Archive for the ‘Banco Santander’ Category

Institucionais avançam com processo contra venda do Popular ao Santander

Terça-feira, Agosto 22nd, 2017

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Negócios

Há mais uma acção judicial visando a resolução aplicada ao Banco Popular. Desta vez, são investidores institucionais como fundos de “private equity”. A gestora de activos Pimco, que pode ter sido prejudicada na intervenção, não está no grupo, escreve o FT.

Há mais um processo judicial contra a venda do Banco Popular ao Santander. Um grupo de investidores institucionais colocou uma acção contra as autoridades europeias, pretendendo anular as decisões tomadas na intervenção que levou ao fim do Popular enquanto banco autónomo.

A acção está a ser liderada pela sociedade de advogados Quinn Emanuel e foi entregue no Tribunal Geral da União Europeia, em nome de vários fundos como a Anchorage Capital e a Ronit Capital. O processo é oficializado mesmo depois de, do ponto de vista da concorrência, a Comissão Europeia já ter dado o aval à operação. 

Em causa no processo estão acusações contra o Conselho Único de Resolução, a autoridade de resolução a nível da Zona Euro e que definiu, a 7 de Junho, que o Popular seria vendido ao Santander por 1 euro, com perdas para accionistas e detentores de dívida subordinada (a mais arriscada).

Segundo declara Richard East, do escritório Quinn Emanuel, ao Financial Times, a queixa prende-se, em parte, com o facto de a decisão ter sido tomada com base em “informação incompleta”. A forma de avaliação do Popular, que partiu de uma auditoria da Deloitte que nunca foi tornada pública, é um dos aspectos discutidos no processo – esse é um ponto já referido noutras acções já noticiadas.

Além disso, houve declarações públicas do Conselho, antes da resolução, a referir que o tema Popular estava a ser acompanhado, o que leva à acusação de “violação do segredo profissional”, como diz Richard East ao jornal espanhol Cinco Días. A ideia é que tais palavras desencadearam a fuga de depósitos que acabou por justificar a resolução.

O Popular foi intervencionado depois de o Banco Central Europeu ter decidido que o banco estava “em risco ou em situação de insolvência” – aliás, ainda esta semana, a autoridade de Frankfurt divulgou os documentos que levaram a essa consideração.

A acção foi colocada mais de dois meses depois da resolução aplicada ao Popular – havia receio, nessa altura, de que pudesse extinguir-se os prazos para a reclamação judicial. Aliás, no dia 7 de Agosto, dois meses depois da resolução, um grupo de accionistas anunciou que iria para o Tribunal Geral da UE para contestar a decisão judicial, a par da associação que representa investidores minoritários.

O Financial Times escreve que a gestora de activos Pimco – penalizada pela resolução do Banco Espírito Santo – fazia parte da lista inicial de obrigacionistas lesados pela intervenção no Popular, devido aos 279 milhões de euros investidos em obrigações em Março, mas não faz parte deste grupo de investidores.

Ao todo, segundo sintetiza o Cinco Días, o Popular tinha 1.350 milhões de euros em obrigações convertíveis (CoCos) que registaram perdas, a par de mais 685 milhões de dívida subordinada, também perdida na intervenção.

 

 

Espanha atira para Bruxelas indemnizações a lesados do Popular

Domingo, Julho 16th, 2017

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Negócios

O ministro da Economia espanhol acredita que o país se limitou a cumprir a legislação comunitária na resolução do Popular. Se alguém tem que pagar eventuais indemnizações a accionistas e credores é Bruxelas.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, defendeu esta segunda-feira, 10 de Julho, que caberá a Bruxelas o eventual pagamento de indemnizações a accionistas e credores do banco Popular que recorram a tribunal.

“As decisões do FROB [fundo que liquidou o Popular] foram tomadas em nome do Conselho Único de Resolução”, afirmou. Espanha acredita assim que se limitou a aplicar as regras comunitárias e que, em caso de litígio, caberá à União Europeia pagar as indemnizações, tendo em conta que os lesados avançaram para uma batalha legal.

