Archive for the ‘António Costa’ Category

O cerco a Carlos Costa não começou agora

Segunda-feira, Fevereiro 18th, 2019

Citamos

Público

Nos estatutos do BdP, está estabelecido que os administradores “são inamovíveis”. Salvaguarda-se que podem “ser exonerados”, caso deixem “de preencher os requisitos necessários” ou tenham “cometido falta grave”.

Avançar com um processo de destituição do governador não é tarefa fácil: o Governo teria de gerir um eventual conflito com o Banco Central Europeu e passar por uma discussão legal difícil de vencer.

Fevereiro de 2016

O primeiro-ministro António Costa estava em funções há apenas quatro meses e já não escondia o que pensava sobre o governador do Banco de Portugal, nomeado por José Sócrates e reconduzido por Pedro Passos Coelho. No início de 2016, o primeiro-ministro acusou o BdP de ser “irresponsável” ao estar “a arrastar uma decisão” sobre os lesados do BES e considerou “a todos os títulos lamentável” a forma como o supervisor da banca vinha conduzindo o processo.

Abril de 2016

António Costa relacionou uma eventual destituição de Carlos Costa com as conclusões da comissão de inquérito ao Banif. “Se um dia se concluir alguma coisa, as consequências serão apuradas. É prematuro. Não faz sentido estar agora a antecipar conclusões que no momento próprio a comissão há-de tirar”, disse o primeiro-ministro. Dias antes, Ricardo Mourinho Félix havia sido mais taxativo, reagindo à divulgação de uma acta de uma reunião do Conselho de Governadores do BCE, da qual constava uma proposta do governador para “limitar o acesso do Banif a operações reversíveis de cedência de liquidez do euro-sistema, por razões de prudência.”

O secretário de Estado das Finanças disse, então, ao PÚBLICO que não teve “conhecimento dos fundamentos desta decisão”, o que representa, na sua opinião, “uma falha de informação grave” do BdP. “Espero que o BdP tenha uma justificação para esta proposta, tanto mais que, simultaneamente, me pedia nessa altura para encontrar forma de suprir as necessidades de liquidez do Banif, agravadas em consequência desta decisão.” Carlos Costa argumentou que foi o sigilo que o impediu de informar o Governo sobre a sugestão ao BCE de limitar o financiamento ao Banif.

Março 2017

No início do ano de 2017, já no rescaldo do caso Banif, Carlos Costa decidiu retirar a sua proposta de candidatos ao novo Conselho de Administração do BdP. A notícia foi avançada pelo Expresso, que dava ainda conta de que esta era a segunda recusa de Mário Centeno a um dos nomes sugeridos pelo governador: Rui Carvalho, que era director do departamento de mercados. O PÚBLICO acrescentou que esta não foi a única recusa que as Finanças deram a Carlos Costa. No início do processo de negociação dos novos administradores, o governador já tinha apresentado uma lista com dois juristas, quadros internos do banco central, que Centeno também rejeitou, alegando preferir economistas.

Por esta altura, o Bloco de Esquerda reforçava as críticas ao governador. “O BE já o disse várias vezes: não há condições [para o governador se manter em funções]. O cargo é amovível mediante falha grave. Foi por isso que usei essa expressão. Já houve várias falhas graves. Já era conhecido de várias comissões de inquérito e até as revelações recentes de investigação jornalística mostram que tínhamos razão quando o dissemos”, disse Catarina Martins, referindo-se a uma notícia da SIC de acordo com a qual há documentos que provam que o BdP sabia o que passava do Grupo Espírito Santo. Também Carlos César comentou a mesma investigação: mostra “falhas muito significativas na supervisão”, disse o líder da bancada do PS.

