Archive for Maio, 2017

Lesados do Banif na Madeira estão a ser ouvidos na PJ depois de queixa contra incertos

Terça-feira, Maio 23rd, 2017

Citamos

Observador

Lesados do Banif na Madeira estão a ser ouvidos na PJ depois de queixa contra incertos

 

Um grupo de lesados do Banif está a ser ouvido na PJ no Funchal, depois de ter apresentado queixa no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, na sequência da venda do Santander Totta.

Um grupo de lesados do Banif está hoje a ser ouvido na Polícia Judiciária (PJ), no Funchal, depois de ter apresentado queixa no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, na sequência da venda do banco ao Santander Totta.

“A queixa foi apresentada por um grupo de lesados, cerca de 100 pessoas, contra incertos, incluindo factos que põem em causa atitudes de gerentes, de administradores, do próprio Banco de Portugal, do Estado”, explicou o advogado José Prada, que representa alguns ex-clientes do Banif e é também um dos queixosos.

As audições começaram às 09:30 e deverão prolongar-se até quarta-feira, sendo que a PJ vai ouvir 20 pessoas na Madeira.

O processo é conduzido pela Unidade de Combate à Corrupção e entre os 100 queixosos contam-se duas empresas, emigrantes na Venezuela, Suíça e Espanha, bem como residentes na Madeira, Açores e continente.

“Eu não tenho dúvidas que houve uma concertação entre muitas pessoas, incluindo gerentes, alguns administradores, algumas pessoas responsáveis quer politicamente, quer banqueiros”, vincou José Prada, realçando que a queixa aponta para crimes de falsificação de documentos, burla e associação criminosa.

Em 15 de fevereiro, a Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) começou a organizar sessões públicas pelo país para sensibilizar os ex-clientes a enviarem para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)queixas que provem que foram enganados pelo banco.

A ALBOA representa 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco ao Santander Totta, bem como 4.000 obrigacionistas da Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

No passado dia 28 de março, no decorrer de uma visita à Madeira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que ainda não havia nenhuma solução para o problema dos lesados do Banif, visto que a CMVM não reconheceu a existência de “práticas indevidas” na venda de produtos do banco.

 

Banif não encontra dossiers de investimento de alguns clientes

Segunda-feira, Maio 22nd, 2017

Citamos

Público

Dossiers de investimento dos obrigacionistas são documentos essenciais para a CMVM avaliar as queixas que recebeu até ao momento.

O Banif ainda não conseguiu encontrar parte dos documentos dos clientes do banco que subscreveram obrigações subordinadas da instituição, soube o PÚBLICO junto de fontes do sector financeiro. Um ‘apagão’ que dificulta o trabalho da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quando tenta averiguar se a venda desses produtos respeitou todas as regras e, assim, responder às queixas dos investidores que se dizem prejudicados.

O PÚBLICO sabe que nos últimos meses o Banif, o ‘banco mau’ que resultou do colapso da instituição fundada por Horácio Roque, recebeu da CMVM dezenas de pedidos de acesso a processos de investidores de obrigações subordinadas que foram emitidas pela instituição antes da recapitalização pública que decorreu a 31 de Dezembro de 2012, mas também nos três anos que se seguiram, antes do colapso do banco.

O PÚBLICO apurou que o Conselho de Administração liderado por Bracinha Vieira continua a desenvolver diligências para tentar recolher toda a documentação confidencial para a poder reencaminhar para a CMVM, para que esta entidade de supervisão possa avaliar o que se passou com a venda da dívida do banco. Ainda que o liquidatário já tenha dado resposta a cerca de metade dos pedidos, continua sem saber onde param muitos dos dossiers.

Uma fonte não oficial do Banco de Portugal refere que, não estando a documentação no Banif, onde devia estar, ou está perdida nas outras entidades envolvidas na resolução [Oitante e Santander] ou, na pior das hipóteses, pura e simplesmente desapareceu.

Ao contrário do BES, em que toda a documentação sensível ficou centralizada, o Banif foi dividido por três: no banco mau; na Oitante; e no Santander. A actividade residual do Banif, que ficou sem activos e passivos, inclui as filiais do Banif Cabo Verde e do Banif Brasil, assim como todas as contingências legais e fiscais. Já a Oitante foi o veículo criado pelo Banco de Portugal para receber os activos supostamente recuperáveis, mas que o grupo espanhol recusou. O Santander ficou com a parte comercial (não tóxica) e, por essa via, tem vindo a recolher toda a informação que, do ponto de vista do negócio lhe interessa.

Um outro responsável observou que as subscrições obrigacionistas do Banif estão a ser avaliadas caso a caso, cliente a cliente. E já foram detectadas situações diferentes. Não só de misselling, mas também há casos em que as regras foram cumpridas e outras, mais raras, em que o cliente foi aconselhado pelo banco por escrito a não investir e, mesmo assim, optou por o fazer.

No Banif estão em causa várias emissões de dívida, que foram colocadas ao longo do tempo, antes e depois de 2012, quando o Estado injectou 1.100 milhões de euros e se tornou o dono de mais de 90% das acções. Uma das condições desta operação era não pagar as que iriam vencer antes de devolver a ajuda pública.