O ministro garantiu ainda que “o contribuinte espanhol não pagará um euro pelo Popular”. “Aplicaram-se as regras, preservou-se a estabilidade financeira e não houve nenhuma injecção de dinheiro público”, acrescentou no Eurogrupo.

Visão diferente tem Bruxelas, numa fonte citada pelo El País. “Os afectados podem agir contra o mecanismo de resolução, que desenhou o plano de liquidação, ou contra o Frob, que o aplicou, ou contra a equipa de gestão do banco”, explicou.
O Popular foi vendido ao Santander por um euro, como parte de uma medida de resolução no início de Junho. O regime pretende minimizar o uso de dinheiros públicos nas soluções encontradas para os problemas bancários.

No quadro da União Bancária, é ao Conselho Único de Supervisão que cabe este tipo de decisões. Até ao final de 2015, as autoridades de resolução responsáveis eram as nacionais.

Por isso mesmo, a mão foi do Banco de Portugal nas duas medidas de resolução aplicadas no país, que não deixaram de envolver dinheiros públicos: o Banco Espírito Santo (BES) e o Banif.

Enquanto o BES foi dividido em “banco bom” [o Novo Banco] e “banco mau” [mantendo o nome e reunindo activos considerados tóxicos], o Banif acabou por ser comprado pelo Santander Totta.

ACCIONES MEINL: BANIF ES CONDENADO POR EL TRIBUNAL SUPREMO

Quarta-feira, Dezembro 21st, 2016

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ASUFIN

» BANIF (AHORA BANCO SANTANDER) DEBERÁ RESARCIR A LOS AFECTADOS Y ABONAR LAS COSTAS DE LOS RECURSOS DE CASACIÓN E INFRACCIÓN PROCESAL

La sentencia de primera instancia estimó parcialmente la demanda interpuesta por los afectados. El juez considera que la entidad no informó a sus clientes sobre los riesgos del producto. Esto entrañó una privación a los inversores de decidir cuando vender sus títulos. Los afectados consideran que tal conducta supuso un incumplimiento contractual que debe dar lugar al resarcimiento de los perjuicios sufridos.

Los recursos de apelación fueron desestimados en Audiencia Provincial. La Sala considera que no hubo incumplimiento inicial en el asesoramiento. Asimismo, que el incumplimiento fue posterior, puesto que no se informó a los clientes de los problemas por los que estaba pasando Meinl, ni de los riesgos de desplome de la cotización de las acciones.

El Banco Santander formuló un único motivo de infracción procesal donde rebate la conclusión de la AP. Por tanto, considera que la información a los clientes sobre la situación de la empresa austriaca no llegó con retraso. Sin embargo, el Alto Tribunal considera lo contrario, por lo que los inversores no pudieron disponer de toda la información necesaria.

Con respecto a los motivos de casación, el juez desestima los cuatro motivos de casación alegados por Banif. La Sala considera que la entidad se debía a su obligación de asesorar al cliente. Del mismo modo, que la entidad debía actuar conforme a la buena fe e imparcialidad en el ejercicio de su deber de información, sin anteponer los intereses propios a los de sus clientes. Además, considera que sí existe nexo causal entre el incumplimiento de los deberes legales y contractuales. Esto es, que los daños podrían haberse evitado si Banif hubiese dado la información correcta a tiempo.

Por todo lo expuesto, se desestiman dichos recursos y se interponen al Banco Santander (Banif) las costas causadas por ambos.

Lucro do Santander aumenta 121% após compra do Banif Leia mais: Lucro do Santander aumenta 121% após compra do Banif

Quarta-feira, Abril 27th, 2016

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Jornal de Notícias

O grupo Santander anunciou, esta quarta-feira, lucros de 121 milhões de euros em Portugal no primeiro trimestre do ano, mais 121% face a 2015, e referiu o “impacto positivo em toda a conta da incorporação da atividade do Banif”.

Numa comunicação ao mercado espanhol, o banco destaca que “o lucro atribuído do primeiro trimestre é de 121 milhões de euros, mais do dobro do que obtido até março do ano passado (+121%)”, e aponta “o impacto positivo ao longo de toda a conta da incorporação da atividade do Banif”, que o Santander comprou no ano passado por cerca de 150 milhões de euros.