Setembro de 2017

Na sequência de declarações do governador do BDP sobre a banca, o Governo reagiu considerando-as “lamentáveis”. Numa conferência sobre gestão de risco nos bancos centrais, Carlos Costa disse: “A tentação de reduzir a independência dos bancos centrais não é só dos países do sul. (…) Não é só uma questão dos portugueses, coloquem dinheiro num lado qualquer e a tentação vai surgir.”

O contexto em que as declarações foram proferidas é importante. No âmbito de uma tentativa de reformular a supervisão bancária, o executivo preparava-se para criar uma autoridade nacional liderada por um administrador indicado pelo Ministério das Finanças. “É lamentável. Esperamos que o sr. governador se retracte das declarações que fez, em nome de um relacionamento institucional saudável”, respondeu fonte do ministério das Finanças.

Se CMVM delcarar que houve praticas incorretas no Banif os lesados serão tratados como os do BES

Segunda-feira, Maio 21st, 2018

Citamos

Diário de Notícias da Madeira

O primeiro-ministro disse hoje que, se a Comissão de Mercado de Valores Imobiliários (CMVM) declarar que houve práticas incorretas no caso do Banif, o Governo vai tratar a situação dos lesados como fez no BES.

“Se houver apreciação no mesmo sentido relativamente aos lesados do BES, trataremos as pessoas com o mesmo princípio de igualdade, que deve ser respeitado”, declarou António Costa, numa conferência de imprensa após a reunião com o presidente do Governo Regional da Madeira.

À chegada e à saída da presidência do Governo da Madeira, a Quinta Vigia, estavam cerca de meia centena de lesados do Banif que se manifestaram, mas António Costa não chegou a contactar as pessoas.

António Costa deslocou-se hoje à Madeira para participar na sessão de encerramento do Dia do Empresário, promovida pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF

“A situação dos lesados do Banif é distinta dos lesados do BES, porque relativamente aos do BES houve por parte das entidades competentes (Banco de Portugal e CMVM) o reconhecimento de que tinha havido práticas erradas de mercado fraudulentas e misselling’ [venda abusiva]”, o que ainda não aconteceu em relação ao Banif, declarou

António Costa acrescentou que também “havia uma deliberação da Assembleia da República”, o que permitiu ao Governo desenvolver “um mecanismo para chegar a acordo com as associações de lesados do BES” .

Esta situação também viabilizou a possibilidade de “muito brevemente começar a fazer pagamentos, através de uma entidade de recuperação de créditos que foi constituída pelos próprios lesados”

Relativamente à situação do Banif, Costa disse que “é bastante distinta porque só recentemente houve uma deliberação da Assembleia da República, alias duas”, apontou.

O governante complementou que, “em segundo lugar, a CMVM não fez uma declaração generalizada de ‘misselling’, assegurando que o Governo tem estado a “trabalhar em conjunto com a Associação de Lesados, a ALBOA e a CMVM”.

António Costa mencionou que na passada sexta-feira teve lugar uma reunião de trabalho sobre esta situação, “tendo em vista a identificar as soluções”, anunciando que “ficou acordado que a ALBOA iria fornecer à CMVM uma caracterização individualizada das diferentes operações e produtos, de forma a que a CMVM se possa vir a pronunciar sobre essa situação”.

O governante sublinhou que “até haver uma pronúncia por parte da CMVM, o que o Governo fará é apoiar a ALBOA”, no sentido de que sejam desenvolvidos todos os esforços e as partes “se possam sentar à mesa e encontrar uma solução”.

“O Governo não se pode substituir à CMVM nessa declaração”, afirmou.

O relatório final da Comissão de Inquérito ao Banif foi apresentado no passado dia 18 de abril na Assembleia Legislativa da Madeira, após ter sido aprovado na comissão em 21 de março deste ano pelos deputados do PSD e do CDS-PP, com os votos contra do Bloco de Esquerda, JPP e PS.

A votação aconteceu após quase dois anos de audições, onde foram ouvidas diversas entidades e onde se assinalou que a região autónoma é “completamente alheia” ao processo de recapitalização e ruína do banco e à sua posterior venda ao Santander, em 2015, por 150 milhões de euros.

