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Negociações com Apollo deveriam ter terminado no domingo à noite.
As negociações para a venda da Açoreana à Apollo não ficaram concluídas na data prevista, que era domingo, 31 de Janeiro. Ontem, à hora de fecho, ainda não se conheciam os resultados das negociações, que decorrem sob a alçada da Autoridade de Supervisão de Seguros e Pensões (ASF).
Segundo uma fonte do mercado, o atraso poderá estar relacionado com o fecho das contas anuais da Açoreana, que nos últimos dias estava a ser ultimado pela gestão e pelo supervisor. Tal como o Económico avançou, a Açoreana, detida pela SOIL (da família Roque, com 52%) e pelo Oitante (do Fundo de Resolução, com 48%), terá registado prejuízos acima dos cem milhões, ano passado, devido às perdas com a resolução do Banif e com perdas contabilísticas causadas pela fusão da Rentipar Seguros. O valor exacto dos prejuízo será determinante para estimar as necessidades de capital da seguradora, que serão asseguradas pelo comprador.
Há duas semanas, a Apollo foi seleccionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, no processo de venda que está a ser conduzido pelo Citi, debaixo da égide do supervisor. O contrato de exclusividade prevê que a oferta vinculativa da Apollo permaneceria válida até ao fim de Janeiro. Se até ao dia 31 (domingo) não fosse possível concluir o negócio, a concorrente Caravela deveria ser chamada à mesa das negociações, substituindo a Apollo. Mas, até ao final do dia de segunda-feira, isso ainda não tinha acontecido.
A terceira concorrente, a Allianz, estava interessada apenas na carteira da Açoreana, pelo que só deverá ser chamada em último recurso. O supervisor pretende que a venda da Açoreana decorra de forma a assegurar a continuidade da empresa e dos seus postos de trabalho.
O objectivo final da Apollo é integrar a Açoreana na Tranquilidade, mantendo a marca da companhia fundada em 1892. A proposta da Apollo não exclui rescisões, no processo de fusão, mas defende que a terem lugar será no âmbito de uma estratégia que se assume como de valorização da companhia e não da sua destruição. Recorde-se que, nos últimos dias, a possibilidade de rescisões tem causado polémica, com o sindicato do sector a exigir a manutenção dos postos de trabalho e o PSD a pedir esclarecimentos sobre a venda, no Parlamento.