“O conjunto das margens de juros e das comissões cresceram 30%, enquanto os custos subiram 25%”, realçou o Santander, acrescentando uma outra razão para a subida dos lucros.

“Adicionalmente, as receitas reforçaram-se com os resultados de operações financeiras originados na venda de carteiras”, salientou.

As dotações para insolvências, apesar do maior perímetro, “aumentaram unicamente em 2%, com o custo do crédito a melhorar para os 0,28%”.

Comparando com o quarto trimestre do ano passado, “em que os resultados obtidos em vendas de dívida pública foram muito elevados, o lucro aumenta em 1%”.

A margem bruta do Santander em Portugal alcançou os 337 milhões de euros no primeiro trimestre (mais 41,5% do que ano passado), enquanto a margem líquida foi de 183 milhões (mais 59,6%). O lucro atribuído ao grupo foi de 121 milhões de euros (mais 121,4%).

Sobre a evolução do negócio em Portugal, com a compra do Banif, o Santander indica que o crédito aumentou 24%, para os 30 mil milhões de euros.

“A incorporação dos saldos do Banif representou uma mudança na sua estrutura, aumentando o peso do segmento de empresas para 35% (31% em março de 2015). Em termos comparáveis, sem o efeito desta incorporação, os saldos diminuiriam em 2% (o que é um melhor comportamento do que o mercado”, assinala o banco.

Por outro lado, os recursos aumentaram 22%, para os 30,6 mil milhões de euros, “principalmente devido à incorporação dos depósitos do Banif”.

“Em termos homogéneos, o total de recursos regista um aumento de 4%, compatível com uma gestão muito focada na redução do custo dos depósitos”, acrescenta o Santander.

Portugal representa 6% dos lucros totais do banco no primeiro trimestre o ano, que foram de 1.630 milhões de euros.

 

Espanhol Santander diz não descartar aquisições

Sexta-feira, Março 18th, 2016

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Globo

‘Meta é elevar a participação de mercado e a rentabilidade’, diz presidente.
Instituição comprou o banco de menor porte Banif em Portugal.

O banco espanhol Santander não descarta aquisições para crescer em alguns de seus principais mercados, disse a presidente do conselho da instituição, Ana Botín, nesta sexta-feira (18), embora o banco almeje principalmente crescer organicamente.

“Nossa meta é elevar a participação de mercado e a rentabilidade”, disse Botín em encontro de acionistas na cidade portuária de Santander, na Espanha, onde o banco foi fundado.

“Não posso descartar futuras aquisições ‘bolt-on’ (normalmente de companhias menores) em nossos principais mercados, como fizemos em Portugal, desde que façam sentido estratégico e financeiro.”

O Santander comprou o banco de menor porte Banif em Portugal no fim do ano passado.

Botin disse que o Santander está confiante de que cumprirá suas metas de rentabilidade e capital para 2018.

Lucro
O banco Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 6,624 bilhões em 2015. Em relação ao ano anterior, quando os ganhos atingiram R$ 5,850 bilhões, o lucro cresceu 13,2%. O lucro líquido do espanhol Santander despencou 98%, afetado por encargos no Reino Unido e desaceleração da receita no Brasil, dois de seus mercados mais importantes.

Santander surpreendido por não ficar dono de imóveis do Banif no valor de 100 milhões

Quarta-feira, Fevereiro 3rd, 2016

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Público

No dia em que a comissão de inquérito toma posse, fica a saber-se que o Santander não foi autorizado a usar o seu símbolo no edifício sede do Banif, que pertence a um fundo onde o grupo espanhol só tem 20%.

Com a compra dos activos bons do Banif, o Santander Totta esperava ficar com activos imóveis avaliados em cerca de 100 milhões euros, mas acabou por descobrir que é dono de apenas 20% desse património.

Este é um dos casos que, à medida que o tempo vai passando, deixam antever um quadro de resolução de grande pressão por parte das autoridades europeias (BCE e DGCom, articuladas com o Banco de Portugal), que acabaram por deixar “pontas soltas”.

