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Centeno diz ao FT que resgate do Banif foi o “mais caro” da banca europeia
O ministro das Finanças diz ao Financial Times que o resgate do Banif foi “provavelmente o mais caro da Europa” e sublinha que as políticas de reversão da austeridade não foram “dramáticas”.
O resgate do Banco Internacional do Funchal (Banif) foi “provavelmente o mais caro” da banca europeia. Quem o diz é o ministro das Finanças, citado esta quarta-feira pelo Financial Times (acesso pago / conteúdo em inglês). Em declarações ao jornal britânico, Mário Centeno deixa ainda uma nota sobre as políticas adotadas para reverter a austeridade, salientando que não foi aplicada uma mudança “dramática”.
Ainda sobre o setor bancário, Mário Centeno aproveita para insistir que a nova injeção de capital solicitada pelo Novo Banco não custará “um cêntimo aos contribuintes” — uma opinião que já foi mesmo contestada pelo próprio Presidente da República — e não comprometerá a meta do défice para este ano, que deverá ficar próxima de zero.
Já sobre a austeridade, o ministro das Finanças considera que as alterações feitas por este Governo “não foram dramáticas”. Centeno explica: “Era preciso implementar uma mudança, mas não uma grande mudança. Suspeito dos visionários que pensam que sabem o suficiente para lidar com máquinas grandes. Eu receio as máquinas grandes”.
Por isso, o governante atribui a redução do défice dos últimos anos não a políticas drásticas, mas à queda acentuada dos juros da dívida portuguesa, que foram, por sua vez, fruto das pequenas mudanças que restauraram a confiança em Portugal. “O truque foi comprometermo-nos com um caminho e mantê-lo”, defende, referindo que, consequentemente, se registou “um salto tremendo na confiança e na atividade económica”, já na segunda metade de 2016.
No que diz respeito ao futuro das contas públicas e à crescente contestação social, António Costa diz que, depois de um período de crise, é normal que “toda a gente queira tudo agora”. O líder do Executivo deixa, contudo, o recado: “Um bom Governo tem de lidar com as necessidades sociais, com a capacidade orçamental e com as suas prioridades políticas”.