Archive for the ‘Banco Popular’ Category

Institucionais avançam com processo contra venda do Popular ao Santander

Terça-feira, Agosto 22nd, 2017

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Negócios

Há mais uma acção judicial visando a resolução aplicada ao Banco Popular. Desta vez, são investidores institucionais como fundos de “private equity”. A gestora de activos Pimco, que pode ter sido prejudicada na intervenção, não está no grupo, escreve o FT.

Há mais um processo judicial contra a venda do Banco Popular ao Santander. Um grupo de investidores institucionais colocou uma acção contra as autoridades europeias, pretendendo anular as decisões tomadas na intervenção que levou ao fim do Popular enquanto banco autónomo.

A acção está a ser liderada pela sociedade de advogados Quinn Emanuel e foi entregue no Tribunal Geral da União Europeia, em nome de vários fundos como a Anchorage Capital e a Ronit Capital. O processo é oficializado mesmo depois de, do ponto de vista da concorrência, a Comissão Europeia já ter dado o aval à operação. 

Em causa no processo estão acusações contra o Conselho Único de Resolução, a autoridade de resolução a nível da Zona Euro e que definiu, a 7 de Junho, que o Popular seria vendido ao Santander por 1 euro, com perdas para accionistas e detentores de dívida subordinada (a mais arriscada).

Segundo declara Richard East, do escritório Quinn Emanuel, ao Financial Times, a queixa prende-se, em parte, com o facto de a decisão ter sido tomada com base em “informação incompleta”. A forma de avaliação do Popular, que partiu de uma auditoria da Deloitte que nunca foi tornada pública, é um dos aspectos discutidos no processo – esse é um ponto já referido noutras acções já noticiadas.

Além disso, houve declarações públicas do Conselho, antes da resolução, a referir que o tema Popular estava a ser acompanhado, o que leva à acusação de “violação do segredo profissional”, como diz Richard East ao jornal espanhol Cinco Días. A ideia é que tais palavras desencadearam a fuga de depósitos que acabou por justificar a resolução.

O Popular foi intervencionado depois de o Banco Central Europeu ter decidido que o banco estava “em risco ou em situação de insolvência” – aliás, ainda esta semana, a autoridade de Frankfurt divulgou os documentos que levaram a essa consideração.

A acção foi colocada mais de dois meses depois da resolução aplicada ao Popular – havia receio, nessa altura, de que pudesse extinguir-se os prazos para a reclamação judicial. Aliás, no dia 7 de Agosto, dois meses depois da resolução, um grupo de accionistas anunciou que iria para o Tribunal Geral da UE para contestar a decisão judicial, a par da associação que representa investidores minoritários.

O Financial Times escreve que a gestora de activos Pimco – penalizada pela resolução do Banco Espírito Santo – fazia parte da lista inicial de obrigacionistas lesados pela intervenção no Popular, devido aos 279 milhões de euros investidos em obrigações em Março, mas não faz parte deste grupo de investidores.

Ao todo, segundo sintetiza o Cinco Días, o Popular tinha 1.350 milhões de euros em obrigações convertíveis (CoCos) que registaram perdas, a par de mais 685 milhões de dívida subordinada, também perdida na intervenção.

 

 

Resolução do Popular completa dois meses com contestação judicial garantida

Quarta-feira, Agosto 9th, 2017

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Negócios 

Os accionistas do Popular vão para os tribunais europeus contestar a resolução aplicada ao Popular e sua venda ao Santander. Perderam tudo e querem agora ser indemnizados.

 

 

 

Espanha atira para Bruxelas indemnizações a lesados do Popular

Domingo, Julho 16th, 2017

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Negócios

O ministro da Economia espanhol acredita que o país se limitou a cumprir a legislação comunitária na resolução do Popular. Se alguém tem que pagar eventuais indemnizações a accionistas e credores é Bruxelas.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, defendeu esta segunda-feira, 10 de Julho, que caberá a Bruxelas o eventual pagamento de indemnizações a accionistas e credores do banco Popular que recorram a tribunal.

“As decisões do FROB [fundo que liquidou o Popular] foram tomadas em nome do Conselho Único de Resolução”, afirmou. Espanha acredita assim que se limitou a aplicar as regras comunitárias e que, em caso de litígio, caberá à União Europeia pagar as indemnizações, tendo em conta que os lesados avançaram para uma batalha legal.

O ministro garantiu ainda que “o contribuinte espanhol não pagará um euro pelo Popular”. “Aplicaram-se as regras, preservou-se a estabilidade financeira e não houve nenhuma injecção de dinheiro público”, acrescentou no Eurogrupo.

