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Banif: o administrador que era contra a venda aos pequenos investidores

Quinta-feira, Dezembro 22nd, 2016

Citamos

TVI com som

Este gestor demitiu-se do cargo na véspera do aumento de capital e a TVI teve acesso a um email onde recusa qualquer responsabilidade na operação de 2013

Mais de 16 mil pequenos investidores acorreram ao aumento de capital do Banif em julho de 2013. O banco precisava de dinheiro para devolver a ajuda estatal, nesse dia, entraram nos cofres do Banif 100 milhões de euros.

“Como vocês repararam pelos números foi um grande sucesso. Tivemos procura bastante superior à oferta”, disse o ex-presidente do Banif, Jorge Tomé, a 29 de julho de 2013.

Foi um sucesso. A procura foi tanta que só não foram colocados mais milhões porque não havia mais para colocar. Nesse mês, o Banif também vendeu obrigações que renderam ao banco mais 60 milhões.

Dois anos e meio depois tudo ficou reduzido a nada.

Um desfecho que ninguém podia prever ou talvez pudesse. Ainda o Banif preparava a venda das ações e havia já quem antevisse problemas.

Vasco Pinto Ferreira era administrador do Banif Banco de Investimento e preferiu demitir-se.

Para que não restassem dúvidas, fez questão de deixar escrito que não aprovava o que estava prestes a acontecer.

No dia 4 de julho, um dia antes de o prospeto ser tornado público, Pinto Ferreira enviou um email.

Os destinatários foram Jorge Tomé, presidente da comissão executiva, Vitor Farinha Nunes, o vice-presidente, Nuno Roquette Teixeira, o administrador financeiro do banco, e ainda João Paulo Almeida, responsável pelo planeamento e contabilidade, e Bruno Jesus, o secretário-geral.

Neste email, a que a TVI teve acesso, o assunto é claro: a emissão de ações e obrigações, que o banco se prepara para fazer. A operação ia avançar contra a sua vontade. A única opção era deixar o Banif.

Atendendo a que, em momento anterior ao envio desta correspondência, eu renunciei ao cargo de vogal do conselho de administração do Banif Banco de Investimento, promitente intermediário financeiro das referidas ofertas públicas, venho, pela presente, expressamente declarar que não aprovei o conteúdo do draft atual do prospeto e, como tal, me exonero de todas e quaisquer responsabilidades legais, civis ou outras, relacionadas com a realização das citadas ofertas”.

O gestor exigiu e o Banif escreveu uma carta onde o exonera de quaisquer responsabilidades, com efeito imediato.

E é assim que Vasco Pinto Ferreira sai de cena. De costas voltadas com a restante administração do banco. No email não há nenhuma explicação para este “lavar de mãos” do antigo administrador do Banif Banco de Investimento, mas a TVI sabe que Pinto Ferreira era contra a venda de ações a particulares, naquele momento, e, sobretudo, nas circunstâncias em que o banco se encontrava. O gestor considerava que o Banif estava a trair a relação de confiança com os pequenos investidores que eram também, muitos deles, clientes do banco.

Os reguladores que não viram problemas

Já os reguladores não viram nenhum problema na operação.

Na perspetiva do Banco de Portugal não temos responsabilidade pela autorização do prospeto. Fomos informados previamente e considerámos que o prospeto contemplava a maior contingência. E se contemplava a maior contemplava as outras que poderiam ocorrer”, assegurou o Governador, Carlos Costa a 5 de abril de 2016.

Ou seja, os alertas estavam lá. Quem investiu no Banif, fê-lo por sua conta e risco. Nesse ano o banco fez várias emissões, e todos os prospetos passaram pelo crivo da CMVM.

Em todas elas [emissões], tivemos oportunidade de confirmar, a informação foi adequada a todas referiam os riscos decorrentes ao plano de recapitalização e reestruturação, de uma eventual operação de resolução ou mesmo liquidação”, frisou posteriormente, a 13 de abril de 2016, Carlos Tavares, presidente da CMVM.

Pinto Ferreira, pelo contrário, considerava que os alertas de risco que estavam no documento não eram suficientemente claros para os investidores não qualificados.

Mas esta discordância não chegou a ser comunicada aos reguladores antes do aumento de capital. Nem pelo antigo administrador, nem pelo próprio Banif.

Confrontado pela TVI, o regulador do mercado de capitais esclarece que:

A saída do administrador em causa e de mais quatro administradores foi comunicada à CMVM pelo Banif Banco de Investimento apenas como uma decisão tomada pelo banco no quadro do plano de reestruturação, que se traduziu na redução do número de administradores de 9 para 5. Essa informação foi divulgada pelo Banif através do comunicado publicado no site da CMVM em 30 de agosto de 2013″.

