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Riofeorte motivou perda de 59 milhões à data da resolução.
O Banif foi fonte de financiamento para várias empresas do Grupo Espírito Santo (GES). O banco multiplicou por seis a exposição à família Espírito Santo, passando o total dos créditos concedidos de 24,1 milhões em 2008 para 142,7 milhões em 2012, altura em que atingiu o pico máximo. O valor começou depois a descer, mas à data da resolução do BES, em agosto de 2014, o montante disponibilizado ao grupo de Ricardo Salgado ainda ascendia a 119,2 milhões de euros.
Segundo um documento que retrata a evolução da exposição do Banif ao GES, entregue na comissão de inquérito e a que o CM teve acesso, os financiamentos do banco fundado por Horácio Roque eram dirigidos às empresas Rioforte, ES Property, ES Irmãos, ES Resources, Opway, Promorail e Construtora do Tâmega Madeira.
Os primeiros financiamentos, em 2008, foram sobretudo dirigidos à ES Irmãos, ES Resources e Opway. A ES Irmãos – holding da família onde estava concentrada a participação de controlo de cada um dos cinco ramos da família no Espírito Santo Financial Group (ESFG) – recebeu um crédito de 7,4 milhões de euros que foi sendo renovado até ao final de 2013. Em 2014, ano da falência do grupo, o montante foi liquidado sem imparidades.
O mesmo aconteceu com a ES Resources. Já a Rioforte – empresa do ramo não financeiro do GES – começou a ser financiada em 2010, no montante de 50 milhões. O valor foi renovado até 2012, ano em que o Banif registou imparidades de 564 mil euros. Mas em 2013, já o GES estava a braços com dificuldades e em que foram detetados 1,3 mil milhões de dívida não contabilizada, o Banif voltou a conceder um crédito de 69 milhões à Rioforte. Resultado: a 3 de agosto de 2014, o Banif tinha uma exposição de 119 milhões à Rioforte, assumindo uma perda de 59 milhões.