O Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad garantiu um segundo mandato com 63,3 por cento dos votos nas eleições presidenciais no Irão, após a contagem final em 346 dos 366 distritos eleitorais, anunciou hoje o presidente da Comissão Eleitoral do Ministério do Interior, Kamran Daneshjoo, em Teerão.
Reagindo aos resultados, o principal adversário de Ahmadinejad, Mir Hossein Moussavi, contestou o escrutínio, que classificou como “uma charada”, em declarações citadas pela Reuters. Os apoiantes de Moussavi exigem a repetição das eleições por alegadas fraudes. Várias manifestações de protesto estão em curso no país.
Segundo a BBC, a polícia iraniana fechou a sede de campanha do conservador moderado, chefe do governo iraniano entre 1981-89, para impedir a realização de uma conferência de imprensa onde pretendia contestar os resultados que lhe foram oficialmente atribuídos (32%), considerando-os “uma fraude”.
Num primeiro comentário, o ministro das Relações Exteriores, Danny Ayalon, e o vice-primeiro-ministro, Silvan Shalom, voltaram a alertar para a alegada “ameaça nuclear” iraniana e pediiram aos EUA que reavaliem as suas actuais políticas face a Teerão.
“O resultado da eleição iraniana é uma bofetada em quem acreditou que o Irão estava pronto para um diálogo real com o mundo livre e intorromperia seu programa nuclear”, disse Shalom ao diário Jerusalém Post. “Os Estados Unidos e o mundo livre devem reavaliar as suas políticas relativamente às ambições nucleares do Irão”, precisou.
O diário norte-americano Wall Street Journal considerou que a reeleição do actual presidente iraniano é “um golpe para os aliados árabes de Washington que estavam alarmados com as ambições regionais do Irão e esperavam que a derrota [de Ahmadinejad] as pudesse moderar.”
Sobre o adversário de Ahmadinejad, o jornal dos meios de negócios norte-americanos, refere que “os políticos dos Estados Unidos e através do mundo árabe viam em Moussavi um estadista experiente e moderado que se apresentava como uma alternativa atraente ao errático e incendiário presidente anti-americano.”
MRA Alliance/Agências/WSJ