Troika obriga Estado a pagar dívidas aos fornecedores a 90 dias

A nova versão do memorando de entendimento com o FMI, assinada pelo ministro das Finanças e pelo governador do Banco de Portugal, obriga o Estado a pagar em apenas 90 dias.

A partir deste mês, Portugal está impedido de se atrasar nos pagamentos por mais de 90 dias, para além da data a que se comprometeu a pagar aos fornecedores. Caso contrário, o financiamento prometido pelo FMI fica em causa. Esta condição faz parte de mais uma versão do memorando de entendimento com o Fundo, assinado pelo ministro das Finanças e pelo governador do Banco de Portugal, e que só ontem foi conhecida.

Para receber a ajuda financeira do FMI – 26 mil milhões de euros, de um bolo total de 78 mil milhões negociados com a ‘troika’ – não basta cortar o défice. Há 22 medidas estruturais e quatro metas quantitativas que Portugal não pode falhar este ano e para as quais já tem objectivos indicativos em 2012. Pagar a horas é uma destas metas quantitativas.

Ontem, o FMI divulgou a documentação completa e oficial que reúne os compromissos assumidos pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, em nome do Estado português.

São duas cartas, uma enviada ao antigo director do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, e outra endereçada ao Eurogrupo, Ecofin, Comissão Europeia e BCE, acompanhadas dos respectivos memorandos de entendimento. Nestes documentos, o País compromete-se a aplicar um conjunto alargado de medidas de austeridade e de reformas estruturais, em troca da ajuda financeira de que precisa para evitar a bancarrota.

MRA Alliance/DE

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