Archive for Julho, 2017

Associação de Lesados do Banif pede reunião urgente à CMVM

Sábado, Julho 29th, 2017

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Diário de Notícias da Madeira

A Associação dos Lesados do Banif ALBOA pediu uma reunião urgente à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), depois das declarações do primeiro-ministro em que disse haver “vontade política” para encontrar uma solução para esses clientes.

“Na sequência das afirmações proferidas pelo senhor primeiro-ministro no passado dia 20 de julho por oportunidade da sua deslocação ao Funchal e sequente reação de alguns responsáveis políticos sobre as práticas de venda dos produtos comercializados pelo Banco Banif, a ALBOA solicita a Vossa Ex.ª o agendamento de uma reunião, com caráter de urgência”, lê-se na carta hoje enviada à presidente do regulador dos mercados financeiros, Gabriela Figueiredo Dias, divulgada pela Alboa.

Na quinta-feira da semana passada, António Costa disse, no Funchal, afirmou que há “vontade política de responder a uma situação gravíssima, que é um conjunto de pessoas honestas que fizeram confiança num sistema que as aldrabou, como é evidente”.

A ALBOA baseia-se nestas declarações do chefe do Governo e de outros dirigentes do PS e do PSD, que interpreta como um consenso de apoio à sua causa, para pedir a reunião à CMVM de forma a explicar o seu ponto de vista e eventualmente abordar uma possível solução que minore as perdas.

Em causa estão, nomeadamente, as vendas de obrigações Banif, já quando o banco era maioritariamente detido pelo Estado, considerando a ALBOA que “atingiu foros de verdadeiro escândalo, com vendas extremamente agressivas e ardilosas por parte dos comerciais bancários”, referindo que há “documentos internos a provarem estas práticas”.

A ALBOA tem por várias vezes referido que em causa estão muitos clientes de poucas habilitações que, persuadidos pelos comerciais do Banif, transferiram poupanças de depósitos para obrigações e dá mesmo exemplo de “situações vividas nos Açores, onde testemunhas referem terem os comerciais bancários se deslocado com frequência até aos campos de pastorícia de gado” para venderem as obrigações.

Entre os lesados, estarão habitantes de Portugal (sobretudo Madeira e Açores), mas também emigrantes na África do Sul, na Venezuela e nos Estados Unidos da América.

A CMVM recebeu nos últimos meses mais de mil reclamações de clientes que se dizem lesados pelo Banif, que pedem que esta investigue se houve vendas fraudulentas.

Para os lesados do Banif, o reconhecimento pela CMVM de vendas fraudulentas (’misseling’) é importante, uma vez que desse modo poderiam ser considerados credores comuns em vez de subordinados, facilitando eventualmente o reembolso do dinheiro. Além disso, a declaração pela CMVM de que houve ‘misseling’ também seria importante por razões políticas, para uma eventual solução negociada com o Governo.

O regulador dos mercados financeiros tem-se queixado, contudo, da dificuldade em aceder à documentação que os clientes assinaram (boletins de inscrição ou fichas de adequação do produto ao perfil do cliente), que pode provar se houve ou não vendas fraudulentas.

No início do mês, a presidente da CMVM, Gabriela Dias, disse no parlamento, que pediu inicialmente esses documentos ao ‘Banif mau’ (entidade que continua a persistir após a resolução do banco, à espera de entrar em liquidação), que deu indicação de que não os tinha, e que está em contacto com Fundo de Resolução (entidade gerida pelo Banco de Portugal, que determinou a resolução do Banif) para saber como acederá à documentação.

“Aceder à documentação é decisivo, mas não sei como vai ser feita”, admitiu Gabriela Dias.

A Lusa tem a informação que a CMVM também contactou o Santander Totta (que comprou parte da atividade do Banif) para saber se terá a documentação no espólio com que ficou do Banif.

O Banif foi alvo de resolução em dezembro de 2015 por decisão do Governo e Do Banco de Portugal, com a venda da atividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou.

Continua a existir ainda o Banif, agora ‘banco mau’, no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido.

Banif: PSD/Madeira diz que PS dá “pancadinhas nas costas” depois de chumbar alterações à lei

Sábado, Julho 29th, 2017

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Diário de Notícias

A deputada do PSD/Madeira à Assembleia da República Rubina Berardo acusou hoje o PS de dar “pancadinhas nas costas dos lesados do Banif” depois de os socialistas terem chumbado na especialidade as alterações à lei de recuperação de créditos.

