Archive for Abril, 2016

Banca só em mãos estrangeiras são risco para Portugal

Sábado, Abril 30th, 2016

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Lesados do Banif prometem protestos “mais fortes” no Verão

Sexta-feira, Abril 29th, 2016

Citamos

Negócios com som

Cerca de 100 lesados do Banif manifestaram-se hoje, no Funchal, em frente à sede do Santander, e a associação que os representa prometeu protestos “mais fortes” para o verão.

“A manifestação está mais pequenina porque muitas pessoas nem conseguem estar aqui, a aguentar a pressão”, disse Humberto Gonçalves, um dos porta-vozes da Associação de Lesados do Banif(ALBOA).

Este foi o terceiro protesto realizado no Funchal, em frente à sede do Santander Totta, instituição que adquiriu o banco em Dezembro de 2015, com o objectivo de exigir o dinheiro investido em diversas aplicações.

Os manifestantes empunhavam cartazes e faixas com palavras de ordem como “Queremos as nossas poupanças”, “Gatunos paguem o que devem”, “Só queremos o que é nosso, o dinheiro de uma vida”.

Os manifestantes entregaram panfletos aos turistas, com a seguinte informação em inglês: “O banco Santander comprou o banco Banif a preços de saldo e não nos quer devolver as nossas poupanças? Queremos justiça!”

“Fomos enganados pelos gestores de contas”, afirmou Humberto Gonçalves, realçando que isso só aconteceu porque os clientes confiavam na instituição bancária.

O representante da ALBOA prometeu, por outro lado, manifestações “mais fortes” para o verão, época em que a ilha é visitada por milhares de emigrantes e turistas.

Humberto Gonçalves não mostra grande esperança no trabalho da Comissão de Inquérito ao Banif na Assembleia da República, realçando que “todos falam bem, mas não há respostas definitivas”.

No entanto, a associação dos lesados está satisfeita com o desempenho da sociedade de advogados que a representa e mostra-se confiante na possibilidade de se encontrar uma solução.

“É uma luta para levar até ao fim”, afirmou, por outro lado, Salomé Costa, uma das manifestantes, ex-emigrante na África do Sul, sublinhando que apenas pretende que os responsáveis reconheçam que o dinheiro que tinha aplicado no Banif lhe pertence.

Salomé Costa disse que estaria na “miséria” se não fosse a ajuda dos filhos, vincando que vive com “tristeza, mágoa e angústia”.

“Não podemos fazer nada. Estamos assim, de mãos atadas”, acrescentou.

Um outro manifestante, que não se quis identificar, disse que esteve 60 anos a trabalhar na África do Sul para agora andar a “pedir esmola”.

“As poupanças, para a minha vida, davam e agora não tenho nada, sou canceroso, ando nos médicos, tenho de pedir ajuda a um e a outro para ver se posso comprar remédios”, lamentou, realçando: “Só quero o meu dinheiro, de resto não quero mais nada”.

A 20 de Dezembro de 2015, o Governo da República e o Banco de Portugal decidiram a venda da actividade do Banif e da maior parte dos seus activos e passivos ao Banco Santander Totta, por 150 milhões de euros.

A ALBOA representa três tipos de clientes: os accionistas, os obrigacionistas subordinados e os obrigacionistas da Rentipar.

Segundo a associação, em termos de obrigacionistas, estão em causa cerca de 3.500 pessoas e 330 milhões de euros, mas universo é muito maior se se incluir os accionistas.

Lesados do Banif: “Quantas mais pessoas precisam de morrer?”

Sexta-feira, Abril 29th, 2016

Citamos

Expresso

Cinco dezenas de lesados do caso Banif manifestaram-se esta manhã no Funchal e voltaram a pedir uma solução ao Santander. Os antigos clientes do banco fizeram um minuto de silêncio em memória de um associado, emigrante na Venezuela, que não terá aguentado a pressão de perder poupanças. A associação diz que não baixa os braços e promete uma grande manifestação para o verão, altura das férias dos emigrantes.

“O senhor Mendonça era uma pessoa de idade, ficou muito preocupado com toda esta situação”, lamenta Humberto Gonçalves, um dos clientes que conhecia bem o emigrante falecido na Venezuela. “Não vou dizer que foi por causa do Banif que morreu, mas esta pressão não ajudou. Há muitos lesados que não estão aqui porque a família não deixa. Tivemos um outro senhor que foi internado quando veio à outra manifestação”.

