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Presidente da Casa da Pretória não esconde a apreensão que se vive na comunidade
A comunidade madeirense radicada na África do Sul vive dias de profundo nervosismo. A transição política prevista para acontecer na liderança do partido (ANC) que governa este país, a onda de criminalidade que sobe a cada dia que passa e que coloca os madeirenses em sobressalto, mas em especial a resolução do Banif, são motivos de preocupação. A perda de milhões de euros em poupanças está a retrair investimentos na Madeira.
Samuel da Silva, presidente da Casa de Pretória da Madeira não esconde que os conterrâneos estão a perder esperança em voltar a ter os fundos que investiram em obrigações e em acções na instituição de crédito: “As pessoas sentem-se bastante magoadas e quando se fala em investir ou voltarem a investir, toda a gente olha com muita apreensão e nem quer saber de falar”.
O dirigente natural da Boaventura afirmou que não espera uma “palavra de apoio” do presidente do Governo Regional porque “já passei por umas poucas festas e reuniões onde estiveram líderes madeirenses, quer municipais, quer do governo, e não vejo nada acontecer. Bem sei que não está muito nas mãos do Governo da Madeira, agora, acho que o governo deveria fazer um esforço suplementar para que as coisas fossem resolvidas”, expressou à margem da celebração do Magusto que se realiza anualmente no Lar Rainha Santa Isabel.
“As pessoas trabalharam vidas inteiras, colocaram as suas poupanças e aconteceu isto”, expressou ainda Miguel Albuquerque que tinha comparecido para a festa. Nada que impedisse de o empresário de sucesso lembrar que, “sempre organizamos festas, o assunto vem sempre à baila”.
De resto, a insegurança é outro tema de conversa: “Vive-se com grande apreensão com o sistema político, mas a criminalidade a comunidade madeirense é um alvo fácil, porque é fácil roubar um negócio ou assaltar um supermercado. “Já se viveu mais difíceis, mas estamos a passar um momento difícil”, atestou.
“Fizemos tudo” no Banif
Confrontado pelo DIÁRIO perante a insatisfação que a comunidade madeirense regista perante a falta de soluções num retorno das poupanças, Miguel Albuquerque afirmou que o seu executivo “fez tudo o que estava ao nosso alcance e demos todo o apoio, e continuamos a dar”.