Um relatório conjunto sobre o combate ao surto de H1N1 revelou que alguns cientistas que aconselharam os governos a armazenar medicamentos, constavam na folha de pagamentos de grandes empresas farmacêuticas.
O relatório, publicado no British Medical Journal, descobriu que especialistas que prepararam relatório para a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o uso de medicamento para tratar o vírus H1N1 receberam dinheiro por serviços de consultoria alegadamente prestados a dois dos principais fabricantes das vacinas – Roche e GlaxoSmithKline.
A decisão da OMS para designar uma pandemia de gripe está a ser igualmente investigada pelo Conselho da Europa que a acusa de ter exagerado sobre o perigo de um surto de H1N1, em Abril do ano passado.
Os testes laboratoriais confirmaram mais de 18.000 mortes por infecção pelo H1N1, de acordo com dados da OMS, mas o vírus foi bem menos letal do que a organização anunciou.
Um relatório do Conselho da Europa, também divulgado na sexta-feira, acusou a OMS de falta de transparência sobre o anúncio da pandemia do qual resultou o desperdício de avultadas somas para além de ter provocado “medo injustificado” nas populações.
Paul Flynn, o autor do relatório, disse à Al Jazeera que os avisos da OMS foram um exagero. “A OMS mudou a definição de uma pandemia mais grave, incluindo a possibilidade de um grande número de mortes” disse, acrescentando que “o anúncio da imprensa mundial causou histeria ao dizer às pessoas que iríamos ter uma praga como a de 1918. Nunca houve qualquer evidência científica para justificar esta exegerada história de terror.”
“Tal estupidez assustou o mundo, provocou enormes despesas e uma grande perturbação de serviços de saúde”, concluiu Flynn.
MRA Alliance/Agências