Com menos manifestantes – foram apenas algumas dezenas – do que noutras ações idênticas anteriores, a tónica da iniciativa foi alertar para o desespero dos antigos clientes do Banif, a grande maioria emigrantes, quase todos com idades acima dos 50 anos como Laura Aguiar, umas das senhoras que seguraram a faixa onde se podia ler “Queremos as nossas poupanças”.

De lágrimas nos olhos, a antiga emigrante na África do Sul lembra os 15 anos de trabalho. “Eu nunca vi o mar, nunca fui à praia na África do Sul para poupar dinheiro e ter uma vida melhor aqui”. Mesmo ao lado, Salomé Costa lamenta uma história semelhante. “Era levantar às quatro da manhã e ir para o negócio, os filhos ficavam em casa. A minha filha tinha sete anos e fazia o pequeno almoço para ela e para o irmão”.

Agora são os filhos que a ajudam, pois de contrário estaria na miséria. “Fui à África do Sul e as pessoas conhecidas disseram-me que eu estava pior do que eles. Eles têm lá o seu negócio, eu não tenho nada”. E os queixosos não vão desistir dessa vida, garante Vicente Ferreira, também emigrante na África do Sul. “Os emigrantes estão a levar o dinheiro de volta. Não se pode confiar em Portugal, é só corrupção. O presidente da Câmara do Funchal foi lá pedir para a gente investir aqui, mas como é que se pode deixar aqui o nosso dinheiro?”

As histórias são semelhantes: muito trabalho, sacrifícios e poupanças perdidas. Ao megafone, assim que termina o minuto de silêncio, Daniel Caires, uma das caras da associação de lesados do Banif, sublinha que estas pessoas não são de pedir subsídios à Segurança Social e interroga-se sobre o que é preciso para o problema ter uma solução. “Quantas mais pessoas precisam de morrer, quantas mais pessoas precisam de ser internadas e quantas mais empresas precisam de fechar para que o Santander resolva o problema?”

Para já, os lesados do Banif vão fazer circular um folheto à porta das agências do Santander, a lembrar que o banco comprou o Banif a preço de saldo e “não quer devolver” as poupanças dos clientes. O folheto está também em inglês para que os turistas estrangeiros saibam o que se está a passar. “Um banco como o Santander, que teve lucros de mil milhões de euros, tem dinheiro para nos pagar”.

Ao todo, os lesados do Banif terão perdido no processo de resolução um total estimado de 500 milhões de euros.

 

Lesados do Banif prometem protestos “mais fortes” no Verão

Sexta-feira, Abril 29th, 2016

Citamos

Negócios

Cerca de 100 lesados do Banif manifestaram-se hoje, no Funchal, em frente à sede do Santander, e a associação que os representa prometeu protestos “mais fortes” para o verão.

“A manifestação está mais pequenina porque muitas pessoas nem conseguem estar aqui, a aguentar a pressão”, disse Humberto Gonçalves, um dos porta-vozes da Associação de Lesados do Banif (ALBOA).

Este foi o terceiro protesto realizado no Funchal, em frente à sede do Santander Totta, instituição que adquiriu o banco em Dezembro de 2015, com o objectivo de exigir o dinheiro investido em diversas aplicações.

Os manifestantes empunhavam cartazes e faixas com palavras de ordem como “Queremos as nossas poupanças”, “Gatunos paguem o que devem”, “Só queremos o que é nosso, o dinheiro de uma vida”.

Os manifestantes entregaram panfletos aos turistas, com a seguinte informação em inglês: “O banco Santander comprou o banco Banif a preços de saldo e não nos quer devolver as nossas poupanças? Queremos justiça!”

“Fomos enganados pelos gestores de contas”, afirmou Humberto Gonçalves, realçando que isso só aconteceu porque os clientes confiavam na instituição bancária.

O representante da ALBOA prometeu, por outro lado, manifestações “mais fortes” para o verão, época em que a ilha é visitada por milhares de emigrantes e turistas.

Humberto Gonçalves não mostra grande esperança no trabalho da Comissão de Inquérito ao Banif na Assembleia da República, realçando que “todos falam bem, mas não há respostas definitivas”.

No entanto, a associação dos lesados está satisfeita com o desempenho da sociedade de advogados que a representa e mostra-se confiante na possibilidade de se encontrar uma solução.