A Comissão Eventual de Inquérito ao Banif da Assembleia Legislativa da Madeira foi constituída em fevereiro de 2016 por iniciativa do PS, na sequência do colapso do banco, sendo que o objetivo era analisar a sua gestão e apurar o grau de exposição à dívida da Região Autónoma da Madeira.

Os trabalhos foram concluídos em novembro de 2017 e os representantes do Santander e do Banco de Portugal (BdP), responsável pela resolução que culminou na venda, recusaram sempre comparecer perante os deputados madeirenses.

 

Lesados do Banif reúnem documentação e esperam que “o primeiro-ministro tenha palavra”

Quinta-feira, Novembro 30th, 2017

Citamos

Diário de Notícias da Madeira

Jacinto Silva, presidente da Associação de Lesados do Banif (ALBOA) está a ser ouvido, esta tarde, na comissão de inquérito às consequências do encerramento do banco que decorre no parlamento regional. Esta será a última audição desta comissão, uma vez que, como fez questão de referir Carlos Rodrigues, várias entidades recusaram-se a colaborar. O presidente da comissão de inquérito deu como exemplo o Banco de Portugal que “disse que esta comissão nem tinha legitimidade para existir”.

O presidente da ALBOA fez uma exposição inicial em que referiu a evolução da situação dos lesados do banco que sofreu um processo de resolução há dois anos, mais precisamente a 20 de Dezembro.

“O primeiro-ministro disse, na última vez em que esteve na Madeira que houve um sistema bancário que aldrabou esta gente e é verdade, estas pessoas foram aldrabadas”, afirmou.

Jacinto Silva não tem dúvidas de que, neste processo, o Estado não defendeu os clientes do banco, ao contrário do que aconteceu noutros países, como a Itália e a Espanha que também tiveram bancos em situações semelhantes.

“As entidades de fiscalização deixaram andar e têm dificuldade em assumir isso”, lamenta o dirigente da associação que lembra que a maioria dos lesados do Banif são pessoas com conhecimentos financeiros nulos e baixa escolaridade. “Pessoas que trabalharam uma vida” e que, garante, não foram informadas sobe os riscos dos produtos que estavam a adquirir. A associação tem em seu poder gravações de conversas com clientes em que o produto financeiro é referido como sendo “tão seguro como um depósito a prazo”.

No último encontro que teve com os lesados do banco, António Costa pediu que a associação apresentasse uma resolução da Assembleia da República a recomendar ao governo uma solução e uma declaração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a confirmar ter havido irregularidades na comercialização dos produtos bancários.

“A última esperança é que o primeiro-ministro tenha palavra e nada nos leva a pensar o contrário”, afirma Jacinto Silva.

A decisão da Assembleia da República, pelo que foi manifestado pelos vários grupos parlamentares, deverá ser aprovada em breve, mas o maior problema é a CMVM. Para isso, a ALBOA conta com a colaboração da Ordem dos Advogados que admite colaborar numa comissão de mediação, de onde deverá sair o documento que falta.

“Quando tiver os dois documentos, vou entregá-los pessoalmente ao senhor primeiro-ministro”, promete Jacinto Silva.

Provas para pagar lesados estão encalhadas no Banif

Quinta-feira, Agosto 17th, 2017

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Eco

Provas para pagar lesados estão encalhadas no Banif

 

António Costa “passou a bola” para a CMVM no caso dos lesados do Banif. A instituição de Gabriela Figueiredo Dias diz ao ECO que “os documentos não estão a chegar no ritmo e no prazo desejável”.

epois de fechada a solução para os lesados do BES, António Costa viu-se confrontado com o problema dos investidores que perderam dinheiro com o Banif. O primeiro-ministro “passou a bola” para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que ainda está a analisar os processos, estando ainda em falta muita documentação. A CMVM diz que “os documentos não nos estão a chegar no ritmo e no prazo desejável”.