Visão diferente tem Bruxelas, numa fonte citada pelo El País. “Os afectados podem agir contra o mecanismo de resolução, que desenhou o plano de liquidação, ou contra o Frob, que o aplicou, ou contra a equipa de gestão do banco”, explicou.
O Popular foi vendido ao Santander por um euro, como parte de uma medida de resolução no início de Junho. O regime pretende minimizar o uso de dinheiros públicos nas soluções encontradas para os problemas bancários.

No quadro da União Bancária, é ao Conselho Único de Supervisão que cabe este tipo de decisões. Até ao final de 2015, as autoridades de resolução responsáveis eram as nacionais.

Por isso mesmo, a mão foi do Banco de Portugal nas duas medidas de resolução aplicadas no país, que não deixaram de envolver dinheiros públicos: o Banco Espírito Santo (BES) e o Banif.

Enquanto o BES foi dividido em “banco bom” [o Novo Banco] e “banco mau” [mantendo o nome e reunindo activos considerados tóxicos], o Banif acabou por ser comprado pelo Santander Totta.

Oferta de compra do Banif pelo Banco Popular foi feita em Madrid

Quarta-feira, Maio 25th, 2016

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Público

Presidente da instituição no mercado nacional refere que negócio correu à margem da operação em Portugal.

A negociação para a compra do Banif foi liderada pela casa-mãe, em Madrid, começou por explicar o presidente do Banco Popular em Portugal, Carlos Manuel Álvares, que nesta terça-feira prestou esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão e colapso do Banif.

A negociação para a compra do Banif foi liderada pela casa-mãe, em Madrid, começou por explicar o presidente do Banco Popular em Portugal, Carlos Manuel Álvares, que nesta terça-feira prestou esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão e colapso do Banif.

“Sabia que a operação estava a decorrer, mas não participei em reuniões onde foi desenvolvida”, afirmou o gestor, tendo “o processo sido liderado pela casa-mãe em Espanha” e “pelo departamento de operações de fusões e aquisições”.

Nota que por esta razão tem dificuldade “em falar especificamente sobre momentos, ocorrências e datas relacionadas com este dossier em concreto”.

Carlos Álvares evoca que, a 16 de Dezembro de 2015, fez chegar ao Ministério das Finanças, “e só ao Ministério das Finanças, e a mais lado nenhum”, um documento, com “duas ou três folhas A4”, dentro “de um envelope fechado”. Nele havia “uma proposta não assinada, em inglês, e onde constam as condições em que o Banco Popular estaria disponível para comprar o Banif”.

Foi este “o meu envolvimento” e “não tenho mais nenhum conhecimento”, frisou, garantindo que “não leu o documento”. Só a 18 de Dezembro o Banco Popular Espanha fez uma oferta de aquisição do Banif, que não passou pela sucursal portuguesa.

Na fase inicial, Carlos Álvares pediu para fazer um enquadramento (que leu) da operação do Popular em Portugal, aproveitando para explicar que em meados de 2004 o grupo espanhol adquiriu o BNC, dando “um salto”. E que, a partir daí, tem estado focado “no crescimento orgânico sem descurar as oportunidades que possam existir para crescer por via de aquisições”.

Referiu que quando assumiu funções de presidente executivo do Popular em Portugal foi a Espanha, onde o presidente do grupo lhe disse que “não descurava” estudar oportunidades de aquisição.

Foi neste quadro que o convite das autoridades nacionais para o grupo espanhol apresentar uma oferta de compra do Banif, em Dezembro de 2015, seria aceite.

Carlos Alvares, que se faz acompanhar de três assessores, reafirmou que todo o processo decorreu à margem do Banco Popular Portugal que serviu “de caixa de correio” o que justificou repetidos “desconheço”.

Admitiu, no entanto, que quando o processo passou (entre 18 e 19 de Dezembro) de uma venda do Banif para uma intervenção (via resolução), a casa-mãe, em Madrid, não terá concretizado uma oferta de compra, por ser “muito conservadora”.

A outra audição agendada para a tarde desta terça-feira (17h30), de Gustavo Guimarães, decorrerá à porta fechada, a pedido do representante da Apollo Management, que chegou ao Parlamento acompanhado pelo advogado Luís Cortes Martins.

 

Centeno. BCE só considerava proposta do Santander

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Rádio Renascença

Mário Centeno esteve esta sexta-feira na comissão de orçamento e finanças, no Parlamento.

O ministro das Finanças tem um entendimento diferente sobre o email enviado pelo Banco Central Europeu sobre a venda do Banif.

De acordo a imprensa, nessa correspondência o mecanismo único de supervisão terá indicado o Santander como a melhor proposta levantando dúvidas sobre a transparência do processo.

