Retoma do têxtil ameaçada pela subida do algodão mas optimismo mantém-se

“A subida vertiginosa das matérias-primas, que nos últimos meses duplicaram de preço,” é a grande ameaça que paira sobre a recuperação do sector têxtil, vestuário e calçado, considera João Costa, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). A mesma opinião tem Joaquim Fernandes, administrador da Mundifios, a empresa que lidera o ‘ranking’ das PME Líder deste sector: “O principal factor de apreensão é o forte aumento das matérias-primas, nomeadamente do algodão, que obriga a um esforço financeiro muito superior ao normal por parte dos produtores”.

Joaquim Fernandes alerta ainda que “nos casos de uma elevada dependência de capitais alheios, uma elevada necessidade de crédito muito superior à disponível acaba por originar reduções forçadas de produção e a jusante um maior desequilíbrio entre a oferta e a procura”.

Mundifios perspectiva para 2011 “um crescimento sustentado, alicerçado na constante aposta em novos produtos e no desenvolvimento das exportações”, através do amadurecimento da posição em alguns mercados e também pela entrada em novas geografias, adianta Joaquim Fernandes. Para João Costa, este ano pode ser “um ano de crescimento”, nomeadamente pela aposta já feita em 2010 na diversificação dos mercados de exportação. “A avaliar pela tendência positiva do primeiro mês do ano na colocação de encomendas, 2011 será um ano de crescimento”, reforça o presidente da ATP.

Segundo João Costa, o ano passado “foi um ano de melhoria, com crescimentos na exportação da ordem dos 6%”. Embora ainda não hajam números finais, em 2010, o sector do têxtil e vestuário deverá ter exportado quase 3.700 milhões de euros, que corresponde a perto de 70% das vendas globais do sector.

MRA Alliance/DE 

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