“Eu percebo obviamente a ansiedade das pessoas. A ansiedade dos lesados do Banif não é menor do que a ansiedade dos lesados do outro processo (BES). A situação está ainda numa fase processual distinta”, afirmou António Costa, realçando que até ao momento não há nenhuma decisão da CMVM nem qualquer recomendação da Assembleia da República sobre o caso.

No seguimento das declarações do primeiro-ministro, o ECO questionou a CMVMrelativamente à documentação que está a ser obtida junto do Banif. “Apenas é possível referir que os documentos não nos estão a chegar no ritmo e no prazo desejável”, refere o regulador do mercado. Parte dos dossiês com informação sobre os investimentos dos obrigacionistas do Banif desapareceram. Ninguém sabe onde estão.

“Estamos a desenvolver diligências no sentido das dificuldades serem ultrapassadas com o máximo de urgência e a acompanhar os esforços que o próprio Banif se encontra a fazer para, em conjunto com as restantes entidades relevantes, encontrar a forma mais eficiente e eficaz de aceder à informação necessária”, salienta. O ECO sabe que o Banif não tem recursos para tentar encontrar esses documentos — e não tem sequer para fechar as contas dos exercícios de 2015 e 2016.

Na audição na Comissão de Orçamento e Finanças sobre o caso das vendas de produtos pelo Banif, realizada no mês passado, Gabriela Figueiredo Dias salientou por várias vezes que “na colocação destes produtos não há nenhum elemento que recaia no misselling ou informação falsa”.

Ainda assim, a presidente da CMVM sublinhou que poderá haver “novos elementos” que alterem essa conclusão. Referia-se às mais de 1.000 queixas enviadas por clientes do Banif que se consideram lesados. “A CMVM tem em mãos mil e poucas reclamações e a apreciação é decisiva para se perceber o que se passou, mas terrivelmente complexa pela dificuldade para aceder à documentação”, notou.

Estamos a desenvolver diligências no sentido das dificuldades serem ultrapassadas com o máximo de urgência e a acompanhar os esforços que o próprio Banif se encontra a fazer para, em conjunto com as restantes entidades relevantes, encontrar a forma mais eficiente e eficaz de aceder à informação necessária.

CMVM

Só perante a existência de práticas indevidas na venda dos produtos é que é possível tentar uma solução semelhante à que agora foi aprovada para os lesados do BES. António Costa já tinha, aliás, salientado isso mesmo em maio, notando que enquanto não houver essa confirmação o Estado fica limitado na “possibilidade de encontrar mecanismos como aqueles que temos relativamente aos lesados do BES”.

O Parlamento aprovou recentemente a proposta do BE para incluir os lesados emigrantes do BES. Foi aprovada com a abstenção do PAN e do PSD, com a exceção de cinco deputados do PSD que também votaram a favor da inclusão destes investidores que terão, assim, acesso à mesma solução que os restantes. Do universo de lesados residentes em Portugal, cerca de 1.000 aceitaram a solução proposta pelo Governo.

A solução acordada para os investidores do BES propõe que os lesados do banco que era liderado por Ricardo Salgado recuperem 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido. No caso do Banif, estima-se que haja 3.500 clientes lesados que perderam 265 milhões de euros em investimentos.

O decreto que regula os fundos de recuperação de créditos foi publicado, na passada sexta-feira, em Diário da República, entrando em vigor no dia seguinte à sua publicação.Ao fim de três anos do colapso do BES, e com a publicação do novo regime em Diário da República, a solução encontrada pelo Governo, reguladores e associação representante dos lesados pode, finalmente, começar a ser implementada.

