiou na terça-feira, a oferta da Apollo incide sobre a totalidade do capital da Açoreana e não apenas sobre os 52% que são detidos pela SOIL, da família Roque. Ou seja, abrange também a participação de 48% que está nas mãos do Oitante, o veículo pertencente ao Fundo de Resolução. E não é possível, ainda, estimar o encaixe a que os accionistas terão direito com a venda, dado que esse valor dependerá das necessidades de capital que forem identificadas na seguradora. O valor oferecido pela Apollo – que não foi possível apurar, até ao fecho da edição – será dividido em duas parcelas: uma servirá para cobrir as necessidades de capital da Açoreana e outra servirá para pagar aos accionistas.

As necessidades de capital poderão ascender a 50 milhões de euros, segundo foi noticiado. Mas o cálculo final estará dependente das contas de 2015, que estão a ser fechadas por estes dias (ver texto ao lado). Só aí se saberá quanto receberão os accionistas, do montante oferecido pela Apollo.

Fusão dará origem ao segundo maior ‘player’ nacional
Se a fusão entre a Tranquilidade e a Açoreana avançar, dará origem à segunda maior seguradora no ramo Não-Vida, tal como o “Jornal de Negócios” noticiou há dias, com prémios anuais na casa dos 600 milhões de euros.

De acordo com os dados disponibilizados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), em 2015 a Açoreana foi a quarta maior seguradora neste segmento, tendo registado prémios no valor de 274,56 milhões de euros, o que representa um aumento homólogo de 3,4%.

Já a Tranquilidade, que até à resolução do BES (Agosto de 2014), pertencia ao antigo Grupo Espírito Santo, registou prémios no valor de 320,29 milhões de euros no ano passado, valendo-lhe o terceiro lugar neste mercado. A Apollo adquiriu a Tranquilidade em Janeiro de 2015, comprando-a ao Novo Banco.

A Allianz, com um volume de prémios no valor de 338,92 milhões, ocupa a segunda posição, atrás da Fidelidade, a líder de mercado, com prémios no valor de mil milhões de euros.

A Caravela, uma seguradora criada no ano passado, está também interessada na Açoreana, cuja aquisição lhe permitiria entrar directamente para a “primeira liga” no sector. Liderada por Diamantino Marques, a Caravela teve prémios no valor de 28 milhões de euros, em 2015, o que lhe vale o 19º lugar no ´ranking’ das seguradoras não-Vida em Portugal.

Até ao fecho, não foi possível obter esclarecimentos de fonte oficial da Apollo.

Seguradora do Banif, transferida para o Naviget, recebeu seis propostas de compra nacionais e internacionais

Sábado, Janeiro 9th, 2016

Citamos

Dinheiro Vivo

A Caravela Seguros e a Apollo estão na corrida final pela compra da Açoreana, apurou o Dinheiro Vivo junto de fonte financeira. A seguradora do Banif recebeu, no total, seis propostas de interessados nacionais e internacionais, algumas das quais já estavam em cima da mesa antes da venda e resolução do Banif; outras surgiram após a medida aplicada ao banco em dezembro passado. Mas apenas estas duas passaram à fase final.

Nem a Caravela Seguros nem a Apollo quiseram fazer qualquer comentário. De acordo com a mesma fonte, a Caravela – seguradora liderada por Diamantino Marques, antigo presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP) – é a mais bem posicionada para a compra da Açoreana. Isto porque a companhia de seguros está em fase de crescimento e deverá assumir os 800 trabalhadores. No caso da Apollo, os norte-americanos já contam com presença em Portugal, depois da compra da Tranquilidade ao Novo Banco, o que significa que o foco estará nas apólices e não na salvaguarda dos postos de trabalho.

A venda da Açoreana está agora nas mãos do Naviget, veículo criado para gerir e recuperar os ativos tóxicos do Banif que não foram transferidos para o Santander Totta, que detém cerca de 48% do capital, e da Soil SGPS, da família Roque, que controla os restantes 52%. Apesar das imparidades que a seguradora terá de assumir com as perdas arrecadadas com a participação qualificada que tinha no banco liderado por Jorge Tomé, em termos operacionais a atividade da Açoreana é considerada atrativa e apetecível. Daí o forte apetite na compra demonstrado por vários interessados.

“Não colocamos de parte oportunidades de aquisição. Não passamos ao lado do que se passa com os nossos vizinhos”, adiantou o presidente do conselho de administração da Caravela Seguros, Diamantino Marques, em junho passado, quando da apresentação da seguradora. A Caravela Seguros resulta da compra das operações dos franceses da Macif em Portugal, suportada por uma holding, a AAA SGPS, com investidores portugueses “especialistas na distribuição de seguros”. No caso da Apollo, os norte-americanos compraram a seguradora Tranquilidade ao Novo Banco em agosto de 2014 por 215 milhões de euros, além de terem participado na fase final da corrida pela compra da instituição financeira liderada por Stock da Cunha. Mais recentemente, a Apollo fez parte dos seis interessados que fizeram propostas de compra pelo Banif.

A venda da Açoreana era um dos objetivos e das metas da administração liderada por Jorge Tomé, no âmbito da venda de ativos não estratégicos, juntamente com a operação em Malta e com a redução da exposição ao imobiliário. No entanto, o processo de venda da seguradora acabou por ser interrompido com a venda e resolução do Banif, aplicada pelo Banco de Portugal. O Banco de Portugal – recorde-se – decidiu a venda da atividade do Banif e da maior parte dos seus ativos e passivos ao Santander Totta por 150 milhões de euros. Os ativos “tóxicos” foram transferidos para um veículo de gestão de ativos, o Naviget, entre os quais consta a Açoreana, além do banco de investimento do Banif, participações, fundos de investimento e cerca de 500 trabalhadores do banco.

Também foi transferido um vasto conjunto de sociedades, como o Banif Imobiliária, o Fundo de Recuperação de Turismo, o Fundo de Reestruturação Empresarial. Ao relançar e concretizar a venda da seguradora do Banif, o Naviget pretende recuperar parte dos mais de 2,2 mil milhões de euros que o Estado teve de injetar no Banif antes da venda dos ativos “saudáveis” ao Santander Totta. A venda e resolução foi aplicada ao Banif com o Banco de Portugal a considerar que não foi “possível concretizar a venda de ativos a passivos do Banif no âmbito do processo de alienação voluntária”, porque “todas as propostas apresentadas pelos potenciais compradores implicavam auxílio de Estado adicional, o que determinou que a alienação fosse feita no contexto de resolução”.