Archive for the ‘Açoreana’ Category

Açoreana faz crescer número de lesados do Banif

Quinta-feira, Março 1st, 2018

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Abril

 

A denúncia unilateral das apólices de seguros de vida dos créditos habitação do Banif, por parte da Açoreana, aumentou o número de clientes prejudicados pelo banco. Santander Totta ficou com o negócio do Banif mas não assume responsabilidade.

Segundo informação divulgada no início do ano, a Seguradoras Unidas (ex-Tranquilidade e ex-Açoreana) terá procedido à denúncia unilateral das apólices de seguros de vida relativas aos créditos habitação dos clientes do Banif, invocando a «sua sustentabilidade técnica».

Antes do colapso do Banif, os seguros de Vida Grupo associados aos créditos habitação do banco eram realizados pela então Açoreana, seguradora participada em 48% pelo Banif e agora detida pelo fundo norte-americano Apollo.

Estes seguros eram efectuados pelo prazo total dos respectivos contratos de empréstimo, renovados automaticamente no final de cada ano. Porém, a Seguradoras Unidas tentou explicar a denúncia unilateral dos contratos dos seguros de vida, dizendo que estes eram temporários, «com duração anual, podendo renovar-se no final de cada uma das anuidades».

Já o Santander Totta, que ficou com os clientes do Banif, não só responsabiliza a Açoreana pela denúncia dos contratos de seguro de vida, como afirmou publicamente ser «alheio a esta situação e não interferir na gestão de processos de outras empresas».

Divisão do negócio cria «contradições»

Para o grupo parlamentar do PCP na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o problema de fundo é que, «com a chamada resolução do Banif, com a actividade bancária e seguradora a serem adquiridas por grupos diferentes, criaram-se contradições e, desde já, novas ameaças que fazem alargar» o número de lesados do Banif.

Num projecto de resolução apresentado no passado dia 22, os comunistas consideram que, para além da urgência de se salvaguardar uma protecção para os clientes do Banif, importa esclarecer se houve «abuso ou irregularidade nos procedimentos de denúncia das apólices de seguro de vida relativas aos créditos habitação dos clientes do Banif».

Por outro lado, defendem que os «fundamentais deveres do Estado» devem ser assegurados de modo a garantir a protecção e a segurança dos cidadãos, e «o necessário restabelecimento da confiança da sociedade no sector financeiro».

Açoreana esclarece denúncia dos contratos de seguro de vida associados a créditos à habitação do antigo Banif

Sexta-feira, Janeiro 12th, 2018

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Diário de Notícias da Madeira

Contratos têm natureza temporária, desde o início, garante a seguradora

No dia em que foi tornado público que o Santander responsabiliza a Açoreana pela denúncia dos contratos de seguro de vida, associados a créditos a habitação na instituição, com origem no negócio de compra do Banif, a seguradora, agora integrada na Seguradoras Unidas, emitiu uma nota a esclarecer os seus pontos de vista sobre o que está a acontecer.

A seguradora diz que, sobre a “denúncia de contratos de apólices de Vida Grupo Taxa Fixa (ex-BANIF)” lhe compete esclarecer que as apólices em questão correspondem a um contrato de seguro de Vida Grupo ligado ao crédito à habitação, em que são parte a Seguradoras Unidas, em virtude da aquisição da Açoreana Seguros, e o Banco Santander Totta, que sucedeu ao BANIF, na qualidade de Tomador do Seguro” e acrescenta que “o contrato de seguro de Vida Grupo em causa, desde o seu início, tem a natureza de seguro temporário, com duração anual, podendo renovar-se no final de cada uma das anuidades”.

A açoreana diz, ainda, que “a resolução do BANIF, com a actividade bancária e seguradora a serem adquiridas por grupos distintos, e a evolução das condições de mercado, impossibilitaram a renovação deste contrato”. “Não tendo sido possível ajustar às condições do mercado, comunicámos ao tomador a intenção de não renovação, respeitando os prazos legalmente previstos.”

