Archive for Março, 2018

BCE aprova venda do Banif – BI a chineses mas com condições

Segunda-feira, Março 26th, 2018

Citamos

Negócios

A Bison Capital tem de garantir o cumprimento de condições, designadamente no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais, para poder adquirir o banco de investimento do antigo Banif à Oitante.

O Banco Central Europeu (BCE) deu o aval à venda do Banif – Banco de Investimento, propriedade do veículo Oitante, aos chineses da Bison Capital. Contudo, a transacção só acontecerá se o grupo comprador cumprir as condições impostas pelo supervisor único, segundo apurou o Negócios junto de fontes ligadas ao processo.

Um ano e meio depois do acordo de compra e venda deste activo do antigo Banif na Oitante, que é detida pelo Fundo de Resolução, chegou a não oposição do supervisor único, ainda que a luz verde só se efective com o respeito das condições.

A posição foi tomada nas últimas semanas já que o Banco de Portugal – que faz a ponte entre o BCE e o banco visado – tinha respondido no final de Fevereiro que o processo estava ainda em andamento e que deveria ficar concluído este mês.

Segundo foi possível apurar, as condições estarão relacionadas, pelo menos, com a garantia do cumprimento de regras relativas à prevenção do branqueamento de capitais, de modo a haver uma aproximação às regras exigidas pela regulação europeia. O que deverá arrastar por mais alguns meses a conclusão da transacção.

São cinco os critérios para os quais o banco central olha quando tem de autorizar as aquisições de participações qualificadas e que tiveram de ser avaliadas no caso da Bison Capital Financial Holdings (Hong Kong) Limited: reputação do comprador, reputação de potenciais novos administradores, solidez financeira, impacto da compra no banco e ainda o risco de ligações a branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo.

Nem Oitante, nem Bison nem Banco de Portugal fizeram comentários à informação obtida pelo Negócios.

O acordo com o grupo chinês, que ganhou em Agosto de 2016 o concurso aberto em Abril daquele ano, prevê o pagamento de 15,5 milhões de euros, com a alienação das prestações acessórias por 11,8 milhões e ainda a entrega de 726 mil euros pelos passivos subordinados.

Já a dívida do banco de investimento à Oitante, de 12 milhões, seria liquidada através da dação de activos.

Os valores são os referidos no relatório e contas de 2015 da Oitante, não havendo actualização dos números até ao fecho da edição.

Os valores podem até ser já distintos porque o banco de investimento foi tendo o seu capital reforçado, através da conversão de créditos do veículo presidido por Miguel Artiaga Barbosa, de modo a manter os rácios acima do exigido pelos supervisores.

O Banif – Banco de Investimento foi um dos activos que o Santander Totta não adquiriu aquando da resolução aplicada ao banco fundado por Horácio Roque a 20 de Dezembro de 2015.

Inquérito regional ao Banif manifesta “repúdio absoluto” pela atitude do BdP

Quinta-feira, Março 22nd, 2018

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Negócios

O presidente da Comissão de Inquérito ao Banif da Assembleia Legislativa da Madeira, o social-democrata Carlos Rodrigues, manifestou esta quarta-feira o “repúdio absoluto” pela recusa do governador do Banco de Portugal em prestar declarações aos deputados madeirenses.

“Mais grave do que se ter recusado, foi ter tido a ousadia e a desfaçatez de questionar a legitimidade desta Assembleia em constituir esta comissão de inquérito”, sublinhou, vincando que “isso é uma ofensa e um insulto que registo e que jamais aceitarei, especialmente vindo de um funcionário do Estado”.

O relatório final da Comissão de Inquérito ao Banif foi hoje aprovado pelos deputados do PSD e do CDS-PP, tendo o BE, o JPP e o PS votado contra, após quase dois anos de audições, onde foram ouvidas diversas entidades e onde se assinalou que a região autónoma é “completamente alheia” ao processo de recapitalização e ruína do banco e à sua posterior venda ao Santander, em 2015, por 150 milhões de euros.

A Comissão Eventual de Inquérito ao Banif da Assembleia Legislativa da Madeira foi constituída em Fevereiro de 2016 por iniciativa do PS, na sequência do colapso do banco, sendo que o objectivo era analisar a sua gestão e apurar o grau de exposição à dívida da Região Autónoma da Madeira.

Os trabalhos foram concluídos em Novembro de 2017, sendo que os representantes do Santander e do Banco de Portugal (BdP), responsável pela resolução que culminou na sua venda, recusaram sempre comparecer perante os deputados madeirenses.

“Manifesto uma palavra de repúdio absoluto pela atitude demonstrada pelos que se recusaram a vir cá prestar os seus depoimentos, com especial incisão no que diz respeito ao governador do Banco de Portugal, que sendo funcionário do Estado e sendo a região parte desse mesmo Estado, se recusou a comparecer”, realçou Carlos Rodrigues.

O presidente da Comissão de Inquérito destacou, por outro lado, a “situação trágica” dos lesados do Banif.

“No meio de toda esta conversa, esses, sim, é que perderam as suas poupanças, esses é que perderam os seus sonhos, nalguns casos perderam meios importantes de sobrevivência”, afirmou, sublinhando que tudo o que seja uma “solução inferior” em termos materiais à que foi encontrada para os lesados BES (Banco Espírito Santo) é uma “injustiça”.

O processo de venda do Banif ao Santander, no qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a actividade bancária que o comprador não adquiriu, gerou um número considerável de lesados, que perderam 263 milhões de euros.

