Archive for Janeiro, 2017

Banif Pensões vendida à Real Vida Seguros

Sábado, Janeiro 14th, 2017

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Eco

A seguradora adquiriu 67,3% das ações da gestora de reformas à Oitante, a gestora dos ativos do extinto Banif.

Depois da luz verde por parte dos reguladores, a Real Vida Seguros é agora a nova dona da Banif Pensões, mas os valores do negócio não foram revelados.

A Oitante, empresa criada com o objetivo de administração dos ativos do extinto Banif, recebeu a permissão do Banco de Portugal, da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões e a Comissão Europeia para vender a maioria do Banif Pensões, empresa de gestão de reformas do banco madeirense.

Em comunicado, a Oitante afirma que “foi concluído o processo de alienação (…) de um conjunto de ações representativas de 67,3% do capital social da Banif Pensões“. Mas os detalhes financeiros não foram revelados.

No mesmo, sublinha-se que a operação tem como objetivo principal “permitir a criação de condições para a sustentabilidade desta entidade e, consequentemente, a preservação de todos os postos de trabalho do anterior universo Banif.”

Lesados do BES e Banif na Venezuela pedem ajuda ao Governo e Presidente

Quinta-feira, Janeiro 12th, 2017

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Notícias ao Minuto

Um grupo de 120 portugueses a viver na Venezuela e que perdeu dinheiro nas resoluções do BES e do Banif enviou cartas ao primeiro-ministro e ao Presidente da República a pedir ajuda para uma situação que qualifica como catastrófica.

A carta ao primeiro-ministro, António Costa, foi enviada já em setembro e ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no final do ano, sendo que para já ainda não houve resposta oficial, segundo disse à Lusa um dos subscritores.

“A maior parte da comunidade portuguesa foi afetada pela resolução do BES [Banco Espírito Santo] e do Banif, vendo dissipadas todas as suas poupanças, através de esquemas bancários fraudulentos. Urge socorrer esta comunidade”, lê-se na carta, a que a Lusa teve acesso, na qual os subscritores dizem passar por uma “catástrofe social e financeira”, uma vez que aos impactos das resoluções de bancos se junta a situação difícil do país em que vivem.

Por isso, pedem a presença, com “caráter de urgência, de um representante do Governo português em Caracas” para se inteirar da situação e tentar encontrar alguma solução.

Sara Freitas, uma das subscritoras, disse à Lusa que em causa estão emigrantes portugueses que aplicaram o dinheiro poupado sobretudo em produtos do BES.

“A sucursal financeira exterior do BES no Funchal é que fazia estes contratos com os clientes. Mandavam gestores à Venezuela e contactavam com os emigrantes, que confiavam no BES, um banco com mais de 100 anos e que tinha muito prestígio, e pensavam que podiam confiar nas autoridades do seu país”, explicou.

Sara Freitas não quis adiantar o dinheiro perdido por estes clientes, devido à insegurança que se vive na Venezuela, mas garantiu que há pessoas que ficaram “sem nada, que hoje vivem da ajuda da família”.

A maior parte do dinheiro perdido foi no BES, que era mais “agressivo” na captação de poupanças, mas também há poupanças perdidas no Banif, afirmou.

A Venezuela vive uma situação de emergência económica e social que também atinge a comunidade portuguesa, que, por sua vez, foi afetada pelas resoluções do BES e do Banif.

A comunidade portuguesa na Venezuela tem mais de um milhão de pessoas, entre portugueses e lusodescendentes.

Nacionalizar o Novo Banco? No Banif, era a opção mais barata

Sábado, Janeiro 7th, 2017

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Dinheiro Vivo

Entre as opções estudadas pelo Banco de Portugal para o Banif, a nacionalização era a menos onerosa para os contribuintes

A falta de qualidade das propostas que foram apresentadas pelo Novo Banco recuperou o tema: mais vale nacionalizar? O ministro das Finanças assumiu esta semana que todos os cenários estão em aberto, tal como António Costa já tinha admitido. O eventual avanço do Estado terá também o apoio dos trabalhadores do banco e há cada vez mais vozes que, dadas as opções, olham para a nacionalização como a solução menos má.

E não só à esquerda. “Ideologicamente não serei a favor de uma nacionalização, mas entre uma má proposta e a nacionalização, eu iria para a proposta menos má”, considerou Manuela Ferreira Leite, em declarações à TVI. “O que está em causa é praticamente nós pagarmos para nos comprarem o banco”, sintetizou sobre a oferta do Lone Star, que exige garantias públicas de dois mil milhões para tomar o ex-BES.

Já antes, Vítor Bento, o primeiro presidente do Novo Banco, José Ricciardi e Francisco Louçã tinham defendido a nacionalização, sobretudo em contraste com a alternativa em cima da mesa. Significa “entregar o banco a um fundo ‘abutre’ por uma ninharia. Aliás, com prejuízo. Porque o Estado terá de pagar ao fundo que ficar com o banco”, apontou o economista, ao Eco. O antigo coordenador do Bloco de Esquerda lembrou que já mais de 100 bancos foram nacionalizados na Europa desde 2007, pelo que a discussão não é propriamente inaudita, nem inédita e, em Portugal, a nacionalização chegou a ser estudada pelo Banco de Portugal para o caso do Banif.

Nacionalizar: o mais barato No final de 2013, e perante a contínua degradação do Banif, o Banco de Portugal solicitou à consultora Oliver Wyman um estudo sobre “todas as hipóteses de intervenção que se afiguram possíveis, com o propósito de assegurar que nenhuma alternativa fosse afastada”, conforme escreveu Carlos Costa a Maria Luís Albuquerque, então já ministra das Finanças. Na mesma carta, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, o Banco de Portugal admite que “a qualquer momento pode haver necessidade de intervir”, pelo que mandava a prudência ter planos de contingência. Os resultados do estudo foram apresentados à ministra já em janeiro de 2014. Tendo por base o balanço do Banif em junho de 2013, Carlos Costa procurou, com o apoio da consultora, perceber as vantagens e desvantagens de quatro opções: nacionalização; resolução e venda; resolução e banco de transição; liquidação.

