As intensas e cooperantes relações entre Nova Deli e Teerão entraram numa inesperada fase de tensões diplomáticas e económicas após o lançamento, há duas semanas, de um satélite-espião israelita pelo complexo aeroespacial indiano – Indian Space Research Organization/ ISRO. A situação já era tensa devido à recusa indiana de negociar a construção de um gasoduto entre o Paquistão a Índia e o Irão.
O satélite está equipado com um sofisticado radar, que captura imagens, diurnas ou noturnas de independentemente da dimensão dos objectos, iludindo não apenas situações climatéricas adversas como sistemas avançados de detecção. Os iranianos desconfiam que o satélite-espião judaico será utilizado em acções de espeionagem contra o seu programa nuclear. Na semana passada, o embaixador iraniano em Nova Deli, Seyed Nabizadeh, comunicou informalmente ao governo indiano o agastamento do seu país provocado pela cooperação indiano-israelita no lançamento do TECSAR, em 21 de Janeiro passado, a partir de uma base no sul do país. Nabizadeh, face às amistosas relações entre os dois estados asiáticos, sublinhou que Teerão espera que “países sábios e independentes não ponham a sua tecnologia espacial ao serviço de países que a vão usar como instrumento para espiar nações amigas como o Irão.”
Alguns observadores admitem que a Índia poderá ter decidido tomar o pulso a Teerão. Os media judaicos, nos últimos meses, citando fontes militares em Jerusalém, revelaram que o stélite TECSAR, concebido e desenvolvido pelo “cluster” aeroespacial israelita – Israel Aerospace Industries – tem como principal missão fiscalizar as actividades nucleares do regime xiíta. O presidente da ISRO, Madhavan Nair, classificou a operação de espectacular e elogiou a equipa de marketing da agência indiana – Antrix Corporation – pelo êxito da operação, mantida em segredo durante mais de um ano. A Índia justificou a acção com argumentos técnicos e comerciais.
(MRA Data Mining)