“É uma luta para levar até ao fim”, afirmou, por outro lado, Salomé Costa, uma das manifestantes, ex-emigrante na África do Sul, sublinhando que apenas pretende que os responsáveis reconheçam que o dinheiro que tinha aplicado no Banif lhe pertence.

Salomé Costa disse que estaria na “miséria” se não fosse a ajuda dos filhos, vincando que vive com “tristeza, mágoa e angústia”.

“Não podemos fazer nada. Estamos assim, de mãos atadas”, acrescentou.

Um outro manifestante, que não se quis identificar, disse que esteve 60 anos a trabalhar na África do Sul para agora andar a “pedir esmola”.

“As poupanças, para a minha vida, davam e agora não tenho nada, sou canceroso, ando nos médicos, tenho de pedir ajuda a um e a outro para ver se posso comprar remédios”, lamentou, realçando: “Só quero o meu dinheiro, de resto não quero mais nada”.

A 20 de Dezembro de 2015, o Governo da República e o Banco de Portugal decidiram a venda da actividade do Banif e da maior parte dos seus activos e passivos ao Banco Santander Totta, por 150 milhões de euros.

A ALBOA representa três tipos de clientes: os accionistas, os obrigacionistas subordinados e os obrigacionistas da Rentipar.

Segundo a associação, em termos de obrigacionistas, estão em causa cerca de 3.500 pessoas e 330 milhões de euros, mas universo é muito maior se se incluir os accionistas.

Ex-presidente do Banif fala em informação “desconhecida” revelada na comissão de inquérito

Sexta-feira, Abril 29th, 2016

Citamos

Negócios

O ex-presidente executivo do Banif Jorge Tomé disse esta quinta-feira à noite que está a acompanhar “a par e passo” a comissão de inquérito sobre o banco e que há muita informação que a administração “desconhecia”.

Jorge Tomé disse aos jornalistas, à margem da conferência “Banif: O que foi e o que podia ter sido”, que decorreu no Porto, que, ao acompanhar a comissão parlamentar de inquérito do banco, tomou consciência de que “há muita informação que foi carregada pela comissão que a própria administração do Banif não fazia ideia nenhuma”.

O ex-presidente disse referir-se à “troca de correspondência entre o Banco de Portugal, com Bruxelas e o próprio Banco Central Europeu”, vincando que esta era “desconhecida” da administração do Banif.

Já no decorrer do debate organizado pelo jornal semanário Vida Económica, com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados, apontou como “erro da gestão do Banif, considerando o desfecho que teve, um erro estratégico”.

“Quando chegamos à conclusão, após a negociação do catálogo de compromissos com Bruxelas, que o Banif não ia acabar com um volume de activos de 12 mil milhões de euros tal como estava no plano de capitalização e seria um Banif de seis mil milhões de euros, o conselho de administração deveria ter pedido a demissão e entregado a chave ao Estado português e ao Banco de Portugal”, referiu.

Questionado, também à margem, sobre se o plano de reestruturação do Banif chegou a ser aprovado por Bruxelas, Jorge Tomé disse que “o último plano de reestruturação tinha tudo para ser aprovado porque ia ao encontro com aquilo que estava estabelecido com a Direcção-Geral de Concorrência, mas de facto houve várias precipitações que fizeram com que o plano não chegasse a ser aprovado”.

Já sobre se pondera recorrer ao Tribunal Europeu se conseguir confirmar responsabilidades de outras entidades que não a administração do Banif, Jorge Tomé apontou que esse passo a ser dado tem de aguardar pelo “movimento que há com os lesados do banco”. “Isto não pode ter um movimento unipessoal, tem de ter um movimento mais alargado”, sintetizou.

Quanto ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, à pergunta sobre se este tem condições para continuar no cargo, vincou que não se dessem personalizar as questões. “Temos de avaliar o comportamento do Banco de Portugal neste processo e não uma pessoa em concreto. O Banco de Portugal tem de responder como estrutura em si”, afirmou.

 

O debate desta noite, que também contou com o professor da Universidade da Madeira Ricardo Cabral, foi conduzido pelo ex-presidente da câmara do Porto Rui Rio, que, em declarações aos jornalistas à entrada para a conferência, considerou que o processo foi “demasiado grave para passar impune”, referindo-se ao tema com as palavras “desastre” e “escândalo”.