“Embora não tendo de o fazer (essa obrigação cabe ao Tomador), a Seguradoras Unidas tomou a iniciativa de comunicar esta situação a todos os aderentes do seguro, disponibilizando-se a encontrar, para todos os segurados, a melhor solução para as suas necessidades.”

A Açoreana garante, também, que na maior parte dos casos foram desenvolvidas soluções que “melhoraram as condições anteriormente existentes” e termina reiterando que “a Seguradoras Unidas tem uma oferta muito competitiva em seguros de Vida Risco ligados a créditos à habitação e que é de todo o nosso interesse apresentarmos as nossas condições a todos os clientes”. Por isso, convida “todos os interessados em entrarem em contacto com os nossos canais comerciais” e diz estar confiante de que continuará a ter a confiança dos clientes.

Apollo injecta 22 milhões na Açoreana após absorção de prejuízos

Segunda-feira, Agosto 8th, 2016

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Revista Sábado

ASF, Ministério das Finanças, Banco de Portugal, Oitante, Apollo, Soil: ninguém revela quais os valores que envolveram a venda da Açoreana. A Tranquilidade, da Apollo, aumenta o capital da Açoreana mas ambas vão manter-se separadas.
A Apollo, através da Tranquilidade, fez um aumento de capital de 22,7 milhões de euros na Açoreana. Este é, aliás, o valor actual do capital social da seguradora porque o comprador utilizou o capital anteriormente existente para absorver os prejuízos acumulados: 135,6 milhões de euros era o valor do capital social, usado para a limpar a empresa. A chamada operação harmónio (uma redução de capital seguida de um aumento) faz com que a seguradora que pertencia ao Banif e aos herdeiros de Horácio Roque siga, com o novo accionista, sem perdas herdadas e com capital.

“A grande prioridade passa por estabilizar a Açoreana através da injecção de capital para reforçar a sua solidez e retomar o desenvolvimento sustentável do seu negócio. Em função dos crescimentos verificados ao longo do tempo, os níveis de solvência serão sempre os adequados”, assinala a Tranquilidade, que pertence ao fundo americano Apollo, ao Negócios. A seguradora tinha fechado 2015 com um capital próprio negativo de 6 milhões de euros.

Não é revelado, pela seguradora, o montante da injecção. E os 22,7 milhões não mostram todo o esforço feito pelo comprador, já que não se sabe qual o valor final do acordo de compra e venda. A Açoreana era detida em 52,31% pela Soil SGPS (que tinha dívidas a saldar perante a Caixa Geral de Depósitos e o Santander Totta) e em 47,69% pela Oitante (veículo que herdou os activos do Banif que o Totta não quis).

O valor do aumento de capital e da redução não foram revelados pelas empresas envolvidas: são os montantes disponíveis no portal de justiça, publicados na sexta-feira passada. Nenhuma das entidades e autoridades envolvidas quis responder às perguntas do Negócios sobre os números.

Um muro de silêncio

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões remeteu-se sempre ao silêncio, apesar de ter estado sempre a acompanhar o processo dada a situação deficitária com que a Açoreana ficou após a queda do Banif. O mesmo tinha já acontecido com a Tranquilidade quando foi adquirida, no arranque de 2015. A Apollo/Tranquilidade não responderam a questões sobre os valores. “Não temos por hábito divulgar ou comentar detalhes de operações financeiras que envolvem ou envolveram outros accionistas. Além de mais, o contrato contém cláusulas de confidencialidade”, indica a resposta dada ao Negócios pelo comprador.

O Ministério das Finanças, garante último da estabilidade financeira, também não deu resposta ao Negócios. O mesmo aconteceu com o Banco de Portugal, junto do qual funciona o Fundo de Resolução, accionista único do veículo Oitante, que tinha 48% da Açoreana. “Enquadra-se na prossecução do objectivo com que a Oitante foi criada de maximização do valor de venda dos seus activos”, é como o veículo, liderado por Miguel Artiaga Barbosa (que foi o representante do Estado no Banif), comentou, em comunicado, a operação de venda. Instada a fazer mais comentários sobre a operação, nomeadamente aos valores da operação, a Oitante não quis comentar. Não foi possível também obter resposta da Soil SGS.

Empresas separadas
 
Nesse mesmo comunicado, a Oitante afirmou que a alienação da sua participação, em conjunto com a da accionista maioritária, “visa permitir a capitalização da Açoreana em linha com os requisitos prudenciais aplicáveis, bem como a criação de condições para a sustentabilidade desta entidade e, consequentemente, a preservação de postos de trabalho”. A Açoreana terminou o ano passado com 665 trabalhadores.
Já a Tranquilidade defende que as duas empresas têm “estratégias e objectivos específicos” mas que “passam a ter um forte accionista comum”, a Apollo. “As marcas das empresas seguradoras são um valor importante que importa salvaguardar e gerir”, assinala a companhia. Juntas, sobem ao número dois do ramo não vida, segundo tinha dito já na sexta-feira passada a compradora.

Neste momento, e depois de uma autorização antecipada do regulador dos seguros liderado por José Almaça (na foto), Jan Adriaan de Pooter, que é o líder da Tranquilidade, fica como presidente da administração da Açoreana.

Banif: Bruxelas aprova compra da Açoreana Seguros pela ApolloCita

Segunda-feira, Maio 23rd, 2016

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TVI

Norte-americana foi selecionada em janeiro para iniciar negociações exclusivas para adquirir a seguradora. Processo recebe agora luz verde da Comissão Europeia

A Comissão Europeia aprovou a compra da Açoreana Seguros, que antes pertencia ao Banif, pela norte-americana Apollo Management. Bruxelas concluiu que a operação não suscita preocupações ao nível da concorrência.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) tinha anunciado, a 28 de março, que a Apollo chegou a acordo para comprar a seguradora, uma operação “cuja necessidade decorreu do processo de intervenção no Banif”.

Em janeiro, a Apollo foi selecionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, deixando de fora as outras duas concorrentes (a Caravela e a Allianz). O processo de venda conduzido pelo Citi, sob a égide da ASF.

Agora, cinco meses depois, chega a luz verde de Bruxelas.

Banif. Já foram estabelecidos termos do pré-acordo de venda e capitalização da Açoreana

Segunda-feira, Fevereiro 8th, 2016

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Expresso

As negociações foram feitas com a Apollo, selecionada em janeiro para a compra da Açoreana Seguros, que pertencia originalmente ao Banif

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou esta segunda-feira que foram estabelecidos os termos de um pré-acordo de venda e capitalização da Açoreana Seguros, originalmente do Banif, à Apollo Global Management.

“A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) informa que foram estabelecidos entre a Apollo Global Management e os acionistas da Açoreana Seguros, S.A., os termos de um pré-acordo de venda e capitalização da Açoreana Seguros, S.A”, lê-se num comunicado emitido pela entidade.

Em janeiro, a Apollo foi selecionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, deixando de fora as outras duas concorrentes (Caravela e a Allianz), num processo de venda que está a ser conduzido pelo Citi, debaixo da égide da ASF.

Segundo noticiou o “Diário Económico”, o objetivo final da Apollo é integrar a Açoreana na Tranquilidade, mantendo a marca da companhia fundada em 1892.

A proposta da Apollo não exclui rescisões, no processo de fusão, mas defende que a terem lugar será no âmbito de uma estratégia que se assume como de valorização da companhia e não da sua destruição.

A 29 de janeiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que o processo de venda da companhia de seguros Açoreana estava em fase de conclusão e que previa a manutenção dos cerca de 700 postos de trabalho.

“O processo de venda da Açoreana está praticamente concluído. Há duas propostas em cima da mesa e a proposta que está a ser negociada, do ponto de vista da manutenção dos postos de trabalho, não tem prevista nenhuma perda de emprego”, disse o ministro das Finanças na ocasião, no parlamento.

Segundo o relatório de contas de 2014 da seguradora, divulgado a 31 de dezembro, a Açoreana arrisca perder 40 milhões de euros que tinha investido em ações do Banif no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco e que afetou os acionistas da instituição.

Em 31 de dezembro do ano passado, a Açoreana tinha 7.173.244.609 ações (mais de sete mil milhões de títulos) do Banif, ao preço médio de aquisição de 0,01 euros (um cêntimo), pelo que o valor total ascendia a 71,7 milhões de euros. Esta participação no capital do banco estava, contudo, registada no balanço por um valor inferior ao da aquisição, de 40,887 milhões de euros.

A 20 de dezembro, um domingo ao final da noite, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Naviget. É nesta nova empresa que fica a Açoreana.

A Açoreana teve no primeiro semestre prejuízos de 1,5 milhões de euros (melhor do que os 3,7 milhões de prejuízo de período homólogo de 2014) e era considerada pelo Banif uma “unidade operacional descontinuada”, estando para venda.

Venda da Açoreana arrasta-se para Fevereiro

Terça-feira, Fevereiro 2nd, 2016

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Económico

Negociações com Apollo deveriam ter terminado no domingo à noite.

As negociações para a venda da Açoreana à Apollo não ficaram concluídas na data prevista, que era domingo, 31 de Janeiro. Ontem, à hora de fecho, ainda não se conheciam os resultados das negociações, que decorrem sob a alçada da Autoridade de Supervisão de Seguros e Pensões (ASF).

Segundo uma fonte do mercado, o atraso poderá estar relacionado com o fecho das contas anuais da Açoreana, que nos últimos dias estava a ser ultimado pela gestão e pelo supervisor. Tal como o Económico avançou, a Açoreana, detida pela SOIL (da família Roque, com 52%) e pelo Oitante (do Fundo de Resolução, com 48%), terá registado prejuízos acima dos cem milhões, ano passado, devido às perdas com a resolução do Banif e com perdas contabilísticas causadas pela fusão da Rentipar Seguros. O valor exacto dos prejuízo será determinante para estimar as necessidades de capital da seguradora, que serão asseguradas pelo comprador.

Há duas semanas, a Apollo foi seleccionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, no processo de venda que está a ser conduzido pelo Citi, debaixo da égide do supervisor. O contrato de exclusividade prevê que a oferta vinculativa da Apollo permaneceria válida até ao fim de Janeiro. Se até ao dia 31 (domingo) não fosse possível concluir o negócio, a concorrente Caravela deveria ser chamada à mesa das negociações, substituindo a Apollo. Mas, até ao final do dia de segunda-feira, isso ainda não tinha acontecido.

A terceira concorrente, a Allianz, estava interessada apenas na carteira da Açoreana, pelo que só deverá ser chamada em último recurso. O supervisor pretende que a venda da Açoreana decorra de forma a assegurar a continuidade da empresa e dos seus postos de trabalho.

O objectivo final da Apollo é integrar a Açoreana na Tranquilidade, mantendo a marca da companhia fundada em 1892. A proposta da Apollo não exclui rescisões, no processo de fusão, mas defende que a terem lugar será no âmbito de uma estratégia que se assume como de valorização da companhia e não da sua destruição. Recorde-se que, nos últimos dias, a possibilidade de rescisões tem causado polémica, com o sindicato do sector a exigir a manutenção dos postos de trabalho e o PSD a pedir esclarecimentos sobre a venda, no Parlamento.

Seguradora perdeu mais de 100 milhões em 2015

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Económico

Prejuízo de 2015 terá sido agravado pela crise do Banif e pela fusão da Rentipar Seguros.

A Açoreana terá fechado o exercício de 2015 com um prejuízo superior a cem milhões de euros, apurou o Diário Económico junto de fontes do mercado. As contas ainda não estão fechadas, mas as perspectivas são de fortes perdas com a resolução do Banif e com a fusão da Rentipar Seguros. Isto apesar do bom desempenho operacional da companhia liderada por José Gomes, que cresceu acima do mercado em vários segmentos.

Questionada pelo Diário Económico, fonte oficial da seguradora recusou fazer comentários sobre as contas de 2015, dado que as mesmas ainda não foram publicadas.

Até Dezembro do ano passado, Açoreana era detida em 48% pelo Banif, mas ao mesmo tempo era também accionista do banco fundado por Horário Roque. Com a resolução, decretada há cinco semanas, a seguradora terá sofrido prejuízos na ordem dos 45 milhões de euros.

Por outro lado, os resultados do ano passado terão sido afectados também pelo reconhecimento de prejuízos relacionados com o ‘goodwill’ de cerca de 85 milhões de euros da integração da Rentipar Seguros, que teve lugar em 2014.

Estes impactos negativos ajudam a explicar a necessidade de reforço dos rácios de capital da seguradora, já que os capitais próprios terão sido afectados.

Segundo noticiou recentemente o “Negócios”, as necessidades de capital rondarão os 50 milhões de euros. Mas os números finais só estarão definidos nos próximos dias, quando se fecharem as contas de 2015. O contrato de negociações exclusivas que foi assinado com a Apollo protege o lado vendedor – os accionistas SOIL (52%) e o Oitante (48%), do Fundo de Resolução – na medida em que mantém a validade da proposta americana até ao fecho das contas, ou seja, até ao dia 31 de Janeiro (próximo domingo). Até essa altura, serão conhecidas as necessidades de capital da seguradora e saber-se-á quanto vai a Apollo injectar para reforçar os rácios e quanto vão receber os accionistas.

Se o acordo com a Apollo não for concluído no prazo previsto, a negociação poderá continuar, passando para a segundo interessada, a seguradora portuguesa Caravela, liderada por Diamantino Marques.

Apollo vai manter marca Açoreana após fusão com Tranquilidade

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

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Económico

Apollo promete replicar na Açoreana a estratégia de recapitalização, foco no cliente e valorização dos recursos da empresa, que implementou na Tranquilidade. Marca será mantida.

A Apollo pretende manter a marca Açoreana, se concretizar a compra da seguradora. Ao que o Diário Económico apurou, na proposta pela Açoreana a gestora de fundos americana propõe replicar a mesma estratégia de recapitalização, enfoque no cliente, valorização e optimização de recursos que implementou na Tranquilidade, a seguradora que comprou ao Novo Banco no ano passado.

Este processo será levado a cabo de forma concertada com os principais ‘stakeholders’ da Açoreana, como os funcionários, o supervisor, os corretores e os grandes clientes. A prioridade será assegurar a normalidade do funcionamento da Açoreana.

A região dos Açores, onde a companhia tem uma importante presença, merecerá forte atenção no âmbito deste processo, sabe o Económico.

O objectivo final da Apollo é integrar a Açoreana na Tranquilidade, mantendo a marca da companhia fundada em 1892. A proposta da Apollo não exclui eventuais rescisões, no processo de fusão, mas a terem lugar será no âmbito de uma estratégia que se assume como de valorização da companhia e não da sua destruição. Recorde-se que, nos últimos dias, a possibilidade de rescisões tem causado polémica, com o sindicato do sector a exigir a manutenção dos postos de trabalho e o PSD a pedir esclarecimentos sobre a venda, no Parlamento.

Na semana passada, a Apollo foi seleccionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, no processo de venda que está a ser conduzido pelo Citi, debaixo da alçada do supervisor dos seguros. O contrato de exclusividade prevê que a oferta vinculativa da Apollo permanece válida até ao fim de Janeiro. Se até ao dia 31 (domingo) não for possível concluir o negócio, a concorrente Caravela deverá ser chamada à mesa das negociações, substituindo a Apollo. Na quarta-feira, o presidente da Caravela, Diamantino Marques, concedeu uma entrevista ao Económico onde defendeu que a sua proposta é a única das três que assegura a continuidade da Açoreana.

A terceira concorrente, a Allianz, estava interessada apenas na carteira da Açoreana, pelo que só deverá ser chamada em último recurso.

Oferta da Apollo incide sobre a totalidade do capital
Ao contrário do que, por lapso, o Diário Económico noticiou na terça-feira, a oferta da Apollo incide sobre a totalidade do capital da Açoreana e não apenas sobre os 52% que são detidos pela SOIL, da família Roque. Ou seja, abrange também a participação de 48% que está nas mãos do Oitante, o veículo pertencente ao Fundo de Resolução. E não é possível, ainda, estimar o encaixe a que os accionistas terão direito com a venda, dado que esse valor dependerá das necessidades de capital que forem identificadas na seguradora. O valor oferecido pela Apollo – que não foi possível apurar, até ao fecho da edição – será dividido em duas parcelas: uma servirá para cobrir as necessidades de capital da Açoreana e outra servirá para pagar aos accionistas.

As necessidades de capital poderão ascender a 50 milhões de euros, segundo foi noticiado. Mas o cálculo final estará dependente das contas de 2015, que estão a ser fechadas por estes dias (ver texto ao lado). Só aí se saberá quanto receberão os accionistas, do montante oferecido pela Apollo.

Fusão dará origem ao segundo maior ‘player’ nacional
Se a fusão entre a Tranquilidade e a Açoreana avançar, dará origem à segunda maior seguradora no ramo Não-Vida, tal como o “Jornal de Negócios” noticiou há dias, com prémios anuais na casa dos 600 milhões de euros.

De acordo com os dados disponibilizados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), em 2015 a Açoreana foi a quarta maior seguradora neste segmento, tendo registado prémios no valor de 274,56 milhões de euros, o que representa um aumento homólogo de 3,4%.

Já a Tranquilidade, que até à resolução do BES (Agosto de 2014), pertencia ao antigo Grupo Espírito Santo, registou prémios no valor de 320,29 milhões de euros no ano passado, valendo-lhe o terceiro lugar neste mercado. A Apollo adquiriu a Tranquilidade em Janeiro de 2015, comprando-a ao Novo Banco.

A Allianz, com um volume de prémios no valor de 338,92 milhões, ocupa a segunda posição, atrás da Fidelidade, a líder de mercado, com prémios no valor de mil milhões de euros.

A Caravela, uma seguradora criada no ano passado, está também interessada na Açoreana, cuja aquisição lhe permitiria entrar directamente para a “primeira liga” no sector. Liderada por Diamantino Marques, a Caravela teve prémios no valor de 28 milhões de euros, em 2015, o que lhe vale o 19º lugar no ´ranking’ das seguradoras não-Vida em Portugal.

Até ao fecho, não foi possível obter esclarecimentos de fonte oficial da Apollo.

Banif: PSD questiona Governo sobre venda de seguradora Açoreana

Quinta-feira, Janeiro 28th, 2016

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Correio da Manhã

PSD pergunta qual o destino dos trabalhadores da seguradora.

O grupo parlamentar do PSD formulou esta quarta-feira duas perguntas ao Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre o processo de venda da companhia de seguros Açoreana, originalmente do grupo Banif, e destino dos seus trabalhadores. Os deputados social-democratas perguntam ao ministro Vieira da Silva se o executivo socialista está a acompanhar a alienação daquela empresa e se há algum “plano de contingência para evitar ou mitigar” a hipótese de fim dos “cerca de 700 postos de trabalho” em causa. Segundo os parlamentares do PSD, “no caso do processo ser concluído com o concorrente Apollo”, pode acontecer a descontinuidade da Açoreana e dos seus funcionários, ao contrário das “garantias que foram dadas ao conjunto de trabalhadores do ex-Banif, agora recolocados no Santander-Totta e na Oitante. O texto da bancada parlamentar “laranja” refere-se à venda daquela seguradora “na parte correspondente ao Fundo de Resolução” do Banif, “através do veículo ‘Oitante’, que corresponde a cerca de 48% do capital”, ressalvando que o processo de alienação ainda decorre, envolvendo outros dois concorrentes da empresa gestora de fundos Apollo: Caravela e Allianz.

Apollo oferece 10 milhões à família Roque pela Açoreana

Terça-feira, Janeiro 26th, 2016

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Económico

Apollo negoceia compra de 52% do capital. Supervisor e Governo preferem solução que mantenha empresa e postos de trabalho.

A Apollo foi seleccionada para entrar em negociações exclusivas para a compra da Açoreana, com o prazo negocial a decorrer até à próxima sexta-feira. A gestora de fundos americana apresentou uma proposta de cerca de 10 milhões de euros pela maioria do capital da Açoreana, propondo assumir também parte dos custos com rescisões de funcionários, apurou o Diário Económico.

A oferta da Apollo, avançada através da subsidiária luxemburguesa Calm Eagle, diz respeito apenas aos 52% detidos pela SOIL, da Rentipar, a holding da família de Horácio Roque. Os outros 48% pertencem ao Oitante, um veículo detido pelo Fundo de Resolução, não estando abrangidos por esta proposta.

“A Apollo não faz comentários, para já, sobre essa informação”, respondeu fonte oficial da gestora de fundos americana, quando questionada se ofereceu 10 milhões de euros pela participação de controlo da seguradora portuguesa.

O processo de venda em curso – que decorre sob a alçada da autoridade reguladora dos seguros e fundos de pensões (ASF) – está a ser assessorado pelo Citi. Mas o Governo também terá uma palavra decisiva no processo de venda, dado que o Fundo de Resolução é tutelado pelas Finanças. Tanto o Governo como o supervisor dos seguros não vêem com bons olhos a eventual venda da seguradora em “fatias”, pelo que as propostas que assegurem a continuidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho terão vantagem.

Os dois outros candidatos à compra da Açoreana – Allianz e Caravela – foram notificados na sexta-feira, pelo assessor financeiro da venda, o Citi, sobre a entrada em negociações em exclusivo com a Apollo. Mas aqueles interessados poderão ser chamados novamente às negociações, se não for possível chegar a um acordo com a Apollo, no prazo previsto.

A Açoreana é uma das principais seguradoras portuguesas. Tem cerca de 700 funcionários e uma rede de 42 balcões, com um activo total superior a 1,2 mil milhões de euros. A Açoreana necessita de um aumento de capital para cumprir as novas metas de Solvência II, que entraram em vigor este mês. Segundo noticiou recentemente o “Negócios”, as necessidades de capital da seguradora ascendem a 50 milhões de euros. Parte destas necessidades dever-se-á a perdas registadas com a participação que a seguradora detinha no seu accionista Banif, que em Dezembro foi alvo de uma medida de resolução.

Sindicato pede ao Governo para travar venda às “fatias”
Segundo um email ontem enviado aos trabalhadores da Açoreana, o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Seguradora (STAS) está preocupado com as notícias sobre a eventual venda da Açoreana às “fatias”, no âmbito do processo de venda em curso.

“Tendo em conta algumas notícias veiculadas pela comunicação social, não podemos deixar de expressar junto de V. Exas, a nossa preocupação por uma eventual opção que não assegure a aquisição total da seguradora e bem assim a garantia da universalidade dos seus trabalhadores que deverão passar para a entidade que venha a ser a escolhida”, adiantou a missiva enviada aos ministros do Trabalho e das Finanças, que foi ontem divulgada num email enviado aos trabalhadores da Açoreana.

Na carta enviada ao Executivo, o STAS recorda que numa reunião a 28 de Dezembro, o Governo lhe transmitiu que partilhava da preocupação com os postos de trabalho.