Depois da recapitalização, em 2013, já com Jorge Tomé à frente do banco, houve uma nova emissão de obrigações seniores tendo os investidores sido reembolsados. Em 2014 tiveram lugar mais dois empréstimos, estes subordinados: um em dólares, de 30 milhões, liquidados em Janeiro de 2015, outro em euros, de 80 milhões, que não foi pago. Um responsável do antigo Banif notou que as duas emissões foram auditadas pela CMVM, que acompanhou todo o processo e a venda, e garantiu que há dossiers com o perfil de cada cliente, considerando legítimo admitir que se não foram encontrados é porque desapareceram.

Em Junho de 2016, depois de ter assumido a parte boa do banco fundado por Horácio Roque, o Santander Totta lançou uma emissão de obrigações subordinadas a 10 anos com um juro de 7,5%. E que se destinou aos credores do Banif menos protegidos, os cerca de 3500 clientes com obrigações subordinadas que ficaram no ‘banco mau’, e que procuram reaver o investimento feito, de 263 milhões de euros. A adesão à operação do Santander não implicou perda dos direitos sobre as obrigações subordinadas que subscreveram do Banif.

Face a estas informações, o PÚBLICO tentou obter esclarecimentos junto da CMVM e do Banif. A entidade de supervisão apenas disse que está a tratar as várias reclamações que recebeu. Já o Banif preferiu não comentar, alegando que se trata de informação sigilosa.

Desde o colapso do Banif, entraram na CMVM mais de mil reclamações de clientes: 883 no âmbito da associação de lesados, a ALBOA, e outras 503 desde Dezembro de 2015.

Worx vende escritório do Banif ib nas Amoreiras

Quinta-feira, Maio 18th, 2017

Citamos

Negócios

A operação foi concretizada por 4,5 milhões de euros, sendo que do lado comprador esteve uma “family office” portuguesa.

A Worx anunciou esta segunda-feira que foi a consultora imobiliária responsável pela venda dos escritórios do Banif ib (antigo banco de investimento do Banif), localizados no 15.º piso da Torre 3 das Amoreiras.

De acordo com o comunicado, o negócio foi fechado por 4,5 milhões de euros, sendo que do lado comprador esteve uma “family office” portuguesa, que a mesma fonte não identifica.

“O escritório possui uma área bruta de construção de 1.400 m2 (…) e está actualmente arrendado a uma start-up portuguesa, operação pela qual a consultora, através do seu departamento de Agency, foi também responsável”, refere o comunicado. Pedro Valente, do departamento de Capital Markets da Worx, diz que a consultora encontrou “o inquilino certo, para um espaço único”.

O banco de investimento do Banif, que após a resolução do banco foi integrado na Oitante, foi já vendido à sociedade chinesa Bison Capital.

Banif Banco de Investimento vende piso nas Amoreiras por 4,5 M€

Quinta-feira, Maio 18th, 2017

Citamos

Diário do Imobiliário

A consultora imobiliária Worx representou o Banif Banco de Investimento no processo de venda do 15º piso da Torre 3 das Amoreiras, a um Family Office Nacional. O escritório possui uma área bruta de construção de 1.400 me  fica situado numa das zonas mais centrais da cidade de Lisboa.

O espaço encontra-se actualmente arrendado a uma start-up portuguesa, operação pela qual a consultora, através do seu departamento de Agency, foi também responsável.

Pedro Valente do departamento de Capital Markets da Worx refere que “a consultora foi numa primeira fase responsável pelo arrendamento, tendo encontrado o inquilino certo, para um espaço único. E agora realizou a operação de venda. Esta conjugação permitiu acrescentar muito valor ao imóvel. O nosso cliente conseguiu maximizar o seu valor de venda. Faz parte da cultura da Worx atuar lado a lado com os seus clientes, enquanto advisor e parceira dos mesmos. Desta forma, conseguimos encontrar as melhores soluções para os imoveis, através de nossa equipa multidisciplinar”.

Nova supervisão? Banco de Portugal só admite perder resolução

Domingo, Maio 7th, 2017

Citamos

Eco

Carlos Costa quer manter política macroprudencial na esfera do Banco de Portugal. Só abdica do poder de resolução bancária, embora pretenda manter-se dentro das decisões sobre liquidação de bancos.

Banco de Portugal pretende manter na sua esfera de poder a política macroprudencial, admitindo apenas ficar sem as competências de resolução bancária no novo modelo de supervisão financeira que o Governo pretende implementar para assegurar a estabilidade do sistema. Mas mesmo quanto à liquidação de bancos, que deve transitar para uma entidade autónoma, a instituição liderada por Carlos Costa quer continuar a participar nos processos de que foram exemplo BES e Banif no passado, isto porque considera que as funções de resolução beneficiam em larga medida de sinergias com a função de supervisão.