 

Para Rui Rio, “deve ser responsabilizado quem tem responsabilidades”, disse o ex-autarca, acreditando que “não é só o Banco de Portugal”. “Estou convencido de que a Comissão Europeia também tem fortes responsabilidades e se as tiver também tem de ser assacada por exemplo com uma queixa no Tribunal Europeu”, afirmou.

Propostas para a compra do Banif Banco de Investimento entregues até ontem

Quinta-feira, Abril 28th, 2016

Citamos

Económico

Fechou ontem, quarta-feira, o prazo para a entrega das propostas não vinculativas à N+1 que assessora a Oitante, para a compra do Banif Banco de Investimento. Há vários interessados no banco de investimento que

tinham até ontem para entregar as propostas não vinculativas. Segundo o Económico soube há vários interessados que apresentaram propostas, sendo que, pelo facto de não serem vinculativas ainda não é possível assegurar o sucesso da operação.

Não foi possível apurar quantos entregaram propostas, mas agora a sociedade N+1, que assessora a Oitante nesta operação, vai avaliar as propostas e escolher os que serão convidados a apresentar as propostas vinculativas. Segundo as nossas fontes é expectável que as propostas vinculativas para a compra do banco de investimento que era do Banif sejam entregues ainda em Maio.

O banco de investimento que está à venda tem capitais próprios acima de 20 milhões de euros, depois de um aumento de capital (de 29,4 milhões) feito no âmbito da Resolução do Banif – para compensar os impactos da saída da instituição do perímetro do Banif. O reforço foi feito através da conversão de dívida e de depósitos – o Banif Banco de Investimento ficou com um capital social de 114,440 milhões de euros.

Desse aumento de capital feito em Janeiro, cerca de 15 milhões de euros corresponderam a dívida emitida pela instituição e que estava na carteira do Banif, mas que passou para a Naviget (que depois passou a chamar-se Oitante) no contexto da resolução, uma vez que o Santander Totta recusou ficar com as operações intra-grupo. Os restantes 14,44 milhões de euros resultaram da conversão de depósitos que esse veículo tinha no banco de investimento e que herdou do Banif.

O Banif Banco de Investimento foi integrado na Oitante no processo de separação de activos inerente à Medida de Resolução aplicada ao banco que foi da família Roque. A sociedade tem no seu universo sociedades como: Banif Gestão de Activos; Banif Fundos de Investimento Imobiliários; Gamma – Sociedade de Titularização de Créditos; a Banif Capital de Risco e a Banif Sociedade Gestora de Fundos de Pensões.

A Oitante, cujo Conselho de Administração é liderado por Miguel Barbosa, tem como missão vender alguns dos activos que não foram integrados no processo de venda ao Banco Santander Totta, que ocorreu no fim do ano passado.

As mais-valias da venda dos activos da Oitante revertem para o Fundo de Resolução e não para o Estado. Porque o veículo de gestão de activos só podia ser constituído pelo Fundo de Resolução em ambiente de Resolução.

Recentemente, na Comissão de Inquérito ao Banif, António Varela, ex-administrador do banco por conta do Estado, disse que era expectável que o encaixe da venda de activos acima do valor que foi injectado pelo Fundo de Resolução, 489 milhões de euros, venha a ser canalizado para amortizar o custo do Estado com a Resolução. “Será encontrada uma solução para canalizar o restante encaixe para o Estado”, disse o ex-gestor do Banif e ex-administrador do Banco de Portugal (que se demitiu este ano) na CPI ao Banif.

A Companhia de seguros Açoreana foi vendida ao fundo norte-americano Apollo, processo que está na fase de aprovação pelas autoridades.

Há algumas propostas para a compra da Gamma, sociedade de titularização de créditos, nomeadamente a do Santander Totta que ficou com o negócio bancário que era do Banif, banco comercial. Pois a maior parte dos créditos titularizados pela Gamma foram originados no Banif.

A N+1 é uma entidade independente uma vez que não pertence a nenhum grupo financeiro, e é especializada em produtos e serviços financeiros “de alto valor acrescentado”, refere o site.

É vocacionada para banca de Investimento nomeadamente em operações de M&A (fusões e aquisições), Mercado de Capitais e Dívida, essencialmente para o segmento de empresas de médio porte. Para além de serem advisers de instituições em vendas e colocações em mercados de capitais.

Esta sociedade já tinha sido contratada pelo Banif, antes da Resolução, durante o mandato de Jorge Tomé, para encontrar uma solução privada que se substituísse ao Estado, que depois acabou por não ser possível por causa da medida de Resolução aplicada ao banco e venda do negócio bancário ao Banco Santander Totta. Foi a N+1 que apresentou a solução para a venda voluntária do Banif, que incluía o ‘carve-out’ [separação] dos activos problemáticos.

