Archive for Outubro, 2019

Banco de Portugal condena Banif a multa de 280 mil euros

Quinta-feira, Outubro 24th, 2019

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Negócios

O Banif foi condenado a uma coima de 180 mil euros por falsas informações concedidas ao BdP relativas a fundos próprios.

O Banco de Portugal (BdP) condenou o Banif ao pagamento de 280 mil euros por infrações ocorridas em 2013, 2014 e 2015, antes da sua resolução, segundo a informação disponível no ‘site’ do regulador e supervisor bancário.

Segundo o processo 225/16/CO, por factos ocorridos em junho, julho e agosto de 2013 e junho de 2014, como falsas informações ao BdP relativas a fundos próprios, o Banif é condenado a pagar 180 mil euros.

Já por factos ocorridos em março de 2015, segundo o processo 137/16/CO o Banif condenado em 100 mil euros.

Em ambos os casos as multas estão suspensas de execução por dois anos e as decisões foram aceites pelo arguido Banif, atualmente em liquidação, pelo que se tornam definitivas.

O Banif, o banco madeirense fundado por Horácio Roque, foi alvo de uma medida de resolução em 20 de dezembro de 2015.

O Santander Totta ficou com parte da atividade bancária e a Oitante ficou com os ativos do Banif que o Santander Totta não comprou.

Já o Banif – designado de Banif ‘mau’, atualmente em liquidação – ficou com poucos ativos, pelo que não deverá ter capacidade de pagar dívidas.

O Banco de Portugal divulgou esta quarta-feira no seu ‘site’ as recentes decisões relativas a processos de contraordenação, em que são condenados bancos, sociedades gestoras e administradores por infrações às regras financeiras. Há processos em que a identidade dos arguidos não é referida.

Entre os processos consta a condenação do Ricardo Salgado em 75 mil euros por infrações graves, entre as quais a prestação de falsas informações. Por factos praticados entre 26 de outubro de 2012 e 31 de março de 2014, é ainda condenada a Espírito Santo Financial Group (ESFG) em 110 mil euros.

Lesados do Banif alertam Concorrência. Em causa a venda da TVI à Cofina

Terça-feira, Outubro 22nd, 2019

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Expresso

Os lesados do Banif querem assegurar que, caso o tribunal condene a TVI por ter precipitado uma corrida ao banco, a Cofina (ou alguém) assegurará as indemnizações. Carta com o alerta está nas mãos da Autoridade da Concorrência

A ALBOA, Associação de Lesados do Banif, quer que a Autoridade da Concorrência assegure, “junto de quem de direito”, que os seus legítimos interesses serão acautelados aquando da venda da TVI à Cofina (proprietária, nomeadamente, do “Correio da Manhã” e da CMTV). Em causa está a necessidade de assegurar que as indemnizações a pagar decorrentes de um processo que corre em tribunal contra a TVI, a existirem, estarão acauteladas com a venda em curso.

Apesar de não se saber ainda qual a decisão do tribunal sobre este processo, a associação quer marcar uma posição e lançar um alerta. A associação dos lesados do Banif, presidida por Jacinto Silva, recorda em comunicado, que quando a TVI “há cerca de dois anos e meio, deu conta de uma iminente falência do Banif e propiciou uma precipitada corrida ao banco, resultando num levantamento, em poucos dias de milhares de milhões de euros, descapitalizando assim aquele banco e precipitando assim a sua resolução”.

A ação judicial em causa foi colocada pela Comissão Liquidatária do Banif, e nesta a Associação dos lesados do Banif (ALBOA) tornou-se assistente. Mas segundo a associação até à presente data “inexiste qualquer dado que indique que a TVI, SA, tenha informado a Cofina de uma possível contingência que rondará largas dezenas de euros, sendo a omissão uma forma desajustada de eliminar responsabilidades da TVI perante terceiros de boa fé – os lesados do Banif”.

É neste âmbito que a Alboa refere “na sua exposição à Autoridade da Concorrência, que “até à presente data inexiste qualquer dado que indique que a TVI SA tenha informado a Cofina de uma possível contingência” de avultada indemnização, sendo “a sua omissão uma forma desajustada de eliminar responsabilidades da TVI SA perante terceiros de boa fé – os lesados do Banif”.

A carta dirigida à Autoridade da Concorrência, liderada por Margarida Matos Rosa, datada de 15 de outubro pede esclarecimentos sobre a transferência de ativos da Media Capital para a Cofina. Os lesados colocam vários alertas que querem ver esclarecidos, enumerando as suas preocuações, tais como se “a operação de concentração de empresas que respeita à aquisição pela Cofina do controlo exclusivo sobre o grupo Media capital implica a transferência de ativos de uma para a outra”, se a operação “implica também a transferência de passivos presentes e futuros, isto porque segundo a associação “a TVI detida pelo grupo Media Capital , corre o risco sério de ser condenada, em pedido cível, a indemnizar em vários milhões de euros todos aqueles prejudicados pela resolução do Banif, vulgarmente conhecidos como “lesados do Banif”.

Recorde-se que há cerca de dois anos e meio, uma notícia da TVI, com origem não oficial, dava conta de uma eminente falência do Banif, “tendo precipitado a corrida àquele banco, resultando no levantamento, em poucos dias, de milhares de milhões de euros”. A ação foi movida pela Comissão de Liquidação do Banif, sendo a ALBOA assistente e mereceu entretanto acusação pública por parte do Ministério Público com base na convicção de que a TVI teve efectivamente um papel preponderante na falência do Banif.