Ou seja, um mês depois do aumento de capital.

O Banco de Portugal soube ainda mais tarde.

Posteriormente à realização da operação, foi comunicado, no dia 30 de setembro, pelo Banif Banco de Investimento ao Banco de Portugal a renúncia do dr. Vasco Pinto Ferreira ao cargo de vogal do conselho de administração”, disse.

Quando tomou finalmente conhecimento da saída, o supervisor quis saber porquê.

Na sequência desta diligência do Banco de Portugal, o dr. Vasco Pinto Ferreira apresentou as razões que tinham motivado a renúncia ao cargo de administrador do Banif Banco de Investimento, as quais estiveram relacionadas com o aumento de capital de julho de 2013″.

O Banco de Portugal ainda analisou a situação, mas “não foram identificadas situações que suscitassem preocupações prudenciais”.

A TVI contactou também Vasco Pinto Ferreira mas o gestor recusou prestar qualquer esclarecimento.

Os pequenos investidores não foram os únicos a subir a bordo antes de o barco ir ao fundo. Em agosto de 2013, o Banif revelou a entrada de novos acionistas. Um grupo de empresários injetou mais de 40 milhões de euros no banco. Ilídio Pinho, Estevão Neves, Dionísio Pestana e Avelino Farinha, entre outros, também eles viriam a perder tudo em dezembro de 2015, quando o banco chegou ao fim.

Lista “não exaustiva” das 21 falhas que Bruxelas apontou no plano para o Banif

Sábado, Abril 9th, 2016

Citamos

Observador

O comissário da Concorrência escreveu em julho de 2013 à ministra das Finanças a mostrar preocupação e enviou uma lista “não exaustiva” das 21 falhas no plano para o Banif proposto por Lisboa.

O plano de reestruturação do Banif começou a ser negociado em Bruxelas no início de 2013 depois da DG Comp (direção-geral da Concorrência) ter aprovado, de forma preliminar, a recapitalização pública do banco.

Mais de dois anos e meio depois e oito planos, ou versões de planos na versão da gestão do Banif , ainda não havia acordo sobre as medida de reestruturação a aplicar e em agosto do ano passado, a DG Com anuncia a abertura de uma investigação aprofundada às ajudas de 1.100 milhões de euros, concedidas pelo Estado português.

Maria Luís Albuquerque sublinhou esta quarta-feira que se é verdade que o plano nunca foi aprovado, também nunca foi recusado. E realçou que a DG Comp poderia ter inviabilizado a ajuda pública logo em 2013. Mas não o fez. A ex-ministra das Finanças reconheceu contudo, na audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif, que a negociação da reestruturação foi sempre mais difícil que a dos outros bancos e que ceticismo do outro lado era muito maior.

Ao longo deste período, realizaram-se cerca de 200 reuniões. Houve avanços e recuos na negociação do famoso commitment catalogue (várias vezes referido pelos antigos gestores do Banif), um catálogo que procurava estabelecer as condições que devia seguir o plano de reestruturação do banco. E mesmo quando a parte portuguesa, Ministério das Finanças, banco e Banco de Portugal, confiavam que tinham ultrapassado um obstáculo, como a famosa tese de reduzir o Banif a banco das ilhas, a imposição voltava como aconteceu em 2014.

Maria Luís atribuiu esta viragem ao comportamento típico de uma administração pública, em Lisboa ou em Bruxelas, perante a chegada de um novo chefe, neste caso a comissária europeia Margrethe Vestager. Assuntos que já estavam arrumados voltam a ser colocados em cima da mesa pelos serviços técnicos.

Mas afinal quais eram os problemas para a direção geral da concorrência? Em julho de 2013, em anexo a uma carta enviada pelo comissário da Concorrência, Joaquín Almunia, segue uma lista descrita como “não exaustiva” das principais falhas detetadas no plano que tinha sido recebido no dia 29 de junho, quase seis meses depois do arranque das negociações.