Numa iniciativa política junto à ex-sede do Banif, hoje Santander, no Funchal, a deputada recordou que as propostas de alteração que os parlamentares do PSD da região apresentaram, no sentido no sentido de abranger não só os lesados do BES — Banco Espírito Santo, mas também os do Banif — Banco Internacional do Funchal, “foram todas chumbadas”.

“Carlos Pereira [presidente do PS/Madeira] também recebeu a associação [ALBOA – Associação dos Lesados do Banif], mas depois, na votação, perdeu a oportunidade de estar ao lado de uma solução para os lesados do Banif”, afirmou.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, disse, no Funchal, que os lesados do Banif fizeram confiança num sistema que os aldrabou e reafirmou que há vontade política do Governo em resolver a situação.

A criação dos fundos de recuperação de crédito, veículo essencial para avançar com a indemnização aos mais 2.000 clientes do BES que perderam 400 milhões de euros com a compra de papel comercial, foi aprovada, na especialidade, no parlamento, no dia 14 de julho.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, em grande parte oriundos da Região Autónoma da Madeira, perderam 263 milhões de euros.

Banif: “Há vontade política de responder a uma situação gravíssima”

Sábado, Julho 22nd, 2017

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TVI

Primeiro-ministro diz que os lesados do Banif fizeram “confiança num sistema que os aldrabou”. António Costa afirmou que o Governo tentou mediar uma solução de entendimento entre as partes, que não foi possível.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quinta-feira, no Funchal, que os lesados do Banif fizeram confiança num sistema que os aldrabou e reafirmou que há vontade política do Governo em resolver a situação.

“Há vontade política de responder a uma situação gravíssima, que é um conjunto de pessoas honestas que fizeram confiança num sistema que as aldrabou, como é evidente”, disse o primeiro-ministro.

António Costa deslocou-se à Madeira na qualidade de secretário-geral do PS para participar na apresentação da coligação Confiança (PS, JPP, BE, PDR e Nós Cidadãos) à Câmara Municipal do Funchal, que decorreu no Largo do Município, onde se deparou com uma manifestação de lesados do Banif.

Eu percebo obviamente a ansiedade das pessoas. A ansiedade dos lesados do Banif não é menor do que a ansiedade dos lesados do outro processo (BES). A situação está é ainda numa fase processual distinta”, afirmou, realçando que até ao momento não há nenhuma decisão da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) nem qualquer recomendação da Assembleia da República sobre o caso.

O primeiro-ministro, que esteve a conversar com o presidente da Associação de Lesados do Banif, Jacinto Silva, disse que o Governo tentou mediar uma solução de entendimento entre as partes, que não foi possível.

Mas num regime onde há separação de poderes, o Governo não se pode substituir às instâncias próprias que têm competência para tomar estas decisões”, vincou Costa, realçando que o executivo está a “aguardar que haja estes passos”.

A CMVM está a analisar mais de 800 queixas apresentadas pelos lesados do Banif, ao passo que na Assembleia da República foi apresentada uma petição pelos mesmos.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, em grande parte oriundos da Região Autónoma da Madeira, perderam 263 milhões de euros.

 

Banif: PS/Madeira diz que é “absolutamente essencial” encontrar solução para lesados

Sábado, Julho 22nd, 2017

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Diário de Notícias

O líder do PS/Madeira, Carlos Pereira, deputado na Assembleia da República, afirmou hoje, no Funchal, que é “absolutamente essencial” encontrar uma solução para os lesados do Banif, que diz terem sido “enganados” pelo banco e também pelo Estado.

“O PS/Madeira considera que é absolutamente essencial que haja uma solução o mais rápido possível para todas aquelas pessoas que foram enganadas pela instituição bancária e também pela forma como o Estado se posicionou sobre esta matéria”, disse Carlos Pereira, vincando que “houve erros graves, irresponsabilidade e falta de competência”.

O dirigente regional falava aos jornalistas após uma reunião com o presidente da Associação de Lesados do Banif (Alboa), Jacinto Silva, a quem garantiu que o partido “está do lado daqueles que foram aldrabados pela banca e de alguma forma pelo Estado”.

“Não podemos abandonar este dossiê”, disse Carlos Pereira, realçando que “todos os partidos, e particularmente ao PSD/Madeira”, devem envolver-se diretamente no assunto.

