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Lesados do Banif nos Açores juntam-se a associação nacional para defender interesses

Domingo, Fevereiro 21st, 2016

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Açoreano Oriental

Clientes do antigo Banif nos Açores decidiram hoje integrar a associação nacional que vai defender os interesses dos lesados daquele banco.

“O que decidimos foi não fazer uma associação só nos Açores, mas fazer uma delegação para ser integrada na associação nacional”, afirmou aos jornalistas o porta-voz da reunião, que juntou cerca de 60 lesados do ex-Banif em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

Carlos Presunça adiantou que a associação deverá ter sede no Funchal, Madeira, a sede do Banif, e uma das primeiras ações a programar é uma “grande manifestação” junto à Assembleia da República, em Lisboa.

“Para que toda a gente veja que nós, Banif, acionistas, obrigacionistas, somos lesados e fomos lesados de uma maneira que não há explicação para aquilo que aconteceu”, considerou, garantindo que os lesados irão lutar por tudo a que têm direito.

Confrontado com as declarações do presidente do banco Santander Totta que esta semana disse que está a ser estudada a situação dos clientes do ex-Banif que subscreveram obrigações subordinadas, que totalizam 3.500 em todo o país com valores de 263 milhões de euros, Carlos Presunça expressou o desejo que “as palavras do sr. presidente sejam realmente o sentimento que corra por parte de toda a instituição financeira Santander”.

“Não nos fecha a porta, diz que está a estudar, quando se está a estudar é porque já há qualquer coisa na manga”, adiantou Carlos Presunça, um dos delegados da associação nos Açores.

Na quarta-feira, após uma audiência com o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, em Ponta Delgada, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, disse que o banco não tem nenhuma obrigação relativamente às obrigações subordinadas.

“O banco é responsável, sim, pelos depósitos, pelas obrigações seniores e pelas obrigações hipotecárias”, mas “não quer dizer, tendo em atenção esta realidade, que para defesa da sua franquia comercial, o banco não esteja a estudar e a ver alguma coisa sobre essa matéria”, declarou António Vieira Monteiro, alertando, contudo, que “os problemas que possam vir a ser resolvidos e a maneira como vão ser resolvidos não quer dizer que seja alguma vez de cem por cento”.

A este propósito, Carlos Presunça sustentou que esta “é uma questão que se terá que falar quando as negociações começarem a ser feitas, se houver negociações feitas diretamente com a associação de lesados” que vai representar todos os lesados, independentemente dos produtos subscritos.

A 20 de dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Oitante.

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.

O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira.

Banif: Lesados nos Açores avançam com criação de associação

Sábado, Fevereiro 6th, 2016

Citamos

Negócios

O porta-voz de um grupo de lesados dos Açores do antigo Banif anunciou esta sexta-feira a criação de uma associação para defender os clientes e informou que estão em aberto outras formas de luta.

“A criação da associação é o próximo passo e a unificação das acções a seguir”, afirmou aos jornalistas Mário Lima, após um encontro com o chefe do Governo Regional, Vasco Cordeiro, no Palácio de Santana, sede da presidência do executivo açoriano, em Ponta Delgada.

A reunião de hoje, na qual estiveram vários clientes que subscreveram obrigações subordinadas do Banif, sucedeu a um protesto, no passado sábado, junto ao Palácio de Santana, que reuniu cerca de meia centena de clientes, tendo na ocasião Vasco Cordeiro, que hoje não prestou declarações, prometido um encontro com os lesados.

Mário Lima declarou que o grupo ficou satisfeito com a reunião, “embora apreensivo”, pois estas são matérias “muito complexas” e “podem demorar algum tempo” até à sua resolução.

“Isto é um processo que sai fora das mãos e do poder da nossa região, no entanto achamos que existe alguma disponibilidade, pelo menos, para se tentar saber de forma mais rápida quais as respostas e, por conseguinte, qual a nossa acção em função dessas respostas”, declarou.

Desconhecendo, neste momento, o número de clientes do antigo Banif no arquipélago que terão sido lesados com a subscrição de obrigações subordinadas, Mário Lima esclareceu que a informação foi solicitada ao Banco de Portugal que, “por razões legais”, não forneceu, mas para a economia açoriana “são muitos”.

Mário Lima destacou que “existem muitas pessoas a passar dificuldades”, pessoas que “têm os seus pequenos negócios” e que ao investirem todo o seu dinheiro em obrigações subordinadas ficaram “sem reserva para poderem dar continuidade a esses pequenos negócios”. “Não é só as próprias pessoas que fizeram o investimento, mas todas as pessoas associadas a esses comerciantes que estão em risco de perderem o seu ganha-pão”, observou.

Questionado se os clientes do antigo Banif admitem fazer protestos, como por exemplo tem acontecido com os lesados do BES, o porta-voz garantiu que “a criação da associação é só o início” e que não se vai ficar por aqui, sem precisar.

Sobre o Santander, Mário Lima notou que “a economia funciona à base da confiança” e “se não há confiança num determinado banco que representa neste momento a maioria dos depositantes nos Açores, essa quebra de confiança poderá determinar a saúde económica desse banco”.

“Já fizemos diligências, escrevemos cartas ao banco para saber da situação de cada um particularmente, a resposta foi evasiva, não temos nenhuma informação acerca do Santander, não se responsabilizam por nada”, adiantou, considerando que o banco deve “ser mais cauteloso” em relação aos investimentos feitos pelos clientes.

A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Oitante.

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.

O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira.