Archive for the ‘Acionistas’ Category

Obrigacionistas da ex-dona do Banif abdicam para já de actuar judicialmente

Terça-feira, Janeiro 26th, 2016

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Negócios

A assembleia-geral que juntou os titulares de dívida da Rentipar acordou a tentativa para a recuperação dos 60 milhões de euros investidos. De fora ficou, por enquanto, uma actuação judicial colectiva para lá da insolvência.

Os obrigacionistas da Rentipar, antiga accionista do Banif liderada por Teresa Roque (na foto), não vão para tribunal para tentar recuperar o investimento feito nestes títulos. Pelo menos, para já. No futuro, a actuação judicial poderá ser uma realidade. No imediato, a única acção que vão seguir é a participação na insolvência da empresa.
“Nenhuma outra estratégia ou acção foi aprovada no sentido de recuperação dos créditos dos obrigacionistas”, é a indicação que consta da acta da assembleia de obrigacionistas da Rentipar, que teve lugar na sexta-feira passada, 22 de Janeiro, que foi liderada pelo seu representante comum, o advogado José Horta Osório.

Em 2011, quando a Rentipar deixou de receber dividendos do Banif, foram emitidas 1.200 obrigações – que deveriam ter sido pagas em 2013, altura em que a maturidade foi estendida depois até 2016 –, avaliadas em 60 milhões de euros (50 mil euros por cada uma). Segundo foi noticiado pelo Económico, houve títulos deste género vendidos aos balcões do Banif. De acordo com a lógica utilizada pelo Banco de Portugal para a transferência de dívida sénior do Novo Banco, só as emissões acima de 100 mil euros por título são destinadas a investidores qualificados. Ou seja, apesar de poderem haver particulares com estas obrigações da Rentipar nas mãos, os investidores não quiseram avançar com qualquer acção judicial para reclamação do crédito, segundo ficou decidido na assembleia.

Nesse encontro, onde estiveram presentes representantes de 74,91% dos 60 milhões de euros em obrigações emitidas em 2011, foi deliberado, “por unanimidade”, reclamar os créditos no processo de insolvência da Rentipar “e executar o penhor civil sobre 11.000 acções da Rentipar Financeira”, segundo a acta a que o Negócios teve acesso. Também foi autorizada a criação de um fundo comum, para o qual cada obrigação deverá contribuir com 75 euros, para pagar os honorários do escritório de advogados que será escolhido.

A Rentipar Financeira era a “holding” através da qual a Rentipar detinha a participação no Banif. O grupo viu-se sem o seu principal activo, a actividade do Banif, que foi vendida ao Santander (a “última machadada”, como classificou a empresa), e ficou como accionista do Banif, que é agora um veículo esvaziado de bens. Foi para insolvência, num processo que foi precipitado por uma reclamação por parte do Novo Banco. Ao contrário dos obrigacionistas, a sociedade detida por Teresa Roque, filha do herdeiro do Banif Horácio Roque, pondera actuar contra o Banco de Portugal devido à intervenção no banco.

Que a comissão parlamentar do Banif venha rápido

Segunda-feira, Janeiro 18th, 2016

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Económico Opinião Tiago Freire

O Governo não gostou do que decidiu, e defende-se com o argumento razoável de que não pôde fazer mais nem melhor. A gestão do Banif recebeu um atestado de incompetência e gesticula em vão, sinalizando a existência de alternativas.

Os accionistas arderam. O Banco de Portugal, diligentemente, vai defendendo a legalidade da decisão e as suas vantagens, mas a resolução de um banco, em qualquer cenário, é sinal do falhanço de parte do sistema. A (agora) oposição questiona timidamente o Governo, porque os telhados de vidro são grandes e ainda lhes podem cair na cabeça. E Bruxelas vai, como de costume, lavando as suas mãos, em dois sentidos. Lava a mão direita atacando o Executivo anterior, com Maria Luís Albuquerque à cabeça; e lava a esquerda isolando Mário Centeno e Carlos Costa, apesar de a Comissão Europeia e o BCE terem tomado boa parte das decisões que, tardiamente, forçaram o desfecho do caso Banif, mais uma vez num contra-relógio ao fim de semana.

A anterior ministra de Estado e das Finanças está a tornar-se no bombo da festa, nomeadamente por uma Comissão Europeia que quer eximir-se de responsabilidades que também tem. Bruxelas sentiu-se despeitada por Albuquerque não ter querido, ou não ter sabido, dar resposta satisfatória às suas pressões e aproveita agora para a sacrificar no altar da culpa. Uma pergunta: esse comportamento seria o mesmo se Maria Luís Albuquerque ainda fosse ministra e não apenas uma deputada da oposição?
Com tanto barulho e ainda tanta poeira no ar (saliente-se o acompanhamento assertivo, ainda que algo demagógico, que o Bloco de Esquerda tem feito do tema Banif), é urgente dar início à comissão parlamentar de inquérito ao caso. Que o exemplo da comissão BES (magistralmente dirigida por Fernando Negrão e que deveria repetir agora o cargo) seja mais uma vez aproveitado. E, já agora, que haja uma pressão acrescida dos deputados da nação para ouvir os responsáveis europeus.

Recorde-se que, na comissão anterior, Joaquín Almunia andou meses a “fazer de morto”, fugindo à inquirição.

Com cada vez mais poder de decisão nas mãos de responsáveis de autoridades europeias, os seus cabais esclarecimentos são absolutamente essenciais e não devem, por regra, limitar-se a comunicados escritos por gabinetes de advogados.

Precisamos, todos, de saber a verdade, toda a verdade. E isso não será possível se admitirmos ter toda a exigência com os responsáveis portugueses mas formos tolerantes com a falta de colaboração de instituições como o BCE ou a Direcção-Geral da Concorrência. Quem não deve não teme.

Optimismo une BANIF à comunidade na Venezuela

Sexta-feira, Janeiro 15th, 2016

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Optimismo une BANIF à comunidade na Venezuela

Renato Escórcio é a nova ‘cara’ do BANIF na Venezuela, função que vem assumindo desde Janeiro deste ano. O actual responsável pelo Escritório de Representação é natural de Santana, tendo entrado para o banco em Maio de 2000, como assistente comercial.

Foi gerente da Agência do Caniçal e depois mais tarde gerente da Agência BANIF de Machico. Em 2013 foi convidado a abraçar este projecto além-mar, na Venezuela, um país que sempre foi importante para o BANIF. “Um projecto muito ambicioso que me fez ficar longe da família e amigos durante algum tempo, mas que aceitei com muita ambição e vontade de vencer. Felizmente as coisas têm corrido bem, e sinto-me muito bem na Venezuela, pelo que faço até agora, um balanço bastante positivo deste período” – revelou ao DIARIO em Caracas, por altura das comemorações do Centenário do Município da Ribeira Brava, que o BANIF também apoiou.

 

O mercado das comunidades madeirenses emigrantes continua a ser um mercado muito importante para o BANIF – declara Renato Escórcio. “O BANIF sempre foi um banco de relação muito próxima com os seus clientes. Temos colegas e ex-colegas que são imensamente recordados. O Sr. Rui Barreto é o maior exemplo disso e deixou um legado que eu pretendo continuar a honrar.”

Renato Escórcio salienta que a comunidade emigrante é um pilar na estrutura sólida que o Banif é hoje, dando como exemplo o recente processo de recapitalizacção do banco. “Foi um passo muito importante, e o Banif está a ultrapassar muito bem esta fase”’ afirma, acrescentando que depois dessa etapa, o banco implementou uma série de programas internos que relançaram a instituição. “Os resultados já evidenciam o esforço feito. Os aumentos de capital foram um sucesso muito grande. Sentimos um grande envolvimento por parte de toda a estrutura administrativa e directiva. Os clientes foram convidados a participar no aumento de capital e fizeram-no de forma muito activa. Mostraram que confiavam no banco. Foi muito gratificante sentir por parte de todos os clientes, mas sobretudo da comunidade Emigrante essa confiança, esse sentimento de que acreditavam no banco e no seu futuro.”

Apesar de tudo, o Banif e toda a banca em geral acabou por sofrer com a instabilidade inesperada com os problemas no BES. “É verdade que recentemente houve alguma instabilidade, mas o governo português intercedeu de forma rápida, solucionando da melhor forma essa situação pontual”, observa Renato Escórcio.

“Temos que nos lembrar que o sistema bancário em Portugal, felizmente, sobreviveu ao período mais conturbado da sua história. Julgo que, apesar deste acontecimento, ficou provado que o sistema mantém-se forte e sustentado. Os clientes continuam a acreditar no seu sistema financeiro. Basta ver que mesmo apesar da crise financeira e económica, os depósitos em Portugal estão sempre a subir de forma constante. E estes depósitos não são exclusivos dos residentes em Portugal, mas também dos nossos Emigrantes, pois as remessas também estão a aumentar. Prova maior e mais definitiva que esta não há, e ainda bem que é assim.

Neste contexto, o que posso acrescentar é que nós continuamos a trabalhar diariamente para continuar a merecer a confiança dos nossos clientes”.

 

Confiança

A confiança no sistema financeiro português poderá não ser suficiente. Mesmo assim, o novo responsável pelo Escritório de Representação do Banif na Venezuela acredita que a economia portuguesa vai inverter o ciclo negativo. “A economia e os casamentos precisam da mesma coisa: Confiança! Esta confiança crescente só traz coisas positivas. Felizmente, nos últimos tempos, temos visto estatísticas a demonstrar que a confiança dos portugueses está a crescer no que respeita aos mais variados índices económicos. Isso é extremamente positivo. O povo português é por natureza um povo trabalhador e resiliente. Nunca desiste. O sistema financeiro está com níveis de liquidez bastante folgados o que permite começar a financiar novamente a economia. Por isso, desde as grandes empresas até ao pequeno comercio, vão sentir esta nova vaga. Juntando-se a vontade de trabalhar do povo português com a injecção de liquidez do mercado financeiro, tenho a certeza que a produção começará a crescer. Aliás, acredito que já está a crescer. É preciso agora que o governo acompanhe esta tendência, o que também estou convicto que irá fazê-lo, contribuindo ele próprio para o crescimento económico”.

O discurso muito positivo de Renato Escórcio começa a ser conhecido no seu novo meio. “É uma característica que me acompanha. Temos de ter sempre esperança e confiança num futuro melhor. Mas reparo que não é uma característica só minha. A nossa comunidade emigrante também é muito assim. Trabalham afincadamente todos os dias para um futuro melhor. Têm confiança nesse futuro e que todo o esforço vale a pena. É esta esperança e espírito positivo que é necessário para alcançarmos grandes feitos e ultrapassarmos todos os obstáculos que a vida coloca no nosso caminho”.

Quase no fim do seu primeiro ano na Venezuela, o bancário recusa fazer futurologia. “É comum dizermos que o futuro a Deus pertence. E é a maior verdade. Tenho fé que o futuro seja longo e positivo. A certeza que posso ter é que será necessário continuar a trabalhar da mesma forma que até aqui, de forma honesta e com o máximo de respeito por aqueles que são a razão do nosso esforço: os nossos clientes.”

O custo externo de duas decisões internas

Terça-feira, Janeiro 12th, 2016

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Exxpresso Opinião Nicolau Santos

Uma gestora de ativos norte-americana e um grupo espanhol não gostaram de uma decisão do Banco de Portugal e outra do Governo. Para lá das razões que invocam, o que importa é se esta contestação pode beliscar a imagem do país e afastar potenciais investidores estrangeiros.

No primeiro caso está em causa a decisão do Banco de Portugal de transferir cinco emissões de obrigações seniores do Novo Banco para o BES “mau”, quando existiam 54 nestas condições. O banco central justifica-se dizendo que a seleção resultou do facto de tais emissões serem dirigidas diretamente a investidores qualificados e não a investidores do retalho.

Atingida por esta situação no montante de €228,6 milhões, a Pimco, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, é dura nas palavras (“Nunca vimos nada como isto. Nem na Grécia.”), na avaliação (“Parece haver uma discriminação contra os investidores internacionais face aos investidores domésticos”) e no recurso aos tribunais (“Vamos ser altamente reativos. Vamos tentar rever a decisão ou obter uma compensação”). Também a Black Rock, a maior gestora de ativos do mundo, regista perdas potenciais de €254,1 milhões.

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O grupo automóvel que chocou de frente com o Banif

Segunda-feira, Janeiro 11th, 2016

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Público

A Auto-Industrial era o segundo maior accionista privado do Banif, mas o negócio que parecia promissor em 2009 tornou-se um pesadelo para a empresa de comércio automóvel criada em Coimbra em 1920.

Centrada na venda de automóveis, e referenciada como a maior empresa do distrito de Coimbra (cidade onde nasceu) em volume de negócios, a Auto-Industrial começou desde logo a sentir os efeitos da crise financeira que se iniciou em 2008 nos Estados Unidos, e que conduziu a uma retracção na compra de bens de consumo.

A 10 de Julho de 2009, numa das raras aparições públicas, o presidente da empresa, Mário Leite Santos, surgiu ao final do dia ao lado de Horácio Roque para anunciar a incorporação do Banco Mais, detido pela Auto-Industrial, no Banif.

O “namoro” com a instituição financeira especializada no crédito automóvel tinha começado em 2006, e a sua concretização, garantiu Mário Leite Santos, nada tinha a ver com a má conjuntura que o sector já estava a atravessar.

O Banco Mais, disse então o empresário de 61 anos, licenciado em Direito na Universidade de Coimbra e um dos maiores accionista da Auto-Industrial, estava demasiado focado na área automóvel e era mais “vantajoso” ter uma participação, mesmo que menor, numa instituição financeira de maior dimensão. Nesse momento, a empresa deu os primeiros passos em direcção ao que se transformaria numa tempestade perfeita.

Anos negros
O Banco Mais nasceu como uma sociedade financeira de apoio ao crédito, denominada de Tecnicrédito. Em 2000, já depois de a Auto-Industrial garantir os cerca de 50% do capital que estavam nas mãos do BCP/BPA, o Banco de Portugal concedeu-lhe uma licença bancária. Nove anos depois, quando se diluiu no Banif, o Banco Mais tinha também operações em Espanha, Polónia, Hungria, Eslováquia e Brasil (neste caso através de uma parceira com a Société Générale).

A união com o banco liderado por Horácio Roque foi desde logo vista como um movimento de consolidação positivo, a começar pelo então presidente do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. A instituição financeira mudou o nome de Banco Mais para Banif Mais, na esfera do Banif SGPS, mas os sinais de que as coisas não corriam de feição começaram a acentuar-se passado pouco tempo.  Em Maio de 2010, morreu Horácio Roque, e o banco fechou o exercício com um lucro de 33 milhões de euros, uma queda de 38% face ao ano anterior.

Mesmo assim, a empresa, uma das maiores do sector do comércio automóvel em Portugal, mostrava-se convicta que os seus negócios acabariam por se “estender a outros domínios”. As vendas de veículos tinham recuperado face a 2009, com o volume de negócios a subir 28% para 340 milhões, e o resultado líquido a crescer 135% para oito milhões de euros.

No entanto, o principal negócio do grupo ia entrar em derrapagem. Em 2011, o ano em que a troika de credores (Comissão Europeia, BCE e FMI) entraram em Portugal, o volume de negócios caiu 27%, para 249,3 milhões (abaixo do mau resultado de 2009), e registou um prejuízo de 17,6 milhões. Quanto ao Banif, fechou o ano com um resultado líquido negativo de 162 milhões de euros. Os anos seguintes iam ser ainda piores. Em 2012, com Portugal a sofrer uma profunda recessão na economia, o grau de autonomia financeira da Auto-Industrial degrada-se, o volume de vendas do grupo desce para 186 milhões de euros, abaixo da fasquia dos 200 milhões, e o resultado líquido é negativo em 56 milhões de euros. No último dia do ano, o Estado anuncia a intervenção no Banif, através da entrada de 700 milhões de euros directamente no capital social e da aplicação de mais 400 milhões em obrigações convertíveis em acções (os denominados CoCo).

Depois desse movimento, os accionistas privados, como a Rentipar (empresa deixada por Horácio Roque, e que passa como herança indivisa para a família, acabando por ser encabeçada por Teresa Roque) e a Auto-Industrial, sem capacidade para responder às necessidades de capital sentidas pelo banco, assistem à diluição das suas posições.

 

Banif: o filho, o enteado e o bastardo

Domingo, Janeiro 10th, 2016

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Expresso

É o três em um a solução arranjada para o Banif. E, acaba em parte, por fazer jus à intenção de Bruxelas: liquidar o banco. Neste caso quem perde são os acionistas e os obrigacionistas subordinados, salvaguardando os depósitos, as obrigações seniores e os créditos concedidos e considerados não problemáticos com a venda por €150 milhões ao Santander Totta. O que resta dos ativos e passivos do banco ficam estacionados num veículo que pertence ao Fundo de Resolução e cujo objetivo é vender para reduzir a fatura a pagar pelos contribuintes.

