Archive for Janeiro, 2016

Protesto de lesados do Banif marca início da cimeira entre Açores e Madeira

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Público

Os governos açoriano e madeirense começaram este sábado a Cimeira Atlântica, que, quase uma década depois, assinala o reatar de relações institucionais entre os dois arquipélagos. O início dos trabalhos ficou marcado por um protesto de lesados do Banif

As regiões autónomas dos Açores e da Madeira iniciaram este sábado uma reaproximação histórica, com a visita a Ponta Delgada de uma comitiva do executivo madeirense, mas o retomar de relações entre os dois arquipélagos ficou marcado por um protesto de lesados do Banif que aguardavam à porta do Palácio de Sant’Ana.

O assunto não foi esquecido na conferência de imprensa conjunta que Vasco Cordeiro, chefe do executivo açoriano, e o homólogo madeirense Miguel Albuquerque, promoveram no início dos trabalhos, na sede da Presidência do Governo dos Açores.

“O Estado não pode ter dois pesos e duas medidas”, defendeu Albuquerque, contabilizando em cinco mil os clientes do banco nos Açores e na Madeira que eram obrigacionistas subordinados à data da resolução do Banif. “Estão em causa poupanças de uma vida inteira”, sublinhou o governante madeirense, pedindo que não exista tratamento diferenciado entre os depositantes do BES e do Banif.

Vasco Cordeiro partilhou das preocupações, lembrando que Funchal e Ponta Delgada tudo fizeram para que os depósitos, os postos de trabalho e o número de agências fossem salvaguardados neste processo. “É um assunto sensível, e temos que ter cautela para não criar falsas expectativas nas pessoas”, argumentou o presidente açoriano, preferindo realçar o retomar as relações entre as duas regiões autónomas, que não acontecia desde 2007.

“Vai contribuir para um novo patamar nas relações entre as duas regiões”, vincou, garantindo que existe uma vontade comum em dar uma “natureza mais concreta” a este relacionamento, ao contrário do que aconteceu nos anteriores encontros.

A cimeira, que os dois governos regionais pretendem que passe a realizar-se periodicamente, termina nesta segunda-feira com uma declaração conjunta, em que o reforço das autonomias deverá constar em ambos os discursos.

O encontro pretende marcar uma nova fase no relacionamento institucional entre as duas regiões que, nos últimos anos, foi distante e pautada por crispações políticas entre Carlos César e Alberto João Jardim.

Na agenda consta a visita a quatro ilhas do arquipélago – São Miguel, Pico, Faial e Terceira – e a assinatura de protocolos em áreas como as pescas, agricultura, turismo, indústria, comércio e investigação.

Antes, neste domingo, sempre em São Miguel, as duas comitivas visitam unidades industriais e agrícolas, e apresentam protocolos de cooperação, partindo no final da tarde para o Pico, para o segundo dia do encontro.

Esta visita surge na sequência de um convite do presidente do Governo dos Açores ao seu homólogo da Madeira, formulado em Agosto de 2015, e tem por objectivo estabelecer pontes para um discurso conjunto, tanto em Lisboa como em Bruxelas, em assuntos de interesse comum.

Banif custou mais resolvido que vendido

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Expresso

Se tivesse vendido ao mesmo Santander na sexta-feira, Estado teria perdido menos que no negócio de domingo

O Estado português teria tido um prejuízo inferior se tivesse aceitado a primeira proposta de compra do Santander. O negócio, que acabou por fechar dois dias depois com o mesmo grupo espanhol, custou €2,2 mil milhões. O que mudou entre as duas propostas foi ter sido fechado o processo de venda e escolhida a via da resolução do Banif. Essa mudança foi imposta por Bruxelas e tornou a fatura pública mais pesada, em benefício do Santander.

É o que se conclui, depois de conhecidos os contornos da proposta original do Santander, que oExpresso apurou.

Recorde-se que existiu um concurso de venda do Banif, aberto a 20 de novembro, e que teve seis propostas. O prazo de entrega das propostas terminou a 18 de dezembro, uma sexta-feira, mas nenhuma foi aceite, por implicarem ajudas de Estado, o que a Direção Geral de Concorrência, órgão da Comissão Europeia, rejeitou. Por causa disso iniciou-se nessa mesma noite um processo de resolução e venda de ativos e passivos do Banif, para o qual foram convidados dois dos seis candidatos (os demais foram excluídos por não serem bancos, condição também imposta por Bruxelas).