Banif: “Há vontade política de responder a uma situação gravíssima”

Sábado, Julho 22nd, 2017

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TVI

Primeiro-ministro diz que os lesados do Banif fizeram “confiança num sistema que os aldrabou”. António Costa afirmou que o Governo tentou mediar uma solução de entendimento entre as partes, que não foi possível.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quinta-feira, no Funchal, que os lesados do Banif fizeram confiança num sistema que os aldrabou e reafirmou que há vontade política do Governo em resolver a situação.

“Há vontade política de responder a uma situação gravíssima, que é um conjunto de pessoas honestas que fizeram confiança num sistema que as aldrabou, como é evidente”, disse o primeiro-ministro.

António Costa deslocou-se à Madeira na qualidade de secretário-geral do PS para participar na apresentação da coligação Confiança (PS, JPP, BE, PDR e Nós Cidadãos) à Câmara Municipal do Funchal, que decorreu no Largo do Município, onde se deparou com uma manifestação de lesados do Banif.

Eu percebo obviamente a ansiedade das pessoas. A ansiedade dos lesados do Banif não é menor do que a ansiedade dos lesados do outro processo (BES). A situação está é ainda numa fase processual distinta”, afirmou, realçando que até ao momento não há nenhuma decisão da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) nem qualquer recomendação da Assembleia da República sobre o caso.

O primeiro-ministro, que esteve a conversar com o presidente da Associação de Lesados do Banif, Jacinto Silva, disse que o Governo tentou mediar uma solução de entendimento entre as partes, que não foi possível.

Mas num regime onde há separação de poderes, o Governo não se pode substituir às instâncias próprias que têm competência para tomar estas decisões”, vincou Costa, realçando que o executivo está a “aguardar que haja estes passos”.

A CMVM está a analisar mais de 800 queixas apresentadas pelos lesados do Banif, ao passo que na Assembleia da República foi apresentada uma petição pelos mesmos.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, em grande parte oriundos da Região Autónoma da Madeira, perderam 263 milhões de euros.

 

Banif: PS/Madeira diz que é “absolutamente essencial” encontrar solução para lesados

Sábado, Julho 22nd, 2017

Citamos

Diário de Notícias

O líder do PS/Madeira, Carlos Pereira, deputado na Assembleia da República, afirmou hoje, no Funchal, que é “absolutamente essencial” encontrar uma solução para os lesados do Banif, que diz terem sido “enganados” pelo banco e também pelo Estado.

“O PS/Madeira considera que é absolutamente essencial que haja uma solução o mais rápido possível para todas aquelas pessoas que foram enganadas pela instituição bancária e também pela forma como o Estado se posicionou sobre esta matéria”, disse Carlos Pereira, vincando que “houve erros graves, irresponsabilidade e falta de competência”.

O dirigente regional falava aos jornalistas após uma reunião com o presidente da Associação de Lesados do Banif (Alboa), Jacinto Silva, a quem garantiu que o partido “está do lado daqueles que foram aldrabados pela banca e de alguma forma pelo Estado”.

“Não podemos abandonar este dossiê”, disse Carlos Pereira, realçando que “todos os partidos, e particularmente ao PSD/Madeira”, devem envolver-se diretamente no assunto.

O encontro entre o líder do PS/Madeira e o presidente da Alboa realizou-se menos de 24 horas depois de o primeiro-ministro ter afirmado, no Funchal, que os lesados do Banif fizeram confiança num sistema que os aldrabou.

António Costa, que se deslocou à região autónoma para participar na apresentação da candidatura da coligação Confiança (PS, JPP, BE, PDR e Nós, Cidadãos) à Câmara Municipal do Funchal, realçou que há “vontade política” do Governo em resolver a situação, mas vincou que nada pode ser feito antes de receber indicações da Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM) e da Assembleia da República, que estão a analisar a situação.

Entretanto, o PSD/Madeira emitiu hoje um comunicado em que afirma que as declarações de António Costa evidenciam que o Governo socialista “não cumpre” as suas promessas.