  1. A futura rentabilidade do banco não estava sustentada, não havia uma clara separação dos números fundamentais. Os serviços queixavam-se da ausência de uma distinção entre os volumes de crédito existentes e as suas margens e os novos volumes de crédito e respetivas margens. Notavam ainda que uma parte substancial dos lucros previstos resultava de mais-valias com a dívida pública portuguesa.
  2. Quais as razões por trás das dificuldades do Banif. Bruxelas destacava que a performance do banco era pior do que a dos concorrentes, em particular ao nível das imparidades de crédito. Considerava por isso que a crise económica, invocada pela gestão do Banif, não era argumento suficiente, leitura que foi aliás confirmada pelo administrador do Estado no banco entre 20123 e 2014. António Varela descreveu um banco mau, muito mau a nível da gestão, com descontrolo no crédito concedido, exposição concentrada no imobiliário e em poucos clientes. Sublinhou contudo a excelente equipa comercial e fidelidade dos clientes. Para os técnicos europeus, o plano de reestruturação deveria focar mais nos problemas internos, nomeadamente de gestão de risco e critérios de concessão de crédito.
  3. A estratégia comercial para o futuro ainda ainda estava em elaboração. A falta de finalização e sustentação desta estratégia colocava em sérias dúvidas a credibilidade e a solidez de todo o plano de reestruturação, bem como as condições da sua implementação com sucesso.
  4. Implementação e consistência da nova estratégia. O plano proposto tinha pouco detalhe sobre como seria implementada a nova estratégia. Faltavam números fundamentais sobre os ativos imobiliários que seriam objeto de desinvestimento.
    1. Cobertura geográfica em Portugal. Foi desde o início um dos principais braços-de-ferro entre o Banif e a DG Comp cujo ponto de partida era claro: o Banif deve estar focado nas ilhas e na comunidade emigrante, mantendo apenas uma presença muito seletiva em Portugal continental. Estas operações representavam 40% da atividade do grupo e seriam autosustentáveis. Mas o banco concluiu entretanto que precisava da atividade no mercado continental para manter uma dimensão que lhe permitisse reembolsar a ajuda pública e propôs apenas abandonar quatro regiões. Bruxelas insiste que é preciso mais.
    2. Separação das atividades core (estratégicas) e não core. Os serviços queixavam-se de que os critérios dessa separação não eram claros, o que dificultava a sua monitorização. Bruxelas já insistia na divisão do banco em dois, a operação comercial saudável, e uma espécie de banco mau, batizado de Legacy Bank (herança), que receberia os ativos de maior risco e com mais imparidades (imobiliário, crédito e operações a desinvestir).
    3. Desinvestimento nas operações não estratégicas através de venda ou descontinuação. O plano previa a alienação das operações em Malta, Brasil e Cabo Verde, mas não referia o impacto desses negócios na atividade (sabemos que o Banif teve de reconhecer perdas elevadas no banco do Brasil), nem o que aconteceria se não fosse possível concretizar a venda.
    4. Um vínculo claro entre os compromissos e o plano de reestruturação para permitir a sua monitorização. Os serviços insistiam que os compromissos assumidos deveriam ser passíveis de serem vigiados e que deveriam estar refletidos no plano de reestruturação.
    5. Sistemas de informação e apoio à gestão precários. Dos contactos desenvolvidos, a DG Comp concluiu que o Banif não tinha os necessários sistemas de informação e instrumentos de apoio à administração. Uma das fragilidades identificadas prendia-se com a gestão do risco dos clientes. A constatação destas falhas técnicas irritou mesmo os serviços europeus quando numa das oito versões do plano entregues foram detetados vários erros. Este problema só terá sido ultrapassado já em 2015.
    6. O nível de resistência dos depósitos. Os serviços de Bruxelas tinham dúvidas sobre a capacidade de resistência dos depósitos do banco ao corte na remuneração (juros) oferecida aos clientes, por imposição regulatória, mas também por restrições do plano de reestruturação. E pediam mais informação sobre o impacto das medidas na evolução dos depósitos. O Banif teve problemas de liquidez em 2012 antes da recapitalização pública.
    7. Metas chave (rácios de transformação entre crédito e depósitos e rácio de custos sobre receitas). A DG Comp alertava que a meta de 120% do rácio de depósitos sobre crédito, imposta à banca portuguesa, até 2017 não seria alcançada ao nível de todo o grupo, mas apenas na área do retalho.
    8. Ausência dos resultado dos testes de stress e as respostas para eventuais necessidades de capital. Os serviços da concorrência reconheciam que estes testes à resistência do balanço dos bancos ainda estavam a decorrer, mas defendiam que o plano de reestruturação deviam incorporar estes impactos.
    9. O impacto da descida do rating da Moody’s. A DG Comp exigia que o plano de reestruturação incorporasse os efeitos desta revisão da nota da dívida e as implicações nas condições do financiamento ao Banif.
    10. A dívida pública (obrigações do tesouro) que estava no balanço do banco e o cumprimento dos limites de exposição, no quadro da gestão de risco. Os técnicos pediam mais informação sobre a exposição do grupo à dívida do Estado, na altura estimava em 2.900 milhões de euros.
    11. Teto à nova produção bancária. O plano apresentado não refletia as implicações dos limites à expansão da atividade definidos no commitment catalogue (catálogo de compromissos).
    12. Crescimento da quota de mercado. A proposta entregue sugeria que o Banif ia conseguir aumentar a sua quota de mercado (até 50% em segmentos chave), mas não explica como pretende alcançar esse crescimento e que oferta diferenciada irá apresentar para obter. Os técnicos pediam um plano mais específico e credível nesse aspeto.
    13. Definição de quotas de mercado. O plano não era claro quanto aos critérios usados para definir as quotas de mercado, em particular nas comunidades portuguesas da Venezuela, Estados Unidos, África do Sul.
    14. Subsidiárias em zonas offshore. A proposta referia a existência de operações nas ilhas Cayman e nas Bahamas, mas não especificava o que irá acontecer a essas entidades e se deviam permanecer operacionais. Bruxelas alertava para o risco reputacional da presença em tal geografias.

