Archive for Abril, 2018

Rui Barreto espera “uma boa notícia” de Costa para os lesados do BANIF

Sábado, Abril 21st, 2018

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Diário de Notícias da Madeira

O deputado e vice-presidente do CDS-PP, Rui Barreto, sugeriu esta manhã ao primeiro-ministro, António Costa, que tente credibilizar o sistema bancário que ele próprio classificou como tendo “aldrabado” os depositantes do BANIF e a única forma que tem para o fazer é tomar a decisão política de encontrar para os lesados do extinto banco, que era maioritariamente controlado pelo Estado à data da venda, uma situação idêntica à que tomou o seu governo para os clientes do BES.

Rui Barreto disse esperar do primeiro-ministro na próxima viagem à Madeira “uma boa notícia” para os lesados do BANIF, anunciando que serão ressarcidos das poupanças da sua vida que o Estado tem para resolver.

O deputado e vice-presidente do CDS-PP fez uma análise aos três anos do Governo Regional que hoje se completam, tendo dito que Miguel Albuquerque fez lembrar-lhe Pedro Passos Coelho depois de ler a entrevista do chefe do executivo ao DIÁRIO de Notícias da Madeira.

“O antigo primeiro-ministro também utilizou o mesmo discurso depois de ter terminado o pleno de ajustamento, mas faltou a Miguel Albuquerque dizer uma coisa essencial: é que ainda não removeu a austeridade. Durante o ajustamento, de 2011 a 2015, a Região cobrou todos os anos mais 200 milhões de euros de impostos, o que revela o enorme esforço a que os madeirenses foram sujeitos, tendo o governo devolvido apenas 37 milhões de euros em todos esses anos, portanto, apenas umas migalhas. Não é possível distribuir tudo de uma vez, é certo, mas é importante que haja um plano sério para um distribuição mais razoável”, apontou.

PSD diz que colapso do Banif foi um “golpe” preparado em Bruxelas

Quinta-feira, Abril 19th, 2018

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Diário de Notícias da Madeira

Foi “o maior golpe de sempre” ao dinheiro dos contribuintes uma vez que o governo assumiu responsabilidades, mas continua sem definir uma solução para os clientes lesados

O deputado social-democrata, João Paulo Marques, disse esta quarta-feira na Assembleia Legislativa da Madeira que o colapso do Banif resultou de um “golpe preparado a partir de Bruxelas” em que os maiores lesados foram os contribuintes portugueses.

“O que aconteceu ao Banif foi um golpe preparado a partir de Bruxelas [instituições da União Europeia] com a cumplicidade do Banco de Portugal e do Governo do PS”, afirmou, durante a apresentação do relatório final da Comissão de Inquérito ao banco, do qual é o relator.

O documento foi aprovado na comissão a 21 de março deste ano, pelos deputados do PSD e do CDS-PP. BE, JPP e PS votaram contra.

A votação aconteceu após quase dois anos de audições, onde foram ouvidas diversas entidades e onde se assinalou que a região autónoma é “completamente alheia” ao processo de recapitalização e ruína do banco e à sua posterior venda ao Santander, em 2015, por 150 milhões de euros.

João Paulo Marques destacou que este foi “o maior golpe de sempre” ao dinheiro dos contribuintes, uma vez que o governo assumiu responsabilidades no valor de 3 mil milhões de euros e continua sem definir uma solução para os clientes lesados, que perderam cerca de 263 milhões de euros.

A Comissão Eventual de Inquérito ao Banif, da Assembleia Legislativa da Madeira, foi constituída em fevereiro de 2016 por iniciativa do PS, na sequência do colapso do banco, sendo que o objetivo era analisar a sua gestão e apurar o grau de exposição à dívida da Região Autónoma da Madeira.

Os trabalhos foram concluídos em novembro de 2017 e os representantes do Santander e do Banco de Portugal (BdP), responsável pela resolução que culminou na sua venda, recusaram sempre comparecer perante os deputados madeirenses

Esta situação foi, entretanto, rotulada de “afronta à dignidade da Assembleia Legislativa” pelo presidente da comissão, o social-democrata Carlos Rodrigues.

O deputado vincou, ainda, que o relatório deverá ser usado como instrumento de “pressão política”.

Os grupos parlamentares centraram o debate na necessidade de encontrar uma solução para os lesados do Banif, bem como no grau de responsabilidade do Governo Regional e do Governo da República no processo.

Oitante escapa a reestruturação da Oi

Terça-feira, Abril 10th, 2018

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Negócios

A Oitante conseguiu 471 mil euros pela venda de obrigações da Portugal Telecom International Finance, que está integrada na Oi. A alienação ocorreu antes de a empresa entrar em reestruturação, processo que trouxe pressão para o preço dos títulos.

A Oitante escapou à reestruturação da brasileira Oi. O veículo de gestão de activos, que herdou obrigações da Portugal Telecom International Finance (PTIF) do Banif, alienou os títulos em 2016, ainda antes do pedido de recuperação feito pela empresa de telecomunicações.

De acordo com o relatório e contas relativo a 2016, divulgado no mês passado, a Oitante revela que alienou as 3,9 milhões de obrigações da PTIF, empresa que pertencia à Portugal Telecom e integrada na Oi, por 1,121 milhões de euros. Ficou sem títulos de dívida da empresa nas contas.
No balanço do veículo que ficou com activos do antigo Banif que o Santander Totta não quis no âmbito da resolução determinada pelo Banco de Portugal a 20 de Dezembro de 2015, estes títulos estavam avaliados em 650 mil euros.