“O PS perdeu a oportunidade, na semana passada, de aprovar na totalidade as propostas de alteração que os deputados do PSD/Madeira apresentaram para garantir a total aplicação dos investidores não-qualificados do Banif na lei que regula os fundos de recuperação de créditos”, refere o comunicado, assinado pelo secretário-geral do PSD, Rui Abreu.

Propostas de alteração do PSD, CDS e BE à legislação que enquadra a solução para o papel comercial, e que poderiam alargar o âmbito desta a outros lesados, nomeadamente emigrantes, foram chumbadas na votação parlamentar na especialidade a 14 de julho.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, em grande parte oriundos da Região Autónoma da Madeira, perderam cerca de 260 milhões de euros.

Alboa lamenta venda de ativo do Banif Finance ao Santander Totta

Terça-feira, Junho 6th, 2017

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Dinheiro Vivo

O presidente da Alboa, Jacinto Silva, lamentou a alienação do ativo pela “ridícula quantia” de 90 mil euros e exige acesso ao documento da venda

O presidente da Alboa, Jacinto Silva, lamentou hoje a alienação de um ativo do Banif Finance ao Santander Totta pela “ridícula quantia” de 90 mil euros e exige acesso ao documento da venda.

“Isto foi tudo feito nas costas das pessoas, em ‘timings’ acertados, e mais uma vez vêm os obrigacionistas do Banif Finance a saber que foram prejudicados com todas estas negociatas”, disse Jacinto Silva em declarações à Lusa, que exige saber quem foi responsável por este negócio.

De acordo com o responsável, o Santander Totta adquiriu este ativo importante do Banif Finance, já pós resolução e poucos meses antes deste último entrar em liquidação pela quantia de 90 mil euros, num negócio que apenas foi conhecido a 18 de maio, com a publicação do Relatório e Contas consolidado de 2016 do banco, onde a instituição financeira indica ser dona da totalidade daquele ativo. O ativo em questão (participação acionista privilegiada no Banif International Bank, a entidade bancária sediada nas Bahamas que foi vendida ao Santander à data da resolução do ex-Banif) valia 18,3 milhões de euros, de acordo com o último Relatório Financeiro de junho 2015, disse Jacinto Silva.

“Ou seja, a compra daquele ativo do Banif Finance pelo Santander Totta fez-se por menos de 1% do seu valor real”, disse. Depois de ter já solicitado à bolsa de Luxemburgo uma explicação sobre este negócio e “dada a relevância e gravidade da questão em causa”, a Alboa vai pedir uma audiência ao Banco de Portugal, assim como ao Ministério das Finanças, tendo em vista também ter acesso ao documento de formalização da venda em causa.

“Com esta venda ao Santander Totta os lesados do Banif perdem efetivamente, mais uma vez, uma parte importante dos ativos que poderiam responder pelos seus créditos”, lamentou ainda Jacinto Silva. A Alboa representa 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco ao Santander, bem como 4.000 obrigacionistas da Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu. No passado dia 28 de março, no decorrer de uma visita que efetuou à Madeira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que ainda não havia nenhuma solução para resolver o problema dos lesados do Banif, visto que a CMVM não reconheceu a existência de “práticas indevidas” na venda de produtos do banco.

“Esta é uma situação em que, ao contrário do que aconteceu na situação do BES, ainda não houve por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários um reconhecimento de práticas indevidas na venda dos produtos, o que limita muito, da parte do Estado, a possibilidade de encontrar mecanismos como aqueles que temos relativamente aos lesados do BES”, afirmou então António Costa.

O governante fez estas declarações após uma reunião com os dirigentes da Alboa, que decorreu na Quinta Vigia, sede da presidência do Governo Regional da Madeira. “A solução ainda não existe. Temos de continuar a trabalhar para que ela possa existir”, disse António Costa, vincando que se trata de uma “matéria muito difícil”, em relação à qual há registo de “situações verdadeiramente dramáticas” e casos de pessoas que “manifestamente foram enganadas”.