Em Portugal, a N+1 assessorou ainda a Sociedade Comercial Orey Antunes na aquisição de uma participação de 49,9% no espanhol Banco Inversis por 21,74 milhões de euros. A aquisição, anunciada em Julho de 2013 e concluída em Janeiro de 2016, faz parte de uma operação que consistiu na aquisição de 100% do Banco Inversis pela Banca March por 217,4 milhões, que posteriormente vendeu o negócio de ‘private banking’ da Inversis à Andbank por cerca de 180 milhões e os restantes 49,9% à OFH SARL, uma subsidiária da Orey Antunes.

 

 

Supremo confirma que swaps do Santander Totta são julgados pelos tribunais ingleses

Quinta-feira, Abril 28th, 2016

Citamos

Económico

No seu acórdão o STJ confirmou a decisão anteriormente tomada pelo Tribunal da Relação de Lisboa que estabelece os tribunais ingleses como os adequados para a apreciação da validade do contrato swap celebrado pela Sociedade de Desenvolvimento do Norte da Madeira com o Santander Totta.

O Supremo Tribunal de Justiça deu razão ao Banco Santander Totta, recusando o objectivo da Sociedade de Desenvolvimento do Norte da Madeira que pretendia ver julgado pelos tribunais portugueses um contrato swap.

“No seu acórdão de que agora foi dada notificação, o STJ confirmou a decisão anteriormente tomada pelo Tribunal da Relação de Lisboa que estabelece os tribunais ingleses como os adequados para a apreciação da validade do referido contrato swap celebrado com o Santander Totta”, diz o banco em comunicado.

“Esta deliberação vem na sequência de várias outras – todas no mesmo sentido, relativas a empresas públicas madeirenses – que remetem para Londres a apreciação destes casos”, refere o comunicado.

Na mesma deliberação, o Supremo estabelece que “os contratos de swap (contratos derivados) celebrados pelas partes, uma exigência da moderna actividade bancária e empresarial sustentada na ideia de que cada vez mais as previsões económicas se tomam inalcançáveis, são eles próprios intrinsecamente caracterizados como ajustes de natureza internacional, conotados com a ligação a outro Estado-Membro – são contratos de cariz internacional, redigidos em inglês, sujeitos a lei inglesa, com terminologia anglo-saxónica – e de molde a caracterizarem a ‘estraneidade’ estabelecida pelo art.º 23.º da Convenção de Bruxelas”.

O Supremo Tribunal vai assim de encontro à posição do Santander, que tem defendido desde início que estes contratos foram assinados à luz da lei inglesa e que pertence à jurisdição inglesa decidir eventuais litígios.

Este é apenas mais um processo que está na barra dos tribunais envolvendo os contratos de swaps assinados entre empresas públicas e o banco liderado por António Vieira Monteiro.

As diligências judiciais correm nos tribunais em Londres, tal como estava estipulado nos contratos swap (operações em que há troca de posições entre as partes quanto ao risco e à rentabilidade de determinados instrumentos financeiros) assinados entre várias empresas públicas de transportes, como o Metro de Lisboa e o Metro do Porto, e o Santander Totta.

No mês passado foi noticiado que o Estado português vai recorrer de uma decisão do Commercial Court de Londres que declarou válidos os contratos swap celebrados entre o Santander Totta e as empresas públicas Metropolitano de Lisboa, Carris, Metro do Porto e a STCP, com um valor financeiro global de 1,8 mil milhões de euros. Governo confirmou o recurso e diz que há swaps que pagam taxa de juro de 70%, como argumento para a decisão de recorrer.

A Procuradoria  já veio dizer que há investigações em curso aos contratos Swap entre empresas públicas e o Santander Totta. Os processos nasceram de queixas e documentação entregue pela pela ex-ministra das finanças em 2013.

Esclarecimento do Santander à “Notícia da TVI rendeu jackpot”

Quinta-feira, Abril 28th, 2016

O Banco Santander emitiu um comunicado em resposta à notícia da SÁBADO sobre o dinheiro que passou do Banif para o Santander após a notícia da TVI

Citamos

Sábado

“Relativamente a um artigo hoje publicado pela revista Sábado intitulado “Notícia da TVI rendeu jackpot”, cumpre esclarecer o seguinte:

Entre a data da notícia pela TVI (13 de Dezembro) e a da Medida de Resolução (20 de Dezembro) saíram do Banif para o Banco Santander Totta 160 milhões de euros de depósitos.

