Wikileaks: 722 telegramas passaram pela embaixada dos EUA em Lisboa

Entre os comprometedores documentos para a diplomacia norte-americana divulgados ontem pelo site Wikileaks há 722 telegramas que tiveram por origem ou destino a embaixada dos Estados Unidos em Lisboa. A maioria é informação não classificada, mas também há 292 documentos confidenciais e 15 secretos.

Um terço de toda essa informação é bastante recente. Muitos documentos são de Dezembro do ano passado, de Janeiro e de Fevereiro deste ano – o último mês abrangido na fuga promovida pelo Wikileaks – e poderão dizer respeito à preparação da cimeira da NATO de há duas semanas e à vinda do Presidente Barack Obama a Lisboa. Mas há outros meses com muitos telegramas. Num só dia de Setembro, dia 17, por exemplo, surgem três comunicações trocadas de seguida.

Os telegramas estão gravados com abreviaturas que remetem para o tipo de informação dos textos. Um telegrama de 25 de Fevereiro aparece gravado na categoria de “Terrorismo e Terroristas”, “Condições Económicas e “Relações Políticas Externas”. Noutro, do mesmo mês, aparece a referência a “Direitos Humanos”. Noutro ainda surge “Segurança Nacional” e ainda noutro “Refugiados”.

A embaixada de Lisboa condenou a divulgação dos documentos, recusou comentar ao PÚBLICO a sua autenticidade e descreve a fuga como “uma tentativa irresponsável de destruir a segurança global” que “pode pôr em risco vidas humanas”.

Sobre os telegramas habituais do Departamento de Estado, explica que “reflectem uma análise diária e apreciações espontâneas, que todos os governos fazem no âmbito de relações externas eficazes.” Não devem, sublinha ainda, “ser encarados só por si como representativos da política dos EUA”.

MRA Alliance/Público

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