Ainda não tinham passado nove horas desde a divulgação da venda do Banif ao Santander (20 de Dezembro, domingo, ao final da noite), já o grupo espanhol enviava, ao início da manhã de segunda-feira, para a sede da instituição, na Avenida José Malhoa, uma equipa de quatro elementos, chefiada por Vieira Monteiro, o presidente do Santander.

Chegados ao 10.º piso do edifício sede, pediram aos antigos gestores do Banif ali presentes que abandonassem os três andares ocupados pela anterior gestão, pois necessitavam de espaço para trabalhar. Mas Vieira Monteiro seria informado mais tarde que todos os edifícios afectos à exploração (incluindo o prédio da sede onde se encontravam, bem como as agências) eram de um fundo de investimento imobiliário Banif Property e, portanto, não pertenciam ao Santander, o que ditou a retirada do símbolo do grupo espanhol entretanto colocado no elevador.

Na semana passada, na apresentação das contas de 2015, onde revelou lucros de 291 milhões, Vieira Monteiro referiu que “encontrou situações inesperadas no Banif, a todos os níveis”, mas não especificou. Neste momento, o banco espanhol apenas ocupa o 10.º andar do prédio na Avenida José Malhoa (e uma parte reduzida de um outro andar, onde permanecem alguns directores comerciais). A parte restante do imóvel é ocupada pelos trabalhadores que ficaram na Oitante, o veículo do Fundo de Resolução, e cujos três administradores têm gabinetes no 9.º piso.

As unidades de participação do fundo de investimento imobiliário Banif Property são detidas em 48% pela Oitante (que recebeu todos os activos imobiliários e de crédito malparado do grupo Banif), estando 32% disseminadas por clientes do Banif. O Santander apenas ficou com 20% das unidades de participação. Em Junho de 2015, o valor do Property era de quase 103,8 milhões de euros, mas retirando os empréstimos, de 26,49 milhões, o seu valor líquido é de 75,8 milhões. Desconhece-se qual a renda que o Santander está a pagar ao Fundo de Resolução pelos espaços pertencentes a este fundo e que ocupa.

Outro tema que está a dar origem a um diferendo de bastidores entre autoridades europeias e nacionais está relacionado com a dimensão dohaircut de 75% e de 66% dos activos imobiliários do ex-Banif considerados problemáticos e que ficaram para a Oitante, o veículo do Fundo de Resolução. A deliberação agravou em pelo menos 400 milhões as perdas para o Estado (o Governo defendia um corte de apenas 50%), não sendo claro qual o regulamento que sustentou a deliberação, dado que o contexto era o de uma liquidação (a da Oitante). Os activos que transitaram para a Oitante, e que foram rejeitados pelo Santander, estavam contabilizados pelo Banif em 2200 milhões.

Comissão de inquérito arranca
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) à intervenção e resolução do Banif, que vai ser presidida pelo deputado comunista António Filipe, arranca nesta quarta-feira com a tomada de posse dos 17 deputados indicados pelos partidos.

Os trabalhos em S. Bento vão prolongar-se por quatro meses e serão chamadas a depor personalidades, cujos testemunhos, em conjunto, possam contribuir para o apuramento de responsabilidades políticas no desfecho do destino de um banco, controlado em 61% pelo Estado (depois de ter sido em 98%), e cuja venda ao Santander implica 3400 milhões de euros de fundos públicos (com apoio directo ao grupo espanhol).

O PSD avançou com  os nomes de Marques Guedes, Miguel Morgado, Carlos Abreu Amorim, Inês Domingos, Margarida Mano, Pedro do Ó Ramos e Rubina Bastos. Já o PS indicou João Galamba, Neto Brandão, Carlos Pereira, Lara Martinho, Brilhante Dias, Hortense Martins e Luís Testa. As bancadas do CDS, BE e PCP têm apenas direito de indicar um deputado efectivo. O BE e o PCP voltam a indicar, respectivamente, Mariana Mortágua e Miguel Tiago (já presente na comissão de inquérito ao BES) e o CDS-PP avançou com João Almeida.