Fundo imobiliário do Banif já dá dinheiro à Oitante

Terça-feira, Outubro 22nd, 2019

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Negócios

As vendas de imóveis “limparam” toda a dívida do fundo Imopredial, gerido pelo ex-Banif Gestão de Ativos e que conta com a Oitante como participante. A partir de agora, a liquidez gerada será usada para amortizar o empréstimo garantido pelo Fundo de Resolução.

A Oitante, o veículo que herdou os ativos tóxicos do Banif, vai começar a ver os frutos das vendas de imóveis do Imopredial, dono do Retail Park do Carregado e do Centro Empresarial de Alverca. Depois de ter conseguido “limpar” toda a dívida, o fundo imobiliário passa a ficar com todo o capital gerado com a alienação de ativos, entregando-o na totalidade à entidade liderada por Miguel Artiaga Barbosa e aos restantes participantes. Dinheiro esse que vai ser usado para continuar a amortizar o empréstimo obrigacionista, subscrito pelo Santander Totta e garantido pelo Fundo de Resolução, e aliviar o risco da banca.

“Deliberar sobre a proposta de redução do capital do fundo, e sobre as consequentes alterações ao regulamento de gestão do fundo.” Este é o único ponto que vai ser analisado, no final do mês, na assembleia de participantes do Imopredial, um fundo de investimento imobiliário fechado gerido pela Profile (ex-Banif Gestão de Ativos). A sociedade gestora tem no seu portefólio o Banif Property, em liquidação, mas também o Banif Renda Habitação, dedicado ao investimento em imóveis para arrendamento habitacional.

Na prática, “a assembleia de participantes do Imopredial, convocada para 31.10.2019, tem como principal objetivo deliberar sobre a distribuição de liquidez do fundo Imopredial, que se encontra em desinvestimento, à semelhança do que acontece com os restantes ativos da Oitante”, explica fonte oficial da Oitante ao Negócios. Isto porque a “liquidez gerada pela venda dos ativos do fundo não é reinvestida, mas sim distribuída pelos participantes”, acrescenta, notando ainda que a “redução de capital que vai ser decidida na próxima assembleia de participantes tem subjacente vendas de ativos já realizadas”.

Capital para amortizar empréstimo obrigacionista
Esta distribuição só é possível depois de a Oitante ter conseguido chegar a este ano sem registar qualquer dívida nas contas do fundo. Em 2017, este montante era ainda de 25 milhões, recuando depois para 12,6 milhões no ano passado. Uma evolução para a qual contribuíram as vendas de imóveis, nomeadamente do Retail Park da Guarda, em 2018, por perto de 9 milhões de euros, num momento em que o mercado imobiliário nacional está a beneficiar da forte procura por parte de entidades internacionais.

Agora que “limpou” a dívida, o montante a receber por cada venda irá ser usado para ajudar a Oitante a cumprir o seu objetivo: amortizar o empréstimo obrigacionista emitido em 2015 e subscrito pelo Santander Totta. A Oitante ficou com créditos problemáticos, imóveis e participações financeiras que pertenciam ao Banif e que o banco liderado à data por António Vieira Monteiro não quis. Para compensar, a entidade teve de emitir 746 milhões de euros em obrigações. Um empréstimo que foi garantido, na sua totalidade, pelo Fundo de Resolução que, por sua vez, foi contragarantido pelo Estado.

Até agora, metade dos 746 milhões de euros emitidos já foi saldada. E o objetivo é amortizar na totalidade até 2021.

Mais vendas na calha
Para isso, as operações de venda vão continuar. De acordo com o relatório e contas de 2018 do fundo imobiliário, “ao longo do exercício de 2019, o Imopredial prosseguirá uma estratégia de desinvestimento em imóveis e sociedades imobiliárias”. Esta será implementada “de forma seletiva”, de maneira a “permitir, entre outros, reduzir o passivo bancário”. Nesse sentido, “serão lançados alguns processos competitivos na venda de alguns ativos imobiliários”.

Até dezembro do ano passado, o fundo tinha vários ativos em carteira, nomeadamente o Retail Park do Carregado, mas também o edifício Malhoa, que prestava apoio à sede do Banif, vendida no final do ano passado. Contava ainda com o Centro Empresarial de Alverca, avaliado no balanço em quase 23 milhões de euros, e com o Arquiparque 7, edifício onde se situa a sede da Parvalorem.

Outros imóveis em carteira

O Imopredial inclui na sua carteira o Centro Empresarial de Alfragide I e II, avaliados, no total, em mais de 5 milhões de euros.

O City Park de Penafiel e o Guimarães Retail Park, com um valor no balanço de quase 6 milhões, também se incluem no portefólio do fundo gerido pelo ex-Banif Gestão de Ativos.

Entre os ativos com uma avaliação mais elevada (mais de 8 milhões de euros) encontra-se ainda o edifício Minerva, no Porto.

O Imopredial também é dono de vários centros empresariais e armazéns e parques de estacionamento, incluindo dois edifícios comerciais em São João da Madeira e Santarém, um centro empresarial na Madeira e um parqueamento no edifício Visconde da Luz, em Cascais.