Petróleo a USD 200/barril foi a núvem negra que escureceu a cimeira da OPEP

Chavez - OPEC - Ryad - 17/11/2007Os líderes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) na cimeira da organização em Riyad, Arábia Saudita, assistiram a alguns discursos inflamados sobre a possibilidade de o petróleo atingir os USD 200dólares/barril, designadamente o proferido, no sábado. pelo presidente da Venezuela Hugo Chavez. No seu estilo, Chavez apelou aos 13 países membros do cartel que assumam um protagonismo mais activo na geopolítica global e usem o petróleo como “arma diplomática”. Partiu do líder venezuelano a sibilina ameaça: “Se os Estados Unidos forem suficientemente loucos para atacar o Irão, ou agredir a Venezuela, o preço do barril de petróleo pode atingir os 150 ou até mesmo os 200 dólares.” O rei Abdullah da Arabia Saudita, na sua qualidade de aliado de Washinton no Golfo Pérsico, teve um discurso apaziguador frisando que “o petróleo é uma energia para construir e não um instrumento de conflito.”

Embora a conciliadora posição de Riyad e dos seus aliados do Golfo tenha prevalecido até agora na condução da estratégia pró-ocidental da OPEP, nos últimos anos acumularam-se os sinais de mudança. Os países moderados – Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Iraque (sob ocupação militar), Koweit e Qatar – têm sido ultrapassados pelos países não alinhados ou claramente hostis aos países/blocos ocidentais – Venezuela, Irão, Argélia, Indonésia, Líbia, Nigéria, Angola (2007) Equador (readmitido em 2007). Em breve serão admitidos o México (que alinhará com os moderados), a Bolívia, Sudão e Síria (que engrossarão o grupo anti-ocidental). O cartel dos hidro-carbonetos está claramente a acompanhar a macrotendência da globalização: a erosão do domínio político-militar da Aliança Atlântica e a transferência dos centros de poder e de decisão para os grupo dos países emergentes.

Em Nova Iorque, o barril de light sweet crude para entrega em Dezembro fechou na sexta-feira a valer 95,10 dólares, uma subdia de 1,67 dólares. Em Londres, o barril de Brent para entrega em Janeiro encerrou a subir 1,39 dólares, nos 91,62 dólares. O movimento dos preços foi claramente influenciado pela declaração da OPEP de que que já não controla os preços do crude.

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