Segundo os dados mais recentes do BCE, referentes ao final de Junho, o valor dos depósitos feitos em entidades do sistema bancário português subiu 26,6 mil milhões em 12 meses. É um aumento de 8,42% para 342,5 mil milhões de euros, a maior subida em termos percentuais de toda a zona euro.
A média dos países da união monetária aponta para uma descida de 2,41% no valor dos depósitos, sendo que a Irlanda viu estes recursos caírem mais de 14% e os bancos gregos deixaram fugir mais de 7% de depósitos.
“Os níveis de confiança relativamente à banca desceram muito na Irlanda e na Grécia. Em Portugal há a consciência dos problemas do sector financeiro, mas ainda se considera o depósito como uma das aplicações mais seguras, senão mesmo a mais segura”, observa o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia.
Numa altura em que os mercados continuam fechados para os bancos nacionais e em que a ordem do Banco de Portugal é para diminuir a dependência dos fundos do BCE, os depósitos são das poucas escapatórias dos bancos para se manterem à tona.
“O aumento de depósitos é um elemento crucial para manter a estabilidade do sistema financeiro e reduzir a dependência de fontes terceiras, como o BCE ou a venda forçada de créditos a um desconto elevado”, explica o administrador da Dif Broker, Pedro Lino.
MRA Alliance/DE