PAICV, antigo partido único, renovou a maioria de deputados na Assembleia Nacional de Cabo Verde e vai continuar a governar nos próximos cinco anos, indicam os resultados provisórios das eleições legislativas no país.
Depois de uma campanha renhida, o histórico partido da independência, liderado por José Maria Neves, primeiro-ministro há dez anos, obteve, segundo os resultados disponíveis, um inédito terceiro mandato para governar, depois dos triunfos de 2001 e 2006.
Na anterior Assembleia Nacional, eleita em 2006, o “PAI” tinha 42 deputados e o MpD 29. Os outros dois lugares foram ocupados pela UCID – União Caboverdiana Independente e Democrática, uma força democrata-cristã que procurou contrariar o bipartidarismo.
Estava ainda longe de se perceber a tendência nacional e já se ouviam festejos de apoiantes do “PAI” na Achada de Santo António, a zona mais populosa da capital. Centenas de apoiantes do partido concentraram-se também de modo entusiático junto à sede nacional do partido, no cento da cidade.
O MpD, da família política do PSD português, que venceu as duas primeiras eleições multipartidárias, em 1991 e 1996, apostou muito nestas legislativas, recorrendo ao seu mais prestigiado dirigente, Carlos Veiga, um advogado que chefiou o Governo durante dez anos. Mas o seu slogan “Mesti Muda” (É preciso mudar) não convenceu a maioria dos 300 mil leitores. Com a derrota, o partido “ventoinha”, o MpD, fica limitado à influência autárquica, com a presidência de alguns dos principais municípios: Praia e Santa Catarina – na ilha de Santiago, a mais populosa do país – e São Vicente.
MRA Alliance/Público