              15 Aumento recente de capital. Bruxelas queria saber mais sobre a tranche de                       100 milhões de euros subscrita pelos maiores acionistas privados, a Rentipar e a                    Autoindustrial, no verão de 2013. Este reforço fazia parte da tranche de                                      investimento privado do plano de recapitalização aprovado que só parcialmente                      concretizada.

              16 Remuneração da ajuda do Estado. Este tem sido um dos focos da                                   comissão de inquérito. O plano previa apenas o reembolso dos instrumentos de                      dívida subscritos pelo Estado (os Cocos), mas segundo Bruxelas não abordava a                      questão de como e quando os juros seriam liquidados. Estas obrigações davam um                juro de 10% ao ano. Foi também exigida uma avaliação da possibilidade do Estado                 converter estas obrigações em capital com direitos de voto e como seria toda a                         ajuda pública reembolsada e remunerada.

 

             17.Posição de capital em 2017. O plano previa uma melhoria do capital próprio                   de 137 milhões de euros em 2017, face a 2016, graças a resultados positivos e à                         inclusão do Banif Mais (unidade de crédito ao consumo), mas esses efeitos não                       estavam suficientemente explicados, segundo os serviços de Bruxelas.

Para além destas falhas, os serviços da DG Comp identificam ainda, em anexo, seis temas que faltavam na documentação enviada:

  • Reajustamento do plano de negócios na ausência de medidas.
  • Adoção de mudanças impostas pelo ambiente regulatório.
  • Impacto de cada medida (planeada para restaurar a viabilidade e limitar distorções na concorrência) no balanço e resultados do Banif.
  • Discrição dos incentivos à saída do Estado.
  • Os pressupostos assumidos nos testes de stress em curso para o pior cenário possível.

A surpresa de Maria Luís perante tantas falhas

Em resposta, Maria Luís Albuquerque, acabada de chegar ao lugar de ministra, sublinha que os comentários à credibilidade, coerência e substância do plano nesta fase, constituem uma “surpresa”, dado o diálogo “intenso, aberto e construtivo” entre o Banif e as equipas europeias nos últimos meses. Acrescenta ainda que algum progresso tinha sido feito entretanto e responde com clarificação para cinco dos pontos levantados.

Um dos temas diz respeito à dimensão do futuro Banif em que é sublinhada existência de um “acordo verbal” com data de abril que previa o abandono das operações em sete distritos do continente (em vez dos quatro referidos na lista).

Algumas destas divergências e faltas foram sendo ultrapassadas, mas no essencial o impasse negocial manteve-se até à abertura da investigação aprofundada à ajuda de Estado em agosto de 2015, que foi o prelúdio para o fim do Banif.

Santander aprova segundo aumento de capital de 300 milhões no Totta

Terça-feira, Março 1st, 2016

Citamos

Revista Sábado

A assembleia-geral de accionistas do Santander Totta, em que o espanhol Santander tem um peso central, aprovou a injecção de 300 milhões de euros no banco. A operação visa substituir acções preferenciais.

O Santander Totta já tem autorização dos accionistas para realizar um novo aumento de capital. São 300 milhões de euros de capital que se juntam aos 300 milhões já injectados e que reforçam o capital do banco liderado por António Vieira Monteiro. A instituição financeira tem assegurado que nada tem que ver com o processo de aquisição do banco.

