Em Londres, o ‘brent’, que serve de referência às importações portuguesas, valorizava 1,16% para cotar nos 120,08 dólares por barril, o que representa um máximo de 32 meses. Desde o início do ano, o preço do petróleo já subiu 27%.
Segundo o presidente do Irão, o segundo maior exportador da OPEP, “os preços do ‘ouro-negro’ vão continuar a aumentar e poderão alcançar os 150 dólares no curto prazo” já que, acrescenta, “os actuais preços não são reais”.
A motivar a subida dos preços do ‘ouro negro’ estão os conflitos na Líbia. As últimas notícias davam conta de conflitos entre os rebeldes e as forças de Kadafi pela disputa da cidade petrolífera de Brega.
Segundo um analista da Again Capital, um hedge-fund centrado na energia, “os preços do petróleo só vão estabilizar quando a situação acalmar na Líbia”. Mas para Christopher Bellew, da Bache Commodities, “é cada vez mais claro que a situação na Líbia se deverá prolongar. Quanto mais observamos os conflitos no Médio Oriente melhor percebemos que não vão ser fáceis de resolver”, acrescenta.
Esta subida do petróleo pode atrapalhar ainda mais a evolução da economia portuguesa. No último Boletim Económico, o Banco de Portugal até reviu em alta, de 90 para 111 dólares, a sua previsão para o valor médio do ‘brent’ ao longo do ano. O novo valor já está, contudo, “desactualizado”. O mesmo acontece com o valor inscrito no PEC IV que foi chumbado pelo Parlamento. As contas desse programa tiveram por base um ‘brent’ a cotar nos 107,2 dólares.
MRA Alliance/DE