Santander e Banco Popular negociaram nesse fim de semana com o Banco de Portugal, que escolheu o Santander, anunciando publicamente o negócio no domingo às 23h58, dois minutos antes do prazo imposto por Bruxelas.

O que nunca foi tornado público foram as propostas apresentadas na semana anterior no concurso de venda. O fundo de private equity Apollo fez a proposta mais elevada, mas foi excluído por não ser um banco. A segunda melhor proposta era do Santander. O Expresso sabe que o Santander propôs pagar os mesmos €150 milhões pelos mesmos ativos com que acabou por ficar, mas sem a possibilidade de os rever depois, mas excluindo operações exteriores (Brasil, Estados Unidos, Cabo Verde e Malta) e a seguradora Açoreana. Além disso, o Estado teria de perder os €125 milhões de obrigações convertíveis em capital (CoCos) que o Banif tinha em incumprimento desde final de 2014. Estes €125 milhões é que serviram para Bruxelas “vetar” a venda, pois seriam uma nova ajuda de Estado.

Em vez desta proposta, dois dias depois o Santander acabou por comprar não o Banif mas um conjunto de ativos e passivos do banco. Pagou os mesmos €150 milhões por um conjunto de ativos semelhante ao da proposta de compra. O Estado perdeu na mesma os €125 milhões que emprestara. A diferença é que o Santander recebeu aqueles ativos já capitalizados, o que melhorou os rácios de capital. Além disso, o Santander ficou como credor da Oitante (o veículo que ficou com os ativos problemáticos do Banif) de €700 milhões em obrigações a 10 anos, com garantia do Estado.

O negócio acabou por beneficiar as contas do grupo Santander, que por ter pago um preço abaixo do valor contabilístico do Banif registou um impacto positivo nas suas contas de 2015 de €283 milhões. O valor só não foi superior porque, entretanto, o Santander Totta fez uma provisão de €316 milhões para fazer face a “situações inesperadas” que possam surgir na carteira de crédito do Banif, como explicou António Vieira Monteiro esta semana.

TOMÉ CONTRA

Quem se mostrou contra esta operação desde o início foi Jorge Tomé, que era presidente executivo do banco. “O Banif não foi vendido”, mas alvo de uma “liquidação forçada”, afirmou esta semana (ver texto em baixo). Numa conferência em Lisboa, Tomé questionou a legalidade do processo. “É uma dúvida que eu tenho”, disse, citando o Orçamento do Estado: “Segundo a lei, para um banco ser capitalizado por ajuda pública tem de ser viável. Se o banco foi resolvido é porque o Banco de Portugal o considerou inviável. Se o considerou inviável, não podia ser capitalizado por ajuda pública.” E concluiu: “No dia 20 de dezembro destruiu-se em Portugal, sem qualquer racionalidade económica, €2,2 mil milhões de poupança pública e cerca de €250 milhões de poupança privada”.

Governador recomendou integração do Banif na CGD

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Dinheiro Vivo

O Banco de Portugal revela que o recurso a ajuda pública e a integração no banco estatal foram cenários analisados.

O Banif foi vendido ao Santander Totta por 150 milhões de euros, no âmbito de um processo de resolução, a 20 de dezembro. Mas o governador chegou a sugerir alternativas a este cenário ao Executivo de António Costa. “O Banco de Portugal apresentou [ao governo] a recapitalização pública e a integração numa instituição bancária”.

Mas, esclarece o governador, “a integração na CGD não era possível porque “a Caixa estava sujeita ao regime de recapitalização pública”.

Recorde-se que o banco estatal recebeu 900 milhões de euros do Estado, que ainda não foram devolvidos. O prazo termina no verão de 2017. Desconhecimento de Jorge Tomé prende-se com razões de segurança O governador refere, na Comissão de Orçamento e Finanças, que se questionam muitas vezes as razões pelas quais a entidade resolvida fica à margem do processo de resolução. E responde: “Um processo de resolução tem de se processar de uma forma cuidadosa, do ponto de vista da circulação da informação, por uma questão de segurança”.