Os accionistas do Santander Totta – neste momento, o espanhol Santander, através do Santander Totta SGPS, tem 97,65% do capital, sendo que a Taxagest SGPS detém 2,22%, havendo o restante noutros accionistas – aprovaram esta segunda-feira, 29 de Fevereiro, a operação de aumento de capital proposta, segundo o comunicado emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O aumento de capital do banco detido pelo grupo de capitais espanhóis passa, se todo o capital for subscrito, de 956.723.284 para 1.256.723.284 euros. “O período de subscrição deverá ocorrer entre as 8:30 horas do dia 3 de Março de 2016 e as 15:00 horas do dia 17 de Março de 2016”, indica o comunicado, sendo que os actuais accionistas têm direito de preferência.

Na prática, o banco diz que está a pôr em acção um “plano de adequação de capital”, que passa pela substituição de duas emissões de acções preferenciais, realizadas em 2005 e 2006 por suas subsidiárias, e substitui-las por capital, dado que, com as novas regras da banca, de Basileia III, as acções preferenciais em causa não contam para capital (e portanto, para os principais rácios).

Este aumento de capital, agora aprovado, diz respeito à emissão de 2006. A emissão de 2005 já foi substituída num aumento de capital de 300 milhões de euros realizado em Dezembro. Nessa altura, o capital passou de mais de 600 para 956,7 milhões. Agora, sobe, então, para os 1.256.723.284 euros

O banco rejeita, assim, qualquer influência da compra do Banif nesta troca de dívida. Foi uma “coincidência temporal”, segundo tem dito o Santander Totta. A instituição comprou por 150 milhões de euros os activos e passivos que quis do banco fundado por Horácio Roque depois de uma injecção de 2.255 milhões de euros estatais neste último no âmbito da medida de resolução. O próprio Santander emprestou 1,8 mil milhões de euros ao Estado para que o financiamento previsto para 2016 não fosse afectado.

Novo aumento de capital do Santander Totta decorrerá entre 3 e 17 de Março

Quarta-feira, Fevereiro 10th, 2016

Citamos

Económico

Proposta prevê aumento de capital até 300 milhões de euros.

O período de subscrição para o novo aumento de capital do Santander Totta decorrerá entre os dias 03 e 17 de março, de acordo com a proposta que será levada à assembleia geral extraordinária de 29 de fevereiro.

A proposta foi divulgada hoje em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o documento, “o período de subscrição deverá ocorrer entre as 08:30 do dia 03 de março de 2016 e as 15:00 do dia 17 de março de 2016, inclusive, data em que se verificará a liquidação financeira, salvo se o período de subscrição for adiado pelo Conselho de Administração”.

As acções a emitir são oferecidas à subscrição exclusiva dos acionistas no exercício do seu direito de preferência, sendo rateadas na proporção das respectivas participações sociais se as ordens de subscrição excederem a oferta, refere o Santander Totta.

Os accionistas têm direito a subscrever o número de novas acções que resulte da aplicação do factor 0,31366551275 ao número de ações detidas, com arredondamento por defeito, acrescenta.

“As acções inicialmente não subscritas serão objecto de rateio pelos accionistas que tenham manifestado intenção de subscrever um número de ações superior àquele a que teriam proporcionalmente direito, na proporção do valor das respectivas subscrições, com arredondamento por defeito”, lê-se ainda no documento.

O Santander Totta convocou uma assembleia-geral extraordinária para deliberar sobre a proposta de mais um aumento de capital de até 300 milhões de euros em novas acções ao preço de um euro cada.

Já em Dezembro passado, o banco liderado por Vieira Monteiro tinha realizado um aumento de capital de 300 milhões de euros, tendo então o capital social passado a ser de 956,7 milhões de euros.

Caso o aumento de capital avance, o capital social do banco passará a 1.256,7 milhões de euros.

Quanto à fundamentação para este aumento de capital, o banco refere que serve o propósito de “optimização da estrutura de capitais próprios”, acrescentando que não haverá “qualquer alteração substancial na estrutura e no capital afecto” ao Grupo.

O português Santander Totta é detido sobretudo pelo banco espanhol Santander.

A que se devem os dois aumentos de capital de 300 milhões de euros do Santander Totta

Quarta-feira, Fevereiro 10th, 2016

Citamos

Negócios

O comprador do Banif está a reforçar o seu capital em 600 milhões de euros. A operação não tem a ver directamente com a aquisição. Deve-se a uma amortização de um financiamento motivada pela nova regulação europeia.