Lesados do ex-BANIF terão levantamento da situação em Abril e vão à Venezuela e África do Sul

Sábado, Abril 1st, 2017

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Económico Madeira

Lesados do ex-BANIF terão levantamento da situação em Abril e vão à Venezuela e África do Sul

A associação dos lesados do ex-BANIF espera ter concluído durante o próximo mês de Abril, o levantamento de todas as situações, por forma a traçar um perfil dos cidadãos penalizados e inventariar os montantes em causa.

O documento destina-se a ser entregue à CMVM que decidirá se agirá depois, como e quando, em conformidade com a situação apurada.

Aliás foi essa a sugestão deixada esta semana por António Costa no Funchal durante uma audiência que concedeu terça-feira aos representantes da associação dos lesados do ex-BANIF.

 Segundo uma fonte da associação contactada pelo Económico Madeira, “temos que fazer tudo para que as pessoas prejudicadas façam chegar as suas reclamações à CMVM de maneira a que esta instituição se pronuncie de forma clara sobre se houve ou não venda fraudulenta de produtos financeiros por parte do ex-BANIF.

“Só depois disso o Estado poderá intervir e tentar encontrar uma solução para este problema”, disse.

Depois de sublinhar que neste momento é importante esclarecer a opinião pública das razões da luta e dos protestos dos lesados do ex-BANIF, aquela fonte da associação admitiu que “é fundamental termos um retrato da realidade, saber quem são os lesados, porque são lesados, qual a dimensão dos prejuízos causados a cada um deles, etc.”.

Desiludidos com o “silêncio” do banco Santander, que adquiriu o ex-BANIF ao Estado, os lesados recordam que “era dito pelos funcionários do banco que este era do Estado o que levou as pessoas a pensar que era seguro comprar as aplicações e outros produtos financeiros que lhes eram sugeridos”.

“Os gestores de contas diziam que o banco era do estado, logo era garantido a 100% sem problemas”, observa a mesma fonte que lembrou ainda que “a idade média dos lesados é de 65 anos e antiga quarta classe de escolaridade”.

Os lesados estranham o distanciamento do Santander a contrastar com a “cobrança de comissões pela guarda de títulos que dizem eles não assumir”.

Relativamente aos investidores não qualificados – recorda-se que o banco Santander resolveu todas as situações que envolviam instituições, caso das IPSS, alguns centros culturais e clubes e fábricas de igreja, mas não os particulares – as estimativas da associação apontam para uma verba da ordem dos 240 a 260 milhões de euros.

Os lesados do ex-BANIF lamentam que o Santander “não aceite reunir nem mesmo para que lhes sejam entregues propostas. Limitam-se a dizer que nada tem a ver com o problema”.

A associação dos lesados confirmou ao Económico Madeira que vai deslocar-se na próxima semana à Venezuela para contactar com a comunidade portuguesa em geral dado que existe um significativo número de penalizados que residem naquele pais, alguns deles em grave situação financeira que se torna mais penalizadora numa conjuntura venezuelana de forte crise social, económica e financeira.

Depois da Venezuela a associação está a preparar uma deslocação semelhante à África do Sul para recolher informações sobre a dimensão dos lesados que residem naquele país africano e dos problemas que esta situação está a gerar naquela comunidade portuguesa.

Estamos eventualmente a falar, segundo aquela fonte, de um universo de lesados que pode chegar às 40 mil pessoas, se contarmos com os accionistas, dos quais perto de 5 mil são obrigacionistas subordinados e investidores na Rentipar.

 

Lesados do Banif: “Situação é dramática, mas solução ainda não existe”

Quarta-feira, Março 29th, 2017

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Notícias ao Minuto

António Costa está de visita ao Funchal, onde se encontrou esta tarde com os lesados do Banif. Tem consciência da “situação dramática de muitas pessoas”, mas “solução ainda não existe”.