Esta “recomendação” do banco central, sabe o ECO, já foi transmitida ao ministro das Finanças, Mário Centeno, que há um ano pediu contributos aos três supervisores — além do Banco de Portugal, também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Autoridade de Supervisão de Seguros (ASF) foram chamados a emitir as suas sugestões — no âmbito da reformulação do modelo de supervisão que está a empreender. Se no caso dos poderes de resolução de bancos existirá um alinhamento de opiniões entre Executivo e supervisor, o braço de ferro entre Mário Centeno e Carlos Costa disputa-se essencialmente em relação aos poderes de política macroprudencial que o ministro quer retirar das mãos do governador.

No entendimento do Banco de Portugal, de acordo com o seu contributo enviado ao Ministério das Finanças a que o ECO teve acesso, há vários motivos pelos quais as responsabilidades de autoridade macroprudencial, relativa à estabilidade do sistema financeiro como um todo, devem permanecer no perímetro do banco central — e não devem ser transferidas para uma outra entidade supervisora, como pretende o Governo:

  1. Verifica-se um alinhamento de incentivos dos bancos centrais quanto aos objetivos da estabilidade financeira e estabilidade de preços, porquanto a prossecução dos objetivos da política monetária beneficia de estabilidade financeira e esta última da estabilidade de preços, e ambos têm subjacente preocupações de médio e longo prazos.
  2. Adicionalmente, tendo em atenção as suas funções na monitorização e avaliação de riscos sistémicos, verifica-se que os bancos centrais detêm expertise e competências técnicas em matérias de estabilidade financeira.
  3. Finalmente, tendo em atenção que as decisões de política macroprudencial podem ser “impopulares”, designadamente na sua vertente contracíclica, a independência dos bancos centrais pode ser um fator decisivo no desempenho desta função.

Ainda assim, acrescenta o banco central na orientação enviada ao ministro Centeno, isto não invalida a “necessidade de manter um mecanismo que assegure a devida articulação com outras autoridades relevantes, em particular as restantes autoridades de supervisão”. Ou seja, com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, que ganha mais importância no desenho de supervisão esboçado pelo Banco de Portugal.

Sem resolução mas dentr das decisões

Ex-diretor usou repatriação para lavar dinheiro desviado da Petrobras

Domingo, Maio 7th, 2017

Citamos

Valor

SÃO PAULO  –  A benesse da regularização cambial de ativos ocultos mantidos no exterior, instituída pela Lei da Repatriação (13.254/2016), permitiu ao ex-gerente da Petrobras Márcio de Almeida Ferreira, preso nesta quinta-feira por corrupção, buscar a repatriação de R$ 48 milhões desviados da Petrobras e mantidos nas Bahamas, sob alegação de que o de que o dinheiro era proveniente da venda de um imóvel. Ele e outros três ex-gerentes da Petrobras foram presos durante a deflagração da 40ª fase da Lava-Jato, a “Asfixia”. Segundo despacho do juiz federal Sergio Moro, Marcio de Almeida Ferreira recolheu “o montante de R$ 14.376.643,32 em tributos e multa e apresentou [à Receita Federal], em 05/1

Associação diz que Totta não mostra interesse na solução dos lesados do Banif

Segunda-feira, Maio 1st, 2017

Citamos

Jornal de Notícias

A Alboa, associação que representa os lesados do Banif disse não saber se o Santander Totta vai participar numa solução para estes lesados.

“O Santander [o banco que ficou com parte do Banif] ainda não afirmou que quer participar na nossa solução”, afirmou o representante da Alboa, Jacinto Silva, à saída de uma audiência esta manhã no parlamento, no seguimento de auscultações a entidades relacionadas com o setor bancário que contribuam para novas medidas legislativas na área da banca.

Sobre esta reunião, Jacinto Silva disse apenas ter servido para dar a conhecer aos deputados do grupo parlamentar do PS as más experiências de investimento dos lesados do Banif, que dizem ter sido vítimas de “comercialização com erro” de produtos financeiros e que, por isso, fizeram uma avaliação errada dos produtos (misselling’).

Sobre a fase em que estão as negociações para encontrar uma solução para estes lesados, o responsável da Alboa respondeu: “Continuamos na nossa luta”, salientando que a associação tem soluções e que “só precisa sentar-se à mesa”.

Já em relação à reunião com o grupo parlamentar, Jacinto Silva congratulou-se com todas as medidas que evitem que erros como os que aconteceram com os lesados do Banif se voltem a repetir.

O Governo e o Banco de Portugal anunciaram em 20 de dezembro de 2015 a resolução do Banif – Banco Internacional do Funchal, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo “tóxicos” – para uma nova sociedade veículo.

Em fevereiro, o presidente da Comissão Executiva do Santander Totta disse, nos Açores, após uma audiência com o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, que estava a ser estudada a situação dos clientes do ex-Banif subscritores de obrigações subordinadas, que totalizam 3500 em todo o país com valores de 263 milhões de euros.

Carlos Presunça, que indicou que nos Açores há cerca de mil lesados, destacou as diferenças existentes entre BES e Banif, alegando que esta última instituição bancária estava intervencionada pelo Estado, que tinha o capital maioritário, enquanto o BES pertencia a uma família.