BANIF. Comissão exigia um comprador forte mas nega ter imposto o Santander

Terça-feira, Fevereiro 2nd, 2016

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Expresso

A Comissária responsável pela Concorrência admite que a escolha era limitada e que o comprador tinha de ser suficientemente forte para absorver o Banif, mas afirma que a decisão final é responsabilidade das autoridades portuguesas

“Não, não o fizemos”. Margrethe Vestager é assertiva ao dizer que a Comissão não impôs às autoridades portuguesas que o Banif fosse vendido ao Santander. A Comissária europeia com a pasta da Concorrência explica que não tem esse poder e atira a responsabilidade para as autoridades portuguesas.

“O que era importante para nós é que o comprador tivesse força suficiente para assimilar a compra, e para garantir que no final resultaria uma entidade viável”, diz Vestager em entrevista à SIC e ao Expresso.

Bruxelas queria um comprador robusto mas a Comissária garante que não podia impor “um determinado comprador”.

A 19 de dezembro, Mário Centeno recebeu um e-mail vindo do Banco Central Europeu que deixava claro ao Governo que a Comissão Europeia iria aprovar a venda do Banif ao Santander, o que aconteceu dois dias mais tarde.

No documento a que o Expresso teve acesso – e que foi notícia a 22 de janeiro – o supervisor europeu explicava que havia “outras ofertas pelo Banif, que de acordo com a Comissão não respeitavam as regras da UE das ajudas de Estado e que, por isso, não podiam seguir em frente”. O mesmo documento aconselhava Centeno a não “perder tempo a fazer passar essas propostas”.

A Comissária dinamarquesa assume a responsabilidade de fazer cumprir as regras europeias mas sublinha que a Comissão não é uma entidade de resolução nem de supervisão.

“A decisão sobre a resolução, sobre quem é o comprador e antes disso, de assegurar a supervisão do banco cabe às autoridades portuguesas. E que diz respeito à decisão sobre a resolução, é claro que é do Banco de Portugal”, esclarece.

O problema é que a escolha era limitada. “O Santander era o único com uma oferta vinculativa no final do processo aberto e é claro que isso limitou a escolha final das autoridades, porque era importante que acontecesse rapidamente de forma a que o banco conseguisse abrir na segunda-feira”, explica a Comissária.

A 18 de dezembro – concluído sem sucesso o processo de venda voluntária – as autoridades nacionais chegavam também à conclusão que não poderiam vender o Banif sem recorrer a ajudas de Estado. Uma vez mais as regras europeias condicionaram o processo. Uma nova injeção de dinheiro público – a somar aos 1100 milhões injetados no banco em 2013 – obrigava à resolução do banco. Não importava que a proposta do Santander apresentada durante o processo aberto fosse menos benéfica para o Estado do que a que veio a concretizar-se.

Vestager volta uma vez mais a esclarecer que a resolução não foi imposta: “É a eles (autoridades nacionais) que cabe dizer que não conseguem vender o banco sem ajudas de Estado. Essa é a decisão deles e responsabilidade é deles. Depois entramos nós. Mas quando decidem que é precisa ajuda do estado isso desencadeia uma resolução.”

Nesta fase, a Comissão teve apenas de avaliar os custos de uma eventual liquidação do banco e qual a solução menos penosa para o bolso dos contribuintes.

“Uma das coisas que foram óbvias na nossa avaliação foi que a resolução era uma melhor opção do que a liquidação, e menos dispendiosa do que a liquidação teria sido. E isso é parte da nossa responsabilidade, mas compete às autoridades locais dizer: isso só é possível com ajuda estatal e isso tem consequências que eles próprios têm a responsabilidade de assumir”, conclui.

 

 

Santander fala do Banif pela primeira vez e apresenta resultados anuais – como aconteceu

Quarta-feira, Janeiro 27th, 2016

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Observador

O presidente do Santander Totta refutou qualquer tese de favorecimento ao Santander na compra do Banif. Vieira Monteiro diz que apenas tinha o conhecimento geral das dificuldades do Banif e “foi aberto um concurso: concorremos”. O responsável notou que “durante muitos anos o banco apresentou prejuízos sistematicamente e, portanto, chegámos à situação que as autoridades determinaram, não fomos nós”. Vieira Monteiro sublinhou, contudo: “No Santander não costumamos fazer mais negócios”.