O banco fundado por Horácio Roque ainda não desapareceu do mapa. Existe num andar da avenida José Malhoa, antiga sede do banco. No Banif mau, do qual se tem falado pouco, ficam as posições dos acionistas e dos obrigacionistas subordinados e ainda as operações do banco no Brasil e em Cabo Verde, à semelhança do que aconteceu com o BES mau. Os credores, acionistas e obrigacionistas subordinados só irão receber o que a massa falida do banco conseguir recuperar, ou seja provavelmente muito pouco ou nada. As obrigações subordinadas ascendem a €133 milhões, dos quais €80 milhões foram emitidas em janeiro de 2015.

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Ex-dona do Banif a caminho da insolvência após “última machadada”

Sexta-feira, Janeiro 8th, 2016

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Negócios

A Rentipar sociedade de herdeiros deHorácio Roque poderá estar a caminho da insolvência O motivo é a resolução do Banif o seu principal activo Os detentores de obrigações da sociedade alguns que adquiriram os títulos aos balcões do banco vão reunir se para se precaverem A 21 de Dezembro um dia depois da intervenção ao Banif o representante comum de obrigacionistas da Rentipar geral para agendou 22 de uma Janeiro assembleia em que pretende autorização para reclamar os créditos na eventualidade de vir a ser declarada a insolvênciadaRen tipar Investimentos

Em resposta ao Negócios a Rentipar esclarece que a convocatória partiu do representante comum e não da empresa Será crível no entanto que a divulgação pública deste facto resolução no dia 21 de Dezembro tenha tornado ainda mais premente a reunião dos obrigacionistas pois apesar da escassa informação então divulgada cedo se percebeuque seria uma última machadada no principal activo da emitente a sua participação no Banif

A Rentipar Investimentos per tence ao grupo de herdeiros do fun dador do Banifcomo Teresa Roque sendo que a sociedade Rentipar Financeira tinha0 2,65% do banco Já a Herança Indivisa de Horácio Roque contava com 6,3%. Este conjunto de accionistas tinha a maioria do capital da instituição com sede no Funchal até à colocação de 11 mil milhões de euros estatais no final de 2012

A convocatória pretende ainda que seja discutida e aprovada quaisquer outras estratégias ou acções a implementar no sentido da recuperação dos créditos Foram emitidas obrigações no valor de 60 milhões de euros sendo que o Económico já deu conta que vários títulos foram subscritos aos balcões doBanif.

A SIC avançou que osjuros de Dezembro passado jánão foram pagos

 

 

 

 

Banif: o povo tem mesmo o direito de perceber?

Domingo, Janeiro 3rd, 2016

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Observador Opinião Rui Ramos

O processo pelo qual a nossa banca se vai tornar espanhola não começou agora. Começou em 1975, quando o MFA decidiu destruir os grupos financeiros nacionais.

A propósito da resolução e venda do Banif, aprovadas pela Assembleia da República, a nossa oligarquia política decidiu que o povo tem o direito de “perceber”. Perceber, entre outras coisas, porque é que o governo fez pagar aos contribuintes mais uma falência bancária. Ou, em números, porque é pagámos todos pelo Banif 2.225 milhões de euros (pelo menos), e o Santander só 150 milhões?

Perceber, aqui, cheira a auto-de-fé: trata-se de arranjar um culpado e queimá-lo, pelo menos simbolicamente. De um lado, dava jeito poder dizer que a culpa foi toda do governo de Passos, que teria adiado e escondido o problema, para chegar às eleições com uma normalidade fingida. Do outro lado, dava jeito dizer que a culpa foi toda do governo de Costa, que teria deixado fugir informação e depois se precipitou, vendendo o Banif ao desbarato e poupando os seus acionistas. O Banif resultou de três anos de manha, ou de três semanas de incompetência? É a esta escolha, determinada pelas simpatias partidárias, que a oligarquia chama “perceber”.