No mesmo período em que esteve na corrida e comprou o Banif, o Santander Totta preparou-se para reforçar o seu capital. A instituição financeira de capitais espanhóis assegura que o aumento de capital de 600 milhões de euros não está relacionado com a aquisição do banco fundado por Horácio Roque. Em causa está, segundo o banco, o cumprimento de novas regras europeias.

Foi a 22 de Outubro de 2015 que o conselho de administração do Santander Totta decidiu um “plano de adequação de capital” do Banco Santander Totta SA e da sua casa-mãe, o Banco Santander Totta SGPS SA. O referido plano prevê alterações na estrutura dos fundos da instituição financeira, de modo a respeitar o acordo de Basileia III, o novo regime bancário que rege o seu capital.

E o que decidiu o Totta fazer? Pegou em duas emissões de acções preferenciais, realizadas por duas subsidiárias, e propôs a sua amortização. São duas linhas de acções preferenciais perpétuas: uma emitida pela participada Totta & Açores Financing, de 300 milhões de euros, lançada a 29 de Junho de 2005; uma sob o BST International Bank, de 360 milhões de dólares (320 milhões de euros, ao câmbio actual), que foi emitida a 30 de Junho de 2006.

Dez anos depois, novas regras

Passaram dez anos desde aquelas emissões. E houve a entrada em vigor de Basileia III. E as referidas acções preferenciais não respeitavam as exigências de tal regime. Daí que, para cumprir as novas normas de regulação, tenha optado por amortizar as emissões de acções preferenciais – o que foi conseguido após autorização do Banco Central Europeu. Mas o banco liderado por António Vieira Monteiro (na foto) pediu um novo financiamento, praticamente no mesmo montante (600 milhões de euros). A emissão, que é feita pelo Santander Totta SGPS SA, a casa-mãe do Banco Santander Totta SA, é de novos instrumentos que são considerados como Tier 1, o capital de melhor qualidade de uma instituição financeira e que serve para medir a sua solidez.

O aumento de capital de 600 milhões de euros foi faseado em dois momentos, conforme decidido pela administração do banco. Só que cada uma das duas operações necessita de aprovação dos accionistas em assembleia-geral extraordinária. A primeira fase teve o sim a 14 de Dezembro de 2015, tendo o aumento de capital sido registado a 8 de Janeiro. Agora, segue-se o segundo passo: a assembleia-geral extraordinária que o vai decidir realiza-se a 29 de Fevereiro. A operação irá decorrer entre 3 e 17 de Março.

A operação visa substituir as duas emissões de acções que foram emitidas, por coincidência, em 2005 e 2006 e que, portanto, fazem agora dez anos. Assim, a realização destas operações agora é uma coincidência temporal. SANTANDER TOTTA 

Sem impacto no – e do – Banif

O banco nega que a operação, decidida em Outubro pela administração, tenha alguma ligação com a compra do Banif. “A operação visa substituir as duas emissões de acções que foram emitidas, por coincidência, em 2005 e 2006 e que, portanto, fazem agora dez anos. Assim, a realização destas operações agora é uma coincidência temporal”, tinha já afirmado fonte oficial do banco ao Negócios. Embora a compra do Banif tenha acontecido a 20 de Dezembro de 2015, no âmbito da resolução bancária (intervenção que implicou perdas nos accionistas e detentores de dívida subordinada), o Santander Totta estava na corrida pelo banco dado que o concurso de venda já decorria há algumas semanas.

Da mesma forma que defende que o aumento de capital nada tem a ver com a compra do Banif por 150 milhões de euros (numa operação que envolveu, antes da aquisição, a injecção de 2.255 milhões estatais e a concessão de garantias públicas que podem levar aquela factura para mais de 3.000 milhões de euros), o banco também assegura que não houve “nenhuma altura substancial” na operação motivada na sequência da compra do banco. O objectivo continua a ser o mesmo.

Novas obrigações

De qualquer forma, a aquisição do Banif trouxe novas obrigações para o Santander Totta. No âmbito de uma medida de resolução, são implicadas perdas a accionistas e detentores de dívida subordinada. E prevê-se que também a dívida sénior (mais cara mas mais segura, dado que é a última a ser afectada em caso de incumprimento) possa sofrer perdas, se necessário for. A opção do Banco de Portugal, em coordenação com o Governo português, foi a de excluir a dívida sénior das perdas, pelo que foi integrada no Santander Totta. Além da dívida sénior foram transferidas também as obrigações hipotecárias para o banco presidido por Vieira Monteiro.

Na sua gestão, o Santander Totta já decidiu amortizar, antecipadamente, o programa de obrigações hipotecárias do Banif, avaliado em 285 milhões de euros, cancelando-o em seguida. As três séries de obrigações seniores foram mantidas, estando já a ser pagos os juros associados a estas linhas.