O primeiro-ministro, António Costa, disse esta terça-feira no Funchal que a situação dos lesados do Banif está ainda por resolver e que, ao contrário do que aconteceu com os lesados do BES, “ainda não houve por parte da CMVM um reconhecimento de práticas indevidas na venda dos produtos”.

Tal facto, afirmou Costa, “limita muito da parte do Estado de encontrar mecanismos [como] aqueles que temos encontrado relativamente aos lesados do BES e que permitirão, aliás, entre esta semana e a próxima aprovar no Conselho de Ministros um diploma que encerra este processo todo do BES”.

Lembrando que o Governo tem reunido com a comissão do Banif e que neste momento está a ser concluído o levantamento de situações, “não só em Portugal como também no estrangeiro, em particular na Venezuela e na África do Sul”, o primeiro-ministro garantiu que “em função disso” ver-se-á “que evolução o processo pode ter”.

Visto que, sublinhou, “do ponto de vista da negociação direta com o Santander também não houve até agora evoluções positivas”.

“Gostaríamos que muito rapidamente fosse possível estabilizar o quadro da situação, porque temos bem consciência da situação dramática em que muitas pessoas se encontram. [Mas] a solução ainda não existe, temos de continuar a trabalhar para que ela exista”, firmou.

Questionado pelos jornalistas sobre as reuniões com os vários partidos a propósito da venda do Novo Banco, o primeiro-ministro limitou-se a dizer que as reuniões servem para “informar os vários partidos parlamentares em que ponto se encontram as negociações, quer com o potencial comprador, quer com as instituições europeias”.

Governo também procura solução para os lesados do Banif

Sexta-feira, Dezembro 23rd, 2016

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Negócios

Depois do BES, o Banif. O primeiro-ministro admitiu esta quinta-feira que a situação dos lesados do BES é diferente da dos lesados do Banif e garantiu estar à procura de uma solução também para estes últimos.

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta quinta-feira estar à procura de uma solução para os lesados do Banif, embora reconheça que há diferenças entre esta situação e a dos lesados do BES, para os quais foi apresentada esta semana uma proposta que permite aos investidores recuperar parte das perdas.

À saída do debate quinzenal, o chefe do Governo referiu-se aos lesados do Banif, afirmando que a “situação (é) distinta da dos lesados do BES”. No entanto, Costa deixou a garantia de estar a avaliar uma solução. “Não ignoramos” esta situação, para a qual “também estamos procurando encontrar soluções”.

O chefe do Executivo não entrou em detalhes, salientando que o Governo defende a estabilidade do sector bancário e que isso também passa por dar confiança aos produtos financeiros que são vendidos pelas instituições financeiras.

O Banif foi objecto de resolução no final de 2015, tendo sido vendido ao Santander.

Esta terça-feira, o Governo Regional da Madeira considerou, em comunicado, como “muito positiva” a solução encontrada pelo Executivo nacional para os lesados do BES e disse esperar que seja encontrado um “desfecho favorável” semelhante para o caso do Banif.

O primeiro-ministro defendeu esta quinta-feira a solução encontrada para os lesados do BES, argumentando que esta representa um “risco diminuto” para as contas públicas e que livra as entidades públicas de litigância, ao responsabilizar os que estiveram na origem da resolução do BES.

Além disso, o primeiro-ministro reconheceu ainda a situação dos investidores que ficaram fora da solução encontrada pelo Executivo. “Não ignoramos as pessoas que não estão abrangidas por este acordo. Seja aqueles que recusaram no passado propostas feitas pelo Novo Banco, seja a situação daqueles que, tendo feito investimento através de instituições com menor transparência, designadamente offshores, tem sido mais difícil apurar os seus créditos.”

“Temos continuado a trabalhar – sei que a administração do Novo Banco está a trabalhar para podermos continuar a estudar hipó