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Primeiro o BES, depois o Banif. O Banco Invest tinha dinheiro nas duas instituições financeiras que foram alvo de intervenção. No caso do BES, pôs o Banco de Portugal em tribunal. No do Banif, não antecipa qualquer ressarcimento.
O Banco Invest perdeu dinheiro com as duas resoluções bancárias que tiveram lugar em Portugal, a do Banco Espírito Santo e a do Banif. Além de credor do primeiro, o banco de gestão de activos era accionista, ainda que com uma posição residual, do segundo.
O Invest, segundo revela o relatório e contas consolidado de 2017, tinha 146 mil euros em acções do Banif em carteira: “O valor de acções emitidas por residentes no montante de 146.000 euros representa a posição que o banco tem em carteira do título Banif, que se encontra em ‘default’.”
Todo este montante está sob imparidade, o que quer dizer que a expectativa de recuperação, no âmbito da liquidação do que resta do banco fundado por Horácio Roque, é nula. “Não esperamos recuperar qualquer valor, e por isso já reconhecemos imparidade sobre o total do investimento”, explica o presidente do Invest, Afonso Pereira de Sousa, em declarações ao Negócios.
“Em todo o caso, é importante referir que este investimento tinha uma expressão irrelevante no balanço do banco, uma vez que, o valor de aquisição e antes de reconhecida a imparidade, não representava mais de 0,05% da carteira própria do Banco Invest”, continua o presidente do banco centrado na gestão de poupanças.
O Banco de Portugal já requereu o início da liquidação judicial do Banif, depois da retirada da licença bancária por parte do Banco Central Europeu. Está em curso uma auditoria, por parte da Baker Tilly, para averiguar se os credores ficaram mais prejudicados na resolução, que teve lugar a 20 de Dezembro de 2015, do que se a liquidação tivesse ocorrido naquela data. O Fundo de Resolução teria de suportar uma eventual diferença, caso a auditoria o provasse, mas os credores subordinados têm prevalência sobre os accionistas.
Contudo, segundo as contas de final de 2015, as últimas conhecidas, o activo do que resta do Banif pagava apenas 6% de todas as responsabilidades que estavam naquele veículo.
Em relação ao BES, a questão está actualmente em tribunal. Em Abril de 2015, já após a resolução aplicada ao banco, o Invest comprou obrigações seniores do Novo Banco. Em Dezembro desse ano, o Banco de Portugal determinou retransmitir cinco séries de obrigações seniores do Novo Banco para o BES “mau”.
Conforme o Negócios noticiou em Dezembro de 2016, o banco do grupo Alves Ribeiro colocou uma acção administrativa contra o regulador avaliada em mais de 5.142.500 euros. Tinha sido este o valor do investimento do Invest nos títulos do Novo Banco, que acabaram por ficar desvalorizados, e que levaram o banco a registar uma menos-valia de 5 milhões de euros em 2015.
A Deloitte já concluiu que os credores seniores do BES mau terão direito a receber 31,7% do seu investimento, mas o Fundo de Resolução, que segundo a lei tem a responsabilidade de ressarcir caso aquele montante não seja recuperado na liquidação, levantou dúvidas sobre a existência dessa responsabilidade.
Neste momento, não há novidades em relação ao processo judicial.