O director-geral da agência de notação Standard & Poors (S&P), John Chambers, considerou hoje que o rating da dívida norte-americana poderá voltar a baixar. Também o director da empresa, David Beers, se pronunciou no mesmo sentido, ao reagir às críticas que o Ministério das Finanças dos Estados Unidos tinha emitido sobre a decisão da S&P, de baixar a nota da dívida de AAA para AA+.
Chambers falava à cadeia de televisão ABC e admitiu nessa entrevista que há uma possibilidade em três de a S&P proceder a uma segunda redução do rating da divida dos Estados Unidos nos próximos seis a 24 meses. O director-geral da agência identificou o longo impasse político na negociação sobre o texto da dívida como facto decisivo para a degradação do respectivo rating.
Segundo Chambers, a comissão fiscal bipartidária criada em 2010 pela Administração Obama “fez recomendações prudentes” para reduzir a dívida nacional, incluindo um corte nos gastos, mas “é uma pena que essas recomendações não tenham tido seguimento”.
Entretanto, um outro director da S&P, David Beers, falava à Fox News para defender a decisão da agência face ás duras críticas que lhe dirigira o Ministério das Finanças dos Estados Unidos. Este apontara-lhe o erro de não tomar em conta dois biliões de dólares no seu cálculo sobre a dívida – segundo aquele Ministério, “um erro matemático fundamental, com consequências importantes”. Para Beers, a crítica é uma “distorsão total”. E, acrescentou, persiste o risco de uma nova degradação do rating.
As outras duas grandes agências de rating não acompanham por enquanto o passo da S&P: a Moody’s acha-o “prematuro”, ao passo que a Fitch disse estar ainda a “reflectir”, ambas segundo citação do New York Times.
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