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PCP quer correspondência do Governo e Banif com Arrow

Quinta-feira, Abril 14th, 2016

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Sábado

O Partido Comunista Português (PCP) solicitou a correspondência trocada entre o Governo português, o Banif e a Arrow Global no âmbito da comissão de inquérito ao banco.

O requerimento solicita a “documentação ao Governo, ao Governo e ao Fisco, relativa à correspondência com a Arrow Global”, anunciou o deputado comunista Miguel Tiago.

O pedido é feito na comissão de inquérito ao Banif no dia em que o Parlamento, na subcomissão de Ética, aprovou o relatório, feito pelo deputado social-democrata Paulo Rios de Oliveira, que considerou que não há quaisquer incompatibilidades na contratação de Maria Luís Albuquerque para administradora não-executiva da Arrow, gestora britânica de crédito malparado que fez negócios com o Banif quando este era um banco detido, na sua maioria, pelo Estado.

Ou seja, o PCP, que queria que a contratação da ex-ministra das Finanças fosse estudada pelo Ministério Público, para eventual apuramento de práticas criminais (rejeitado pelos outros partidos), traz assim o tema para o inquérito ao Banif depois de aprovado o relatório na subcomissão de ética.

Aliás, o PS também já tinha chamado gestores da Whitestar, empresa do grupo Arrow, para falarem sobre o caso.

Novos patrões de Maria Luís tiveram benefícios fiscais

Quinta-feira, Março 10th, 2016

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Expresso

Whitestar e Gesphone, as duas empresas que a Arrow Global adquiriu em 2015, receberam benefícios fiscais de 381,7 mil euros entre 2012 e 2014. É uma das questões que PC, Bloco e PS querem apurar na avaliação da polémica sobre o novo emprego de Maria Luís Albuquerque

As empresas Gesphone e Whitestar, adquiridas pela gestora de ativos Arrow Global – para a qual Maria Luís Albuquerque foi contratada -, receberam benefícios fiscais num total de 381,7 mil euros entre 2012 e 2014. A informação faz parte da listagem de empresas com benefícios fiscais disponibilizada pela Autoridade Tributária.

O grosso do benefício nestes três anos – 362,5 mi euros – foi obtido pela Whitestar (cuja denominação completa é Whitestar Asset Solutions S.A) e a maior fatia (198 mil euros) esteve associada à criação de emprego (em 2013 e 2014). O Estatuto dos Benefícios Fiscais prevê uma majoração de custos, para efeitos fiscais, relacionados com a contratação de jovens trabalhadores ou desempregados de longa duração, entre outros. O resto dos benefícios da Whitestar (163,7 mil) resultou do crédito fiscal ao investimento em 2013.

A Gesphone (com denominação oficial Gesphone – Serviços de Tratamento e Aquisição de Dívidas SA) teve apenas benefícios fiscais de 19,2 mil euros em 2013, a quase totalidade resultante do crédito fiscal ao investimento.

O PCP e o Bloco de Esquerda requereram terça-feira na subcomissão parlamentar de Ética toda a informação sobre apoios e benefícios fiscais do governo PSD-CDS à Arrow Global ou alguma das suas duas participadas (Whitestar e Gesphone), bem como a listagem exaustiva dos ativos do Banif adquiridos. Eventuais apoios estatais ou benefícios fiscais podem limitar o exercício de funções na empresa pelo titular do ministério das Finanças durante um período de três anos. Há, no entanto, umanuance neste caso, já que Maria Luís Albuquerque foi contratada para administradora não executiva pela Arrow Global e não por nenhuma das suas participadas – que, à época, não pertenciam ao universo Arrow.

O Expresso contactou o Ministério das Finanças para tentar saber se alguns destes benefícios esteve associado com operações relacionadas com o Banif, mas ainda não obteve resposta até este momento.

Parlamento quer saber se houve benefícios fiscais à Arrow Global

Quarta-feira, Março 9th, 2016

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Negócios

Maria Luís Albuquerque traz uma novidade à Assembleia da República: a sua contratação vai ter de ser avaliada não só com uma audição mas também com documentos, pedidos pelo BE e pelo PCP. Um deputado do PSD fará o relatório.

O Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda pretendem saber se foram concedidos benefícios fiscais nas operações que a Arrow Global fez em Portugal quando Maria Luís Albuquerque era responsável pelas Finanças de Portugal. A informação será integrada no relatório sobre o parecer, que será escrito por um deputado social-democrata, Paulo Rios de Oliveira.

“Vamos pedir que o Governo envie a listagem de todas as compras de activos pelas empresas e se receberam benefícios fiscais”, declarou Jorge Machado, o deputado comunista na subcomissão parlamentar de ética, que se reuniu esta terça-feira, 8 de Março, para discutir a contratação da deputada e ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque para administradora não executiva da Arrow Global.

Segundo o deputado, um exemplo de eventuais benefícios é o imposto de selo. E, de acordo com Jorge Machado, é habitual que nas compras de activos sejam concedidos benefícios fiscais. Em causa estão as aquisições feitas pela Arrow ou por empresas que agora estão na sua esfera (como a portuguesa Whitestar). A Arrow, por exemplo, comprou créditos de 300 milhões ao Banif.

O objectivo deste pedido de documentos é o de avaliar a nova situação profissional de Maria Luís Albuquerque, que começou a exercer funções esta segunda-feira, 7 de Março, nomeadamente se respeita o Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos, que impede a ida para empresas quando estas foram “objecto de operações de privatização ou tenham beneficiado de incentivos financeiros ou de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de natureza contratual” durante um período em que o titular de cargo político teve intervenção.

“É isso que diz a lei”

Foi no mesmo sentido que o Bloco de Esquerda apresentou um requerimento com o pedido de documentos para avaliar a incompatibilidade: mais uma vez para saber, “sobretudo, da existência de apoios financeiros e isenções fiscais ao grupo de empresas”, diz o bloquista José Manuel Pureza.

Tanto para o Bloco como para o PCP, estes benefícios fiscais na compra de activos são habituais. Pelo que, neste caso, podem ter sido concedidos. E, se o foram, na opinião dos dois grupos parlamentares, há incompatibilidade. “É isso que diz a lei”, chuta José Manuel Pureza.

Pela voz de Pedro Delgado Alves, o PS apoia o pedido de documentação para averiguação da temática: “há informação que é útil para perceber as relações que [a Arrow] teve com o sector tutelado por Maria Luís Albuquerque”.

O pedido de documentação, neste caso da avaliação das incompatibilidades no Parlamento, ocorre “pela primeira vez”, segundo Pedro Delgado Alves, mas tal tornou-se essencial para “apurar com detalhe” todas as implicações da contratação.

Deputado relator é do PSD

O CDS foi o mais parco em palavras à saída da reunião. António Carlos Monteiro ressalvou apenas que o deputado relator tem de “decidir com base na lei”. E mais não quis acrescentar. “Nós aguardamos o relatório para nos pronunciarmos”.

Paulo Rios de Oliveira é o deputado que vai tratar do relatório. Normalmente, é sempre um parlamentar da mesma bancada que o visado que fica responsável pelo relatório. À partida, além dos documentos, também irá falar com a ex-ministra das Finanças. E, depois, vai “aferir” se Maria Luís Albuquerque também quer ser ouvida no âmbito da subcomissão de ética, para além dessa conversa. Foi a própria ex-governante que pediu à subcomissão de ética para se pronunciar sobre eventuais incompatibilidades na nova posição profissional.

15 dias?

Em relação ao prazo, o deputado social-democrata não se comprometeu. Já o presidente da subcomissão, o também social-democrata Luís Marques Guedes, disse que normalmente os pareceres têm de ser dados em 15 dias. Contudo”se for possível mais curto, foi isso que foi pedido”.

Mas o deputado relator vai depender da entrega de informação pelas entidades do Ministério das Finanças que podem dar as informações pretendidas. O que pode mexer no prazo.