Carlos Costa justifica, desta forma, o facto de Jorge Tomé, presidente do Banif à data da resolução, só ter tido conhecimento da resolução e venda do Banif ao Santander Totta pela comunicação social. “O Banco de Portugal não tem nada a dizer sobre uma fuga de informação”, sublinha.

Recorde-se que a notícia da TVI, no dia 13 de dezembro, conduziu a uma perda de depósitos no valor de 960 milhões de euros numa única semana. O governador descarta ainda qualquer hipótese de a fuga ter tido origem no Banco de Portugal. “O Banif não tinha liquidez para mais uma semana”, garante.

Centeno. BCE só considerava proposta do Santander

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Rádio Renascença

Mário Centeno esteve esta sexta-feira na comissão de orçamento e finanças, no Parlamento.

O ministro das Finanças tem um entendimento diferente sobre o email enviado pelo Banco Central Europeu sobre a venda do Banif.

De acordo a imprensa, nessa correspondência o mecanismo único de supervisão terá indicado o Santander como a melhor proposta levantando dúvidas sobre a transparência do processo.

Esta sexta-feira, na comissão de orçamento e finanças, o ministro Mário Centeno sublinhou que não era esse o entendimento que tinha do email.

“Esse email faz referência aos diversos contactos que as diferentes propostas estão a merecer do lado do Banco de Portugal e da direcção-geral da concorrência. E reporta qualificando-as: a do Santander como uma proposta com características de poder continuar e as outras propostas como tendo deficiências face aquilo que eram restrições de ajuda de estado existentes”, disse.

O ministro acrescentou que “a proposta do Banco Santander, tal como apresentada pelo Banif, era a de excluir 3.022 milhões de euros de activos e oferecer um preço de 150 milhões de euros. Não propunha a devolução de `CoCos` [a última fatia de instrumentos híbridos de capital subscritos pelo Estado no valor de 125 milhões de euros] e apontava para uma redução de 800 trabalhadores”.

“Os activos que o Popular se propunha não comprar ascendiam a 7.725 milhões de euros. O Popular propunha-se comprar apenas uma parte muito reduzida do Banif e pagava zero e reduzia 900 trabalhadores”, disse o ministro, perante a insistência dos deputados que o ouviam na Comissão de Orçamento e Finanças.

Mário Centeno vincou que “todos estes números são válidos fora do cenário de resolução”. E acrescentou que os valores apresentados são apenas uma parte das propostas que os dois bancos que integram grupos espanhóis avançaram para adquirir a participação de 60% que o Estado detinha no Banif até à sua resolução.

“As propostas vão ser seguramente do conhecimento da comissão parlamentar”, assinalou o titular da pasta das Finanças.

Por outro lado, Centeno referiu que os bancos portugueses (CGD, BCP e BPI) que receberam apoio estatal em 2012 estavam impedidos de participar na corrida à compra do Banif, já que uma das condições impostas na altura – quando vigorava o programa da `troika` – era a de que não se podiam atirar para a compra de bancos nos dois anos seguintes à devolução dos auxílios.

Já passava das 23h00 quando terminaram os trabalhos da Comissão de Orçamento e Finanças, que tinha tido início pelas 17h00, e por onde passaram o governador do Banco de Portugal e o ministro da tutela.

Seguradora perdeu mais de 100 milhões em 2015

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Económico

Prejuízo de 2015 terá sido agravado pela crise do Banif e pela fusão da Rentipar Seguros.

A Açoreana terá fechado o exercício de 2015 com um prejuízo superior a cem milhões de euros, apurou o Diário Económico junto de fontes do mercado. As contas ainda não estão fechadas, mas as perspectivas são de fortes perdas com a resolução do Banif e com a fusão da Rentipar Seguros. Isto apesar do bom desempenho operacional da companhia liderada por José Gomes, que cresceu acima do mercado em vários segmentos.

Questionada pelo Diário Económico, fonte oficial da seguradora recusou fazer comentários sobre as contas de 2015, dado que as mesmas ainda não foram publicadas.

