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Administrador pediu a demissão de administrador do Banco de Portugal com o pelouro da supervisão. A informação já foi confirmada.
António Varela demitiu-se do cargo de administrador do Banco de Portugal. A SIC avança que o administrador com o pelouro da supervisão pediu a demissão esta segunda-feira. O Banco de Portugal confirmou entretanto que “o administrador Dr. António Varela transmitiu hoje ao conselho de administração a sua renúncia ao mandato de administrador do Banco de Portugal, apresentada pelo próprio ao Governo, nos termos previstos na lei”. O mandato de Varela terminava apenas em 2019.
Segundo a SIC, que não especifica onde obteve a informação, o pedido de demissão está relacionado com alegadas divergências sobre o rumo da política do banco central em matérias relacionadas com a banca.
Na altura da tomada de posse Maria Luís Albuquerque disse que António Varela era o homem adequado para o cargo da supervisão. A sua demissão acontece num momento de forte pressão política sobre o Banco de Portugal, em particular sobre o governador, Carlos Costa, depois de desenlace do caso Banif, da decisão de transferir dívida do Novo Banco para o BES, e ainda por causa da oposição do regulador bancário a soluções para o pagamento do papel comercial aos clientes do antigo Banco Espírito Santo.
Carlos Costa, que deu recentemente uma longa entrevista ao Expresso, tem recusado demitir-se do cargo. E os estatutos de independência do Banco de Portugal impedem que seja afastado pelo governo, a não ser em caso de falha grave de conduta.
A demissão de António Varela acontece antes de se iniciar a comissão parlamentar de inquérito ao Banif onde será chamado a depor, na qualidade de antigo administrador do Estado no Banif, mas também enquanto responsável pelo pelouro da supervisão prudencial.