O encontro entre o líder do PS/Madeira e o presidente da Alboa realizou-se menos de 24 horas depois de o primeiro-ministro ter afirmado, no Funchal, que os lesados do Banif fizeram confiança num sistema que os aldrabou.

António Costa, que se deslocou à região autónoma para participar na apresentação da candidatura da coligação Confiança (PS, JPP, BE, PDR e Nós, Cidadãos) à Câmara Municipal do Funchal, realçou que há “vontade política” do Governo em resolver a situação, mas vincou que nada pode ser feito antes de receber indicações da Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM) e da Assembleia da República, que estão a analisar a situação.

Entretanto, o PSD/Madeira emitiu hoje um comunicado em que afirma que as declarações de António Costa evidenciam que o Governo socialista “não cumpre” as suas promessas.

“O PS perdeu a oportunidade, na semana passada, de aprovar na totalidade as propostas de alteração que os deputados do PSD/Madeira apresentaram para garantir a total aplicação dos investidores não-qualificados do Banif na lei que regula os fundos de recuperação de créditos”, refere o comunicado, assinado pelo secretário-geral do PSD, Rui Abreu.

Propostas de alteração do PSD, CDS e BE à legislação que enquadra a solução para o papel comercial, e que poderiam alargar o âmbito desta a outros lesados, nomeadamente emigrantes, foram chumbadas na votação parlamentar na especialidade a 14 de julho.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, em grande parte oriundos da Região Autónoma da Madeira, perderam cerca de 260 milhões de euros.

Lesados do Banif promovem manifestação amanhã no Funchal

Quinta-feira, Julho 20th, 2017

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Económico da Madeira

Lesados do Banif promovem manifestação amanhã no Funchal

 

A ALBOA marca uma manifestação para amanhã exigindo ao estado a responsabilidade de encontrar uma solução para os lesados do Banif.

Lesados do Banif promovem manifestação amanhã no Funchal

A ALBOA marca uma manifestação para amanhã exigindo ao estado a responsabilidade de encontrar uma solução para os lesados do Banif.

Pedro Nunes/Reuters

A ALBOA – Associação de Lesados Banif marcou uma manifestação para amanhã, pelas 19h30, na Praça do Município no Funchal.

O comunicado da ALBOA explica que tal se deve à vinda de António Costa à Região. “Lembramos que esta semana foi aprovada a lei que faz com que a solução para os lesados do BES exista, no entanto e após o nosso pedido para que a lei fosse alargada, esta não foi acatada por alguns. Temos de exigir ao estado a responsabilidade de encontrar uma solução”, diz a associação.

“Se há uma solução para os lesados do BES – banco privado – porque não haverá uma solução para o BANIF cujo capital era público? Quem aprovou as emissões de obrigações recentemente? Quem aprovou a venda de acções nos aumentos de capitais junto de pessoas não qualificadas? Quem falhou na supervisão na entrega dos produtos as pessoas? O Estado!”, acrescenta o comunicado da ALBOA.

A associação de lesados Banif apela, no comunicado, à participação massiva.

Espanha atira para Bruxelas indemnizações a lesados do Popular

Domingo, Julho 16th, 2017

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Negócios

O ministro da Economia espanhol acredita que o país se limitou a cumprir a legislação comunitária na resolução do Popular. Se alguém tem que pagar eventuais indemnizações a accionistas e credores é Bruxelas.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, defendeu esta segunda-feira, 10 de Julho, que caberá a Bruxelas o eventual pagamento de indemnizações a accionistas e credores do banco Popular que recorram a tribunal.

“As decisões do FROB [fundo que liquidou o Popular] foram tomadas em nome do Conselho Único de Resolução”, afirmou. Espanha acredita assim que se limitou a aplicar as regras comunitárias e que, em caso de litígio, caberá à União Europeia pagar as indemnizações, tendo em conta que os lesados avançaram para uma batalha legal.

O ministro garantiu ainda que “o contribuinte espanhol não pagará um euro pelo Popular”. “Aplicaram-se as regras, preservou-se a estabilidade financeira e não houve nenhuma injecção de dinheiro público”, acrescentou no Eurogrupo.

Visão diferente tem Bruxelas, numa fonte citada pelo El País. “Os afectados podem agir contra o mecanismo de resolução, que desenhou o plano de liquidação, ou contra o Frob, que o aplicou, ou contra a equipa de gestão do banco”, explicou.
O Popular foi vendido ao Santander por um euro, como parte de uma medida de resolução no início de Junho. O regime pretende minimizar o uso de dinheiros públicos nas soluções encontradas para os problemas bancários.