Mas também se arranjam culpados que deixam toda a gente muito satisfeita. Por exemplo, os banqueiros, que para uns são os únicos responsáveis da crise, e que, para outros, servem pelo menos para adquirir credenciais de justiceiro. Ou, ainda melhor, o governador do Banco de Portugal e a Comissão Europeia. Esta última solução tem esta vantagem: até os banqueiros se juntam ao coro de acusação.

Este é o caminho pelo qual a nossa oligarquia gostaria de pastorear o entendimento do povo. É um caminho que não leva longe. Porque o ponto de partida do Banif não está no governo de Costa, nem no governo de Passos, nem no governador Carlos Costa, nem na Comissão Europeia, nem no BCE. O ponto de partida está na falência do país, de que a falência da banca é apenas um aspeto (como aqui lembrou José Manuel Fernandes). E o modo como se lidou com os casos bancários deve ser percebido da mesma maneira.

O caso do Banif justificou duas grandes críticas. A primeira diz respeito à demora em acorrer ao problema. Já ouvimos a mesma coisa nos casos do BPN e do BES. Há que lembrar a situação do país. A partir da década de 1990, o papel da banca foi o de sustentar o consumo e o investimento em Portugal através do endividamento externo. Depois da crise da dívida, continuou a servir para o BCE financiar o Estado indiretamente. Sem os bancos, as ilusões em Portugal ter-se-iam desmoronado, não há quatro, mas há quinze anos. Eis porque todos os governos e todas as autoridades tentaram não ver os problemas e, quando houve que ser finalmente drástico, poupar acionistas e investidores à custa dos contribuintes (menos, até ver, no caso do BES). Ninguém queria assustar o dinheiro internacional de que o Estado e a sociedade viviam desesperadamente.

O segundo ponto de controvérsia respeita à venda do Banif a um banco espanhol. Mas o processo pelo qual a nossa banca se vai tornar espanhola não começou agora. Começou em 1975, quando o MFA decidiu destruir os grupos financeiros nacionais. Duas décadas depois, outros governos tentaram recompor esses grupos. Acontece que os antigos expropriados já não dispunham de recursos próprios à altura, nem havia um mercado de capitais desenvolvido ou grandes investidores institucionais (até por causa do nosso tipo de Estado social). Os grupos financeiros ressuscitados pela democracia ficaram assim dependentes de dívida e do Estado. As exigências da regulação internacional, depois da crise de 2008, deixaram as suas fragilidades à mostra. A partir daí, era fatal: ou voltavam ao Estado, ou caíam em “mãos estrangeiras”. Mas quem quer perceber isto?

Investidores do Banif denunciam casos de clientes que desconheciam risco dos produtos

Quarta-feira, Dezembro 30th, 2015

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RTP

 Agora são os lesados do Banif. A Associação de Investidores revelou que clientes do banco desconheciam o risco dos produtos que compravam aos balcões.

Em causa, podem estar sobretudo idosos que assinaram papéis a comprar dívida pensando que se trataria de um depósito e que não compreendem porque razão ficaram sem o dinheiro.

Banif. Acionistas e obrigacionistas querem anular resolução

Quarta-feira, Dezembro 30th, 2015

Citamos:

Banif. Acionistas e obrigacionistas querem anular resolução

Um pequeno grupo de acionistas e obrigacionistas do Banif, representados pela sociedade de advogados MRA, está a ponderar avançar com várias ações judiciais para anular a medida de resolução do banco e investigar os contornos do apoio estatal concedido.

“Os nossos advogados estão a estudar a propositura de várias ações visando a proteção dos interesses dos acionistas e obrigacionistas do banco Banif”, lê-se na página oficial da sociedade de advogados Miguel Reis e Associados (MRA).

Os advogados pretendem interpor uma ação administrativa especial visando a declaração de nulidade da medida de resolução do Banif e uma ação de responsabilidade civil contra o Banco de Portugal e a República Portuguesa “por violação de deveres de informação e do dever de supervisão”.

Além disso, a sociedade de advogados exige uma “investigação à ajuda de Estado dada pela República Portuguesa, de mais 4.100 milhões de euros [montante que a sociedade de advogados estima que o Estado possa perder com o Banif], que é muito mais grave que a ajuda de 1.100 milhões de euros de 2013”.

Para os advogados, o apoio público “teve como objetivo favorecer, em termos que são incompatíveis com o mercado interno, o banco Santander Totta”.