Quer isto dizer que a venda destas obrigações, que tinham maturidade em 2019, rendeu 471 mil euros, dando um contributo positivo às contas da Oitante em 2016. Nesse ano, o lucro do veículo detido na sua totalidade pelo Fundo de Resolução, cujo financiamento é assegurado pelas contribuições de bancos, foi de 11,5 milhões de euros.

Contudo, nos balanços do Banif, pelo menos a partir de 2009 e até 2014, estas obrigações estavam avaliadas em 3,9 milhões de euros, o que significa que na transferência do banco para o veículo incorporava-se já uma perda de valor. Estes títulos surgiram sempre na rubrica de activos financeiros detidos à maturidade até 2014, o que indica que o banco detinha os títulos para permanecerem no balanço até 2019 e não para negociação quotidiana.

Na Oitante, e tendo em conta que o objectivo do veículo é vender ou liquidar os activos que recebeu em 2015, os títulos passaram a estar disponíveis para venda. Foi o que aconteceu.

Ao Negócios, a Oitante diz desconhecer quem adquiriu os títulos: “As obrigações foram vendidas em mercado, pelo que desconhecemos o comprador.”

Certo é que a venda dos títulos deu ganhos à Oitante face aos resultados do ano anterior. E, por outro lado, impediu perdas futuras.

A alienação das obrigações da PTIF ocorreu a 6 de Abril de 2016, antes de a Oi, que absorveu aquela empresa da Portugal Telecom e que não foi adquirida pela Altice, requerer o pedido de recuperação judicial, o que aconteceu a 20 de Junho desse ano. A PTIF, empresa sediada na Holanda que pertencia à Portugal Telecom e que era responsável por assegurar o seu financiamento, foi arrastada no processo, já que se encontra na estrutura da operadora brasileira.

O plano de reestruturação da Oi esteve em negociação desde aí: o acordo de credores avançou apenas em Junho de 2017, mas o plano de reestruturação apenas viu a luz do dia no final do ano passado, prevendo que os credores passam, se assim for a escolha, a accionistas.

Estes não eram os únicos títulos da PT no balanço do antigo Banif, já que, ao longo dos tempos, foi dispondo de diferentes obrigações da operadora portuguesa (e de outros emitentes, como é normal) para o seu negócio. Contudo, foram estes que, estando na rubrica de investimentos detidos até à maturidade, transitaram para a Oitante em 2015, ainda que o Banco de Portugal não justifique qual o motivo para que não tenham sido adquiridos pelo Santander Totta. O banco também não respondeu.

Acionistas pedem ao Tribunal de Braga devolução de 118 mil euros investidos no Banif

Quarta-feira, Abril 4th, 2018

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O Minho

Dois cidadãos, um de Barcelos, outro de Forjães, Esposende, recorreram ao Tribunal Cível de Braga para tentarem reaver o dinheiro investido em ações do Banif- Banco Internacional do Funchal, que foi intervencionado, em dezembro de 2015, pelo Estado (Ministério das Finanças), pelo Banco de Portugal, e pelo Fundo de Resolução, e entretanto, vendido ao Banco Santander Totta. No total, as duas ações cíveis somam 118.925 euros.

José Augusto Ribeiro, de Barcelos, pede 58.925 euros e Jorge Oliveira Gomes, de Forjães, (e mulher) quer 60 mil.

Demandam, ainda, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e a Oitante, a empresa que foi criada para ficar com o passivo do Banif.

O primeiro explica que investiu 52.925 euros (mais juros) na compra, em 2013, de 31.175 ações do Banco madeirense, tendo-o feito por saber que o Estado – que tinha entrado no capital do Banif – era o acionita principal, com 60,53 por cento. Ou seja, como o Estado deve ser pessoa de bem, o investimento – pensou – era seguro. Só que, não foi isto que aconteceu: com a resolução, as ações passaram a “valer zero”, tendo o Banco de Portugal (BP) “lesado os seus direitos de propriedade”. E lá se foram as poupanças que tinham estado anos a fio, em depósitos a prazo.

O casal esposendense, fez uma operação semelhante: meteu 50 mil euros de poupanças em ações do Banif, fiado na fiabilidade do acionista Estado. E ficou a “arder”.

“Não pagamos”

Na contestação à petição inicial dos queixosos, nenhuma das entidades demandadas diz que tem algo a pagar. A Oitante argumenta que a resolução do BP defendeu os direitos dos depositantes e diz que pagou 746 milhões ao Banif pelos ativos. Acrescenta que não lhe foram transmitidas quaisquer responsabilidades da atividade comercial do Banif e invoca, por isso, uma ilegitimidade substantiva na ação.

O Santander Totta contrapõe, também, que não lhe foi passada qualquer responsabilidade, nem pode ser culpada por qualquer eventual irregularidade que possa ter sido praticada pelo Banif. Diz que quem investe em ações deve saber o risco que corre e recorda que o Tribunal de Lisboa já rejeitou ações semelhantes.

Já o Ministério Público, que representa o Estado, diz que o Ministério das Finanças atuou no quadro legal, através do Fundo de Resolução, nada tendo a ver com o pagamento de ações.

De seguida, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários veio dizer ao processo que apenas de limitou a validar o prospeto de aumento de capital do Banif. Sustenta que existe, por isso, “uma ilegitimidade passiva” na sua demanda em Tribunal, e julga que as dívidas estatais são julgadas nos tribunais administrativos e não nos cíveis.
“A CMVM não oimitiu nenhum dos seus deveres de supervisão”, diz, frisando que, não pode ser acusada de qualquer facto ilícito.

Por último, o Banco de Portugal considera que o tribunal competente é o administrativo, diz que atuou legalmente e no quadro das suas atribuições, não tendo a medida de resolução do Banif violado qualquer direito de propriedade.