No quadro da União Bancária, é ao Conselho Único de Supervisão que cabe este tipo de decisões. Até ao final de 2015, as autoridades de resolução responsáveis eram as nacionais.

Por isso mesmo, a mão foi do Banco de Portugal nas duas medidas de resolução aplicadas no país, que não deixaram de envolver dinheiros públicos: o Banco Espírito Santo (BES) e o Banif.

Enquanto o BES foi dividido em “banco bom” [o Novo Banco] e “banco mau” [mantendo o nome e reunindo activos considerados tóxicos], o Banif acabou por ser comprado pelo Santander Totta.

Oitante fechou 2015 com prejuízo de190 mil euros

Domingo, Julho 16th, 2017

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Negócios

A Oitante, para a qual foi transferida a actividade bancária com que o Totta não ficou na resolução do Banif, fechou 2015 com um resultado líquido negativo de 190 mil euros, embora o resultado reflicta apenas 11 dias de actividade.

A demonstração de resultados “reflecte o enquadramento específico da Oitante, não apenas pelo facto de corresponder a apenas 11 dias de actividade, mas também atendendo às particulares características da Oitante no momento seguinte à resolução”, é dito no relatório e contas de 2015 da sociedade-veículo, documento hoje disponibilizado na página da Oitante na internet.

A sociedade-veículo Oitante foi criada pelo Banco de Portugal em Dezembro de 2015, no âmbito da resolução do Banif, tendo sido para aí transferidos os activos que o Santander Totta não comprou.

O resultado negativo de 2015 integra proveitos de um milhão de euros, com prestação de serviços ao Santander, e gastos operacionais de 870 mil euros, maioritariamente com custos com pessoal, e juros e gastos similares suportados em resultado das obrigações emitidas no montante de 528 mil euros.

Os dados em análise referem-se ao período entre 20 a 31 de Dezembro de 2015, e no último dia desse ano a Oitante contava com 449 colaboradores.

CMVM analisou mais de duas mil reclamações em 2016

Segunda-feira, Julho 10th, 2017

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http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/bolsa/detalhe/cmvm-analisou-mais-de-duas-mil-reclamacoes-em-2016

A colocação e comercialização de instrumentos financeiros correspondeu a mais de metade das reclamações apresentadas, no ano passado, ao regulador.

Foram analisadas, em 2016, 2.166 reclamações por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Destas, mais de metade corresponderam à colocação e comercialização de instrumentos financeiros, revela o Relatório Anual sobre a Actividade da CMVM e sobre os Mercados de Valores Mobiliários de 2016, publicado esta sexta-feira.

“No ano foram analisadas 2.166 reclamações [menos 6% do que em 2015] e foram concluídos 1.543 processos [mais 23% do que no ano anterior]. Cerca de 58% das reclamações concluídas após pronúncia da entidade reclamada (num total de 999 reclamações) foram concluídas sem que se tivessem identificado indícios de incumprimento pelas entidades reclamadas”, refere a CMVM.

Além disso, quase um terço das reclamações em que a resposta do intermediário financeiro foi considerada adequada e em sentido favorável ao reclamante envolveram reembolsos ao investidor no valor de cerca de 850 mil euros.

Por tipo de serviço, a colocação e comercialização de instrumentos financeiros foi o mais reclamado, correspondendo a 60% das queixas apresentadas. 12% das reclamações foram relativas a questões relacionadas com a medida de resolução aplicada ao Banif, 6% à comercialização de unidades de participação de organismos de investimento colectivo, 4% à cobrança de comissões e encargos, 2% à recepção e execução de ordens e 2% ao pagamento de juros e dividendos.

Por assunto, dominaram as reclamações relacionadas com a qualidade da informação prestada pelos intermediários aquando da subscrição dos instrumentos financeiros, a prestação de informação pós-contratual pelos intermediários financeiros relativa aos instrumentos financeiros detidos pelos investidores, questões directa ou indirectamente relacionadas com a medida de resolução aplicada ao Banif, a não adequação dos produtos aos conhecimentos e experiência dos investidores e a não observância das instruções dos reclamantes quanto à execução de ordens de subscrição ou de resgate de fundos de investimento e de fundos de pensões.

