A estatal brasileira Petrobras poderá garantir um “suprimento estratégico” à China, na sequência do aumento da produção brasileira de petróleo após ter arrancado este mês com a exploração das gigantescas reservas descobertas nos últimos anos.A negociação está em “andamento”, segundo o director financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, e será um dos assuntos da visita do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, à China, entre 18 e 20 de Maio.
A negociação para “um suprimento estratégico de petróleo” aos chineses, entretanto, ainda não está definida, informou Barbassa durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre.
No fim do ano passado, a China ofereceu um empréstimo de 10 mil milhões de dólares para a Petrobras investir na exploração de reservas, recentemente descobertas no litoral da região Sudeste do Brasil.
Em troca do empréstimo, a estatal garantiria a exportação de petróleo à China, principalmente o do tipo mais pesado face às dificuldades das refinarias locais no respectivo processamento.
“Os chineses têm recursos e a Petrobras pode fornecer petróleo nos próximos 20 anos”, disse à Lusa o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Económico, Paul Liu. “Trata-se de uma forma estratégica de a China conseguir acesso às matérias-primas necessárias para garantir o seu desenvolvimento económico”, sublinhou.
As reservas podem atingir até 80 mil milhões de barris de petróleo e gás, segundo estimativas da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Caso seja confirmado aquele potencial de produção, o Brasil passaria a deter a sexta maior reserva mundial, a seqguir à Arábia Saudita, Irão, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
O início da exploração das reservas ocorreu a 01 de Maio, no campo de Tupi, a maior descoberta mundial de petróleo nos últimos 30 anos, onde a Galp detém 10 por cento, a inglesa BG, 25 por cento, sendo o restante da Petrobras.
Entre as recentes descobertas, os campos de Júpiter, Iara e Bem-Te-Vi também são desenvolvidos em parceria com a Galp, que detém actualmente cerca de 50 consórcios no Brasil entre explorações ‘onshore’ (em terra) e ‘offshore’ (no mar).
MRA Alliance/Agências