“Tem de ser feita toda a pressão no sentido de o Estado, seja ele gerido por que partido for, de resolver esta questão, disse Carlos Rodrigues, reforçando que a solução deve ser “rápida e urgente”.

Carlos Rodrigues: “O Banco de Portugal mostrou falta de respeito perante comissão de inquérito ao Banif”

Segunda-feira, Março 5th, 2018

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Jornal Económico da Madeira

O presidente da comissão de inquérito ao Banif, e deputado do PSD na Assembleia Regional, diz que nem sabe se os pedidos de audição chegaram ao governador do Banco de Portugal.

O presidente da Comissão de Inquérito ao Banif e deputado do PSD, Carlos Rodrigues, diz, ao Económico Madeira, que o Banco de Portugal demonstrou falta de respeito tanto à comissão como à Assembleia Legislativa da Madeira no que diz respeito a prestar declarações a este organismo.

“Nem sei se os pedidos de audição feitos pela Comissão de Inquérito do Banif chegaram ao governador do Banco de Portugal”, afirma Carlos Rodrigues.

O presidente desta comissão de inquérito da Assembleia Regional explica que por várias vezes pediu uma audição ao Banco de Portugal. “Solicitei também a intervenção do presidente da Assembleia Regional, Tranquada Gomes, e pelos vistos não houve consideração diferente”, acrescentou.

Esta atitude do Banco de Portugal merece, reforça Carlos Rodrigues, crítica veemente.

Carlos Rodrigues realça que infelizmente tanto a Comissão como a Assembleia Legislativa da Madeira foram desconsiderados neste assunto.

“Todas as outras instituições colaboraram enviando elementos e/ou informações relativamente ao assunto em análise nesta Comissão de Inquérito ao Banif”, realça.

 

 

 

Relatório final da comissão de inquérito ao Banif votado no dia 12

Segunda-feira, Março 5th, 2018

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Diário de Notícias da Madeira

João Paulo Marques, relator da comissão de inquérito ao Banif entregou, esta manhã, uma proposta de relatório. Os deputados têm até à próxima quarta-feira para apresentar propostas de alteração que serão discutidas a 12 de Março, numa reunião em que será votado o relatório final.

Esta comissão de inquérito foi criada em Fevereiro de 2016, por iniciativa do PS e mais cinco deputados da oposição e pretendia avaliar a exposição do banco à dívida Região, a participação da EEM no capital no Banif e o processo que levou à resolução do banco.

Ao longo de mais de dois anos, foram ouvidas várias entidades, entre elas o ex-presidente do banco Jorge Tomé, bem como a EEM e a associação de lesados.

João Paulo Marques fez questão de referir a falta de colaboração do Banco de Portugal que chegou a questionar a legitimidade da própria comissão.

Na proposta de relatório conclui-se que não houve exposição do banco às dívidas da Madeira ou dos Açores e que não haveria quaisquer créditos a cobrar à Fundação Social Democrata ou a qualquer partido. A participação da EEM no capital era residual.

Nas conclusões é fortemente criticada a postura do Banco de Portugal e a forma como o governo da República acolheu todas as exigências da Comissão Europeia. Também são referidas as promessas feitas pelo primeiro-ministro, António Costa, aos lesados do banco.

Açoreana faz crescer número de lesados do Banif

Quinta-feira, Março 1st, 2018

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Abril

 

A denúncia unilateral das apólices de seguros de vida dos créditos habitação do Banif, por parte da Açoreana, aumentou o número de clientes prejudicados pelo banco. Santander Totta ficou com o negócio do Banif mas não assume responsabilidade.

Segundo informação divulgada no início do ano, a Seguradoras Unidas (ex-Tranquilidade e ex-Açoreana) terá procedido à denúncia unilateral das apólices de seguros de vida relativas aos créditos habitação dos clientes do Banif, invocando a «sua sustentabilidade técnica».

Antes do colapso do Banif, os seguros de Vida Grupo associados aos créditos habitação do banco eram realizados pela então Açoreana, seguradora participada em 48% pelo Banif e agora detida pelo fundo norte-americano Apollo.

Estes seguros eram efectuados pelo prazo total dos respectivos contratos de empréstimo, renovados automaticamente no final de cada ano. Porém, a Seguradoras Unidas tentou explicar a denúncia unilateral dos contratos dos seguros de vida, dizendo que estes eram temporários, «com duração anual, podendo renovar-se no final de cada uma das anuidades».

Já o Santander Totta, que ficou com os clientes do Banif, não só responsabiliza a Açoreana pela denúncia dos contratos de seguro de vida, como afirmou publicamente ser «alheio a esta situação e não interferir na gestão de processos de outras empresas».

Divisão do negócio cria «contradições»

Para o grupo parlamentar do PCP na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o problema de fundo é que, «com a chamada resolução do Banif, com a actividade bancária e seguradora a serem adquiridas por grupos diferentes, criaram-se contradições e, desde já, novas ameaças que fazem alargar» o número de lesados do Banif.

Num projecto de resolução apresentado no passado dia 22, os comunistas consideram que, para além da urgência de se salvaguardar uma protecção para os clientes do Banif, importa esclarecer se houve «abuso ou irregularidade nos procedimentos de denúncia das apólices de seguro de vida relativas aos créditos habitação dos clientes do Banif».

Por outro lado, defendem que os «fundamentais deveres do Estado» devem ser assegurados de modo a garantir a protecção e a segurança dos cidadãos, e «o necessário restabelecimento da confiança da sociedade no sector financeiro».