Tendo em consideração o valor total de saída de depósitos do Banif nesse mesmo período de 960 milhões de euros referido por vários meios de comunicação social conclui-se que 83% desses depósitos não vieram para o Santander Totta mas para outras instituições do sistema financeiro.

Estamos igualmente em condições de confirmar que nos dias seguintes à Medida de Resolução continuaram a existir saídas significativas de depósitos (300 milhões de euros) dos ex-balcões Banif então já integrados na rede do Santander Totta, conforme indicado pelo Senhor Governador do Banco de Portugal perante a Comissão Parlamentar de Inquérito.

Essa liquidez teve de ser reposta totalmente pelo Banco Santander Totta para compensar as referidas saídas de depósitos.”

 

Um dia Bruxelas disse que o Banif tinha de desaparecer

Quinta-feira, Abril 28th, 2016

Citamos

Observador

A cada auditoria do banco central somaram-se imparidades. Houve crédito a ser concedido sem passar pelo departamento de risco. Conheça seis pontos fundamentais revelados pelo supervisor.

A 20 de dezembro de 2015, um banco limpo de ativos tóxicos foi vendido ao Santander. Se a venda não tivesse acontecido, no dia seguinte o banco não tinha dinheiro para pagar salários. Onde estava o supervisor? Garante que esteve presente e viu o desastre a acontecer. Conheça seis dados importantes frisados por Carlos Albuquerque, diretor prudencial do Banco de Portugal.

1. Problemas antigos: 941 milhões de imparidades identificadas durante a crise

Carlos Albuquerque explicou, na comissão de inquérito ao processo de resolução do Banif, que os problemas do banco não eram recentes. Quando o diretor chegou ao departamento de supervisão do banco central, no final de novembro de 2014, garante que se informou do que tinha acontecido até ali. Por exemplo, a identificação de imparidades adicionais que tinham de ser reconhecidas pelo banco era um resultado constante das auditorias — tanto as especialmente dirigidas ao Banif, como as transversais ao sistema financeiro.

Desde 2011 até 2015 o banco foi forçado a reconhecer imparidades num valor total de 941 milhões de euros. Daí que o diretor de supervisão defenda que a identificação de mais 177 milhões de euros, a 17 de novembro de 2015, não tenha sido um facto extraordinário. Neste caso, as imparidades adicionais tiveram que ver com a forte desvalorização da companhia de seguros Açoreana, detida em 49,7% pelo Banif.

2. Banco de Portugal não chegou a apresentar proposta de banco de transição

O Banif foi vendido ao Santander por 150 milhões com um apoio público de 2.255 milhões de euros. Os deputados têm-se preocupado em perceber por que motivo foi escolhida esta solução. “Há um momento em que se tem de tomar decisões”, respondeu Carlos Albuquerque. “Essas decisões tomam-se em função da informação disponível no momento, e com o que se antevê de decisões que venham a afetar [o banco]”, respondeu o supervisor do banco central.

Mais tarde, confirmaria que caberia ao Banco de Portugal apresentar uma proposta para a criação de um banco de transição, mas que não chegou a fazê-lo. Havia “quase 100% de probabilidades” da ideia ser chumbada pelas autoridades europeias, justificou Carlos Albuquerque.

3. Bruxelas diz um mês antes da resolução que não há outra saída

Desde a reunião de 17 de novembro que o Banco de Portugal ficou claramente convencido de que a Direção-Geral da Concorrência não aceitaria qualquer outra solução que não a resolução do banco. Não haveria margem para recapitalização pública, nem para bancos de transição: “O Banif teria de ser colocado em resolução antes do final do ano, sendo esta a única solução que entendiam possível”, disse Carlos Albuquerque, sobre as conclusões do encontro. O diretor de supervisão garantiu que o Banif “foi de imediato informado que a venda deveria acontecer até 18 de dezembro para se evitar as consequências de uma resolução em 2016, que já envolveria perdas para os credores não protegidos pelo fundo de garantia de depósitos”.