Esta sexta-feira, na comissão de orçamento e finanças, o ministro Mário Centeno sublinhou que não era esse o entendimento que tinha do email.

“Esse email faz referência aos diversos contactos que as diferentes propostas estão a merecer do lado do Banco de Portugal e da direcção-geral da concorrência. E reporta qualificando-as: a do Santander como uma proposta com características de poder continuar e as outras propostas como tendo deficiências face aquilo que eram restrições de ajuda de estado existentes”, disse.

O ministro acrescentou que “a proposta do Banco Santander, tal como apresentada pelo Banif, era a de excluir 3.022 milhões de euros de activos e oferecer um preço de 150 milhões de euros. Não propunha a devolução de `CoCos` [a última fatia de instrumentos híbridos de capital subscritos pelo Estado no valor de 125 milhões de euros] e apontava para uma redução de 800 trabalhadores”.

“Os activos que o Popular se propunha não comprar ascendiam a 7.725 milhões de euros. O Popular propunha-se comprar apenas uma parte muito reduzida do Banif e pagava zero e reduzia 900 trabalhadores”, disse o ministro, perante a insistência dos deputados que o ouviam na Comissão de Orçamento e Finanças.

Mário Centeno vincou que “todos estes números são válidos fora do cenário de resolução”. E acrescentou que os valores apresentados são apenas uma parte das propostas que os dois bancos que integram grupos espanhóis avançaram para adquirir a participação de 60% que o Estado detinha no Banif até à sua resolução.

“As propostas vão ser seguramente do conhecimento da comissão parlamentar”, assinalou o titular da pasta das Finanças.

Por outro lado, Centeno referiu que os bancos portugueses (CGD, BCP e BPI) que receberam apoio estatal em 2012 estavam impedidos de participar na corrida à compra do Banif, já que uma das condições impostas na altura – quando vigorava o programa da `troika` – era a de que não se podiam atirar para a compra de bancos nos dois anos seguintes à devolução dos auxílios.

Já passava das 23h00 quando terminaram os trabalhos da Comissão de Orçamento e Finanças, que tinha tido início pelas 17h00, e por onde passaram o governador do Banco de Portugal e o ministro da tutela.

Ministro revela detalhes de propostas para a compra do Banif

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

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SIC com som

O ministro das Finanças revelou esta sexta-feira alguns detalhes das propostas do Banco Popular e do Santander Totta, que previam o despedimento de centenas de trabalhadores do Banif, que entretanto transitaram para o veículo que gere os ativos tóxicos.

Centeno revela que Banco Popular oferecia “zero euros” pelo Banif e reduzia 900 trabalhadores

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

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RTP

O ministro das Finanças, Mário Centeno, revelou hoje no parlamento as ofertas feitas pelo Banco Popular e pelo Santander Totta para a compra da posição do Estado no Banif ainda durante a venda voluntária, com o primeiro a dar zero euros.

“A valorização dessas propostas é complexa”, afirmou o governante, vincando a diferença entre a venda voluntária da participação estatal no Banif antes da resolução e o processo de venda no âmbito da intervenção das autoridades no banco.

“A proposta do Banco Santander, tal como apresentada pelo Banif, era a de excluir 3.022 milhões de euros de ativos e oferecer um preço de 150 milhões de euros. Não propunha a devolução de `CoCos` [a última fatia de instrumentos híbridos de capital subscritos pelo Estado no valor de 125 milhões de euros] e apontava para uma redução de 800 trabalhadores”, avançou Centeno.

“Os ativos que o Popular se propunha não comprar ascendiam a 7.725 milhões de euros. O Popular propunha-se comprar apenas uma parte muito reduzida do Banif e pagava zero e reduzia 900 trabalhadores”, disse o ministro, perante a insistência dos deputados que o ouviam na Comissão de Orçamento e Finanças.

Mário Centeno vincou que “todos estes números são válidos fora do cenário de resolução”.

E acrescentou que os valores apresentados são apenas uma parte das propostas que os dois bancos que integram grupos espanhóis avançaram para adquirir a participação de 60% que o Estado detinha no Banif até à sua resolução.

“As propostas vão ser seguramente do conhecimento da comissão parlamentar”, assinalou o titular da pasta das Finanças.

TÓPICOS:

Banif Popular,

Carlos Costa garante que Santander foi único com proposta vinculativa para Banif

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

Citamos

RTP com som

O governador do Banco de Portugal admitiu que o Banco Popular também foi convidado a apresentar uma proposta. Costa foi ao Parlamento dar explicações aos deputados, ainda antes do arranque da comissão parlamentar de inquérito ao caso Banif.