 Banif (II): “Para nós, foi sempre um processo competitivo”

E havia outras propostas? “Não sei. Para nós, o processo foi sempre competitivo. Nós concorremos a esse processo, um processo competitivo. Apresentámos uma determinada proposta e, no dia em que fomos apresentar a proposta, foi-nos dito que tínhamos de fazer uma nova proposta porque tinha ia haver uma resolução”.

Banif (III): “Situações inesperadas no Banif”

António Vieira Monteiro diz que o “Santander Totta” não tem por hábito “adquirir maus negócios, mas negócios que pensamos poderem ser bons negócios”. Foi aí que Vieira Monteiro disse o seguinte: “Atualmente, tivemos algumas situações que nós não pensaríamos que estivessem no balanço do banco”. Que tipo de situações? “Na altura devida, irão saber”, afirmou o presidente do Santander, dizendo mais tarde: “Nós encontrámos situações a todos os níveis, quer ao nível de crédito quer ao nível de outras situações”. Sobre eventuais participações criminais associadas a essas surpresas: “nós não fazemos participações desse tipo”.

Banif (IV): “O risco (das situações inesperadas) é todo nosso”

O Santander salientou, contudo, que o risco associado a estas “situações inesperadas” é “totalmente” do banco liderado por António Vieira Monteiro, rejeitando a possibilidade de virem a ser feitas segundas contas precipitadas por esta questão.

Novo Banco (I): “Naturalmente, olharemos mais uma vez para o processo”

  • “O Banco Santander é um grande banco e está sempre atento àquilo que se passa à sua volta. Naturalmente, olhará mais uma vez para o processo do Novo Banco”, afirmou Vieira Monteiro. “Mais do que isso não posso dizer porque ainda não sabemos os contornos – o caderno de encargos ainda não é conhecido. É na base desse caderno de encargos que estaremos em condições de decidir se estamos interessados ou não”. Mas ficou claro que o Santander irá acompanhar, “com certeza, o processo”.

    Novo Banco (II): Santander teria preferido recapitalização maior

    António Vieira Monteiro comentou, também, a medida de recapitalização do Novo Banco pode não ter sido suficiente para tornar confortável a posição da instituição. “Se calhar teria sido melhor ser mais dinheiro, para ficarmos mais contentes com a situação. Mas ainda não vimos as contas do banco, não quero fazer mais comentários” para já.

  • Conluios não existem, caros senhores

    “Conluios não existem, caros senhores”, afirmou António Vieira Monteiro, numa questão sobre se o Santander Totta tinha há mais tempo conversado com alguém sobre a compra do Banif. A fechar a conferência de imprensa, Vieira Monteiro diz que apenas tinha o conhecimento geral das dificuldades do Banif e “foi aberto um concurso: concorremos”.

  • Santander está a “analisar” redundâncias após Banif

    Sobre as redundâncias: “Estamos a identificar” redundâncias após a compra do Banif, diz Vieira Monteiro.

    • “Existem agências algumas em frente às outras. Acho que algures há uma rotunda onde temos três agências”. “A racionalização das redes é um elemento crucial para a atividade. “Estamos a identificar quais são os balcões mas só depois de haver uma integração informática pode haver uma fusão plena das unidades em causa”.

      Também sobre a conta de funcionários. “Também estamos a analisar. Haverá saídas normais e pessoas que podem ser usadas noutras funções. Estamos a fazer uma análise”.

    • Sobre a saúde dos sistema financeiro. “Tem atravessado alguns problemas. Se não dissessemos que não havia problemas, não se teriam passado casos como os que passámos. O sistema financeiro tem de se capitalizar, tem de rentabilizar. Isso é fundamental. A consolidação vai ter de existir, não só em Portugal mas em toda a Europa”.