Santander Totta avança com novo aumento de capital até 300 milhões

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

Citamos

Sol

Este reforço de capital será votado em assembleia-geral extraordinária a 29 de Fevereiro.

Depois de ter concluído, em Janeiro, um aumento de capital de 300 milhões de euros, através da substituição de acções preferenciais, o Santander Totta vai fazer um novo aumento até 300 milhões de euros. Este reforço de capital será votado em assembleia-geral extraordinária a 29 de Fevereiro.

De acordo com o documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), serão emitidas 300 milhões de novas ações com o preço unitário de 1 euro, que “são oferecidas à subscrição exclusiva dos acionistas no exercício do seu direito de preferência”.

O banco apresentou, esta quarta-feira, um crescimento de 50,9% dos lucros em 2015 e decidiu, a 20 de Janeiro, que iria amortizar, antecipamente, as obrigações hipotecárias recebidas na compra da carteira do Banif (no âmbito da intervenção estatal). Os três programas em causa estavam avaliados em 285 milhões de euros, segundo o documento. A amortização aconteceu esta quarta-feira, 27 de Janeiro.

 

Banca – Aumento de capital no Banif

Sexta-feira, Janeiro 8th, 2016

Citamos

Negócios

O Banif Investimento, que era detido a 100% pelo Banif e passou para a sociedade-veículo Naviget no âmbito da resolução, realizou um aumento de capital 29,4 milhões de euros já depois da decisão do Banco de Portugal. Esta informação foi publicada anteontem no portal da Justiça.

Santander Totta consegue aumento de capital de 300 milhões

Terça-feira, Janeiro 5th, 2016

Citamos

Negócios

O Santander Totta tem um capital social 300 milhões de euros mais sólido do que até aqui. O banco fez a operação, anunciada em Novembro, para amortizar acções preferenciais e nega que a compra do Banif tenha trazido alterações.

O Santander Totta foi alvo de um reforço de capital. Uma operação que, explicou a instituição financeira, servirá para reembolsar acções preferenciais. O encaixe chega duas semanas depois de o banco liderado por António Vieira Monteiro ter conseguido ficar com a actividade do Banif mas o banco diz que os objectivos da operação se mantiveram inalterados.

 

“Foi totalmente subscrito o aumento de capital social acima referido, compreendendo a emissão de 300.000.000 acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1 euro, com o valor de emissão e preço de subscrição unitário de 1 euro, que foram oferecidas à subscrição dos accionistas do banco, no exercício dos respectivos direitos legais de preferência”, informa o banco em comunicado emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Com a operação, em que todas as acções foram subscritas pelos accionistas (Santander, através do Santander Totta SGPS, com 97,65% do capital, a Taxagest SGPS, com 2,22% das acções e pequenos accionistas), o capital social do Totta passou de 656,7 para 956,7 milhões de euros.

 

Compra do Banif não altera objectivo do aumento do capital

 

A justificação para a operação era, em Novembro, a de “optimização da estrutura de capitais próprios da Santander Totta – SGPS, S.A. e do Banco Santander Totta, S.A. a título individual, não se verificando qualquer alteração substancial na estrutura e no capital afecto a este grupo”.

O reforço de capital era explicado com o intuito de o reembolso de 300 milhões de euros compensar a amortização de acções preferenciais que tinham sido emitidas por uma subsidiária do banco. Na altura, foi explicado que não haveria qualquer impacto positivo nos rácios de capital do aumento de capital – no final de Setembro, o Santander Totta apresentava um nível de solidez de 15,7%, uma subida de 0,8 pontos percentuais face a igual período do ano passado.
Esta justificação foi dada em Novembro. A 20 de Dezembro, houve uma mudança na instituição financeira: o Santander Totta estava na corrida para ficar com o Banif e acabou por comprá-lo. Um negócio que não coloca “nenhuma alteração substancial” aos objectivos deste aumento de capital, segundo fonte oficial do banco.

Em comunicado logo após a compra do Banif, a 20 de Dezembro, o Santander informou que a aquisição do banco do Funchal tinha um impacto “imaterial” no capital do grupo financeiro. Com a operação, a quota de mercado foi alargada em 2,5 pontos percentuais para um total de 14,5% do mercado financeiro (com maior peso na Madeira e nos Açores), superando o Banco BPI e passando a quarto instituição do sistema bancário português.