Destacaram-se também as reclamações relacionadas com a cobrança indevida ou excessiva de comissões, atrasos no processamento do pagamento de juros e dividendos, a não execução de ordens de bolsa no momento e nas condições definidas pelos clientes e a falta de cumprimento das cláusulas particulares relativas a contratos de gestão discricionária de carteiras.

“As reclamações analisadas revelam que a qualidade da informação prestada pelos intermediários financeiros aos investidores continua a evidenciar deficiências”, conclui a CMVM.

70% dos pedidos de informação chegam por telefone


A CMVM adianta ainda que, em 2016, foi dada resposta a 5.335 pedidos de informação dos investidores, do público em geral e dos profissionais da indústria financeira. A grande maioria destes esclarecimentos (70%) chegou por via telefónica, através do recurso à Linha Verde, seguido do correio electrónico (15%) e do contacto presencial (11%).

“As medidas de resolução aplicadas ao BES em 2014 e, no final de 2015, ao Banif, continuaram a estar entre os assuntos mais referidos nos pedidos de informação”, refere a CMVM. Outros assuntos relevantes nos pedidos de informação foram o processo de recuperação judicial do Grupo Oi, do qual faz parte a Portugal Telecom Internacional Finance BV (PTIF), e o processo de reagrupamento das acções do BCP.

 

Alargamento da solução a mais lesados do BES e Banif é decisão política, dizem reguladores

Segunda-feira, Julho 10th, 2017

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Negócios

O Banco de Portugal e a CMVM assinalaram esta sexta-feira que o alargamento do diploma que vai permitir uma solução para os lesados do papel comercial do BES a outros lesados do BES e do Banif é uma decisão dos legisladores.

Tanto José Gabriel Queiró, do Banco de Portugal, como Jorge Costa Santos, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ouvidos na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), da Assembleia da República, consideraram que os reguladores só podem actuar no âmbito das competências que lhes são atribuídas pela lei.

Quer o Banco de Portugal (BdP), quer a CMVM, reconhecem que é possível que haja mais clientes bancários lesados no âmbito das resoluções do BES (agosto de 2014) e do Banif (Dezembro de 2015), e que a lei que prevê a criação dos fundos de recuperação de crédito – que está a ser discutida na especialidade no parlamento – só vai permitir avançar com uma solução para os lesados do papel comercial do BES.

“O eventual alargamento da solução nunca foi sequer discutido pelo grupo de trabalho, pelo que não podemos extrair do trabalho em que participamos a resposta que os senhores deputados querem ter”, afirmou José Gabriel Queiró (BdP).

O responsável bancário admitiu que “há situações muito diferenciadas” entre os investidores que terão sido vítimas de más práticas na comercialização de produtos por parte dos bancos em causa e que, por isso, vão enfrentar perdas após a intervenção das autoridades. “São situações muito distintas e heterogéneas”, reforçou José Gabriel Queiró, acrescentando que os casos existentes não são directamente comparáveis entre si.

Já Jorge Costa Santos (CMVM) admitiu que “há seguramente outros grupos de lesados, pessoas que foram atingidas”, além dos lesados do papel comercial do BES, considerando esta situação “lamentável” e garantindo que o supervisor do mercado de capitais “tem contacto diário com essas situações”.

Segundo aquele responsável, existem “características específicas” relativas aos casos reportados às autoridades, havendo “indícios de comercialização irregular de valores mobiliários”.

Mas, tal como o seu congénere do BdP, Jorge Costa Santos admitiu que a CMVM só pode estudar uma eventual proposta de alargamento de uma solução a mais investidores lesados se tal tiver por base um diploma legal.

Ambos os reguladores foram ouvidos no parlamento no âmbito da apreciação, na especialidade, da Proposta de Lei n.º 74/XIII/2.ª, que regula os fundos de recuperação de créditos, um elemento legislativo fundamental para viabilizar a solução desenhada pelo grupo de trabalho que tenta resolver o problema dos lesados do papel comercial de entidades do Grupo Espírito Santo (GES) vendido aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).