      Sobre a proposta do Orçamento do Estado: “Vamos ver. Ainda temos só algumas indicações gerais, mas tenho confiança na execução orçamental e que teremos um Orçamento que corresponderá às necessidades do país”

Santander lucra quase seis mil milhões com Banif “a dar” 283 milhões

Quarta-feira, Janeiro 27th, 2016

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Negócios

Quase seis mil milhões de euros foi quanto o Grupo Santander lucrou em 2015. Embora o Reino Unido tenha obrigado a uma provisão de 600 milhões de euros. No entanto, o Banif já contribuiu com um resultado financeiro com impacto positivo de 283 milhões de euros.

O banco Santander lucrou quase seis mil milhões de euros em 2015, mas no quarto trimestre os resultados acabaram por ficar abaixo das estimativas.
Os resultados do quarto trimestre ficaram nos 25 milhões de euros, já que o Banco, liderado por Ana Botín, inscreveu imparidades de 1.435 milhões de euros. Há um ano nos três meses terminados em Dezembro os lucros tinham sido de 1.680 milhões de euros. De forma recorrente, sem os efeitos extraordinários, os resultados atingiram, no quarto trimestre deste ano, 1.460 milhões de euros.
No conjunto do ano registaram-se 600 milhões de imparidades, pela actividade do Reino Unido, que terá novas exigências de capital, que penalizaram os resultados. Ainda assim, o grupo lucrou 5.966 milhões de euros, mais 3% que um ano antes. Sem efeito dos resultados não correntes, o crescimento seria de 13% para 6.566 milhões de euros. “Num ano com um contexto económico internacional complexo, com as taxas de juro historicamente baixas em moedas chave para o grupo, como euro, libra e dólar, o Banco Santander apresentou uma boa evolução”, diz o grupo em comunicado aos reguladores do mercado de capitais.

O Santander já inscreveu, nos resultados de 2015, um resultado financeiro positivo peloBanif de 283 milhões de euros. Também a reversão de passivos fiscais no Brasil de 835 milhões de euros contribuíram para compensar parte dos 1.718 milhões de euros de resultados financeiros negativos nesse ano: 600 milhões só por conta do Reino Unido.

De acordo com os resultados de 2015, divulgados esta quarta-feira, o Santander inscreveu 283 milhões de euros de resultados positivos não recorrentes pelo Banif, explicando tratar-se de um “badwill” pela aquisição do banco português, o que significa que o Santander está a considerar que o preço pago é mais baixo do que o seu justo valor. O Santander adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em Dezembro, no âmbito de um processo de resolução do Banco Nacional do Funchal. Com esta aquisição o Santander reforçou a sua posição em Portugal para 14,5% de quota.

No apresentação que faz dos seus resultados referentes a 2015 – o Banif foi adquirido a 20 de Dezembro -, o Santander diz que Portugal contribui com 4% para os resultados.

No conjunto do banco, em termos consolidados, o Santander reportou um aumento de 6% no crédito e de 7% na captação de recursos de clientes, o que permitiu uma melhoria em 8% das receitas comerciais.

O banco justifica, assim, a distribuição de um dividendo de 0,20 euros por acção, sendo 0,16 euros em dinheiro, mais 79% que em 2014. O banco diz que cumpriu os compromissos anunciados no Dia do Investidor em Setembro, no qual tinha traçado como objectivos situar o seu “core” capital acima dos 11% no final de 2018. No final de 2015, estava acima dos 10%. E alcançar uma rentabilidade de 13% nesse mesmo ano, situando-se já nos 11%.

A margem financeira bruta atingiu os 45.272 milhões de euros, o que o banco compara com 2012, dizendo que estão acima em 300 milhões dos valores desse ano. Os custos, sem o impacto cambial, crescem a um ritmo menos elevado, explica o banco. A evolução dos ingressos e dos custos levam a uma margem líquida de 23.702 milhões de euros, mais 5%, o que situa o rácio de eficiência nos 47,6%, o que o banco diz ser um dos níveis mais baixos da banca internacional.

Em relação aos lucros, 56% vem da Europa e 44% da América. O maior contributo chega mesmo do Reino Unido com 23%, seguido do Brasil (19%), Espanha (12%), Estados Unidos (8%), México (7%), Chile (5%). Portugal, Argentina e Polónia pesam, cada, 4%.