Até Dezembro do ano passado, Açoreana era detida em 48% pelo Banif, mas ao mesmo tempo era também accionista do banco fundado por Horário Roque. Com a resolução, decretada há cinco semanas, a seguradora terá sofrido prejuízos na ordem dos 45 milhões de euros.

Por outro lado, os resultados do ano passado terão sido afectados também pelo reconhecimento de prejuízos relacionados com o ‘goodwill’ de cerca de 85 milhões de euros da integração da Rentipar Seguros, que teve lugar em 2014.

Estes impactos negativos ajudam a explicar a necessidade de reforço dos rácios de capital da seguradora, já que os capitais próprios terão sido afectados.

Segundo noticiou recentemente o “Negócios”, as necessidades de capital rondarão os 50 milhões de euros. Mas os números finais só estarão definidos nos próximos dias, quando se fecharem as contas de 2015. O contrato de negociações exclusivas que foi assinado com a Apollo protege o lado vendedor – os accionistas SOIL (52%) e o Oitante (48%), do Fundo de Resolução – na medida em que mantém a validade da proposta americana até ao fecho das contas, ou seja, até ao dia 31 de Janeiro (próximo domingo). Até essa altura, serão conhecidas as necessidades de capital da seguradora e saber-se-á quanto vai a Apollo injectar para reforçar os rácios e quanto vão receber os accionistas.

Se o acordo com a Apollo não for concluído no prazo previsto, a negociação poderá continuar, passando para a segundo interessada, a seguradora portuguesa Caravela, liderada por Diamantino Marques.

Inquérito ao Banif fica à espera do Orçamento

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Económico

Comissão de inquérito toma posse na próxima quarta-feira mas os deputados vão esperar pela aprovação do orçamento para iniciar audições

Os deputados que vão integrar a comissão de inquérito ao Banif tomam posse na próxima quarta-feira mas os líderes parlamentares decidiram que os trabalhos do inquérito só devem avançar depois de estar aprovado o Orçamento do Estado.

Esta ‘suspensão’ atira o início dos trabalhos para finais de Fevereiro ou inícios de Março, pelo que o inquérito deverá estar concluído em Julho.

António Filipe foi o deputado indicado pelo PCP para liderar a comissão parlamentar de inquérito à queda e à venda da actividade do Banif ao Santander. O PS já indicou que os seus membros na comissão serão Carlos Pereira, Eurico Brilhante Dias, Filipe Neto Brandão, Hortensa Martins, João Galamba, Lara Martinho e Luís Testa mas o PSD só vai indicar hoje os seus sete elementos. Da parte do CDS, será João Almeida o deputado efectivo e também coordenador e no BE volta a ser Mariana Mortágua a figura escolhida. Do PCP, entram ainda Miguel Tiago e Paulo Sá.

A esquerda recusou a intenção da direita de fazer recuar a investigação ao tempo dos governos de José Sócrates e a comissão de inquérito vai apenas avaliar e apurar os contornos da recapitalização do banco em Janeiro de 2013 e a origem da queda e dos planos de reestruturação. Os deputados querem sobretudo apurar eventuais erros de gestão e supervisão e analisar “os riscos” da solução encontrada já pelo governo de António Costa, bem como se havia outras alternativas. O PSD e o CDS já avisaram que a comissão não pode transformar-se num exercício de “passa-culpas” para o anterior governo. No final, a comissão de inquérito terá de enviar um relatório para a Procuradoria Gera, da República caso apure ilicitos ou indícios de natureza criminal.

Governador do BdP diz que o Banif foi vendido com desconto e a culpa é de Bruxelas

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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RTP com som

O Governador do Banco de Portugal (BdP) confirma que o banco Banif foi mesmo vendido á pressa e com desconto. A ordem partiu de Bruxelas e atira responsabilidades para as regras conservadoras da Direção-Geral da Concorrência Europeia que obrigaram a essa redução de valor.

Carlos Costa, o Governador do Banco de Portugal este esta sexta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças, onde admitiu que na resolução do Banif, os ativos que passaram para o veiculo Oitante – que ficou com a parte toxica do Banif – tinham um desconto de 66 por cento sobre o seu valor real.

Já na parte do negócio que foi vendido ao Santander o desconto foi superior e rondou os 75 por cento.