Feitas as contas, e segundo os números apresentados às Finanças, a Oliver Wyman concluiu que nacionalizar o Banif teria sido a opção menos onerosa para os contribuintes: seriam 2,7 mil milhões de euros no cenário base, contra os 2,8 mil milhões de uma resolução e venda, os 3 mil milhões de fazer um banco de transição – à imagem do BES/Novo Banco – e os 5,6 mil milhões que custaria a liquidação. Mas a consultora olhou além dos custos, tendo sido provavelmente nesta etapa que a nacionalização ficou para trás. Como pontos negativos de nacionalizar o Banif, o Banco de Portugal apontou o “prejuízo para a credibilidade do sistema”, a “impossibilidade de partilhar perdas com o setor bancário” e a “dificuldade de compatibilizar” a nacionalização com “as obrigações do Programa de Ajustamento”. Volvidos três anos, e duas tentativas falhadas de venda do Novo Banco, estes pontos negativos talvez sejam hoje vistos com outra luz. Afinal, criar um banco de transição dos restos do BES não reforçou a credibilidade e aumentou os riscos para a banca e a partilha de perdas com o setor pode agora ser atingida através do Fundo de Resolução. Além disso, e dada a incapacidade generalizada em estabilizar o sistema, a Europa estará hoje mais recetiva a soluções de recurso.

‘Banco mau’ do Banif assina acordo com sindicato da banca

Sábado, Janeiro 7th, 2017

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Dinheiro Vivo

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários conseguiu chegar a um entendimento com o Fundo de Resolução e a Oitante passa agora a ter um acordo de empresa com os trabalhadores que restaram do antigo Banif.

“O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e a Oitante S.A. assinaram ontem, dia 5 de janeiro, o novo Acordo de Empresa, que permite, na generalidade, a manutenção das condições laborais que os trabalhadores da sociedade constituída para gerir os ativos do BANIF sempre usufruíram.”

Foi assim, com uma sensação de vitória, que o SNQTB anunciou publicamente que os trabalhadores do antigo Banif vão poder ter regras laborais equivalentes à maior parte da banca, com garantia do Fundo de Resolução. Para quem não se lembre, a Oitante foi criada no âmbito do processo de intervenção pública no Banif como um veículo de gestão dos ativos tóxicos que restaram após a venda do banco ao Santander Totta.

“No documento, foi proposto ao SNQTB a fixação de um período de vigência do AE de 12 meses, findo o qual o Acordo caducaria automaticamente. Atendendo à incerteza que se vive na empresa, o SNQTB não aceitou o mecanismo, pelo que se logrou a renovação automática por igual período, salvo se alguma das partes o fizer cessar. Por outro lado, pretendendo a Oitante cessar as progressões automáticas, foi acordado com o SNQTB um regime de promoções obrigatórias por mérito”, esclarece o Sindicato em e-mail enviado para a redação do Economia ao Minuto.

“Ainda em sede negocial, foi eliminado o prémio de antiguidade, mas acordado e garantido o pagamento, aquando da publicação do novo AE no Boletim de Trabalho e Emprego, de um prémio único proporcional ao tempo de serviço já prestado, sendo assegurada, também, a atribuição de um prémio final de carreira à data da passagem à situação de reforma, no valor de, em termos gerais, 1,5 vezes a retribuição mensal efetiva. Por último, ficou também assegurada a atualização salarial para o ano de 2017, em termos semelhantes aos do restante setor bancário.”

Vasco Cordeiro pede “cuidado” com expectativas de lesados do Banif

Quarta-feira, Janeiro 4th, 2017

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TSF

Presidente do Governo Regional dos Açores garante “confiança” numa solução e sublinha que os “argumentos” usados para resolver situação de lesados do BES serve “de sobremaneira” para os do Banif.

Mais de um ano depois da resolução do Banif e cerca de duas semanas depois de o Governo socialista ter anunciado uma solução para os lesados do Banco Espírito Santo, Vasco Cordeiro continua a garantir que está confiante numa solução.

De passagem por Lisboa, para uma audiência – a primeira depois de ter sido reeleito – de apresentação de cumprimentos ao primeiro-ministro, o presidente do Governo Regional dos Açores não revelou os detalhes da conversa com António Costa, mas assegurou, no entanto, que o trabalho, ainda que sem prazo limite definido, está a ser feito pelo Executivo.

“Há um trabalho que está em curso. Não há, neste momento, um calendário que, em boa verdade, deva ser fixado, mas há um trabalho muito aturado que está a ser desenvolvido”, afirmou, acrescentando “ser preferível” que exista um “particular cuidado” com as “expectativas” dos clientes lesados.

Nesse sentido, Vasco Cordeiro defende que, depois de ver anunciada a uma solução para os lesados do BES, deve ser seguido um exemplo semelhante para os clientes lesados no âmbito do Banif.

“Todos aqueles que foram os argumentos invocados para um solução do BES aplicam-se de sobremaneira no caso dos lesados do Banif, num caso em que muitas pessoas perderam todas as poupanças de uma vida”, sublinhou, garantindo que o assunto não vai ser esquecido pelo Governo Regional

O Governo da República apresentou em dezembro o mecanismo que, segundo o Executivo liderado por António Costa, irá permitir minorar as perdas dos cerca de 4000 clientes do BES que compraram papel comercial do GES (Grupo Espírito Santo).