Lesados Banif: Lei para recuperar créditos está ferida de inconstitucionalidade

Sexta-feira, Julho 7th, 2017

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Dinheiro Vivo

Lei em discussão viola princípio de igualdade, acusa Alboa, representante de 3500 lesados do Banif que têm “vindo a ser consecutivamente esquecidos”

A Alboa, associação que reúne o conjunto de lesados do Banif, vai à Assembleia da República esta quinta-feira solicitar a inclusão dos seus representados na futura lei para a recuperação de créditos, de modo a que esta “tenha um âmbito de aplicação alargado” e não viole a Constituição. Querem que a lei seja desenhada de modo a que “nela caibam todas as recentes vítimas das recentes resoluções bancárias e dos processos de vendas enganosas”. A associação vai ser ouvida na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa esta quinta-feira, a partir das 19h30, altura em que irá reclamar o alargamento da abrangência da lei em discussão naquela sede. “Os lesados Banif representam um universo de mais de 3.500 portugueses, maioritariamente de baixos recursos económicos e elevada faixa etária, parte importante dos quais emigrantes espalhados pelo mundo e que têm vido a ser consecutivamente esquecidos”, dizem. A Alboa, associação que reúne o conjunto de lesados do Banif, vai à Assembleia da República esta quinta-feira solicitar a inclusão dos seus representados na futura lei para a recuperação de créditos, de modo a que esta “tenha um âmbito de aplicação alargado” e não viole a Constituição. Querem que a lei seja desenhada de modo a que “nela caibam todas as recentes vítimas das recentes resoluções bancárias e dos processos de vendas enganosas”. A associação vai ser ouvida na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa esta quinta-feira, a partir das 19h30, altura em que irá reclamar o alargamento da abrangência da lei em discussão naquela sede. “Os lesados Banif representam um universo de mais de 3.500 portugueses, maioritariamente de baixos recursos económicos e elevada faixa etária, parte importante dos quais emigrantes espalhados pelo mundo e que têm vido a ser consecutivamente esquecidos”, dizem.

“Ludibriados por comerciais bancários sem escrúpulos que, com frequência, convenceram pessoas simples a colocar​ poupanças de uma vida em obrigações Banif, com a garantia de segurança de ser um banco do Estado, aqueles lesados são muitas vezes pessoas magoadas, deprimidas, havendo até já registo de casos dramáticos que redundaram em mortes”, detalha mesmo o comunicado. A atual configuração da lei em discussão está ferida de inconstitucionalidade segundo a leitura feita pela associação de lesados do Banif, já que privilegia “um grupo em detrimento de outros”, no caso os lesados do BES.

Não englobando todos os lesados de forma igual, diz a Alboa, então viola o princípio da igualdade. “​Para a Alboa a futura lei, com a formulação atualmente proposta, não permite enquadrar um conjunto de lesados, na violação do princípio da igualdade” afirmam. E para a associação “não seria apropriado aprovar um diploma do Governo que não correspondesse a todas as situações que se vieram a multiplicar com as resoluções do BES e do Banif, particularmente no que diz respeito aos investidores não qualificados”, sublinham.

Para a associação, a atual iniciativa legislativa “contraria os desejos” manifestados pelo próprio primeiro-ministro. Acham por isso “estranho” que se negue a oportunidade de “oferecer a todos os portugueses as mesmas oportunidades, independentemente de alguns grupos estarem mais adiantados que outros na discussão de soluções concretas”.​ “Ludibriados por comerciais bancários sem escrúpulos que, com frequência, convenceram pessoas simples a colocar​ poupanças de uma vida em obrigações Banif, com a garantia de segurança de ser um banco do Estado, aqueles lesados são muitas vezes pessoas magoadas, deprimidas, havendo até já registo de casos dramáticos que redundaram em mortes”, detalha mesmo o comunicado. A atual configuração da lei em discussão está ferida de inconstitucionalidade segundo a leitura feita pela associação de lesados do Banif, já que privilegia “um grupo em detrimento de outros”, no caso os lesados do BES. Não englobando todos os lesados de forma igual, diz a Alboa, então viola o princípio da igualdade.

“​Para a Alboa a futura lei, com a formulação atualmente proposta, não permite enquadrar um conjunto de lesados, na violação do princípio da igualdade” afirmam. E para a associação “não seria apropriado aprovar um diploma do Governo que não correspondesse a todas as situações que se vieram a multiplicar com as resoluções do BES e do Banif, particularmente no que diz respeito aos investidores não qualificados”, sublinham. Para a associação, a atual iniciativa legislativa “contraria os desejos” manifestados pelo próprio primeiro-ministro. Acham por isso “estranho” que se negue a oportunidade de “oferecer a todos os portugueses as mesmas oportunidades, independentemente de alguns grupos estarem mais adiantados que outros na discussão de soluções concretas”.​