O líder líbio Muammar Khadafi – no poder há 42 anos – voltou a insistir que a rebelião que enfrenta é instigada do exterior, com envolvimento da Al-Qaeda, e relançou de novo o espectro de que “toda a região” mergulhará “no caos, até Israel”, caso o seu regime seja derrubado, ameaçando mesmo fazer-se “amigo” de Osama bin Laden. Numa entrevista gravada para o canal francês La Chaine Info, em Trípoli, Khadafi, esgrimiu outros argumentos, outras ameaças, incluindo a de se unir ao chefe da organização terrorista.
“Eu não posso lutar contra o meu próprio povo, essa é uma mentira dos países colonizadores – a França, o Reino Unido, os norte-americanos. Eles sofreram com os ataques de Bin Laden e agora, em vez de reconhecerem que este [a repressão feita pelas forças do regime] é um ataque contra Bin Laden e apoiarem a Líbia, querem antes vir outra vez colonizar a Líbia. Isto é uma conspiração colonialista. E se a Al-Qaeda já não é um inimigo que temos em comum, então a partir de amanhã vamos nos encontrar com Bin Laden e entrar em acordo com ele. Ele vai ser nosso amigo se consideram que isto não é terrorismo”.
Mantendo o tom de desafio à comunidade internacional – que com cada vez maior clareza o insta a abandonar o poder – Khadafi assegurou, numa entrevista à televisão turca, que “o povo líbio pegará nas armas”, se for adoptada a imposição de uma zona de exclusão aérea contra a Líbia, como começa a ser cada vez mais insistentemente advogado pelo Reino Unido e Estados Unidos, a par da França e Itália.
“Se tomarem essa decisão tal será útil para a Líbia, porque o povo líbio vai então ver a verdade, que aquilo que eles querem é controlar o país e roubar o petróleo. E aí o povo líbio vai pegar nas armas para os combater”.
MRA Alliance/Público