Os activos totais em 2015 atingiram os 1.340.260 milhões de euros, mais 6% que em 2014. O volume de crédito ascendeu a 805.395 milhões de euros, mais 6% que um ano antes. Com os recursos de clientes a atingirem os 774.819 milhões de euros.

Garantia do Estado ao Totta e ao veículo herdeiro do Banif tem 10 anos de vida

Quarta-feira, Janeiro 20th, 2016

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Negócios

Já foram oficializadas as garantias estatais de 746 milhões de euros mobilizadas na intervenção ao Banif. São elas que, caso não sejam recuperadas, podem elevar a factura pública com a resolução a 3.000 milhões de euros.

A garantia que o Estado concedeu ao Banif – que serve de suporte ao Santander Totta, por um lado, e ao veículo Oitante, por outro – estende-se por 10 anos, segundo o diploma que a oficializa.

O Despacho n.º 867/2016, datado de 31 de Dezembro de 2015 mas só publicado em Diário da República a 19 de Janeiro, dá as condições para que, além da injecção imediata de 2.255 milhões de euros no Banif, haja ainda uma garantia pública de 746 milhões de euros.

A Naviget (cujo nome entretanto foi já alterado para Oitante, ainda que seja a designação original a constar do diploma) emitiu obrigações no valor de 746 milhões de euros que foram garantidas pelo Fundo de Resolução (o seu principal accionista). O Fundo de Resolução tem, por sua vez, a sua garantia “garantida” pelo Estado. É essa concessão de “contragarantia” que foi oficializada em Diário da República esta terça-feira.

São estas garantias que poderão fazer com que a factura da intervenção do Banif, no final de 2015, possa ascender a mais de 3 mil milhões de euros – foi, aliás, este o montante de despesas autorizadas pela Comissão Europeia. Isto porque são garantias de 746 milhões que se somam aos 2.255 milhões injectados.

As obrigações emitidas (e asseguradas, primeiro, pelo Fundo de Resolução e, depois, pelo Tesouro português) foram subscritas pelo Banif, “tendo entretanto as obrigações e a posição contratual de subscritor sido transferidas para o Banco Santander Totta, S. A. em virtude da medida de resolução de alienação parcial de actividade”.

Ou seja, na prática, é o Totta que beneficia das garantias, ainda que estas possam ser divididas em dois ramos: 323 milhões de euros são relativos aos activos que transitaram para o banco na operação, eventualmente para compensar um maior incumprimento do crédito transferido do que o previsto; 422 milhões de euros são para cobrir os activos que foram transferidos para a Naviget (agora Oitante) – que transitaram apenas a 25% do seu valor.

As obrigações emitidas pela Naviget têm uma maturidade de 10 anos a contar da data da emissão, 22 de Dezembro de 2015, ou seja, prolongam-se até 22 de Dezembro de 2025. Até essa altura, beneficiam da garantia. “A emissão deverá ser reembolsada, pela totalidade, na data de maturidade. A emissão poderá, no entanto, ser reembolsada antecipadamente, por vontade do emitente, na totalidade ou em parte, em qualquer data”, assinala ainda o despacho.

Com a possibilidade de a ajuda estatal de 1,1 mil milhões de euros vir a ser declarada ilegal, obrigando o Estado a recuperar o valor ainda não devolvido (825 milhões de euros), o Banif foi intervencionado a 20 de Dezembro. O banco então liderado por Jorge Tomé foi dividido em três, mobilizando directamente 2.255 milhões de euros.

Se as garantias concedidas forem recuperadas, o custo fica-se pelo dinheiro já gasto; se tal não acontecer, pode chegar aos 3.000 milhões (sendo que há ainda a contar os 825 milhões de euros estatais emprestados em 2011 e não devolvidos que estão no Banif, agora um veículo a caminho da liquidação e que dificilmente serão recuperados. Ao todo, são custos para a economia pode ir a 4.400 milhões, já que incluem as perdas para os accionistas e para quem tem dívida subordinada que não foi transferida para o Totta.