É crescente a pressão por parte de Alemanha, França, Finlândia e Holanda para que Portugal procure ajuda financeira da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse este domingo à agência Reuters uma fonte sénior de Bruxelas não identificada.
Algumas discussões preliminares sobre a possibilidade de Portugal pedir ajuda, caso os seus custos de financiamento nos mercados se tornem demasiadamente elevados, acontecem desde julho, segundo a mesma fonte. Nenhuma negociação formal em matéria de auxílios começou ainda, afirmaram outras fontes da zona do euro citadas pela agência, mas a pressão aumenta no seio do Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças da Zona Euro.
Sobre a estimativa das necessidades para resgatar Portugal a fonte citada pela Reuters adiantou: “Mais de 50 mil milhões e menos que 100 mil milhões de euros. Estima-se algures entre os 60-80 mil milhões, mas este valor depende das necessidades do setor bancário português que por enquanto desconhecemos.”
Portugal é visto por muitos economistas como o país periférico da zona do euro mais provável a seguir Irlanda e Grécia, que pediram ajuda e enfrentam uma batalha para reduzirem suas dívidas e os custos dos empréstimos.
A ajuda a Lisboa teria como objetivo proteger a Espanha, que pode ser a próxima da fila. No entanto, as necessidades de financiamento de Madrid levariam a capacidade de auxílio do atual fundo de resgate da zona do euro ao limite. “A verdadeira batalha será a da Espanha, mas não acho que temos muito maiores chances de sucesso”, disse a fonte.
Lisboa fará na próxima semana mais um leilão de títulos de dívida pública, no qual tentará vender até 1.250 milhões de euros em obrigações com vencimento em outubro de 2014 e junho 2020. “Esse leilão vai ser monitorado de perto”, disse a primeira fonte. As taxas a cinco anos da dívida portuguesa no mercado secundário é de 6,43 por cento e os contratos de 10 anos estão nos 7,26 por cento.
MRA Alliance/pvc