Carlos Costa voltou a dizer que a proposta do Santander era a única que estava em condições de ser aceite, visto que a outra, a do Banco Popular, não era vinculativa.

O Governador do BdP garantiu aos deputados presentes que não partiu da instituição que preside a fuga de informação que esteve na base da notícia da TVI, que provocou uma corrida aos depósitos. Nessa corrida terão sido levantados mais de 900 milhões de euros.

Devido a este assunto ainda por esclarecer, Carlos Costa tem ouvido perguntas em tom crítico vindas de todas os partidos, tendo o deputado comunista Miguel Tiago perguntado diretamente ao Governador, se não está na hora de abandonar o cargo.

Os trunfos dos partidos na comissão de inquérito ao Banif

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Observador

Já é conhecida a lista completa de deputados que vão integrar a comissão de inquérito ao Banif, que toma posse na próxima quarta-feira, presidida pelo comunista António Filipe. PSD e CDS lançam ex-governantes, como Marques Guedes e João Almeida, PS põe quatro vices da bancada na frente de ataque, incluindo João Galamba e Neto Brandão, e BE e PCP repetem trunfos do BES.

Não é Maria Luís Albuquerque mas é Luís Marques Guedes. O PSD indicou o nome do ex-ministro da Presidência para a vice-presidência da comissão de inquérito ao caso Banif, lançando também para a linha da frente o deputado Miguel Morgado, estreante nesta legislatura e muito próximo de Passos Coelho. Carlos Abreu Amorim, que era o coordenador dos sociais-democratas na comissão do BES volta a ocupar a mesma posição.

Fazem ainda parte da lista de efetivos as deputadas Inês Domingos e Margarida Mano (que chegou a ser ministra da Educação no mais curto Governo do PSD/CDS), assim como Pedro do Ó Ramos e a deputada madeirense Rubina Bastos.

Para a lista de suplentes, os sociais-democratas indicaram os deputados da comissão de Orçamento e Finanças, António Leitão Amaro e Carlos Santos Silva, acrescentando ainda o homem forte do partido Marco António Costa.

Os socialistas optaram por colocar vários dos seus vices na linha de combate: João Galamba, Filipe Neto Brandão, Carlos Pereira e Lara Martinho. Galamba e Neto Brandão foram, a par do agora secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, as apostas do PS na comissão de inquérito ao BES e voltam agora à linha da frente no caso Banif. O deputado Eurico Brilhante Dias, mais próximo da antiga ala segurista, e Hortense Martins, ambos membros da comissão de Orçamento e Finanças, assim como o deputado Luís Testa fecham a lista de deputados socialistas efetivos.

Entre os suplentes, o PS indicou Jorge Lacão, Eurídice Pereira e Hugo Costa.

As bancadas do CDS, BE e PCP têm apenas direito a indicar um deputado efetivo e dois suplentes. A aposta dos centristas vai ser o ex-secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, sendo que Cecília Meireles, que coordenou os trabalhos no caso BES, fica desta vez como suplente, a par de António Carlos Monteiro.

Depois de ter brilhado na comissão de inquérito ao BES, Mariana Mortágua vai ser mais uma vez o trunfo dos bloquistas no inquérito ao caso Banif. Como suplentes, o BE indicou Jorge Costa e Paulino Ascensão. Do lado do PCP, a aposta volta a ser Miguel Tiago, tendo Paulo Sá como suplente.

Banif: Governos regionais fizeram “todas as diligências” para salvaguardar valores dos depositantes

Sábado, Janeiro 30th, 2016

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Observador

Presidente do Governo da Madeira, como o homólogo dos Açores, fez “todas as diligências” para assegurar os valores dos depositantes no Banif. Questão da dívida subordinada ainda está a ser trabalhada.

O presidente do Governo da Madeira afirmou neste sábado que, com o seu homólogo dos Açores, fez “todas as diligências” para assegurar os valores dos depositantes no Banif, mas admitiu que a questão dos obrigacionistas subordinados está ainda a ser trabalhada.