4. Houve crédito concedido sem passar pelo departamento de risco

As conclusões da auditoria forense que foi feita ao Banif não foram ainda disponibilizadas à comissão de inquérito, ao abrigo do sigilo bancário e segredo de justiça. Contudo, Carlos Albuquerque avançou o resultado genérico dessa auditoria, “que seguirá o seu caminho e terá as suas consequências”. De acordo com o diretor de supervisão, foram identificadas deficiências “na forma como determinados créditos foram constituídos, incorreções na análise dos créditos e na forma como foram aprovados pelo Banif”. E reforça: “As grandes conclusões são ineficiências, deficiências, incorreções na componente de concessão de crédito e nos mecanismos de análise e autorização desse crédito”. Mais tarde, durante a audição, daria como exemplo dos problemas do Banif o facto de haver “crédito concedido sem passar pelo departamento de análise de risco”.

5. O departamento de auditoria chumbou na auditoria

Carlos Albuquerque revelou ainda outra auditoria: foi feita uma avaliação ao próprio departamento de auditoria do Banif. Resultado? Um chumbo. Foram detetadas “incorreções do sistema de controlo interno e nomeadamente de independência face aos órgãos de gestão”. Além disso, detetou-se “insuficiência de meios do departamento de auditoria”, acrescentou. Confrontado pela deputada social-democrata Maria Emília Cerqueira sobre as consequências dessa avaliação, Carlos Albuquerque assumiu que “não houve tempo” para ser dado acompanhamento significativo.

6. Notícias agravaram problemas de liquidez

“A partir de 16 de outubro de 2015, na sequência de referências públicas à situação do Banif, verificou-se uma deterioração da situação de liquidez do banco”, assegurou Carlos Albuquerque. Mais tarde, o diretor de supervisão viria mesmo a garantir que se nada tivesse sido feito, a 21 de dezembro — um dia depois da data da resolução — o banco “não tinha possibilidade de viver”, já que “não tinha capacidade de pagar ordenados ou de permitir o levantamento de depósitos”.

Questionado pela deputada Emília Cerqueira sobre se as notícias estavam relacionadas com as declarações feitas pelo agora primeiro-ministro, António Costa, que numa entrevista à TVI24 acusou a coligação PSD/CDS-PP de não ter fornecido dados económicos e financeiros essenciais para o país, Carlos Albuquerque apontou para as notícias dessa data, dando a entender que sim. “Porventura”, admitiu o diretor de supervisão do banco central.

Banif. Alto quadro do Banco de Portugal aponta culpas a António Costa

Quinta-feira, Abril 28th, 2016

Citamos

Rádio Renascença Carlos Albuquerque com som

Carlos Albuquerque revelou aos deputados que algumas notícias, em meados de Outubro do ano passado, degradaram a situação do banco.

O director do departamento de supervisão do Banco de Portugal, Carlos Albuquerque, admite que o primeiro-ministro, António Costa, está no lote de responsáveis políticos que diminuíram a confiança no Banif.

Carlos Albuquerque aponta culpas a António Costa

A posição do alto quadro do banco central foi manifestada esta quinta-feira na comissão de inquérito parlamentar à venda e resolução do Banif.

Carlos Albuquerque revelou aos deputados que algumas notícias, em meados de Outubro do ano passado, degradaram a situação do banco.

Perante a insistência da deputada do PSD, Emília Cerqueira, acabou por nomear António Costa.

“Foram notícias públicas por parte de alguns responsáveis políticos, não criticando mas colocando o Banif na esfera [dos bancos com alguma dificuldade]”, começou por dizer o director do departamento de supervisão do Banco de Portugal.

Questionado se António Costa é um desses políticos, Carlos Albuquerque começou por dizer: “Porventura, porque não estou absolutamente seguro”.

“Foram várias notícias que colocaram o Banif na esfera dos bancos com alguma dificuldade”, prosseguiu. Nomeadamente por António Costa? “Pode ser”, admitiu o alto quadro do Banco de Portugal.

Em causa estará uma entrevista de António Costa à TVI, a 18 de Outubro, em que falou de surpresas desagradáveis nas reuniões que teve com a coligação, em concreto no sistema financeiro.

Perante os deputados, Carlos Albuquerque reconheceu que a situação do Banif foi-se deteriorando junto da opinião pública e a entidade apresentava “especiais dificuldades de recuperação”.

O responsável pela supervisão aponta o dedo a “desvios nos pressupostos económicos no plano de recapitalização” do banco firmado em 2013.

“O Banif não apresentava capacidade de reforço dos capitais próprios com recursos aos accionistas privados”, sublinhou.