Na sede do ex-império britânico, a crise económica e financeira e o rigoroso inverno tornam insustentável o quotidiano de mais de 15 milhões de famílias. Dezenas de milhares de reformados e pensionistas usam os passes sociais para fugirem ao frio passando o dia nos transportes públicos. Outros enchem bibliotecas e centros comerciais como forma de escapar às gelidas temperaturas. Uns e outros não têm dinheiro para usar ou pagar o aquecimento doméstico.
“Agora, que estamos a passar um dos invernos mais rigorosos, os idosos têm de tomar a indesejável decisão de ligarem ou de desligarem o aquecimento. O Governo deveria garantir que os subsídios ao aquecimento doméstico não serão cortados.”
Segundo estatísticas oficiais, o número de mortos pelo frio, durante 2009, vitimou nove idosos por hora. Nos quatro meses de inverno, no ano passado, faleceram quase 28 mil pessoas de causas relacionadas com as baixas temperaturas.
As instituitições de caridade britânicas asseguram que o Reino Unido, no norte da Europa, suplanta em número de mortes os registados em países escandinavos como a Finlândia e a Suécia. Mais de metade das pessoas obrigadas a gastar mais de 10% dos seus rendimentos em custos com energia têm mais de 60 anos.
Este valor correspondente à definição de “pobreza energética” vigente na Grã-Bretanha. Ann Robinson, directora da organização de defesa do consumidor uswitch.com, garante que no Reino Unido “metade dos agregados familiares da classe média se encontram agora na categoria de ‘pobreza energética'”.
A organização National Energy Action estima que, no iníciuo de 2011, cerca de 5,5 milhões de agregados familiares britânicos se encontrem naquela situação devido à subida dos preços da energia. Face à última estimativa, este número representa uma subida de 400 mil agregados familiares, correspondendo a 21% do total existente no país (26 milhões).
MRA Alliance/Express