Ao falar no Palácio de Santana, na sede da presidência do Governo dos Açores, em Ponta Delgada, onde hoje iniciou uma visita ao arquipélago e onde se concentraram cerca de 50 clientes do antigo Banif em protesto contra a alegada perda de poupanças, Miguel Albuquerque afirmou que, com Vasco Cordeiro, fez “todas as diligências no sentido” de garantir, “até junto do senhor primeiro-ministro”, que “em primeiro lugar os valores dos depositantes no Banif estariam assegurados” e “isso foi concretizado”.

“Houve também uma preocupação primacial no sentido de garantir, quer na Região Autónoma da Madeira, quer na Região Autónoma dos Açores, a preservação dos postos de trabalho dos funcionários que aqui trabalhavam e também a manutenção de um conjunto alargado de agências que tinham um papel preponderante, não só nas próprias regiões autónomas, mas também junto da diáspora madeirense e açoriana”, adiantou o chefe do executivo da Madeira.

Segundo Miguel Albuquerque, há uma questão que está a ser ainda trabalhada que é dos “obrigacionistas subordinados”. Segundo os dados que lhe foram fornecidos, são “cerca de 5.000 pessoas dos Açores e da Madeira”.

“O que posso dizer é que vamos continuar a ver se encontramos uma solução para essas pessoas, até porque – é importante dizê-lo – seria claro que o Estado não utilizasse dois critérios para as mesmas situações, uma vez que eu penso que na situação do Novo Banco esses valores foram assegurados”, declarou.

Para Miguel Albuquerque, “era importante também, uma vez que para muitas pessoas se trata de poupanças de uma vida, que esses valores fossem assegurados”.

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, que ao chegar ao Palácio de Santana conversou com alguns dos lesados, aos quais prometeu uma reunião na próxima semana, salientou a importância de não deixar os “lesados sem voz”.

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, que ao chegar ao Palácio de Santana conversou com alguns dos lesados, aos quais prometeu uma reunião na próxima semana, salientou a importância de não deixar os “lesados sem voz”.

“Há um conjunto de diligências, também no caso do Governo Regional dos Açores, que temos desenvolvido a este propósito, mas eu julgo que numa matéria desta delicadeza [devemos ter] o cuidado de não induzir em falsas expectativas aqueles que de forma tão dramática se veem afetados por esta situação”, observou Vasco Cordeiro, defendendo a abordagem deste assunto “com cautela e muito cuidado”.

A 20 de dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Oitante.

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.

O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira.

Supervisor impediu o Banif de pagar ao Estado

Sexta-feira, Janeiro 29th, 2016

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Dinheiro Vivo

Carlos Costa acaba de assumir que foi o Banco de Portugal a proibir o Banif de pagar a última tranche de 125 milhões de euros ao Estado.

Foi o Banco de Portugal que impediu o Banif de pagar ao Estado a última tranche de Coco’s”, porque estava em causa o cumprimento dos rácios da instituição.

Ao falhar o pagamento de 125 milhões de euros, o Banif entrou em incumprimento, o que aumentou a pressão das autoridades europeias, nomeadamente da Direção-geral da Concorrência da Comissão Europeia.

Carlos Costa avança, na Comissão de Orçamento e Finanças, que foi precisamente o Banco de Portugal a travar o pagamento desse montante ao Estado para que os rácios do Banif não fossem afetados.

Recorde-se que o Banif recebeu, no final de 2012, 1100 milhões de euros de apoio estatal, dos quais 700 milhões representavam, no momento da resolução, uma posição de cerca de 60% no capital do Banif. Esta participação foi posta à venda num processo de alienação voluntária.

Os restantes 400 milhões de euros em obrigações de capital contingente não foram reembolsados no prazo estipulado, porque o Banif incumpriu o pagamento da última pretação no montante de 125 milhões de euros. “Sempre que esteve em causa a necessidade de salvaguardar os rácios, o Banco de Portugal emitiu o seu parecer”, sublinhou o supervisor.

A atividade do Banif foi vendida ao Santander Totta por 150 milhões de euros a 20 de dezembro, num contexto de resolução da instituição fundada por Horácio Roque.

O governo e o supervisor justificaram a decisão com as imposições das autoridades europeias e a inviabilização da venda da posição de cerca de 60% do Estado no capital do Banif. Dia 3 de fevereiro arranca a comissão de inquérito parlamentar ao caso Banif.