Como ficou o Santander com o Banif

O Santander esteve a correr pelo Banif até 18 de Dezembro de 2015. Contudo, as autoridades nacionais e europeias consideraram que não era possível avançar com a venda do Banif (sem ajuda do Estado) e optaram por uma medida de resolução (que, envolvendo ajuda do Estado, implicasse também perdas a accionistas e detentores de dívida subordinada).

No âmbito desta operação, o Totta escolheu os activos e passivos que pretendia do banco fundado por Horácio Roque. Na operação, o Santander Totta pagou 150 milhões de euros mas ficou escudado numa injecção de 2.255 milhões de euros para compensar a desvalorização dos activos transferidos (acrescido de uma garantia de 323 milhões de euros caso ainda existissem surpresas adicionais).

O Totta ficou com cerca de 1.000 trabalhadores do Banif e a sua rede de 150 balcões de banca tradicional.

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Acionistas do Banif podem começar a comprar posição do Estado em 2014

Segunda-feira, Janeiro 28th, 2013

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Comunicado do Sindicato dos Bancários do Centro

Ministro das Finanças tem de nomear um gestor não executivo e um membro do conselho fiscal do banco até 22 de Fevereiro. Os acionistas do Banif vão poder começar a recuperar o controlo do banco em 2014. A possibilidade de os investidores do grupo poderem adquirir ações ao Estado já no próximo ano está consagrada no despacho do Ministro das Finanças que deu “luz verde” à injeção de 1.100 milhões de euros de fundos públicos na instituição liderada por Jorge Tomé. Mas está sujeita a regras apertadas, quer em termos de definição do preço dos títulos quer relativamente ao período em que pode ser exercido este direito. Desde sexta-feira que o Estado controla 99,2% do Banif, percentagem que cairá para 60,57% assim que o banco conclua o aumento de capital de 450 milhões de euros com recursos exclusivamente privados que tem de estar concluído até ao final de Junho. No próximo ano, todos os investidores que tinham ações do grupo antes da concretização do apoio público podem comprar ações ao Tesouro, na proporção das participações que tinham a 25 de Janeiro.

Estas aquisições, que têm de ser feitas num intervalo de tempo a estabelecer pelo ministro das Finanças, terão por base um preço por ação a definir de forma a salvaguardar o interesse do Estado. Assim, está previsto que estas transações se façam ao valor mais elevado que resultar da comparação entre a cotação média ponderada do Banif nos 30 dias anteriores ao comunicado que estabelece o período de exercício deste direito e o preço que resultar da aplicação de um retorno anual global de 10% para o Tesouro, considerando eventuais dividendos entretanto pagos. A regra de fixação do preço de compra das ações assegura, por um lado, que o Estado terá garantida uma remuneração de 10%% sobre o montante que investiu no Banif. E por outro que o Tesouro beneficiará sempre da valorização bolsista dos títulos, mesmo que esse desempenho lhe proporcione um ganho superior a 10%.

Quanto ao período durante o qual os acionistas do Banif poderão exercer o direito de comprar as ações do Estado será comunicado pelo ministro das Finanças 30 dias após o pagamento de eventuais dividendos prioritários ou a assembleia geral anual do banco. Os investidores terão pelo menos dez sessões de bolsa para realizar estas transações Representantes do Estado nomeados em 30 dias Depois de ter injetado 1.100 milhões no Banif – 700 milhões em ações e 400 milhões em instrumentos de capital contingente -, o Estado terá de nomear um administrador não executivo e um membro do conselho fiscal do banco, no prazo de 30 dias a contar a partir da data do despacho do ministro das Finanças. Vítor Gaspar tem até 22 de Fevereiro para escolher os seus representantes que vão fiscalizar a utilização dos fundos públicos. Nos casos do BCP e do BPI, a nomeação só aconteceu cinco meses depois do apoio público.

Banif Banco de Investimento concretiza aumento de capital

Sexta-feira, Dezembro 30th, 2011

Citamos

Negócios

O Banif Banco de Investimento aumentou o seu capital social em 30 milhões de euros, através de novas entradas em dinheiro.

O Banif Banco de Investimento realizou, “na presente data, o aumento do seu capital social de 55.000.000,00 de euros para 85.000.000,00 de euros, conforme deliberado em reunião de Assembleia Geral de accionistas de 22 de Dezembro de 2011”, revela o comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O aumento de capital foi realizado através “de novas entradas em dinheiro, no valor de 30.000.000,00 de euros e através da emissão de 6.000.000 de novas acções, escriturais, nominativas, no valor nominal de cinco euros cada, integralmente subscrito e realizado pelo accionista único Banif Investimentos SGPS SA”, adianta a mesma fonte.